Ideologia e cultura
Muitas manifestações culturais são expressões da ideologia. Esse conceito
expressa um fenômeno que ocorre no plano das ideias e pensamentos sobre a
realidade material, com efeito sobre as ações sociais.
A palavra ideologia tem muitos sentidos e foi criada, em 1801, pelo filósofo
francês Destutt de Tracy (1754-1836), que a empregou como ciência das ideias
(fatos da consciência). Ideologia também pode designar uma doutrina, um
conjunto de ideias que influencia grupos sociais, legitimando formas de ação:
doutrinas econômicas, políticas, filosóficas, etc.
Em meados do século XIX, Marx e Engels deram ao termo sua concepção
política. Presente no dia a dia, a ideologia justifica as posições que assumimos
e nos dá sua visão das relações sociais, que é baseada na do grupo
dominante. Ela se manifesta nas representações sociais, em palavras,
sentimentos e condutas que se cristalizam nas crenças, nas religiões, na
filosofia, no direito, na política, etc.
Ao instaurar essas crenças, a ideologia sustenta a dominação social, estudada
no Capítulo 1, porque ela explica o fato de a sociedade ser de um modo e não
de outro, valendo-se de justificativas convenientes aos que ocupam postos de
mando. Com isso, ela facilita a aceitação dessa realidade desigual, legitima
determinadas posições políticas e justifica práticas sociais que reproduzem as
relações de dominação.
LEGENDA: Cartaz de propaganda oficial do governo militar brasileiro,
veiculado em 1976. A ideologia nos dá a visão que as classes dominantes
querem que tenhamos, para ocultar ou dissimular os fatos da realidade.
FONTE: Acervo Iconographia/Reminiscências
Fim do complemento.
Mesmo com a divulgação e a condenação de métodos empregados durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945) para acabar com grupos e populações
inteiras - como os campos de concentração e de extermínio -, as formas de
preconceito e racismo não deixaram de ser praticadas. Na Europa, o aumento
da imigração originada das ex-colônias, a partir dos anos 1980, reemergiram
nacionalismos de caráter conservador, fundados no racismo, na intolerância e
na xenofobia. Quando a sensação de pertencimento (o sentimento coletivo de
pertencer a uma nação, a um grupo social, partilhar um sistema de valores,
experiências, tradições e a mesma língua) se torna exacerbada, muitas formas
de violência vêm à tona.
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