Lençol freático: reservatório de água subterrânea decorrente da infiltração das águas da chuva no solo.
Fim do glossário.
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LEGENDA: Apesar de ter encerrado as atividades em 2012, o antigo lixão de Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), ainda recebe caminhões de lixo clandestinos. Foto de 2015.
FONTE: Douglas Viana/Futura Press
A reciclagem é a preocupação fundamental nessa nova política, o que inclui também a coleta seletiva e a separação do lixo. Por isso, estende a responsabilidade dos resíduos ao gerador (empresas e pessoas físicas) e não somente ao serviço de limpeza urbana. Dessa forma, quem produz resíduos, como fabricantes, comerciantes e outros, deve se comprometer a fazer o que se chama de logística reversa, recebendo o resíduo de volta. É o caso de fabricantes de pilhas e de cartuchos de impressoras, que já recolhem o material usado.
O lixo urbano pode ser classificado em domiciliar, comercial, público, industrial e hospitalar, que veremos mais detalhadamente a seguir.
Boxe complementar:
Estudo encontra poluição de plástico em 88% da superfície dos mares
Até 88% da superfície dos oceanos do mundo está contaminada com lixo plástico, elevando a preocupação com os efeitos sobre a vida marinha e a cadeia alimentar, afirmaram cientistas [...].
Os produtos plásticos produzidos em massa para brinquedos, sacolas, embalagens de alimentos e utensílios chegam aos mares arrastados pela água da chuva, um problema que deve piorar nas próximas décadas.
[...]
"As correntes oceânicas carregam objetos plásticos, que se partem em fragmentos menores, devido à radiação solar", disse o diretor das pesquisas, Andrés Cozar, da Universidade de Cádiz, na Espanha.
[...]
Os cientistas avaliaram que a quantidade total de plástico nos oceanos do mundo - entre 10 mil e 40 mil toneladas - atualmente é menor do que as estimativas anteriores. No entanto, levantaram novas preocupações sobre o destino de tanto plástico, particularmente os pedaços menores.
O estudo revelou que os fragmentos de plástico, "entre alguns mícrons e alguns milímetros de tamanho, são sub-representados em amostras da superfície do mar".
Mais pesquisas são necessárias para descobrir aonde estas partículas vão e quais os efeitos que têm na vida marinha.
[...]
G1-Natureza, 1º jul. 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/natureza/noticia/2014/07/estudo-encontra-poluicao-de-plastico-em-88-dasuperficie-dos-mares.html. Acesso em: 16 out. 2015.
Fim do complemento.
Lixo domiciliar e comercial
O uso de embalagens descartáveis aumentou o volume de lixo domiciliar, que é composto de resíduos orgânicos (resto de alimentos, cozidos ou não - casca de frutas, verduras, etc.) e inorgânicos (papel, metal, vidro, plástico).
Uma boa solução para os detritos inorgânicos é a reciclagem. Os adeptos da reciclagem usam os 4 erres para defini-la melhor: Reduzir, Racionalizar, Reutilizar e Reciclar. Papel, plástico, vidro, latas de alumínio, embalagens plásticas de suco e de refrigerante (PET) são todos materiais recicláveis. Para ser reciclado esse material deve ser separado na coleta seletiva de lixo. Mas essa prática, embora venha crescendo nos últimos anos, ainda não é muito utilizada, pois implica um gasto maior das empresas que prestam esse tipo de serviço, por envolver maior número de caminhões e de funcionários. É preciso, sobretudo, conscientizar a população.
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No Brasil, cerca de 12% dos resíduos sólidos urbanos e industriais são reciclados e somente 14% da população brasileira é atendida pela coleta seletiva. Algumas comunidades optam pela reciclagem, pois a venda do material reciclado pode servir de sustento para muitas pessoas.
Os detritos orgânicos do lixo domiciliar não podem ser reciclados, mas podem ser transformados em adubo orgânico ou produzir gás metano. Existem usinas de compostagem que fazem o processamento do lixo com esse fim.
Entre os resíduos do lixo domiciliar que necessitam de manuseio especial destacam-se lâmpadas, remédios, pilhas, bateria de telefones celulares e de outros eletrodomésticos. Para solucionar o problema de descarte de pilhas e baterias, muitas empresas fabricantes desse tipo de produto têm realizado a coleta, ajudando, dessa forma, a preservar a natureza.
O lixo comercial é formado por resíduos de restaurantes, açougues, lanchonetes, escritórios, lojas, hotéis, etc. Além de alimentos, contém papel, papelão, plástico, embalagens de madeira, vidro e outros materiais. Pode conter também lâmpadas, baterias e pilhas.
LEGENDA: A coleta seletiva de lixo é indispensável para a reciclagem de materiais inorgânicos, como metal, vidro, papel e plástico. Na foto, lixeiras para coleta seletiva na praça do Bambu, em Alto Paraíso de Goiás (GO), em 2015.
FONTE: João Prudente/Pulsar Imagens
Lixo público, industrial e hospitalar
O lixo público é formado por resíduos da varrição, da capina, por resíduos provenientes dos logradouros públicos (ruas e praças, por exemplo), bem como móveis velhos, galhos grandes, aparelhos de cerâmica, entulho de obras e outros materiais deixados indevidamente pela população nas ruas, ou retirados das residências por serviço de remoção especial.
O lixo industrial e o lixo hospitalar são denominados lixos de fontes especiais porque demandam cuidados especiais em seu acondicionamento, sua manipulação e sua disposição final.
Responsável por vários impactos ambientais, o lixo industrial é formado por resíduos de atividades industriais. Entre os produtos que formam esse tipo de lixo destacamos ácidos, mercúrio, dióxido de enxofre, gases oxidantes, alcatrão, benzeno, cloro, entre outros, presentes principalmente em recursos hídricos.
O lixo hospitalar deve ser incinerado para que não haja perigo de contaminação, embora frequentemente seja lançado no lixo comum. A incineração, indispensável nesse caso, polui o ar com fumaça tóxica e grande quantidade de cinzas.
O lixo atômico
O lixo atômico, gerado principalmente pelas usinas nucleares, constitui-se em um enorme risco para as gerações atuais e mais ainda para as futuras gerações. O destino incerto do lixo nuclear no mundo é uma das questões a serem resolvidas neste século.
Os resíduos produzidos pelas usinas nucleares (urânio, césio, plutônio, estrôncio, iodo, criptônio, entre outros) são, geralmente, colocados em caixas de concreto lacradas, que são enterradas ou jogadas no mar. O perigo dessa prática é a provável corrosão dessas caixas pelas águas marinhas ou elas serem acidentalmente desenterradas. As consequências seriam as mais trágicas possíveis.
Vários países, como Japão, Reino Unido, França e Estados Unidos, fazem o reprocessamento do lixo atômico visando recuperar o urânio e o plutônio utilizados pelas usinas nucleares. O urânio pode ser enriquecido e reutilizado como combustível. O plutônio oferece mais riscos, porque pode ser usado na fabricação de bombas atômicas. Além disso, o reprocessamento acaba gerando mais lixo nuclear de alto risco.
Além das usinas nucleares, hospitais e arsenais bélicos também produzem rejeitos atômicos.
O material radioativo usado em hospitais para tratamento de câncer deve ser lacrado em recipientes de chumbo e enterrado longe de lugares habitados.
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Em 1987, na cidade de Goiânia, a negligência com esse tipo de material e o desconhecimento da população causaram um grave acidente de contaminação com radioatividade. Uma cápsula de césio-137 (material radioativo), encontrada dentro de um aparelho de radioterapia abandonado nas antigas dependências de um instituto especializado nesse tipo de tratamento, foi quebrada com a ajuda de uma marreta. O cloreto de césio-137 exposto ao ambiente provocou a morte de muitas pessoas. A contaminação em outras tantas teve (e ainda tem) consequências de longa duração.
No Brasil, a cidade de Abadia de Goiás, que já abriga seis mil toneladas de dejetos contaminados com césio-137 (elemento químico utilizado em aparelhos de raios X) em dois depósitos, poderá receber mais um, para abrigar rejeitos das usinas nucleares de Angra dos Reis.
Na zona rural de Caldas (MG) existe uma unidade de tratamento de minério de urânio (UTM), desativada há quinze anos. São desconhecidos os riscos de contaminação do lençol freático e demais recursos hídricos pelos materiais radioativos.
Nessa unidade, durante o período de 1982 a 1995, foram produzidas 1,2 mil toneladas de urânio para o abastecimento da usina Angra 1. A antiga mina se tornou um lago de águas ácidas. Na área há um complexo desativado, formado pela mina, pela bacia de rejeitos e pelos depósitos de material radioativo (urânio e tório).
A justiça do estado de Minas Gerais e o Ibama cobram dos responsáveis (antiga Nuclebrás) o tratamento adequado e o armazenamento dos rejeitos nucleares, para que se evite a contaminação do meio ambiente.
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