História Universal da Destruição dos Livros Das Tábuas Sumérias à Guerra do Iraque Fernando Báez



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Os textos dos gnósticos
O desaparecimento dos escritos dos gnósticos, causado, em grande parte, pela feroz perseguição da Igreja católica, merece um livro só para si. Basta dizer aqui que os gnósticos antigos foram um grupo heterogêneo influenciado por tendências religiosas egípcias, hindus, gregas e babilônicas. Antes da Era cristã, mas em especial do século II ao século V, esse grupo teve o mérito de dizer que neste mundo dominado pelo mal ninguém se salva pela fé, e sim pelo conhecimento (gnosis).

Os gnósticos qualificavam os cristãos de demagogos por postular a redenção para todos; o céu supremo só podia, segundo eles, ser alcançado por elites de homens dotados de almas poderosas. Admitiram o dualismo; tinham aversão ao corpo; no entanto, alguns setores ousaram propor a seguinte tese: se o corpo é desprezado pela alma como algo alheio, nossos pecados carnais não importam porque a alma é superior a todo esse horror. Jeová era para eles um deus secundário, inferior em tudo ao verdadeiro Deus Supremo, ao Deus Total, ao Inominado. Divididos por suas questões, foram classificados em escolas: a da Síria, primeira de todas; a de Alexandria; a dualística; e, por último, a das antinomias. Desse conjunto se destacaram vários autores como Saturnino e Basílides, no século I; Valentino, Teodoto, Heracleão e Taciano, no século II; Epifânio, nos séculos IV e V.

Das centenas de escritos dos gnósticos, surpreende-me a escassez de textos conservados. Basílides, chefe de um grupo de Alexandria, escreveu um Evangelho, 24 livros de um Comentário ao Evangelho e uma série de Himnos, de que só permanecem uns poucos fragmentos. Isidoro, seu filho, continuou a tradição do pai e escreveu textos normativos. Nesses casos, como em muitos outros, os fragmentos foram recuperados por aqueles que refutaram suas doutrinas (Epifânio, São Irineu, Hipólito Romano), pois era necessário citar as passagens controvertidas. Deste modo, puderam ser salvas verdadeiras jóias do pensamento religioso antigo.

Os grupos, em geral, escondiam seus manuscritos. Em dezembro de 1945, dois fellahin egípcios, enquanto procuravam fertilizantes naturais, encontraram um jarrão. Pensaram que dentro havia ouro, mas era um conjunto de 13 códices, com pelo menos 52 textos de caráter mitológico, exegético, litúrgico e sentencioso (gnômico). Essa pequena biblioteca é conhecida como Biblioteca de Naj'Hammadi, e só poucos códices estão em mau estado.



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