· Astronomia: criaram um calendário, fundaram observatórios astronômicos e incorporaram instrumentos de navegação, como quadrantes e astrolábios.
· Matemática: criaram a álgebra e a trigonometria e inventaram o sistema numérico arábico, com base no sistema dos hindus.
· Física: construíram balanças de grande precisão e moinhos movidos a água.
· Química: com excelentes laboratórios, descobriram novos produtos químicos (por exemplo: o bórax, a amônia, o sal amoníaco, o ácido nítrico, o ácido sulfúrico e o nitrato de prata), inventaram o alambique e desenvolveram tintas para colorir tecidos.
· Medicina: seus médicos foram pioneiros na percepção de que certas doenças, como o sarampo, são contagiosas e na elaboração de diagnósticos que levavam em consideração o estado emocional dos pacientes.
· Arquitetura: destacam-se as mesquitas, sustentadas por grandes colunas, com arcos em forma de ferradura e enormes cúpulas. Como a religião islâmica não permite a reprodução de seres naturais, a decoração desses locais era rica em motivos geométricos, conhecidos como arabescos.
LEGENDA: Pintura em pergaminho do século XV que representa um médico muçulmano realizando uma punção em um paciente com hidropisia.
FONTE: Bridgeman/Keystone
5. Divisão do território islâmico
No século VIII e nos seguintes, o território islâmico foi dividido em diver-sos califados independentes. Dessa forma, a expressão Império Muçulmano passou a ter uma conotação mais religiosa do que política, pois designava um conjunto de reinos e países ligados pelo islamismo, mas que não formavam um Estado único e centralizado.
Em 1095, a Igreja católica deu início a uma série de campanhas bélico-religiosas contra os muçulmanos, com o principal objetivo de reconquistar Jerusalém. Na época, toda a região da Palestina e Jerusalém, cidade sagrada para os cristãos, estavam sob domínio muçulmano. As campanhas foram chamadas de Cruzadas e se estenderam até o século XIII (esse tema será tratado mais detalhadamente no capítulo 11).
Em 1258, os mongóis invadiram e saquearam Bagdá. A partir de então, o imenso território sob domínio muçulmano se fragmentou por completo, dando origem a diversos Estados muçulmanos independentes. Apesar disso, a unidade cultural e religiosa dos muçulmanos foi mantida e permanece até os dias atuais.
182
Boxe complementar:
VOCÊ SABIA?
A burca, hoje usada para ocultar o corpo das mulheres, no princípio não tinha relação com o islã, era apenas sinal de status social em algumas culturas. Foi a partir dos séculos XVIII e XIX que seu uso se disseminou. Com a chegada de grupos fundamentalistas ao poder (como o Talibã, no Afeganistão), no final do século XX, é que a vestimenta se tornou obrigatória em alguns países. Ainda assim, em muitos deles as mulheres têm o direito de escolha sobre seu uso.
LEGENDA: Mulheres afegãs vestidas com burcas, símbolo do Talibã, e uma criança. Em fila, elas esperam alimento distribuído na cidade de Herat, no Afeganistão, durante o Ramadã (jejum praticado entre o nascer e o pôr do sol, por um mês, uma vez por ano, obedecendo à crença muçulmana). Foto de 2015.
FONTE: Aref Karimi/AFP
Fim do complemento.
DIALOGANDO COM... GEOGRAFIA E RELIGIÃO
Jerusalém, uma cidade sagrada
Fundada há mais de 4 mil anos por povos semitas, Jerusalém é considerada sagrada por três das maiores religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
No século XI a.C., os hebreus a conquistaram; ela foi escolhida como capital do reino de Israel e ali o rei Salomão teria construído o Templo de Jerusalém. Para os cristãos, que a dominaram entre 300 e 628, a cidade guarda a memória dos últimos dias de Jesus Cristo, pois lá ele teria sido julgado, crucificado e sepultado.
Já os muçulmanos, que conquistaram a cidade em 638, acreditam que foi em Jerusalém que Maomé ascendeu aos céus. Esse fato teria ocorrido em 620 e é conhecido como Jornada Noturna. De acordo com os islamitas, Maomé encontrava-se dormindo em Medina quando o anjo Gabriel o acordou e o levou pelos ares até Jerusalém. Ali, após se encontrar com vários profetas - entre eles Moisés e Jesus -, Maomé atravessou sete céus e recebeu os ensinamentos divinos.
LEGENDA: Iluminura do século XV representando o saque de Jerusalém durante a Primeira Cruzada, em 1099. Criada em pergaminho, a obra é do artista francês Jean de Courcy.
FONTE: Bridgeman/Keystone
DIÁLOGOS
Junto com seu grupo de colegas e com a ajuda do professor de Geografia, façam uma pesquisa sobre a atual Jerusalém, identificando as tensões nascidas do convívio entre judeus e palestinos. Com os dados da pesquisa, montem um painel, destacando as diferenças de concepção entre os dois povos. Num debate sobre o tema com a classe, apresentem o resultado do trabalho.
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ESQUEMA-RESUMO
Mundo árabe-muçulmano
Península Arábica (até o séc. VII)
· Dividida em diversas tribos árabes
· Organizada em cidades-Estado
· População com crenças animistas
· Local importante para as rotas comerciais
Maomé e o surgimento do islamismo (ano 613)
Centralização política e formação da identidade islâmica
Entre os séculos VII e XIII
Expansão do mundo islâmico (península Arábica, partes da África, Ásia e Europa)
Desenvolvimento cultural e científico do mundo islâmico
De acordo com as informações do esquema, os povos árabes não tinham uma unidade identitária até o século VII. Explique como se deu a formação da identidade árabe e de que forma os valores dessa identidade se disseminaram para outras regiões do mundo nos séculos seguintes.
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ATIVIDADES
ORGANIZANDO AS IDEIAS
NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. Explique por que as três maiores religiões monoteístas do mundo consideram sagrada a cidade de Jerusalém.
2. Depois de conquistar Medina, Maomé liderou a ocupação da cidade de Meca, de onde havia fugido para escapar das represálias dos grandes comerciantes. Quais foram as medidas tomadas por Maomé depois de assumir o poder em Meca?
3. O que significa o termo jihad e qual foi sua importância para a ampliação do Império Islâmico?
4. De que modo a religião islâmica e a cultura árabe se fundiram num Estado árabe-muçulmano?
5. Após a morte de Maomé, os islamitas se dividiram em dois grupos, os sunitas e os xiitas. Apesar disso, constituíram um grande império. Descreva resumidamente o processo de expansão do Império Islâmico entre os séculos VII e XIII.
6. O mundo islâmico passou por um grande desenvolvimento cultural e intelectual durante a expansão de seus territórios. Aponte as principais causas desse florescimento e os mais importantes avanços nas diversas áreas do conhecimento nesse período.
INTERPRETANDO DOCUMENTOS: TEXTO E IMAGEM
1. O relato a seguir é uma descrição feita pelo médico e sábio árabe Abd-al-Latif (cerca de 1162- -1231). Ele viveu em Bagdá e visitou muitos territórios islâmicos, como a Síria e o Egito. Seu texto explica como um estudioso árabe deveria se comportar para atingir o conhecimento. Com base na leitura, responda ao que se pede.
Recomendo que não aprendas tuas ciências em livros sem ajuda, mesmo que possas confiar em tua capacidade de compreensão. Recorre a mestres para cada ciência que busques adquirir; e se teu professor for de conhecimento limitado, toma tudo que ele tem a oferecer, até encontrares outro mais consumado. Deves venerá-lo e respeitá-lo [...]. Quando leres um livro, faz todo esforço para aprendê-lo de cor e dominar o seu sentido. Imagina que o livro desapareceu e podes passar sem ele, não sendo afetado pela perda [...]. A pessoa deve ler histórias, estudar biografias e as experiências das nações. Fazendo isso, será como se, em seu curto espaço de vida, tivesse vivido contemporaneamente com pessoas do passado, privado com elas e conhecido os bons e os maus entre elas [...]. Deves modelar tua conduta na dos primeiros muçulmanos. Assim, lê a biografia do Profeta, estuda seus feitos e preocupações, segue suas pegadas, e tenta ao máximo imitá-lo. Deves desconfiar frequentemente de tua natureza, em vez de fazer boa opinião dela, submetendo teus pensamentos aos homens de saber e suas obras, avançando com cautela e evitando a pressa [...]. Aquele que não suportou a tensão do estudo não provará o prazer do saber [...] quando acabares teu estudo e reflexão, ocupa tua língua com a menção do nome de Deus, e canta louvores a Ele [...]. Não te queixes se o mundo te virar as costas, ele te distrairia da aquisição de excelentes qualidades [...] sabe que o conhecimento deixa uma esteira e um cheiro que proclamam seu possuidor; um raio de luz e claridade brilhando sobre ele, apontando-o e distinguindo-o [...]
HOURANI, Albert. Uma história dos povos árabes. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. p. 223-224.
a) Segundo o autor, é possível que um estudioso aprenda e estude sozinho, apenas com a ajuda de livros?
b) Qual é a finalidade do estudo da História e de biografias, de acordo com o documento?
c) O estudioso pode se dedicar apenas ao conhecimento sem se preocupar com questões da religião, na perspectiva de Abd-al-Latif?
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2. Observe a imagem a seguir. Trata-se de uma representação do século XIII, na qual aparecem um muçulmano e um cristão. Reflita sobre a representação do relacionamento entre cristãos e muçulmanos proposta pela imagem. Depois, responda ao que se pede.
LEGENDA: Ilustração em pergaminho do século XIII, que representa um muçulmano e um cristão jogando xadrez em uma tenda. O desenho pertence ao Livro dos jogos, abrigado na Biblioteca Real de San Lorenzo de El Escorial, na Espanha.
FONTE: Bridgeman/Keystone
a) Descreva a cena e a atividade que as duas figuras realizam.
b) Considerando a postura dos indivíduos e sua atividade na imagem, o que é possível deduzir da relação entre o muçulmano e o cristão?
c) Ao longo da Idade Média, inúmeras representações transmitiram a ideia de que cristãos e muçulmanos eram civilizações opostas, em constante conflito. A imagem reproduz esse pensamento? Justifique sua resposta.
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TESTE SEU CONHECIMENTO
NÃO ESCREVA NO LIVRO
1. (UFRGS-RS) Considere as seguintes afirmativas acerca das relações entre o Oriente e o Ocidente no mundo medieval.
I. Uma das causas da queda do Império Romano do Ocidente foi a expansão do islamismo pelo território da Europa ocidental.
II. A cultura árabe legou para as sociedades europeias estudos sobre autores, como Platão e Aristóteles, estabelecendo um elo de ligação entre o mundo antigo pagão e o mundo moderno cristão.
III. A península Ibérica foi profundamente marcada pela presença muçulmana, que se estendeu entre os séculos VIII e XV, produzindo reflexos na cultura lusitana e hispânica.
Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.
2. (UPF-RS) O islamismo é a religião que mais cresce no mundo contemporâneo. Suas origens remontam ao século VII d.C. e sua expansão foi baseada no jihad, guerra santa contra outros povos, especialmente os cristãos. Entre os séculos VII e VIII, foi constituído o Império Árabe-Muçulmano - que dominou a península Arábica -, os territórios dos atuais Irã e Iraque, todo o norte da África e a península Ibérica (atuais Portugal e Espanha). Nesse processo de expansão, os árabes assimilaram muitos legados culturais de outros povos com os quais conviveram, como as tradições da cultura clássica e oriental. Além disso, fizeram com que valores culturais da Antiguidade Clássica chegassem ao mundo moderno. Isso foi possível porque os árabes:
a) difundiram, por intermédio da literatura, a obra mais conhecida dos chineses, que é Mil e uma Noites, reunião de histórias registradas entre os séculos VIII e IX, e lidas ainda hoje no mundo ocidental.
b) levaram para a Europa, por meio da ocupação da península Ibérica, antigas técnicas romanas de cultivo, habilidades de arte na representação humana e a perspectiva linear na pintura.
c) traduziram e difundiram muitos textos, concretizando importantes realizações, a partir do pensamento grego.
d) inventaram o papel, a pólvora, a bússola, o astrolábio, os algarismos árabes e a álgebra.
e) conseguiram profetizar os destinos da humanidade por meio dos signos do zodíaco.
3. (UPE)
Maomé pertenceu a um ramo menor do clã dos Quraysh (coraixitas), um dos mais poderosos de Meca. Foi criado como mercador e casou-se aos 25 anos com uma rica viúva bem mais velha que ele, chamada Khadija. Supõe-se que, nas suas viagens de negócios, Maomé teria entrado em contato com árabes judaicos e cristãos e sido influenciado por eles.
DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. 3ª ed. São Paulo: Contexto, 2011. p. 25. Adaptado.
Sobre a realidade apresentada no texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) A principal influência que Maomé sofreu do judaísmo e do cristianismo foi a crença no monoteísmo.
b) Maomé não obteve sucesso na tentativa de unificar a península Arábica em nome do Islã.
c) O profeta Maomé não obteve resistência para empreender a conquista de Meca.
d) O comércio, atividade desenvolvida por Maomé, não era comum entre os povos árabes do século VII.
e) Os árabes, no século VII, não tinham contato com cristãos, só com judeus.
4. (UCS-RS)
Atualmente, o islamismo é a religião com maior número de seguidores no mundo. Seus preceitos pregam a paz, a justiça e a generosidade entre as pessoas. No entanto, os jornais veiculam com frequência notícias sobre muçulmanos, como também são chamados os adeptos do islamismo, envolvidos em conflitos e situações relacionadas à violência e à intolerância religiosa.
PELLEGRINI, Marco Cesar (Org.). Novo olhar história. São Paulo: FTD, 2010. p. 169.
Sobre o islamismo, é correto afirmar que:
a) surgiu na Arábia e, hoje, é possível afirmar que todos os árabes são muçulmanos,
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seguindo os valores e os ideais pregados por Maomé.
b) muitas pessoas, com a expansão islâmica, foram convertidas ao islamismo; desse modo, nem todos os árabes são muçulmanos e nem todos os muçulmanos são árabes.
c) a conversão ao islamismo foi um fenômeno ligado à expansão muçulmana nos séculos VII e VIII, pois os árabes impunham sua religião aos povos dominados, inclusive de forma violenta.
d) o movimento islâmico não teve como se expandir para a África subsaariana, uma vez que sua doutrina prega a superioridade racial árabe sobre as demais.
e) a tomada de lugares santos do islamismo, localizados na Palestina, deu aos califas motivos suficientes para a pregação da guerra santa, a hégira.
5. O historiador Peter Demant afirma que:
A Arábia vivia então [no século VII] à margem das duas superpotências do Oriente Médio da época: a Pérsia e o Império Bizantino.
DEMANT, Peter. O mundo muçulmano. São Paulo: Contexto, 2013. Edição digital sem paginação.
Com base no trecho acima e em seus conhecimentos históricos, leia as seguintes afirmações e escolha a opção correta. Depois, justifique no caderno o erro das afirmações falsas.
I. Apesar de localizada entre duas potências imperiais, a península Arábica também se tornara o centro de um grande império desde o século VI. Foi no interior desse império que Maomé começou a disseminar os princípios da religião islâmica.
II. O Império Bizantino impediu o desenvolvimento do islamismo por séculos; eles perseguiram e massacraram todos os praticantes da nova religião. Mas, depois que os turcos dominaram o território bizantino, a religião islâmica começou a se disseminar para territórios além da península Arábica.
III. O território da península Arábica começou a ser unificado por Maomé e seus seguidores, formando um poderoso império. Nos séculos seguintes, o império islâmico se tornou a principal força na região do Oriente Médio.
IV. O Império Bizantino perdeu grandes territórios por causa da expansão islâmica. Em 1453, a própria capital do império (Constantinopla) foi capturada pelos turcos otomanos, que também eram islamitas.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) As afirmativas I e III estão corretas.
d) As afirmativas II e IV estão corretas.
e) As afirmativas III e IV estão corretas.
6. A religião islâmica provocou inúmeras mudanças no modo de vida dos povos da península Arábica, a partir do século VII. Leia as seguintes afirmativas sobre esse tema e escolha a opção correta. Depois, justifique no caderno o erro das afirmações falsas.
I. Os povos que viviam na península Arábica tinham crenças animistas, que foram substituídas pela religião monoteísta disseminada por Maomé.
II. A região da península Arábica era povoada por uma civilização urbana, com grandes cidades. Isso se modificou com o surgimento do islamismo, já que um dos princípios mais importantes dessa religião era a defesa de um modo de vida nômade.
III. Uma das principais transformações provocadas pelo surgimento do islamismo foi a unificação das tribos que viviam na região da península Arábica em um Estado.
IV. Até o século VII não existiam reinos na península Arábica, e todos os povos da região se organizavam em pequenas tribos. Isso se alterou com o surgimento do islamismo e com o processo de centralização política que acompanhou o desenvolvimento dessa religião.
a) Apenas a afirmativa I está correta.
b) Apenas a afirmativa III está correta.
c) As afirmativas I e III estão corretas.
d) As afirmativas II e III estão corretas.
e) As afirmativas I, III e IV estão corretas.
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HORA DE REFLETIR
NÃO ESCREVA NO LIVRO
Em 11 de setembro de 2001, extremistas muçulmanos destruíram as torres gêmeas do World Trade Center de Nova York, nos Estados Unidos. Devido a esse atentado, muitos ocidentais passaram a associar os muçulmanos ao terrorismo. Em tópicos, redija argumentos comprovando ser injusto associar o terrorismo a todo e qualquer praticante da religião islâmica. Depois prepare-se para expor suas ideias em uma roda de conversa com os colegas de classe.
LEGENDA: A organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda coordenou a ação de 19 terroristas, que sequestraram quatro aviões comerciais de passageiros. Dois desses aviões colidiram contra as torres gêmeas do complexo empresarial World Trade Center (Nova York), como se vê na foto, que desmoronaram. Os atentados, ocorridos em 11 de setembro 2001, foram responsáveis pela morte de milhares de pessoas.
FONTE: Spencer Platt/Getty Images
MINHA BIBLIOTECA
PARA NAVEGAR
Museu Nacional do Iraque. Passeio virtual pelo museu, com destaque também para a arte islâmica (site em inglês e italiano). Disponível em: www. virtualmuseumiraq.cnr.it/prehome.htm. Acesso em: 26 nov. 2015.
Museu de Arte e Arquitetura Islâmicas. Site rico em imagens e documentos históricos sobre arte e arquitetura islâmicas, com vídeos, fotos, manuscritos, mobília, etc. (em inglês). Disponível em: http://islamic-arts.org. Acesso em: 27 nov. 2015.
PARA ASSISTIR
A grande viagem. Direção: Ismaël Ferroukhi. França/ Marrocos/Bulgária/Turquia, Califórnia Filmes, 2004, 110 min. O filme narra a peregrinação de Reda, jovem estudante que vive na França com seu pai, rumo a Meca. Os dois viajantes não têm nada em comum, e a viagem, do sul da Jordânia até a Arábia Saudita, é longa.
Osama. Direção: Siddiq Barmak. Afeganistão/Irlanda/ Japão, Imagem Filmes, 2003, 85 min. O filme conta a história de uma menina que, para poder trabalhar e sustentar sua família, é disfarçada de menino e passa a ser chamada de Osama. A trama se complica quando ela é recrutada pelo Exército.
PARA LER
Infiel, a história de uma mulher que desafiou o islã, de Ayaan Hirsi Ali. São Paulo: Companhia das Letras, 2007. Autobiografia em que a autora relata desde sua infância, como muçulmana na Somália, até a fuga de um casamento forçado e o exílio na Holanda. A obra foca na luta contra o islamismo ortodoxo e na violência contra as mulheres na sociedade muçulmana.
FONTE: Reprodução/Companhia das Letras
Eu sou Malala, a história da garota que defendeu o direito à educação e foi baleada pelo Talibã, de Malala Yousafzai e Christina Lamb. São Paulo: Companhia das Letras, 2013. Biografia de uma jovem paquistanesa que luta pelo direito à educação feminina e se vê diante de uma sociedade que valoriza apenas filhos do sexo masculino.
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CAPÍTULO 10 - Reinos africanos
Professor(a), veja no Procedimento Pedagógico deste capítulo uma sugestão para relacionar essa temática com o conceito de eurocentrismo.
Chimamanda Adichie é uma escritora nigeriana, ganhadora de diversos prêmios literários e traduzida em mais de trinta países. Chimamanda faz parte de uma geração de autores africanos que procuram divulgar a história e a realidade do continente sob a perspectiva de seus habitantes.
Boa parte do que conhecemos sobre a África foi exposta por pessoas de fora do continente, quer dizer, com grandes diferenças culturais em relação aos africanos. Por isso, muitos relatos e histórias são impregnados de preconceitos e estereótipos. Como afirma Chimamanda: "O problema com os estereótipos é que eles são incompletos. Eles fazem uma história tornar-se a única história".
Neste capítulo vamos conhecer alguns aspectos da história antiga do continente africano, focando o estudo nos reinos de Gana e Mali. O primeiro reino era extremamente rico em ouro. O segundo possuía imponentes centros de estudos conhecidos como madrasas. Também conheceremos os bantos, povos que no passado habitaram a região da antiga Nigéria, país onde nasceu Chimamanda.
LEGENDA: A escritora Chimamanda Ngozi Adichie em visita à Biblioteca Real de Copenhague, na Dinamarca, em 2014. Ela discursou sobre um dos seus livros a uma plateia que lotou o espaço.
FONTE: Jacob Crawfurd/Demotix/Corbis/Latinstock
OBJETIVOS DO CAPÍTULO
· Abordar as sociedades que se desenvolveram na África subsaariana entre os séculos VII a.C. e XV d.C.
· Conhecer aspectos culturais e religiosos dessas sociedades.
· Analisar as diferenças entre os povos africanos.
· Relacionar as raízes africanas com a cultura brasileira.
Glossário:
África subsaariana: inicialmente, esse termo tinha uma conotação geográfica; referia-se aos países da África localizados ao sul do deserto do Saara. No entanto, como vários desses países apresentam posições político-econômica e social muito parecidas, a expressão passou a identificar países localizados ao sul do deserto do Saara, que apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito baixo, sofrem conflitos sociais frequentes e vivem instabilidade política.
Fim do glossário.
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1. O continente africano
A África está dividida pelo deserto do Saara em duas regiões. Considerado o maior deserto quente do mundo, o Saara atravessa dez países na direção leste-oeste (veja o mapa a seguir). A África setentrional é assim conhecida por se localizar ao norte do deserto. A África subsaariana é a região localizada ao sul do Saara.
Na África setentrional, surgiram e desenvolveram-se civilizações bem diversas, como a dos egípcios e a dos cartagineses (releia os capítulos 3 e 5). A ocupação da África subsaariana, por sua vez, foi afetada por fatores de ordem geográfica e ambiental: solo pouco fértil para o cultivo agrícola e grandes áreas cobertas por florestas, por exemplo.
A abundância de terras, aliada à baixa densidade demográfica, contribuiu para que, até o século XV da Era Cristã, prevalecessem na África subsaariana povos dedicados à caça e à coleta de alimentos. Paralelamente, algumas populações se sedentarizaram, constituindo sociedades que exerceriam grande influência na história do continente. O boxe da página seguinte explica as diferentes formas de organização das antigas sociedades africanas.
FONTE: Adaptado de: World History Atlas: Mapping the Human Journey. London: Dorling Kindersley, 2005. Créditos: Banco de imagens/Arquivo da editora
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