Competência de área 6
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
Habilidades necessárias
H26. Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27. Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e/ou geográficos.
H28. Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29. Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30. Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
3. Objetos de conhecimento associados às Matrizes de Referência
Ciências Humanas e suas Tecnologias
- Diversidade cultural, conflitos e vida em sociedade - Cultura material e imaterial; patrimônio e diversidade cultural no Brasil. A conquista da América. Conflitos entre europeus e indígenas na América colonial. A escravidão e formas de resistência indígena e africana na América. História cultural dos povos africanos. A luta dos negros no Brasil e o negro na formação da sociedade brasileira. História dos povos indígenas e a formação sociocultural brasileira. Movimentos culturais no mundo ocidental e seus impactos na vida política e social.
- Formas de organização social, movimentos sociais, pensamento político e ação do Estado - Cidadania e democracia na Antiguidade; Estado e direitos do cidadão a partir da Idade Moderna; democracia direta, indireta e representativa. Revoluções sociais e políticas na Europa moderna. Formação territorial brasileira; as regiões brasileiras; políticas de reordenamento territorial. As lutas pela conquista da independência política das colônias da América. Grupos sociais em conflito no Brasil imperial e a construção da nação. O desenvolvimento do pensamento liberal na sociedade capitalista e seus críticos nos séculos XIX e XX. Políticas de colonização, migração, imigração e emigração no Brasil nos séculos XIX e XX.
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A atuação dos grupos sociais e os grandes processos revolucionários do século XX: Revolução Bolchevique, Revolução Chinesa, Revolução Cubana. Geopolítica e conflitos entre os séculos XIX e XX: Imperialismo, a ocupação da Ásia e da África, as Guerras Mundiais e a Guerra Fria. Os sistemas totalitários na Europa do século XX: nazifascismo, franquismo, salazarismo e stalinismo. Dita duras políticas na América Latina: Estado Novo no Brasil e ditaduras na América. Conflitos político-culturais pós-Guerra Fria, reorganização política internacional e os organismos multilaterais nos séculos XX e XXI. A luta pela conquista de direitos pelos cidadãos: direitos civis, humanos, políticos e sociais. Direitos sociais nas constituições brasileiras. Políticas afirmativas. Vida urbana: redes e hierarquia nas cidades, pobreza e segregação espacial.
- Características e transformações das estruturas produtivas - Diferentes formas de organização da produção: escravismo antigo, feudalismo, capitalismo, socialismo e suas diferentes experiências. Economia agroexportadora brasileira: o complexo açucareiro; a mineração no período colonial; a economia cafeeira; a borracha na Amazônia. Revolução Industrial: criação do sistema de fábrica na Europa e transformações no processo de produção. Formação do espaço urbano-industrial. Transformações na estrutura produtiva no século XX: o fordismo, o toyotismo, as novas técnicas de produção e seus impactos. A industrialização brasileira, a urbanização e as transformações sociais e trabalhistas. A globalização e as novas tecnologias de telecomunicação e suas consequências econômicas, políticas e sociais. Produção e transformação dos espaços agrários. Modernização da agricultura e estruturas agrárias tradicionais. O agronegócio, a agricultura familiar, os assalariados do campo e as lutas sociais no campo. A relação campo-cidade.
- Os domínios naturais e a relação do ser humano com o ambiente - Relação homem-natureza, a apropriação dos recursos naturais pelas sociedades ao longo do tempo. Impacto ambiental das atividades econômicas no Brasil. Recursos minerais e energéticos: exploração e impactos. Recursos hídricos; bacias hidrográficas e seus aproveitamentos. As questões ambientais contemporâneas: mudança climática, ilhas de calor, efeito estufa, chuva ácida, destruição da camada de ozônio. A nova ordem ambiental internacional; políticas territoriais ambientais; uso e conservação dos recursos naturais, unidades de conservação, corredores ecológicos, zoneamento ecológico e econômico. Origem e evolução do conceito de sustentabilidade. Estrutura interna da Terra. Estruturas do solo e do relevo; agentes internos e externos modeladores do relevo. Situação geral da atmosfera e classificação climática. As características climáticas do território brasileiro. Os grandes domínios da vegetação no Brasil e no mundo.
- Representação espacial - Projeções cartográficas; leitura de mapas temáticos, físicos e políticos; tecnologias modernas aplicadas à Cartografia.
4. Competências específicas da Geografia
A principal preocupação na escolha e aplicação dos conteúdos programáticos é desenvolver competências que se apliquem aos eixos cognitivos comuns às áreas gerais do conhecimento que compõem o currículo do novo Ensino Médio.
Segundo a Secretaria de Educação Média e Tecnológica do MEC, competências "são operações mentais estruturadas em rede, que, mobilizadas, permitem a incorporação de novos conhecimentos e sua integração significada a essa rede. As habilidades decorrem das competências adquiridas e referem-se ao plano do saber fazer".
Para trabalhar com competência questões que envolvem os eixos cognitivos, é preciso que o aluno utilize alguns recursos, como o domínio da linguagem, os conteúdos conceituais de cada disciplina e habilidades específicas.
Além das competências e habilidades gerais, a Geografia tem outras que são específicas do seu ramo de conhecimento. Daí a extrema importância dos conteúdos escolhidos para desenvolver essas competências e habilidades e da maneira como serão trabalhados em sala de aula. Veja alguns cuidados que podem ser adotados nessa escolha:
- Delimitar precisamente o objeto da Geografia, que deve funcionar como "ponte" com outras áreas.
- Formar alunos capazes de construir conhecimentos críticos sobre o mundo em que vivem.
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- Não selecionar conteúdos muito específicos, pois não é objetivo do Ensino Médio formar geó grafos.
- Escolher conteúdos atualizados e que valorizem a vivência do aluno.
- Deixar claro que é impossível compreender a nova problemática do mundo sem estudar Geografia.
Se a meta do nosso trabalho é formar um cidadão crítico, com uma visão de mundo que lhe permita participar ativamente da sociedade em que vive, o primeiro passo é definir com clareza o que entendemos por cidadão crítico e participante. Podemos dizer que é o indivíduo capaz de entender os fatos que acontecem no mundo, de interpretá-los e de estabelecer relações não só entre esses fatos, mas também entre eles e a realidade do local onde vive.
Estamos falando exatamente do principal conceito da Geografia - o espaço geográfico. Ao trabalhar esse conceito, o professor inicia sua tarefa, que é ajudar o aluno a entender as diversidades e as mudanças que acontecem no espaço geográfico, tornando-o capaz de "pensar" esse espaço e perceber-se como parte integrante dele.
Para o aluno ter essa percepção, algumas habilidades e competências específicas são essenciais:
- Adquirir o pleno domínio da linguagem cartográfica, como mapas, gráficos, imagens de satélites, que constituem a maneira de representar os fatos e os fenômenos no espaço geográfico.
- Dominar as noções de escala no conhecimento geográfico, que vão ajudá-lo a reconhecer os fenômenos geográficos:
- a escala cartográfica, que permite organizar a localização e a distribuição espacial dos fenômenos;
- a escala geográfica, que permite organizar e classificar os fenômenos em escala local, regional, nacional e global.
- Comparar os fenômenos geográficos e reconhecer as semelhanças e diferenças existentes entre eles, explicando suas reações.
- Identificar as particularidades de uma paisagem, um lugar ou território no espaço geográfico, reconhecendo os fenômenos aí encontrados, determinando o processo de sua formação e o papel da tecnologia dos grupos humanos que habitam ou já habitaram esse lugar, paisagem ou território.
5. Geografia: interdisciplinaridade e contextualização
São condições fundamentais para a formação do cidadão crítico, na busca da construção do conhecimento, aprender como aplicar e reconhecer em sua vida os conceitos da Geografia integrados a outras disciplinas, e garantir uma visão interdisciplinar dos fatos e fenômenos do espaço geográfico.
A interdisciplinaridade e a contextualização dos conteúdos, porém, não devem ser vistas separadamente. De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), torna-se fundamental a integração e a aproximação das disciplinas, pois o conhecimento é único e deve ser aplicado no cotidiano das pessoas. Quando ensinamos Geografia, podemos trabalhar, com conhecimentos geográficos, conteúdos de História, Física, Biologia, Literatura e tantos outros que fazem parte do espaço geográfico, objeto de estudo da nossa disciplina.
A interdisciplinaridade integra as diferentes disciplinas, demostrando como determinado assunto pode ser abordado por vários campos do saber, mantendo, porém, sua individualidade. Nessa integração, há um diálogo que procura conciliar os conceitos pertencentes às diversas áreas, buscando um conhecimento único.
Dessa forma, o trabalho interdisciplinar deve ser visto como uma preciosa contribuição das várias áreas do estudo na construção dos conhecimentos e ser aplicado ao ensino da Geografia. Esse tipo de abordagem facilita o trabalho do professor e ajuda a melhorar o desempenho do aluno.
Os conteúdos geográficos, em uma visão interdisciplinar, devem ser apresentados como fatos próximos da realidade do aluno. A sucessão dos dias e das noites, as mudanças do tempo, os problemas das cidades são apenas alguns dos muitos exemplos da interferência dos fenômenos geográficos no cotidiano das pessoas.
Além de criar uma relação entre o conhecimento e o cotidiano, valorizando experiências, vivência e a realidade do aluno, a contextualização pode avançar ainda mais e ampliar esse conhecimento inicial, desenvolvendo competências para que o aluno possa se integrar na sociedade, interferindo, com sua participação, no funcionamento dessa sociedade.
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