Ampliando o conhecimento
A tropicalidade da costa brasileira
A faixa costeira do Brasil atlântico exibe um vasto painel de tropicalidade marcada pela ocorrência exclusiva de praias arenosas, com cerca de 6.000 quilômetros, sendo a maior parte integrada aos ambientes quentes e úmidos que dominam o território.
Fogem apenas dessa regra a semiaridez que chega ao mar no Rio Grande do Norte e Ceará e, ao sul o litoral gaúcho e parte do catarinense, onde a média das temperaturas anuais determina climas subtropicais de transição para ambientes temperados, açoitados no inverno pela incursão da massa Polar atlântica, por meio do tradicional vento minuano.
No vasto cinturão intertropical do planeta, o Brasil é, portanto, o país que possui a mais longa e típica faixa tropicalizada do mundo.
[...]
Tratam-se de estreitas e delicadas faixas de contato entre o mar e a terra, expostas à movimentação quase permanente dos ares costeiros, amenizadores do calor tropical. A tudo isso se acrescenta uma ecodinâmica particularmente rica, que desdobra o número de ecossistemas presentes na costa. Matinhas que construíram o próprio suporte ecológico sobre as areias brancas de restingas e dunas, jundus, palmares, eventuais caatingas e diferentes tipos de coberturas de dunas e restingas. Rasas planícies de lodo que marginam setores internos de estuários ou bordas sincopadas de lagunas, onde a invasão diária da maré projeta a salinidade mínima para o suporte hidroecológico dos manguezais.
AB'SABER, Aziz Nacib. Litoral do Brasil. São Paulo: Metalivros, 2008. p. 1; 21; 24. (Adaptado.)
Glossário:
Jundu: vegetação rasteira e de arbustos de pequeno porte que compõe a restinga; alcança até dois metros.
Fim do glossário.
Fim do complemento.
Vegetação de praias, restingas e dunas
Nas dunas, praias e restingas desenvolve-se uma vegetação herbácea e arbustiva em solo salgado e arenoso. As restingas são cordões arenosos originados por correntes do mar paralelas à costa e de formação recente. Podem ter formas variadas, como barras e planícies. As dunas são montes de areia formados nas praias pelo vento. Nesses ambientes, a escassez de água e de nutrientes torna difícil a adaptação de plantas e animais. Por isso, são habitantes comuns desses locais aranhas, lagartos e rãs. Na flora destacam-se o capim-da-praia, o capim-da-areia e a salsa-da-praia.
LEGENDA: Esses ecossistemas têm sido alvo de destruição, principalmente devido à expansão urbana e ao turismo desordenado. A lagoa do Abaeté, em Salvador (BA), é um exemplo de degradação do meio ambiente pelas construções. Foto de 2014.
FONTE: Mauro Akin Nassor/Fotoarena
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