que lhes cabem diretamente. Muitos deles também se ocupam com a
manutenção dos equipamentos que usam para trabalhar, observam as metas
estabelecidas pela empresa, assumindo o compromisso de concretizá-las,
cooperam com os colegas da equipe e são corresponsáveis pela qualidade
final do produto, cujo controle se inicia já na concepção do processo de
produção.
Para atender a esses requisitos, o mercado de trabalho tende a valorizar um
novo perfil de trabalhador. São-lhe cobradas habilidades como trabalhar bem
em equipe, adaptar-se facilmente às mudanças, ser criativo, mostrar empenho
e iniciativa para resolver imprevistos, acompanhar as mudanças na produção
de bens e na prestação de serviços. Nesse contexto, as exigências das
empresas quanto à formação dos profissionais aumentaram, e a preferência
recai sobre profissionais com conhecimentos de informática e domínio de
língua estrangeira. Para alguns tipos de trabalho é exigida formação superior. A
busca de qualificação e de formação permanentes é até incentivada pelas
empresas, que selecionam trabalhadores com mais credenciais, ainda que o
cargo ou função não necessite disso. É comum a busca de jovens talentos para
profissões de nível universitário em seleções de estagiários e na contratação
de trainees, profissionais formados que passam por "aprendizado em serviço",
concorrendo com os efetivos em busca de vagas.
151
LEGENDA: Curso técnico de informática do Programa de Ensino
Profissionalizante (PEP), que beneficia estudantes de escolas públicas. Foto de
2011, em Belo Horizonte (MG). Nos dias de hoje, os trabalhadores precisam se
capacitar constantemente para conseguir (e manter) um posto razoável no
mercado de trabalho formal.
FONTE: Euler Junior/EM/DA Press
Com o objetivo de aumentar a produção, as empresas adotam programas
como sistemas de controle de qualidade, de melhoria contínua e treinamentos
comportamentais, que favorecem o trabalho em equipe e o cumprimento de
metas corporativas. Durante esses programas e treinamentos, os trabalhadores
dão sugestões, testam suas habilidades e realizam projetos, são convocados a
aderir às estratégias mercadológicas da empresa e a assumir seu encargo
como missão. Na prática, isso faz com que os trabalhadores precisem
desempenhar várias tarefas: o bancário, por exemplo, que antes era operador
de caixa, agora também vende seguros, títulos e produtos financeiros. Para
essas tarefas, são exigidas habilidades de venda, capacidade de
gerenciamento, compreensão do mercado financeiro e aptidão para oferecer
atendimento personalizado, além do cumprimento de metas.
Em razão das estratégias flexíveis de trabalho utilizadas pelas empresas, o
funcionário precisa desenvolver novas competências, qualificar-se
constantemente, estar física e emocionalmente saudável e engajar-se nos
objetivos da organização. Reforça-se, assim, a chamada individualização no
trabalho, processo que transfere para o trabalhador a responsabilidade de
manter-se, nas situações mais adversas, empregado.
LEGENDA: Charge de Bruno Galvão representando a multifuncionalidade
exigida dos trabalhadores nos dias atuais. Charge de 2010.
FONTE: Bruno Galvão/Acervo do artista
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