Ampliando o conhecimento
Grupo extremista Boko Haram surgiu como seita e virou grupo armado
O grupo radical islâmico Boko Haram, que intensificou seus ataques nas últimas semanas na Nigéria e assumiu a autoria do sequestro de mais de 200 estudantes, nasceu de uma seita que atraiu jovens do norte do país.
Seus líderes são críticos em relação ao governo nigeriano e querem estabelecer a lei do islã no país. Além disso, condenam a educação ocidental e são contra mulheres frequentarem a escola. Boko Haram significa "a educação ocidental é pecaminosa" em hausa, a língua mais falada no norte da Nigéria.
Para Mohammed Yusuf, fundador da seita, os valores ocidentais, instaurados pelos colonizadores britânicos, são a fonte de todos os males sofridos pelo país. Ele atraiu a juventude de Maiduguri, capital do estado de Borno, com um discurso agressivo contra o governo da Nigéria. [...]
Segundo informações da agência AFP, o grupo recruta novos membros principalmente entre os "almajirai", estudantes islâmicos itinerantes, que não tiveram acesso a uma educa ção de qualidade. Também recebe apoio de intelectuais que consideram que a educação ocidental corrompe o islã tradicional.
[...] Em julho de 2009, eclodiram confrontos entre a polícia e os membros do Boko Haram no nordeste da Nigéria, região onde tem maior atuação. Em uma grande operação, o Exército matou 700 pessoas e capturou Yusuf, que foi executado.
O movimento passou a agir na ilegalidade e alguns de seus integrantes fugiram para o exterior, onde foram influenciados por um movimento jihadista internacional que os convenceu a deixar os protestos pacíficos.
Nesse estágio, o objetivo do grupo já não era apenas impor a lei islâmica na Nigéria, mas desestabilizar o Estado com uma estratégia terrorista de medo e pânico. Abubakar Shekau, que era o braço direito do líder executado, assumiu então o comando do Boko Haram.
[...]
A violência que atinge tanto muçulmanos como cristãos aumentou nos três estados do nordeste da Nigéria desde o estabelecimento do estado de emergência, em maio de 2013, e da brutal ofensiva do Exército, considerado responsável por massacres em localidades suspeitas de abrigar o Boko Haram. Em resposta, o grupo destrói aldeias inteiras suspeitas de colaborar com o Exército.
Segundo diplomatas, membros do Boko Haram foram treinados pela AQMI (Al-Qaeda no Magrebe Islâmico) no norte do Mali entre 2012 e 2013. Além disso, afirmam que o Boko Haram está presente em Níger, Chade e Camarões, países que serviriam de base para o grupo.
[...] Em termos de financiamento, o Boko Haram recebe apoio de fiéis nas mesquitas e organiza assaltos a bancos.
G1 mundo, 6 maio 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/grupo-extremista-boko-haram-surgiu-como-seita-e-virou-grupo-armado.html. Acesso em: 20 nov. 2015.
LEGENDA: Casas queimadas pelo grupo Boko Haram, em Zabarmari, vila agrícola e pesqueira situada no nordeste da Nigéria. Foto de 2015.
FONTE: Stringer/Agência France-Presse
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Sudão e Sudão do Sul
A guerra ainda se prolonga no Sudão, palco de duas guerras civis com décadas de duração. Os conflitos começaram quando o governo islâmico do norte pretendeu estender o domínio da Charia no sul animista e cristão. A guerra causou milhões de mortes; além disso, gerou milhões de refugiados, que procuraram asilo em paí ses vizinhos, como o Chade. Os combates foram encerrados com o Tratado de Naivasha, assinado em janeiro de 2009, com o apoio da ONU e da União Africana. Esse tratado previa a independência do Sudão do Sul, submetida a referendo e concretizada em 9 de julho de 2011. Nesse mesmo mês, o país entrou na ONU e na União Africana. Sua capital, Juba, é também sua cidade mais populosa. Com um acordo de paz muito frágil, o Sudão declarou guerra ao seu novo vizinho do sul, em 2012, pois os dois lados não chegam a um acordo sobre a marcação da fronteira, que envolve a propriedade dos territórios ricos em minérios, e sobre quanto o Sudão do Sul deve pagar para exportar seu petróleo através do Sudão.
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