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Veja a tabela a seguir.

Tabela: equivalente textual a seguir.

Maiores reservas mundiais de petróleo - 2014

País

Bilhões de barris

Venezuela

299,9

Arábia Saudita

266,5

Irã

157,5

Iraque

143,0

Kuwait

101,5

Emirados Árabes Unidos

97,8

Rússia

80,0

FONTE: Elaborada com dados de: OPEP. Anual Statistic Bulletin 2015, p. 26. Disponível em: www.opec.org/opec_web/static_files_project/media/ downloads/publications/ASB2015.pdf. Acesso em: 22 nov. 2015.

A região tem importante participação na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), com seis países-membros: Irã, Iraque, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Arábia Saudita. Como membros da organização, os países produtores do Oriente Médio conseguem controlar a produção e o preço do petróleo no mercado mundial.

Essa fonte de energia é utilizada quase totalmente para exportação, uma vez que as outras atividades industriais dos países não demandam grande consumo. Apesar do clima pouco favorável, no Oriente Médio predominam as atividades agropecuárias tradicionais. O turismo é outra atividade importante nesses países, apesar dos conflitos que acontecem na região.

LEGENDA: Vista de edifícios modernos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, em 2015.

FONTE: Andrzej Kubik/Shutterstock

Fundamentalismo e extremismo

O Oriente Médio tem sido palco da ação de organizações fundamentalistas extremistas, que muitas vezes realizam ataques terroristas a fim de chamar a atenção para suas causas. A concentração dessas organizações na região tem origem na grande diversidade étnico-religiosa, raiz da maioria de seus conflitos.

O fundamentalismo, como crença absoluta nos preceitos de uma religião e a necessidade de impô-los a outros, sempre existiu em todas as correntes religiosas. Podemos falar em fundamentalismo no cristianismo, no judaísmo, no islamismo. Porém, o fundamentalista não é necessariamente extremista. Apenas os fundamentalistas que recorrem a ações extremas, como o terrorismo, podem ser chamados assim.

Chamamos de fundamentalismo islâmico a pretensão do islã de instituir Estados islâmicos e tornar-se uma nova força mundial, exigindo unidade entre religião e política nos países por ele dominados. Os fundamentalistas querem fundar Estados nos quais a Charia, interpretada de forma rígida, seja aplicada no cotidiano político, econômico e social.

Nos países islâmicos mais ortodoxos, particularmente Irã (xiita) e Arábia Saudita (sunita), as leis islâmicas chegam a ser incorporadas aos códigos civil e penal do Estado. Em outros, tidos como moderados, como Egito e Jordânia, o fundamentalismo religioso funciona como partido de oposição ao governo.

Glossário:



Xiita: corrente do islamismo que atribui a liderança religiosa à descendência do profeta Maomé.

Sunita: corrente do islamismo que reúne mais de 90% dos islâmicos.

Fim do glossário.

A separação entre Estado e religião, que não é aceita pelos fundamentalistas, é uma das principais causas da luta dos grupos extremistas islâmicos.

O fundamentalismo judaico só aceita a criação de um Estado judeu na Palestina sem a participação da população árabe.

Tanto fundamentalistas islâmicos como judaicos formaram grupos extremistas, que recorrem ao terrorismo na região.

Hamas (Palestina), Hezbollah (Líbano), Al Jihad (Egito), HUM (Paquistão e Afeganistão), Al-Qaeda e o Estado Islâmico (assunto do boxe da página 271) são as principais organizações terroristas islâmicas. Entre as judaicas, podemos citar Kach e Kahane Chai, Ateret Cohanim e Movimento pela Integridade de Israel.



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Al-Qaeda e Osama bin Laden

A Al-Qaeda é uma organização terrorista islâmica com ramificações em vários países do mundo.

Fundada e financiada pelo milionário saudita Osama bin Laden, foi a responsável por vários ataques terroristas a alvos ocidentais. O maior deles foi o ataque às torres gêmeas, em Nova York, nos Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001. Nesse atentado, quatro aviões de companhias estadunidenses que transportavam passageiros foram sequestrados em diferentes aeroportos do país. Dois deles atingiram, com intervalo de dezoito minutos, as torres gêmeas do World Trade Center, centro de poder econômico onde funcionavam bancos e escritórios de algumas das maiores empresas do país. O terceiro jato comercial foi arremessado contra o edifício sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o Pentágono, em Washington. O quarto avião, que supostamente tinha outro alvo, foi derrubado sobre uma região florestal, no estado da Pensilvânia.

Outros importantes ataques que o grupo realizou atingiram embaixadas norte-americanas na África (1998); o navio US Cole, que estava fundeado no Iêmen (2000); vários trens suburbanos em Madri (2004); a embaixada da Austrália em Jacarta (2004); o metrô de Londres (2005); e o jornal francês Charlie Hebdo, em Paris (2015).

Em maio de 2011, Osama bin Laden foi morto em uma ofensiva das forças dos Estados Unidos, próximo a Islamabad, capital do Paquistão.

LEGENDA: A imagem mostra o momento em que o segundo avião se aproximava do World Trade Center, em setembro de 2001. Segundo o Departamento de Estado do governo norte-americano, morreram 2 749 pessoas no atentado às torres gêmeas, em Nova York. O impacto sobre a economia estadunidense e mundial foi avassalador.

FONTE: Masatomo Kuriya/Corbis/Latinstock

Boxe complementar:

Ampliando o conhecimento

O Estado Islâmico



Estado Islâmico é a mais recente denominação de um grupo radical islâmico (sunita) que pretende instituir um califado - um Estado dirigido por um único poder político e religioso regulamentado pela lei islâmica, a Charia. Ainda limitado ao território conquistado na Síria e ao norte e oeste do Iraque, promete expandir-se e "quebrar as fronteiras" da Jordânia e do Líbano e "libertar" a Palestina.

Resulta do vazio de poder nos últimos quatro anos de guerra síria. Domina campos de petróleo, de onde se financia. Algo como 30% da Síria e cidades importantes do Iraque estão em seu poder. Muçulmanos sunitas matam xiitas, impõem a conversão a cristãos e escravizam mulheres. Meta: criar um "califado" para todos os muçulmanos professarem a religião conforme seus preceitos.

É liderado por Ibrahim Awad Ibrahim Ali al-Badri al-Samarrai, conhecido como Abu Bakr al-Baghdadi, desde 2010, época em que o grupo se chamava Al-Qaeda do Iraque e depois Estado Islâmico do Iraque. Em abril de 2013 o nome foi alterado para Estado Islâmico do Iraque e Levante, quando agrupou a Al-Qaeda do Iraque e um ramo dissidente do grupo sírio Frente al-Nusra, constituído para combater o presidente sírio Bashar al-Assad. A designação Estado Islâmico foi anunciada em junho de 2014 com a instituição do autodenominado califado, e al-Baghdadi foi proclamado califa Ibrahim.

Com cerca de 200 mil integrantes, o grupo é responsável por ações de extrema violência, como decapitações de indivíduos de outras religiões e militares, bem como queima de aldeias, de pessoas e destruição de Patrimônios da Humanidade no Oriente Médio.

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Sobre o Estado Islâmico

FONTE: Adaptado de: SIC Notícias. Disponível em: http://sicnoticias.sapo.pt/Infografias/2015-03-13-Da-Al-Qaeda-do-Iraque-aoEstado-Islamico. Acesso em: 24 nov. 2015. CRÉDITOS: Julio Dian/Arquivo da editora

Em 2015, o Estado Islâmico se aliou ao grupo extremista africano Boko Haram. O pacto foi firmado pela internet. É a união dos dois grupos responsáveis pelos atos mais selvagens dos últimos tempos.

Nesse mesmo ano realizou atentados em Beirute, no Líbano, e em Paris, França. Nas duas cidades foram atingidos lugares públicos. Em Beirute foram realizadas explosões próximo a um centro comercial no sul da cidade. Em Paris houve sete atentados, mais ou menos simultâneos, com execuções a tiros e explosões de homens-bomba. Entre os lugares atingidos estavam os arredores do Stade de France, a casa de shows Bataclan e um restaurante cambojano.

Texto elaborado com base em: SIC Notícias e ZH Notícias. Disponível em: http://sicnoticias.sapo.pt/Infografias/2015-03-13-Da-Al-Qaeda-do-Iraque-ao-Estado-Islamico; http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/noticia/2015/04/entenda-como-as-novas-organizacoes-terroristas-se-disseminam-4733102.html. Acesso em: 24 nov. 2015.

Fim do complemento.

Região de conflitos

O Oriente Médio é a região onde as disputas pelo território e pela territorialidade são mais intensas. A mais violenta e de difícil solução é a Questão Palestina, que teve início com a criação do Estado de Israel, em 1948. Nessa região também estão os representantes da maior etnia sem território do mundo na atualidade: os curdos. Outros exemplos de luta pela territorialidade no Oriente Médio são a luta pela água (por exemplo, no vale do rio Jordão, entre Síria, Israel, Jordânia e Cisjordânia), a luta entre o fundamentalismo islâmico, que pretende a territorialidade político-religiosa, e as transnacionais do petróleo, controladas pelos Estados Unidos e por países europeus que aí exercem uma territorialidade econômica. Fazem parte da região também o Irã, que desenvolve um programa nuclear criticado internacionalmente, e dois países invadidos pelos Estados Unidos no início do século XXI: Iraque e Afeganistão.

A Questão Palestina

Há mais de sessenta anos, a faixa de terra pequena e desértica que se estende ao longo do Mediterrâneo, entre o Líbano e o Egito, tem sido objeto de violenta disputa, cujas raízes são muito antigas. Os conflitos nessa região, a Palestina, envolvem árabes e judeus, povos profundamente ligados a ela.

Os judeus são descendentes dos hebreus, antigos habitantes da Palestina, que haviam sido expulsos pelos romanos no início da Era Cristã. Dispersos pelo mundo num movimento conhecido como Diáspora, os hebreus passaram a ser chamados judeus. Hoje preferem a designação israelenses.

Os árabes ocuparam a região durante a expansão árabe entre os séculos VII e XV e aí permaneceram sob o Império Otomano e, depois, sob o protetorado britânico. São também chamados palestinos.

Os israelenses alegam direitos históricos sobre a Palestina, e os árabes têm certeza de ter direito adquirido pelo longo período de ocupação da região.

Durante muito tempo, o povo judeu permaneceu espalhado por diversos países, sempre acalentando o sonho de ter o seu próprio território. No final do século XIX, surgiu na Europa um movimento conhecido como movimento sionista ou sionismo, que elegeu a Palestina, antiga pátria dos hebreus, como o território sonhado. A Inglaterra, responsável pela região na época, passou a permitir a entrada de colonos judeus na Palestina. Os choques com a população local foram inevitáveis e tornaram-se cada vez mais intensos. O fluxo migratório dos judeus para o Oriente Médio aumentou durante a Segunda Guerra Mundial, em virtude da perseguição imposta a eles pelos nazistas.

Com o fim da guerra e a independência dos protetorados ingleses (Transjordânia, Palestina e Iraque), a situação entre os árabes e os colonos judeus ficou insustentável.

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Coube, então, à recém-criada ONU realizar em 1947 a partilha da Palestina, dividindo a região assim: um Estado árabe e um Estado judaico - o Estado de Israel, instalado oficialmente em 14 de maio de 1948. Inconformados com a decisão da ONU, os palestinos declararam guerra aos israelenses, com a intenção de expulsá-los das terras que faziam parte do novo Estado de Israel. A primeira guerra entre árabes e judeus na Palestina (1948-1949) terminou com a vitória de Israel e o fim da territorialidade árabe no Estado que lhes fora designado pela ONU. A partir daí outros conflitos se sucederam e Israel conseguiu aumentar cada vez mais seu território; a criação do Estado Palestino aconteceu só no final do século XX. Veja essa evolução nos mapas a seguir.

FONTE: Adaptado de: L'ATLAS du monde diplomatique: mondes émergents. Paris: Le Monde Diplomatique, 2012. p. 157-158; ATLAS Universal y de México Macmillan Castillo. Ciudad de México: Ediciones Castillo, 2015. p. 63. CRÉDITOS: Portal de Mapas/Arquivo da editora

Conflitos entre árabes e judeus

Após esse conflito, os palestinos iniciaram seu êxodo e, em 1959, Yasser Arafat, líder desse povo, criou na Jordânia a Al-Fatah, organização terrorista que não reconhecia o Estado de Israel e que passou a lutar para obter os territórios palestinos de volta. Em 1964, a Al-Fatah transformou-se na Organização para a Libertação da Palestina (OLP). Reconhecida pelos países árabes, a OLP foi proclamada por Yasser Arafat, seu dirigente desde 1969, "um Estado no exílio".

As guerras entre árabes e israelenses tornaram-se frequentes. Entre os principais conflitos destacam-se: a Guerra de Suez (1956), a Guerra dos Seis Dias (1967), a Guerra do Yom Kippur (1973) e a Intifada (1980, 2000 e 2012). O termo "intifada" começou a ser usado para designar os confrontos entre israelenses e palestinos. Nas intifadas há um enfrentamento entre a população árabe, que muitas vezes utiliza pedras como arma, e soldados israelenses. A cada conflito, as fronteiras dos Estados delimitados pela ONU se modificam e a paz parece estar longe. A Guerra dos Seis Dias foi a que mais alterou as fronteiras na região, ampliando os territórios ocupados por Israel.

LEGENDA: A imagem mostra um confronto da Terceira Intifada, ocorrida em 2012.

FONTE: Abbas Momani/Agência France-Presse

Na ocasião, o Conselho de Segurança da ONU votou pela devolução dos territórios ocupados por Israel na Guerra dos Seis Dias: Cisjordânia e Jerusalém Oriental (Jordânia), península do Sinai e Faixa de Gaza (Egito), Colinas de Golã (Síria). O país nunca obedeceu à organização. Apenas o Sinai foi devolvido, em um acordo estabelecido separadamente com o Egito, em 1979.

Em 1988, a OLP renunciou ao terrorismo e reconheceu oficialmente o Estado de Israel. A partir daí, a organização mudou seu discurso radical. Além de renunciar ao terrorismo, Arafat aceitou o diálogo com representantes israelenses e a intermediação dos Estados Unidos nas negociações de paz.



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O início dos anos 1990 trouxe uma pequena esperança de paz na região, pois, além da mudança de atitude do líder palestino, líderes moderados assumiram o poder em Israel.

Em 1993 foi assinado, em Washington, um Acordo de Reconhecimento Mútuo entre Arafat e Israel, representado por Yitzhak Rabin e Shimon Peres, após negociações realizadas em Oslo, capital da Noruega, com a intermediação do então presidente norte-americano Bill Clinton (1992-2000). Os líderes Yasser Arafat, Yitzhak Rabin e Shimon Peres foram agraciados com o prêmio Nobel da Paz em 1994, pelo esforço conjunto pelo fim dos conflitos na Palestina.

LEGENDA: O histórico acordo de paz entre israelenses e palestinos foi assinado na Casa Branca, em Washington, em 13 de novembro de 1993. Presentes, entre outros, Bill Clinton, Yasser Arafat, Shimon Peres e Yitzhak Rabin.

FONTE: J. David Ake/Agência France-Presse

Em 1994 e 1995 foram assinados novos acordos (Oslo I e Oslo II, respectivamente). Yitzhak Rabin aceitou a gradual devolução dos territórios ocupados por Israel (Faixa de Gaza e Cisjordânia) para o futuro Estado palestino. Em troca, os palestinos se comprometeram a colaborar para o fim das hostilidades entre as duas comunidades e a reconhecer o Estado de Israel. Entretanto, o preço por tentar restabelecer a paz na Palestina foi alto. Rabin foi assassinado, em 1995, por um extremista judeu que não aceitava que "terras públicas de Israel" fossem cedidas aos palestinos.

O Estado palestino

Pelos acordos de Oslo, o Estado palestino seria formado pela Faixa de Gaza e por parte da Cisjordânia e deveria ter sido instalado até 13 de setembro de 2000.

A Faixa de Gaza é um território árido e retangular de 360 km2, localizado na ponta sudeste do Mediterrâneo. Limita-se, ao norte e a leste, com Israel e, ao sul, com a península do Sinai (veja mapa na página 273). Com mais de 1,5 milhão de habitantes, dos quais mais de 95% palestinos, a Faixa de Gaza apresenta uma das maiores densidades populacionais e uma das maiores taxas de crescimento demográfico do mundo.

Com 5.400 km2 , a Cisjordânia abriga cerca de 1,5 milhão de palestinos e 120 mil colonos judeus. Localizada entre o território israelense e a Jordânia, há décadas a região é disputada por israelenses e palestinos, que reivindicam o direito à totalidade da soberania e da posse da terra, atual mente ocupada por ambos os povos. Tanto israelenses quanto palestinos reivindicam sua parte da terra com base na história, na religião e na cultura. O Estado de Israel tem soberania sobre grande parte do território, que foi conquistado após a derrota dos árabes em duas guerras - o Conflito Árabe-Israelense, de 1948, e a Guerra dos Seis Dias, de 1967.

O Acordo de Oslo I deu aos palestinos apenas o controle da cidade de Jericó. O direito total à Cisjordânia foi resultado do Acordo de Oslo II.

Entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia há uma distância de 40 km (área ocupada por Israel). Unir as duas áreas é o grande desafio do futuro Estado palestino.

Pelos mesmos acordos ficou estabelecido que a Autoridade Nacional Palestina (ANP) exerceria um governo provisório até a formação do Estado palestino. A administração da Faixa de Gaza e da Cisjordânia também coube à ANP. A data para o estabelecimento do Estado palestino não foi respeitada.

LEGENDA: O governo de Israel iniciou em 2002 a construção de um "muro de proteção" separando territórios palestinos e israelenses na Cisjordânia. O muro corta áreas rurais e urbanas palestinas, limitando a livre circulação desse povo em seu próprio território. Na imagem, a barreira em área próxima a Jerusalém. Foto de 2015.

FONTE: Thomas Coex/Agência France-Presse

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Em janeiro de 2005 foram realizadas eleições que resultaram na vitória de Abu Mazen (Mahmoud Abbas) para o comando da ANP. O novo líder se declarou aberto a novas negociações com Israel. Nesse mesmo ano, Israel promoveu uma conturbada retirada de seus colonos da Faixa de Gaza.

Embora os conflitos entre as populações árabe e israelense e os desentendimentos entre seus governantes continuem a acontecer, impedindo a paz efetiva na região, em 2012 os territórios ocupados pelos palestinos foram finalmente reconhecidos pela Assembleia-Geral das Nações Unidas na categoria de Estado observador, não membro, mesmo status do Vaticano.

LEGENDA: Estudante palestina é detida na fronteira por soldados israelenses, perto de Ramallah. A jovem protestava contra a detenção de universitários palestinos em prisões de Israel. Foto tirada na vila de Betunia, na Cisjordânia, em 2015.

FONTE: Abbas Momami/Agência France-Presse

Boxe complementar:

Jerusalém: o ponto de discórdia

Um dos obstáculos à paz no Oriente Médio é a disputa pelo controle da cidade de Jerusalém, localizada na Cisjordânia. Jerusalém oriental é o centro da vida palestina: aí estão as mesquitas de Domo da Rocha e de Al-Aqsa. É também o local onde o profeta Maomé subiu aos céus, segundo a crença muçulmana.

Jerusalém foi, ao longo dos séculos, a única capital e centro da vida judaica quando esse povo habitava a Palestina. É a cidade do rei David, onde se encontra o lugar sagrado dos judeus: o Muro das Lamentações, vestígio do Segundo Templo, destruído pelos romanos em 70 d.C. É também a cidade sagrada do cristianismo, cenário da paixão e morte de Jesus Cristo.

Fim do complemento.

Israel e os países árabes

A Questão Palestina envolveu também outros países árabes do Oriente Médio na luta contra Israel. Egito, Jordânia, Síria e Líbano participaram dos conflitos de 1956, 1967 e 1973, ao lado dos palestinos. O Egito foi o primeiro a assinar, em 1979, um acordo de paz com Israel, em Camp David, residência de verão do presidente dos Estados Unidos. A Jordânia selou a paz com os vizinhos em 1994.

Os problemas entre Israel e Líbano se acirraram quando este país abrigou os palestinos expulsos da Jordânia. Em 1978, o sul do Líbano foi ocupado por Israel. Em 1985, uma "faixa de segurança" foi demarcada para prevenir ataques de guerrilheiros a territórios israelenses. Foram milhares as mortes de ambos os lados. Em maio de 2000, finalmente, Israel terminou de retirar suas tropas do sul do Líbano. Entretanto, continua o enfrentamento entre a organização tida como terrorista, o Hezbollah, e Israel na fronteira entre os dois países.

A Síria é o único país que não assinou nenhum acordo de paz com Israel. Como só aceita negociar se os israelenses devolverem as colinas de Golã, território ocupado em 1967, e como estes se recusam a fazê-lo, criou-se um verdadeiro impasse.

As colinas de Golã são uma região estratégica por dois motivos:

- Por meio delas é possível controlar uma das principais fontes de abastecimento de água de Israel: o rio Jordão e as correntes que descem do monte Hermon e das próprias colinas, alimentando o lago Tiberíades.

- A localização e a conformação das colinas permitem ter controle visual do vale de Huleh, uma das mais ricas áreas agrícolas de Israel.

A disputa pela água

Uma questão que está por trás dos conflitos entre israelenses e palestinos pelo território é a escassez de água.

A região com menor disponibilidade de água por habitante é o Oriente Médio, problema que pode se agravar nas próximas décadas.

Os principais mananciais que abastecem a Palestina são as reservas de água da bacia do rio Jor dão, que abrangem as águas superficiais do rio Jordão, o mar da Galileia (lago Kinneret) e o rio Yarmuk. Além disso, existem águas dos aquíferos da Montanha (quase todo no subsolo da Cisjordânia), de Basin e Costeiro (que se estende por quase toda a faixa litorânea israelense, até a Faixa de Gaza).

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Israel controla os recursos hídricos e, por legislação internacional, tem de fornecer água potável para os palestinos. Entretanto, o país é extremamente seco e desenvolveu um sistema de indústria agrocomercial que utiliza intensamente esses recursos. Por isso, sempre priorizou projetos que garantissem o controle da água na região. Um exemplo é o do Aqueduto Nacional (1953), que canaliza o curso de mais da metade dos afluentes do rio Jordão para os projetos de irrigação do deserto de Neguev. Mais tarde, com a posse dos territórios ocupados em 1967, Israel garantiu o controle de áreas com recursos hídricos.

A construção do "muro de segurança" permitiu o controle israelense da quase totalidade do aquífero de Basin, um dos três maiores da Cisjordânia.

A disputa pela água mostra que um acordo de paz não é possível sem um consenso sobre a divisão dos recursos hídricos.

Curdos

Maior grupo étnico sem território, os curdos, de maioria muçulmana sunita, não são turcos, árabes nem persas. Espalham-se principalmente por terras da Turquia, do Irã e do Iraque, onde sofrem as mais duras perseguições, embora ocupem também pequenas áreas da Síria e da Armênia. Veja o mapa abaixo.



FONTE: Adaptado de: SMITH, Dan. Atlas dos conflitos mundiais. São Paulo: Nacional, 2007. p. 62. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora

Irã: do xá aos aiatolás

Apoiado pelos Estados Uni dos entre 1941 e 1979, o xá Reza Pahlevi dirigiu o Irã e procurou implementar um processo de ocidentalização no país, mantendo um regime de forte repressão a seus opositores. Seu principal foco de oposição foi o setor fundamentalista iraniano, que acabou por tomar o poder em 1979 sob a liderança do aiatolá Ruhollah Khomeini. Líder religioso, Khomeini declarou o Irã uma república islâmica. Como uma teocracia, o Irã é regido por leis religiosas.

Glossário:



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