Baianidade nas letras de Caetano Veloso e Gilberto Gil


Os lugares da Bahia e de Salvador



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7.7. Os lugares da Bahia e de Salvador


Na segunda metáde do século XX a própria Cidade da Bahia continua um grande tema no mundo musical. Diferentemente da época anterior, quando foram mencionados especialmente os lugares como Praça da Sé ou Baixa dos Sapateiros, os compositores cantam muito mais seus bairros e locais de encontro, caracterizando-os como emblemáticos. No caso de Caetano Veloso mais referido é o bairro de Amaralina. A palavra „amaralina“ tem um som muito poético, escondindo em si o verbo amar e o nome mar e oferecendo assim um amplo repertório dos jogos de palavra. Vimos que Caetano citou esse bairro na „Tropicália“, na „Qual é, baiana“ e as referências a Amaralina não param aqui. No poema surgido sob a influência da poesia concreta “De palavra em palavra” ele brinca com as palavras, com o som nas combinações incomuns. Usa a descrição de paisagem, diretamente através da palavra “mar”, e pouco escondidamente na fusão do “amarelo” (representa o sol) com “anil” (o céu).74 Com certeza descreve um de seus lugares preferidos de Salvador porque numa conglomeração lexical central podemos descobrir o nome da praia e do bairro Amaralina, onde Caetano morou com sua primeira mulher. Com a enumeração dos outros bairros soteropolitanos deparamo-nos em várias músicas de Caetano, por exemplo na „Beleza pura“.

Poeticamente muito sonora é a justaposição dos três bairros que começam com “barr” feita por Gilberto Gil: “Barra-Barris-Barroquinha / Ó, Maria / Faz tempo que você sabe / Que eu também sou da Bahia”. Até na música “Domingo no parque”, que com a “Alegria, alegria” são consideradas canções de estréia do movimento tropicalista75, podemos encontrar os elementos baianos. Estes são mais explícitos quando Gil localiza a ação para Salvador, nomeando os bairros de Ribeira e Boca do Rio. Outro elemento baiano é a referência à capoeira, mas temos também a parte sonora da canção que com o acompanhamento de berimbau remete à roda da capoeira, tão frequente nas ruas de Salvador. Com muito amor canta Gil os lugares tradicionais da cidade, como a feira popular Água de Meninos, que foi destruída por um incêndio proposital. Inicia com a confissão da influência poética da cidade: “Na minha terra, a Bahia / Entre o mar e a poesia / Tem o porto Salvador”.

Um lugar, tanto cantado por Dorival Caymmi, Itapuã, torna-se também o centro da atenção de Caetano Veloso que compôs a canção com o mesmo título, confiando-nos o que Itapuã significava para ele na juventude: “Tudo esteve em Itapuã / Itapuã, tuas luas cheias, tuas casas feias / Viram tudo, tudo, o inteiro de nós / Itapuã, tuas lamas, algas, almas que amalgamas / Guardam todo, todo, o cheiro de nós”.

A Cidade de Salvador como um tudo é o tema da canção “Cidade do Salvador” de Gil. Ele brinca nela com a oposição da dor e a felicidade, acrescentando ainda outra caraterística típica da cidade, a fé: “A fé / A felicidade / Cidade do Salvador / dor / dor”.

A partir dos anos 60, quando mais e mais pessoas começam a reconhecer a beleza natural da cidade e do estado como algo importante e singular, é possível também encontrar uma canção como essa: “E a Bahia só tem uma / Costa clara, litoral… É por isso que é o azul / Cor de minha devoção / Não qualquer azul, azul…É o azul que a gente fita / No azul do mar da Bahia / É a cor que lá principia / E que habita em meu coração“ (Gil e Veloso – “Beira mar“). Mais uma letra de Gil, generalizando as belezas da Bahia: “Eu vim da Bahia cantar / Eu vim da Bahia contar / Tanta coisa bonita que tem / Na Bahia, que é meu lugar“.


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