Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim


Proporção   de   pessoas   de   16   anos   ou   mais   de   idade   ocupadas   em



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Silvia Maria de Ara jo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi M.docx

Proporção   de   pessoas   de   16   anos   ou   mais   de   idade   ocupadas   em

trabalho informal, de acordo com cor e raça

FONTE:   IBGE,   Pesquisa   Nacional   por   Amostra   de   Domicílios   2004/2013.

Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora

· Analise os dados apresentados no gráfico e escreva suas observações sobre

a desigualdade étnico-racial no mercado de trabalho brasileiro.

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Mecanismos de discriminação étnico-racial no país se revelam na dinâmica do

mercado de trabalho. Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e

Estudos   Socioeconômicos   (Dieese),   realizado   em   2010,   mostra   que   a

população negra teve uma trajetória desfavorável para se manter ou ascender

no emprego, quando comparada com a dos não negros, nas principais Regiões

Metropolitanas do país. Aproximadas, as taxas de desemprego por cor, entre

2007 e 2010, indicam um maior número de desempregados negros. Em razão

da pobreza de parte dessas famílias, a entrada dos jovens no mercado de

trabalho costuma ser precoce, dificultando a conclusão dos estudos de nível

básico   e   o   ingresso   no   ensino   superior   ou   em   cursos   de   qualificação.   Por

exercerem trabalho precário, muitas vezes informal, essas pessoas precisam

permanecer mais tempo trabalhando para obter o direito de aposentadoria.

A segmentação do mercado de trabalho e as diversas formas de discriminação

estão,   quase   sempre,   associadas   à   má   distribuição   da   renda   e   à   falta   de

políticas sociais que valorizem o indivíduo. Atualmente, cotas e outras ações

afirmativas   visam   ampliar   o   acesso   a   bens   ou   serviços   essenciais   para   as

parcelas   menos   favorecidas   da   população,   promovendo   a   participação   e

facilitando   o   acesso   desses   segmentos   aos   serviços   oferecidos   pelo   poder

público.

Essas   políticas   de   inserção   tendem   a   amenizar   o   problema,   mas   se

concentram nas consequências, e não nas causas. A reserva de vagas em

universidades públicas e os programas oficiais de financiamento da educação

são algumas das formas de compensar parcialmente as dificuldades no acesso

de  grande  parte  da população  em  idade  escolar  à  educação  de  qualidade.

Porém, para uma efetiva repercussão dos efeitos da formação no mercado de

trabalho, é necessário mais tempo e investimentos, e, para uma participação

igualitária, outros fatores precisam somar-se à educação.

A educação formal e a qualificação profissional são importantes, mas não são

suficientes para a geração de empregos ou para garantir a manutenção das

pessoas   em   seus   postos   de   trabalho.   Principalmente   se   atitudes

discriminatórias, sejam elas de gênero, étnico-racial ou outras, mantiverem-se.

LEGENDA: Manifestação por cotas raciais nas universidades públicas, em São

Paulo (SP), em 2014.



FONTE: Taba Benedicto/Futura Press


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