Processo de dispersão industrial
Desde a década de 1970, dentro da política de Integração Nacional, que visava à diminuição das disparidades regionais, observa-se uma tendência de descentralização da indústria, fenômeno conhecido como dispersão industrial, que passou a ocorrer em duas escalas:
- no território brasileiro (escala nacional), buscando se expandir para outras regiões;
- dentro da região Sudeste (escala regional), procurando fugir de áreas já muito industrializadas.
Como o movimento de dispersão em escala regional favoreceu, na verdade, a manutenção da concentração industrial na região Sudeste, costuma-se chamá-lo de desconcentração relativa ou "desconcentração concentrada", pois muitas empresas mantiveram a sede na capital paulista, mas deslocaram suas fábricas para o interior do estado.
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Favorecendo a dispersão em escala nacional, a princípio, planos do governo federal procuraram instalar polos industriais em outras regiões, como no Norte (Zona Franca de Manaus) e no Nordeste (Recôncavo Baiano).
No processo de dispersão regional, a desconcentração das indústrias foi motivada pela aglomeração desfavorável na Região Metropolitana de São Paulo, como poluição, congestionamentos frequentes no trânsito, altos preços dos terrenos, sindicatos fortes, maiores custos com alimentação e moradia, etc.
O auge do processo de dispersão industrial no Brasil se deu entre 1970 e 1985. Depois de um curto intervalo, o processo foi retomado após 1992, ganhando força no século XXI.
Um fator decisivo para o processo de descentralização industrial, tanto em escala nacional como regional, foi a disputa travada por estados e municípios para receber as instalações de grandes empresas transnacionais. É a chamada "guerra fiscal", que consiste em conceder desde terrenos para as fábricas até isenções parciais ou totais de impostos.
As regiões mais beneficiadas com a dispersão industrial foram a Nordeste, a Norte e a Centro-Oeste; porém, foram também as regiões que mais enfrentaram problemas para o desenvolvimento industrial mais precoce, como a falta de uma boa rede de transportes e de um mercado consumidor forte.
Região Nordeste
A participação industrial do Nordeste, apesar de ocupar a terceira posição no total da produção nacional, tem apresentado um crescimento maior que as demais regiões brasileiras, em consequência dos incentivos fiscais oferecidos pelos governos dos estados nordestinos a empresários do Centro-Sul do país. Quanto à produção industrial, destacam-se no conjunto regional os estados da Bahia, de Pernambuco e do Ceará.
Glossário:
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