Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



Yüklə 1,85 Mb.
Pdf görüntüsü
səhifə58/471
tarix01.01.2022
ölçüsü1,85 Mb.
#106913
1   ...   54   55   56   57   58   59   60   61   ...   471
Silvia Maria de Ara jo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi M.docx

Pausa para refletir


Pense sobre o significado desta charge de Laerte. De que maneira ela pode

ser relacionada com a desigualdade presente em nossa sociedade?

A  pobreza  é um dos problemas relacionados à desigualdade. O conceito de

pobreza   não   é   universal,   ou   seja,   não   é   o   mesmo   em   todas   as   partes   do

mundo. Trata-se de uma condição histórica pela qual segmentos da população

mundial   sofrem   com   a   escassez   de   recursos   materiais   ou   com   sua   má

distribuição. A noção de pobreza é, portanto, relativa ao grau de desigualdade

socioeconômica em uma região ou em um país. Podemos dizer que a pobreza

é característica da  estrutura social  e tem relação com o modo como cada

grupo   se   organiza   para   produzir,   distribuir   e   garantir   o   sustento   de   seus

membros. A estrutura social também é objeto de estudo da Sociologia.

FONTE: Laerte/Acervo do cartunista



O   adjetivo  social  despe   o   termo   "estrutura"   de   sua   conotação   espacial,

exatamente como sucede com termos tais como "distância" ou "mobilidade". A

"distância social" não denota distância espacial, enquanto a "mobilidade social"

não se refere à mobilidade no espaço. [...] O conceito de estrutura social é mais

amplo que o de estrutura de classes, porquanto os grupos encarados como

elementos na estrutura social não precisam ser classes sociais, podendo ser,

por exemplo, categorias de idade (como crianças, jovens, adultos, anciãos). [...]

poderiam também ser grupos étnicos [...]. Concebo a estrutura social, portanto,

como um sistema de relações humanas, distâncias e hierarquias, tanto numa

forma organizada quanto numa forma desorganizada.

OSSOWSKI,   Stanislaw.  Estrutura   de   classes   na   consciência   social.   Rio   de

Janeiro: Zahar, 1976. p. 21-22.

53

Afirmar que a desigualdade faz parte da estrutura das sociedades não significa

afirmar   que   ela   é   natural.   Pelo   contrário,   a   desigualdade   é   produzida   e

reproduzida   pelos   seres   humanos   em   suas   ações   e   na   forma   como   criam

historicamente diferentes valores e níveis de acesso a modos de vida, serviços

sociais, recursos para lazer, etc. Um exemplo é a sociedade contemporânea

em que vivemos, cuja estrutura é predominantemente capitalista. Nela, o que é

produzido pelos que se organizam para obter a sobrevivência acaba sendo




apropriado de forma desigual entre os que decidem e organizam a produção e

aqueles que trabalham. Muitas desigualdades sociais nascem dessa divisão

entre o trabalho executado e a riqueza produzida e distribuída.

Conforme   a   humanidade   desenvolve   suas   tecnologias   e   formas   de

organização,   emergem   novas   dimensões   da   desigualdade.   Entre   elas,

podemos   citar   aquela   que   passa   pelo   conhecimento   e   pelo   acesso   à

informação - desde a capacidade de ler e escrever até o domínio das leis e dos

meios tecnológicos propiciados pela Informática.

LEGENDA: Alunos acessam a internet em um telecentro comunitário da Casa

de   Cultura   de   Itaguaí,   Rio   de   Janeiro,   em   2012.   A   falta   de   acesso   ao

conhecimento   e   aos   meios   tecnológicos   é   uma   das   novas   dimensões   da

desigualdade   social   no   mundo   globalizado.   Nesse   sentido,   ações   como   a

distribuição   de   computadores   nas   escolas   públicas   e   a   existência   de

telecentros comunitários dão suporte à inclusão digital.

FONTE: Luiz Guilherme Fernandes/Acervo do fotógrafo

Debate

Leia e discuta com os seus colegas as razões para a situação descrita no texto

a seguir, do economista brasileiro Gilberto Dupas (1943-2009).

Do lado social, a forte inserção da região [América Latina] na lógica global na

década  que  passou   acelerou  a  deterioração   dos  seus   indicadores  [sociais].

Segundo o boletim Panorama da América Latina (2002-2003), da Comissão

Econômica   para   América   Latina   e   Caribe   (Cepal),   a   população   latino-

americana abaixo da linha de pobreza evoluiu sucessivamente de 41% do total

em   1980   (136   milhões   de   pessoas)   para   43%   em   2000   (207   milhões   de

pessoas); e em 2003 ela já alcançava 44% (237 milhões de pessoas). Já o

índice de população indigente crescia de 19% em 2001 para 20% em 2003.

Esse   número   teve   forte   influência   da   Argentina,   onde   a   taxa   de   pobreza

duplicou de 1999 a 2003 (de 20% para 42%) e a indigência quase quadruplicou

(de 5% para 19%). Por outro lado, o Programa Mundial de Alimentos (ONU),

operando   em   parceria   com   a   Cepal,   apurou   que   quase   9%   das   crianças

menores   de   cinco   anos   sofrem   de   desnutrição   aguda   e   19%   delas   de

desnutrição   crônica;   combinadas,   causam   efeitos   negativos   irreversíveis.



Apesar da forte "modernização" das economias dos países latino-americanos,

persiste, pois, na região, um quadro grave e crescente de miserabilidade das

suas sociedades.

DUPAS,   Gilberto.  Atores   e   poderes   na   nova   ordem   global:  assimetrias,

instabilidades e imperativos de legitimação. São Paulo: Ed. da Unesp, 2005. p.

61.



Yüklə 1,85 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   54   55   56   57   58   59   60   61   ...   471




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin