Privatização: processo no qual empresas pertencentes ao Estado são vendidas para empresas particulares.
Fim do glossário.
Se por um lado, devido à liberalização do comércio, as indústrias puderam se modernizar, aumentar sua produtividade e a qualidade de seus produtos com equipamentos e máquinas que entravam no país, por outro, essas mesmas máquinas promoveram a mecanização da produção, gerando desemprego estrutural. A liberalização dos mercados possibilitou a entrada no Brasil de novas montadoras de automóveis, como Honda, Toyota, Renault, Peugeot e outras. A instalação dessas montadoras promoveu a dispersão da indústria automobilística, antes concentrada no estado de São Paulo.
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Como o Estado não tinha mais condições de bancar a infraestrutura para a indústria, o governo Fernando Henrique Cardoso, em seu primeiro mandato (1994-1998), consolidou o modelo de liberalização do mercado com o Plano Real e a retirada do Estado como empresário, por meio das privatizações de siderúrgicas, concessionárias de transportes, de telecomunicações, de mineração e de energia.
Em consequência, o capital transnacional passou a controlar cada vez mais não só a industrialização, mas também toda a economia brasileira, incluindo os setores agropecuário e de serviços. O setor industrial foi marcado pela privatização das grandes siderúrgicas, que, com exceção da Usiminas, eram deficitárias. Veja o gráfico abaixo.
FONTE: Adaptado de: IBGE. Séries Históricas e Estatísticas. Disponível em: http://seriesestatisticas.ibge.gov.br/series.aspx?no=8&op=0&vcodigo=IND03101&t=estabelecimentos-industriais-datas-inqueritos-industriais-censo. Acesso em: 9 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imanges/Arquivo da editora
No setor de serviços destacam-se os que dão suporte à atividade industrial, como o energético e o de transportes, com a venda de empresas estatais que detinham o controle sobre eles.
Nos anos 1990, o setor industrial caracterizou-se pela queda da participação da indústria na composição do PIB e pela redução do número de empregos ocupados nessa área. O Brasil estava sofrendo os efeitos da globalização econômica, cujas inovações tecnológicas geravam mais produtividade com menor número de trabalhadores no mundo todo.
O grande desafio passou a ser atrair investimento estrangeiro direto para a indústria.
Boxe complementar:
O Plano Real
Criado com o objetivo de combater a inflação que assolava a economia brasileira, o Plano Real não impôs o congelamento dos preços, como os planos anteriores. Lançou uma nova moeda: o real. O plano baseava-se na paridade real/dólar, ou seja, um real valia um dólar estadunidense. Para assegurar essa paridade, era preciso elevar os juros, porque isso atrairia capital especulativo estrangeiro e aumentaria as reservas de dólares do país.
De imediato essas medidas aumentaram muito o poder aquisitivo de classes que até então não tinham tido acesso a certos tipos de produto, considerados de luxo.
Entretanto, o sucesso do plano dependia da aprovação das reformas nos sistemas trabalhista, previdenciário e tributário. Essa medida permitiria que as dívidas do governo fossem quitadas. Mas as reformas não se concretizaram, e o governo não conseguiu manter a paridade real/dólar. O alto valor da nova moeda causou um deficit na balança comer cial. Além disso, crises internacionais agrava ram o quadro econômico brasileiro, e o real acabou se desvalorizando.
LEGENDA: Cédulas de real, moeda brasileira. Imagem de 2013.
FONTE: Ismar Ingber/Pulsar Imagens
Fim do complemento.
A crise dos emergentes e a desvalorização do real
A mais importante crise desse período se iniciou em 1997 e afetou diversos países, emergentes e desenvolvidos.
No Brasil, essa crise agravou os problemas econômicos, como a alta taxa de juros, a taxa de câmbio irreal da moeda brasileira perante moedas fortes, como o dólar e o iene, que causava deficit na balança comercial.
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O fluxo de investimentos estrangeiros no país diminuiu, e o preço das principais commodities exportadas pelo Brasil ficou mais baixo.
Glossário:
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