Os transportes no Brasil
Os transportes são fundamentais para a economia de um país. Sem rede de circulação, as indústrias não teriam acesso às matérias-primas, não teriam condições de escoar sua produção nem de fazê-la chegar até os consumidores. Entretanto, essa não é a única função dos transportes: eles são fundamentais para a movimentação de pessoas, tanto para trabalho como para lazer e turismo. O setor também gera empregos e renda, representando uma importante alternativa para investimentos nacionais e estrangeiros, sendo parte importante da economia de um país.
O setor de transportes é essencial para que um país tenha competitividade no mercado internacional. No entanto, os modais de transportes no Brasil impõem grandes limitações ao crescimento e à expansão da economia.
Muitos países de dimensões continentais como o Brasil geralmente apresentam grandes dificuldades para a instalação de uma infraestrutura de transportes.
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Alguns deles realizaram obras importantes visando a integração de seu território e o escoamento da produção agrária e industrial. É o caso dos Estados Unidos, que contam com uma rede de transportes que inclui ferrovias, rodovias, hidrovias, portos bem aparelhados, além de uma eficiente malha aeroviária.
Infelizmente, isso não foi o que aconteceu com o Brasil: a dimensão do território brasileiro e a falta de políticas para o setor de transportes sempre foram obstáculos para o estabelecimento de uma rede de transportes eficiente. O resultado é que, atual mente, os modais de transportes no país impõem grandes limitações ao crescimento e à expansão da economia, porque na era dos blocos econômicos e da luta pelos mercados, é imprescindível contar com uma rede de transportes bem estruturada.
Há muito tempo o Brasil sofre perdas constantes em razão do alto custo dos serviços do setor de transportes e da má conservação de portos, rodovias e locais de armazenagem dos produtos a serem exportados. Essa deterioração foi resultado de investimentos insuficientes em infraestrutura, pelo menos nas duas últimas décadas. É urgente a necessidade de investir no transporte aéreo, nas rodovias, ferrovias e hidrovias. A melhoria da infraestrutura poderá auxiliar a reduzir os custos, colocando os produtos no mercado mundial com maior competitividade.
Podemos apontar alguns problemas da infraestrutura de transporte brasileira que exigem atenção:
- o alto custo da manutenção de rodovias e ferrovias e da conservação da frota de veículos;
- a necessidade de aparelhamento e de modernização dos portos fluviais e marítimos, dos aeroportos e da infraestrutura de armazenagem de produtos para exportação, etc.;
- a maior concentração de ferrovias, aeroportos, portos e rodovias no Centro-Sul, região mais industrializada e populosa do país.
Em 2006, porém, o governo federal lançou, em conjunto com o Ministério da Defesa, o Plano Nacio nal de Logística e Transportes (PNLT), que tem como objetivo "formalizar e perenizar instrumentos de análise, sob a ótica logística, para dar suporte ao planejamento de intervenções públicas e privadas na infraestrutura e na organização dos transportes, de modo que o setor possa contribuir para a consecução das metas econômicas, sociais e ecológicas do país, em horizontes de médio a longo prazo, rumo ao desenvolvimento sustentado". O PNLT pretende ser um plano de Estado, pois prevê ações coordenadas para serem realizadas até 2023.
Para a sua realização e melhor administração dos investimentos, o país foi reestruturado em sete Vetores Logísticos, uma nova forma de organização espacial em microrregiões homogêneas: Amazônico, Centro-Norte, Nordeste Setentrional, Nordeste Meridional, Leste, Centro-Sudeste e Sul, conforme mapa a seguir.
Como parte do PNLT, foi lançado em 15 de agosto de 2012, o Programa de Investimentos em Logística (PIL): rodovias e ferrovias. O PIL tem como objetivo dotar o país de um sistema de transporte adequado às suas dimensões. Os investimentos empregados no PIL devem ser oriundos da parceria entre o setor público e o privado, com contratos de concessão no caso das rodovias e das ferrovias.
FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES. Disponível em: www2.transportes.gov.br/bit/01-inicial/pnlt.html. Acesso em: 19 abr. 2016. Mapa sem data na fonte original. CRÉDITOS: Portal de mapas/Arquivo da editora
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Modais de transportes no Brasil
A matriz de transportes de carga brasileira está baseada no uso inadequado dos modais. Existe uma sobrecarga no transporte rodoviário em razão da cultura do "rodoviarismo", tanto para o transporte de carga como para o de passageiros, como veremos nos gráficos a seguir.
FONTE: Adaptado de: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT). Boletim estatístico julho 2015. Disponível em: www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt. Acesso em: 19 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora
FONTE: Adaptado de: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTES (CNT). CNT transporte atual. Disponível em: http://cms.cnt.org.br/imagens%20CNT/Revista%20CNT/2015/REVISTA%20CNT%20238%20FINAL.pdf. Acesso em: 19 abr. 2016. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora
A multimodalidade, isto é, a integração entre os diferentes modais de transporte, é a situação ideal para o desenvolvimento da infraestrutura de transporte, diminuindo o custo do frete e aumentando a eficiência logística.
O Brasil precisa pensar o setor de transporte de forma mais integrada, valorizando outros modais, como as hidrovias, a navegação de cabotagem (ao longo da costa) e as ferrovias.
Transporte rodoviário
Na época do Brasil colonial foram abertos muitos caminhos que ligavam as áreas de produção aos portos que enviavam as mercadorias para a Europa. Era preciso vencer os terrenos montanhosos, trechos difíceis de serem superados dentro das matas fechadas, principalmente em tempo de chuvas.
Uma delas, hoje rota turística, é a Estrada Real, que reúne o Caminho Velho, o Caminho Novo e a Rota dos Diamantes, no estado de Minas Gerais.
A primeira estrada de rodagem brasileira foi a União e Indústria, construída em 1861 por Mariano Procópio Ferreira Lage. Ligava Petrópolis e Três Rios, no Rio de Janeiro, a Juiz de Fora, em Minas Gerais. A primeira rodovia pavimentada do Brasil foi inaugurada em 1928, ligando a cidade do Rio de Janeiro a Petrópolis. Essa rodovia é um trecho da BR-040, e é denominada rodovia Washington Luís, em homenagem ao ex-presidente Washington Luís, que ficou conhecido por construir diversas rodovias entre 1926 e 1930.
LEGENDA: Trecho da Estrada União e Indústria, perto do jardim do Palácio Imperial, Rio de Janeiro, por volta de 1874. A estrada foi inaugurada em 23 de junho de 1861 por dom Pedro II.
FONTE: Reprodução/Coleção particular
A implantação da indústria automobilística, em meados do século passado, foi fundamental para a consolidação do transporte rodoviário como o mais utilizado no Brasil.
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As rodovias brasileiras na atualidade são classificadas conforme a jurisdição a que estão submetidas. Podem ser federais, estaduais e municipais. Veja a tabela a seguir.
Tabela: equivalente textual a seguir.
FONTE: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE (CNT). Boletim Estatístico CNT julho 2015. Disponível em: www.cnt.org.br/Boletim/boletim-estatistico-cnt. Acesso em: 19 abr. 2016.
As rodovias federais no Brasil recebem uma nomenclatura própria que é definida pela sigla BR seguida de três algarismos. O primeiro algarismo indica a categoria da rodovia, de acordo com as definições estabelecidas no Plano Nacional de Viação. Os dois outros algarismos definem a posição a partir da orientação geral da rodovia, relativamente à capital federal e aos limites do país (norte, sul, leste e oeste). Veja como são aplicadas essas definições.
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