O liberalismo emergiu no século XVIII como reação ao absolutismo, tendo
como valores primordiais o individualismo, a liberdade e a propriedade privada.
Ganhou projeção como adversário da concentração do poder pelo Estado, prin-
cipalmente no que dizia respeito às atividades econômicas, no contexto do chamado
capitalismo concorrencial. Nessa fase do capitalismo, os resquícios feudais foram
sendo extintos, enquanto o capital industrial se implantava e o trabalho assalariado
O Estado liberal apresentava-se como representante de toda a sociedade, tendo o
papel de "guardião da ordem": não lhe caberia intervir nas relações entre os
indivíduos, mas manter a segurança para que todos pudessem desenvolver
livremente suas atividades. Com o Estado liberal, estabeleceu-se a separação entre o
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público e o privado.
Politicamente, o Estado liberal se fundamenta na ideia de soberania popular. A
expressão mais clara dessa idéia se encontra nas constituições liberais, como a do
Brasil, na qual se lê, no artigo: "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio
de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição". Isso
significa que, numa eleição, os votantes se pronunciam elegendo os representantes
da vontade popular. O Parlamento é, assim, a instituição central do Estado liberal.
De acordo com o pensamento liberal, o Estado não deve intervir nas atividades
econômicas. A famosa fórmula laissez-faire, laissez-passer ("deixai fazer, deixai
passar") expressa bem a concepção de que as atividades econômicas não devem ser
reguladas pelo Estado, mas por si mesmas, ou seja, pelo mercado - a mão invisível,
de acordo com Adam Smith (1723-1790). A plena liberdade para a produção e a
circulação de mercadorias garantiria, conforme o pensamento liberal, o progresso
das empresas e das nações, contribuindo até para a paz mundial.
Essas concepções do pensamento liberal começaram a ruir no final do século
XIX e caíram definitivamente por terra com a Primeira Guerra Mundial (19141918).
Isso aconteceu porque a intensa concorrência entre as empresas foi provocando o
desaparecimento das pequenas firmas, que faliam ou eram compradas pelas maiores.
A concentração ficou tão grande e o capital na mão de tão poucos que a concorrência
passou a ser entre países, e não mais só entre empresas.
A "guerra" de mercado chegou às vias de fato, ou seja, transformou-se numa
guerra de verdade entre os países. As crises econômicas se tornaram freqüentes e a
competição entre as nações ficou ainda maior. A eclosão da Primeira Guerra teve
origem nessas disputas entre as nações européias.
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