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traba.durkheim.SERGIO

3. O que é um fato social?

Os fatos sociais são quase todos os fenômenos que ocorrem na sociedade. Desde os 

comportamentos até as representações sociais. O cumprimento dos papeis sociais (no sentido 

de se exercer uma função) por parte de cada indivíduo no grupo consiste em um fato social. 

Durkheim acreditava que eles são exteriores as consciências individuais. Dessa maneira ele se 

encontra em um estado de independência em relação às suas manifestações individuais. Nos 

não os estabelecemos, os recebemos por educação, se existe antes de nós é porque existe fora. 

As instituições, a educação, as leis, as maneiras de ser e as modos de agir. Até mesmo o 

pensar e o sentir, todos fatos sociais. Ela passa a estar em todas as partes, pois está no todo.

É um importante destaque do autor a não confusão dos fatos sociais com fenômenos 

orgânicos,  visto que  consistem  em  representações e  ações,  muito  menos com  fenômenos 

psíquicos, uma vez que existem fora das consciências individuais. É válido ainda lembrar que 

eles são muito mais uma representação do real, do que o real de fato. Dessa forma são fatos 

não sociais: beber, dormir, comer, raciocinar. Todos aqueles que pertencem à biologia, que são 

característicos das necessidades humanas fisiológicas.

Um   dos   elementos   fundamentais   do  fato   social   é  seu   poder   coercitivo.   Durkheim 

coloca que os fatos sociais não são apenas exteriores, mas dotados de poder coercitivo:

“Um fato social reconhece-se pelo poder de coerção externa que exerce 

ou é suscetível  de exercer sobre  os indivíduos;  e a  presença  desse poder  se 

reconhece,   por   sua   vez,   pela   existência   de   uma   sanção   determinada   ou   pela 

resistência que o fato opõe a qualquer iniciativa individual que tende a violá-lo” 

(p. 37).


O autor continua, afirmando que:

“Fato social  é toda a maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de 

exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior: ou então, que é geral no âmbito 

de   uma   dada   sociedade   tendo,   ao   mesmo   tempo,   uma   existência   própria, 

independente das suas manifestações individuais” (p. 40).

Faz-se importante ressaltar que um fato social pode existir para nada, sem ter nenhuma 

finalidade específica, continuando a existir apenas pela força do hábito. Essa ideia relativiza 



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um pouco o caráter funcionalista atribuído a Durkheim.

O que constitui um fato social são as crenças, as tendências, as práticas do grupo 

tomada coletivamente. Os atos coletivos se fixam mesmo por escrito. O que ele exprime é um 

certo estado de alma coletiva. De acordo com o autor:

“Não podemos nem escolher as formas das nossas casas nem o nosso 

vestuário. Recebemo-las e adotamo-las porque, sendo ao mesmo tempo uma obra 

coletiva e uma obra secular, estão, investidas de uma particular autoridade que a 

educação nos ensinou a reconhecer e a respeitar (…) Um fato social reconhece-

se pelo poder de coerção externa que exerce sobre os indivíduos; e a presença 

desse   poder   se   reconhece,   por   sua   vez,   pela   existência   de   uma   sanção 

determinada ou pela resistência de que o fato opõe a qualquer iniciativa que 

tende a violá-lo”. (p. 37).” 

Nesse sentido o autor coloca que as representações coletivas são uma das expressões 

do fato social. São as crenças morais, as regras sociais, uma  enorme cooperação  que se 

estende tanto no espaço como também no tempo. São as bases que se originam os conceitos 

dos códigos escritos e falados. São todos fatos sociais.


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