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Concluindo a Unidade 5
Leia o texto, reflita e depois faça o que se pede.
Poluição e desperdício fazem da crise hídrica um problema de difícil solução
SP, RJ e MG pagam o preço da poluição descontrolada e do desperdício.
São Paulo
A represa Billings abastece 1,6 milhão de pessoas na região do Grande ABC, na grande São Paulo. O governo do estado quer ampliar a captação das águas do reservatório, mas a proposta gerou polêmica. Boa parte das margens da represa está ocupada por invasões, e é grande a quantidade de lixo na água.
O maior ponto de poluição da represa fica na barragem que faz a transposição da água do rio Pinheiros. A quanti dade de material orgânico é impressionante.
A bióloga Marta Marcondes fez a medição do oxigênio na água, em um braço mais limpo da Billings. O ideal para que haja vida é acima de 8 mg/L, mas o máximo registrado na represa foi 7,3 mg/L. Em uma região de água mais poluída, a quantidade de oxigênio na Billings é de apenas 1,8 mg/L. Isso significa que não há vida na água.
No ponto onde fica a usina de transposição de água do rio Pinheiros, região mais poluída da represa Billings, nem as bactérias que se alimentam de lixo orgânico conseguem sobreviver. O nível de oxigênio na água é de apenas 0,5 mg/L.
Embora a sujeira assuste, no lodo que se acumula no fundo da represa há um perigo ainda maior. A presença de metais pesados e de coliformes fecais está muito acima da quantidade tolerada.
Lixo e esgoto são jogados na represa Billings desde o início das ocupações, há 40 anos. Além das ocupações irregulares, a mata que cerca a Billings se transformou em um cemitério de carros roubados, há carcaças e pedaços de veículos espalhados por vários metros, a poucos passos da água.
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Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, moradores de Mesquita quebram o asfalto da rua para fazer ligação direta nas tubulações da Cedae, já que a água não chega às casas. Além da água, eles constroem um sistema de esgoto por conta própria.
Na região, a Cedae instalou a tubulação e os relógios para a cobrança, mas a água nunca chegou. Mesmo quem nunca teve a ligação recebe a conta mensalmente. Os moradores se recusam a pagar e garantem que já foram feitas inúmeras reclamações.
No recreio dos Bandeirantes, falta água na casa dos mais pobres e dos mais ricos. Nem mesmo o poço artesiano resolve o problema, já que parte do bairro não tem saneamento e o esgoto dos córregos contamina o lençol.
Em um condomínio do bairro, a conta mensal com a compra de água de carros-pipa chega a R$ 24 mil. Os moradores dizem que já cansaram de reclamar com a Cedae, que continua enviando a conta de água no valor de R$ 4 mil.
A Companhia de Água e Esgoto do Rio de Janeiro mandou uma nota dizendo que nos próximos quatro anos vai construir 17 novos reservatórios na Baixada Fluminense.
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Minas Gerais
O Sistema Paraopeba, que abastece a região metropolitana de Belo Horizonte, também está com o nível de água baixo. Em fevereiro de 2015, a represa está 20,5 metros abaixo do nível normal.
O mês de janeiro levou chuva para a região. Mesmo em quantidade insuficiente para encher uma represa tão grande, a água que vem do céu ajuda muito os agricultores. Um produtor mineiro criou sua versão de represa na propriedade, um lago artificial, e guarda água até em banheira velha para evitar a perda da lavoura novamente.
Belo Horizonte desperdiça 40% de sua água tratada. Os profissionais da Copasa responsáveis por procurar esses vazamentos são chamados "caça-gotas".
Uma ligação clandestina é encontrada e o trabalho dos operários começa. Em poucos minutos, os moradores de uma comunidade próxima se aproximam para reclamar. Eles impedem o corte de água e dizem que a ligação clandestina existe porque não há abastecimento regular.
PROFISSÃO Repórter. Disponível em: www.g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2015/02/poluicao-e-desperdiciofazem-da-crise-hidrica-um-problema-de-dificil-solucao.html. Acesso em: 6 nov. 2015.
1. A foto abaixo foi tirada na represa Billings, localizada entre a zona sul de São Paulo e o município de São Bernardo do Campo. Relacione-a à reportagem que você acabou de ler.
LEGENDA: Carcaça de carro descoberta com a descida do nível das águas na represa Billings, em São Paulo (SP), em 2014.
FONTE: Luiz Carlos Murauskas/Folhapress
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