Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim


Os sindicatos e seus desafios atuais



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Os sindicatos e seus desafios atuais

A transição do trabalho regulamentado e duradouro para formas de negação do

trabalho-emprego   trazem   a   escassez   e   a   precarização   do   trabalho.   Essa

situação é reforçada por múltiplas estratégias que individualizam o trabalhador:

ele se torna flexível, clandestino, deslocado de estruturas sindicais de defesa,

com reduzidos direitos sociais e políticos.

Os  sindicatos  são   entidades   nascidas   para   organizar   os   trabalhadores,

encaminhar   suas   reivindicações   e   representar   seus   interesses   junto   aos

empregadores. Porém, nas últimas décadas, tiveram seu poder de negociação

reduzido. Hoje os sindicatos enfrentam desafios para garantir a manutenção

dos   direitos   já   alcançados   pelos   trabalhadores.   São   desafios   sindicais:

combinar estratégias de proteção do emprego e melhoria das condições de

trabalho;   responder   ao   cenário   de   flexibilidade   e   estimular   a  construção   de

identidades coletivas; posicionar-se com relação à reestruturação produtiva e

garantir   a   negociação   coletiva,   ou   seja,   a   regulação   conjunta,   entre

empresários e trabalhadores, dos termos e das condições do emprego.

No   setor   público,   as   mobilizações   direcionam-se   à   busca   de   mais   vagas,

melhores   salários,   reestruturação   de   carreira   e   melhores   condições   de

trabalho. No entanto, a tensão está em ampliar e melhorar os serviços sem

extrapolar as normas e os limites orçamentários da União, dos estados e dos

municípios   para   as   contratações,   seja   por   meio   de   novos   concursos,   seja

terceirizando parte do serviço.

Um   dos   problemas   enfrentados   pela   organização   sindical   é   que   ela   tem

representado   majoritariamente   os   trabalhadores   efetivos   ou   formais,   isto   é,

aqueles  que têm  vínculo formal, carteira de  trabalho  assinada,  pertencendo

oficialmente a determinada categoria ou empresa. Há, porém, um segmento

não   organizado   de   trabalhadores,   ou   seja,   que   está   na  informalidade.   Os

trabalhadores desse grupo, que estão nas pequenas empresas ou trabalham




por conta própria, vivendo sem registro e/ou remuneração fixa e sem direitos

trabalhistas, são facilmente substituídos e ficam mais tempo desempregados.

LEGENDA:   Charge   de   2011   de   Bruno   Galvão   retratando   o   sindicato   como

entidade responsável por proteger e garantir os direitos do trabalhador.

FONTE: Bruno Galvão/Acervo do artista

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Em 2011, 45,4% dos trabalhadores brasileiros em idade produtiva estavam na

informalidade, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

(IBGE)   -   dez   anos   antes,   o   índice   era   de   55,3%.   Em   2013,   o   número   de

trabalhadores informais caiu para 42%, o que significa 40 milhões de pessoas

sem carteira assinada. Essa redução se deveu ao crescimento da economia

brasileira no período e ao combate à informalidade, como se pode observar no

gráfico a seguir.




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