Manual do professor solange dos santos utuari ferrari



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. Acesso em: 27 mar. 2015.

Frosa

Kayapó – Vértebra de cobra Wajãpi – Cobra



Guyanes – Peixe Ashaninka – Tartaruga

Sharanahua – Carapaça de tartaruga Yanesha – Peixe carachama

Sharanahua – Desenho da anaconda Akawaio – Cobra

Trumai – Espinha de peixe Cashinahua – Cabeça de cobra


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No nosso cotidiano, também encontramos desenhos em padronagens geométricas. Podem estar em estampas de roupas, objetos decorativos, na arquitetura e até mesmo na capa do seu celular ou caderno.

Observe o mundo ao seu redor e descubra essas padronagens. Agora é a sua vez de observar, imaginar e criar! Vamos?

AMPLIANDO
A arquitetura é constituída de um conjunto de princípios, normas, materiais e técnicas utilizados para trabalhar os espaços. É a arte do espaço, direcionada a pensar as relações entre os ambientes e as pessoas.

PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Você vai precisar de lápis ou caneta da cor que preferir e folhas de papel.

Escolha um arranjo de formas e linhas. Depois, repita essa mesma imagem várias vezes sobre uma folha de papel. Você pode se inspirar na natureza, em elementos presentes em objetos da sua casa, em animações, livros, games e filmes, ou, ainda, na arquitetura. Crie padrões de formas estilizadas com base na ideia de realismo mental ou em motivos abstratos, fazendo composições com linhas, pontos, formas e cores.

MISTURANDO TUDO!

Quando observamos o mundo, criamos memória, acumulamos história, percebemos a paisagem e a cultura visual ao nosso redor.

Em todas as culturas há a criação de seres imaginários?

Vemos padrões desenhados no dia a dia? Em que lugares?

Hoje, podemos utilizar muitos materiais e recursos para criar imagens. Elas podem representar a realidade ou serem inventadas, como as dos artistas viajantes. Tudo depende da intenção de quem cria.

Tudo o que você vê hoje nas imagens pintadas, desenhadas, fotografadas ou filmadas, entre outras formas de visualização, são coisas reais? O que você pensa sobre isso?

Olhe ao seu redor. Você consegue perceber as simetrias especulares (espelhadas), de translação e de rotação em objetos e imagens?

O que é olhar estrangeiro?

Como você vê as produções artísticas em desenhos criados pela arte indígena?

Próximo a você há comunidades indígenas?

Que outros aspectos da arte indígena você gostaria de conhecer?

Dica didática: retome com os alunos os conceitos e contextos culturais estudados neste capítulo. Projetos sobre a confecção de cestas podem ser realizados com base em pesquisas de materiais e motivos. Você pode trabalhar com materiais recicláveis para propor uma experiência no tramar. Jornais podem ser usados no lugar de materiais naturais. O foco do nosso estudo neste capítulo não é criar peças artesanais, mas estudar os aspectos da arte e das culturas indígenas, analisar como essas culturas criam suas imagens e que relações esses povos têm com esses padrões, simetrias e simbologias. Como proposta, sugerimos pesquisar se próximo à escola há comunidades indígenas, para que os alunos possam visitá-las, ou se alguém dessa comunidade pode vir à escola para conversar com os alunos.
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Capítulo 2 - A CARAVELA

Arte e você em:
O mar que traz arte
A canção que vem de lá
A arte da azulejaria
Linguagem das artes visuais
Linguagem do teatro

Figura 1

Cildo Meireles. 1997-2010. Instalação. Galeria Luisa Strina, São Paulo. Foto: Edouard Fraipont



Abajur, de Cildo Meireles, 1997-2010. Três cilindros com imagens em movimentos provocados por pessoas girando um dínamo. Cilindros de material fotográfico transparente em que surgem as imagens de mar, navio, aves e nuvens.
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FIGURA EM PÁGINA DUPLA COM A PÁGINA ANTERIOR


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VEM CRIAR!

Observe a imagem a seguir.



Figura 2

Detalhe da instalação Abajur de Cildo Meireles, 1997-2010, vista na abertura deste capítulo.

Cildo Meireles. 1997-2010. Instalação. Galeria Luisa Strina, São Paulo. Foto: Edouard Fraipont

Sabe onde está o Brasil?


Sabe onde está Portugal?
Pois está logo ali, do outro lado do mar.
Ondas que dançam no Atlântico, calmas ou nervosas,
acompanharam a caravela para o lado de cá.
Tanto vejo e desconheço, sinto algo de beleza e medo...
Que caos é esse que vejo?
Desde que cheguei, já estava eu lá.

Poema dos autores especialmente para esta obra.


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Observe a imagem a seguir.



VEM ENCENAR!

Figura 3

Detalhe da azulejaria do Chafariz Velho de Paço D’Arcos (Palácio dos Arcos), em Oeiras, Portugal,1950.

Séc. XVIII. Pintura em azulejos. Foto: De Agostini/G. Dagli Orti/Glow Images

Vinde, pastor desejado,


visitar vosso curral,
pois, por ordem divinal,
para nós sois cá mandado
do reino de Portugal.

[...]


Por mar e terra passais
trabalhos por causa nossa,
sem que a caridade vossa,
com que tão aceso estais,
em vós apagar-se possa.

Saudação inicial do auto Recebimento que fizeram os índios de Guaraparim ao Padre Marçal Beliarte, de José de Anchieta, [1587?]. ANCHIETA, José de. Recebimento que fizeram os índios de Guaraparim ao Padre Marçal Beliarte. In: _____. Teatro de Anchieta: obras completas. São Paulo: Loyola, 1977. p. 238.


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Tema 1 - O mar que traz arte

Observe a imagem a seguir.



Figura 4

Gravura do geógrafo alemão Sebastian Münster, século XVI.

Sebastian Münster c. 1550. Xilogravura. Coleção particular. Foto: akg-images/Latinstock

Agora, leia o trecho desta letra de música.

O mar
Quando quebra na praia
É bonito... é bonito

O mar
Pescador quando sai


Nunca sabe se volta
Nem sabe se fica
Quanta gente perdeu seus maridos seus filhos
Nas ondas do mar

O mar
Quando quebra na praia


É bonito... é bonito

[...]


Trecho da letra da música O Mar. CAYMMI, Dorival. O mar. Intérprete: Dorival Caymmi. In: _____. Canções praieiras. Rio de Janeiro: Odeon, 1954. LP. Faixa 3. (Relançado no box com 7 CDs: Caymmi Amor e Mar. Rio de Janeiro: EMI, 2000).
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“O mar, quando quebra na praia, é bonito…, é bonito”, cantou Dorival Caymmi (1914-2008). As águas dançantes do mar estão cheias de histórias e mistérios. Mesmo hoje, com a alta tecnologia da qual dispomos, algumas regiões do fundo do mar permanecem inexploradas. Seres estranhos e desconhecidos habitam suas profundezas.

O fascinante mundo do mar foi base para lendas e histórias. Deuses, serpentes marinhas, sereias, lulas gigantes habitam as águas da imaginação humana. E é esse mesmo lugar, de contos e fantasias, que uniu a história de dois países: Brasil e Portugal.

A terra das florestas e das artes indígenas vivia seu próprio rumo quando os desbravadores oriundos do outro lado do oceano aportaram em suas praias. Naqueles anos de 1500 do calendário cristão, os grandes navegadores da época conseguiram realizar a travessia do oceano Atlântico. A caravela, embarcação criada pelo engenho dos portugueses, trouxe consigo o início de uma nova história.



Artes que se encontram

Observe as imagens a seguir. Elas nos mostram dois tempos: uma peça de arte indígena que antecede a colonização do Brasil e o desenho das caravelas de Pedro Álvares Cabral (de 1665) utilizadas para cruzar o oceno.



Figura 5

Urna funerária, cultura marajoara, 400 a 1400. Cerâmica, 36 cm (alt.) e diâmetro máximo (boca) de 26,5 cm. Decoração em incisões sobre branco e vermelho.

Museu Paraense Emílio Goeldi, PA. Foto: Rômulo Fialdini/Tempo Composto


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Figura 6

Reprodução de página do Livro das armadas da Índia (1665), na qual constam os desenhos de 12 das 13 naus da esquadra de Pedro Álvares Cabral em 1500.

1500. Academia de Ciências de Lisboa, Portugal
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O verde e o vermelho, cores da bandeira portuguesa, estavam também em nossas florestas e na árvore que deu nome ao país, o pau-brasil. A qualidade da rica resina dessa árvore e da sua cor vermelha no tingimento de tecidos arrebatou os exploradores europeus. Vermelho era a cor símbolo da realeza e estava presente nas suas roupas e tapeçarias. A extração do pau-brasil, tanto por sua madeira quanto pela resina vermelha, está na origem da relação de duas terras separadas pelo mar.

Você já viu uma árvore de pau-brasil? Observe a imagem a seguir.

Figura 7

Tronco de pau-brasil aberto. Rio de Janeiro, 2008. Também conhecida pelos nomes indígenas ibirapitanga e orabutã, entre outros, pode atingir até 40 metros de altura. Ameaçadas de extinção, alguns projetos tentam preservar a existência da espécie.

Fabio Colombini

Essa história está impressa nas imagens que abrem este capítulo: as águas do mar, as caravelas, os azulejos – arte típica portuguesa. O texto que acompanha a imagem das caravelas pintadas nos azulejos Chafariz Velho de Paço D’Arcos, na cidade de Oeiras, Portugal, traz outra parte dessa história, a catequização dos povos nativos.

No início do processo de colonização do Brasil, os recém-chegados depararam-se com os povos indígenas e investiram em sua doutrinação. Entre os recursos empregados para convertê-los ao catolicismo, religião oficial de Portugal, os padres jesuítas fizeram uso da encenação teatral. E assim nasce a primeira arte dramatúrgica além-mar, o teatro jesuítico brasileiro.
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Tema 2 - A canção que vem de lá

O canto do outro lado do mar

Veja a partitura a seguir.



Figura 8

Partitura da música Minno Amor, exemplo de villancico, popular entre os séculos XV e XVIII.

Acervo dos autores.

As caravelas trouxeram uma forma musical e poética conhecida como villancico, popular entre os séculos XV e XVIII. A origem desse nome parece apontar para os habitantes das vilas, os villanos (em espanhol), portanto algo que era parte da cultura popular (na Espanha e em Portugal). Eram consideradas canções profanas, por não terem apelo religioso. Com o tempo, porém, essa canção de vozes harmonizadas passou a ser cantada dentro das igrejas, associando-se especificamente ao Natal.

Nessa partitura, vemos uma das partes do villancico Minno Amor, de 1500, de autor desconhecido. São três vozes cantando a mesma poesia, mas com melodias diferentes. Na linha superior, está a voz mais aguda, designada soprano, que faz um movimento como se estivesse a subir e descer uma escada, enquanto as duas outras vozes seguem uma variação diferente.
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Tema 3 - A arte da azulejaria

Observe as imagens a seguir.



Figura 9

Arte em azulejo e pinturas de Policarpo de Oliveira Bernardes, século XVIII, na Igreja de São Lourenço de Almancil, Portugal. Foto de 2005.

Séc. XVIII. Igreja de São Lourenço de Almacil, Algarve, Portugal. Foto: Notespcture0alliance/dpa/Glow Images

Figura 10

Cena campestre, autoria desconhecida, século XVIII. Faiança azul e branca, 199 cm × 440 cm. Decoração de corredor do monastério de São Vicente de Fora, em Lisboa, Portugal. Azulejos importados da Holanda. Foto de 2012.

Séc. XVIII. Pintura em azulejo. Claustro do Mosteiro de São Vicente de Fora. Lisboa. Foto: Jose Elias/StockPhotosArt - Landmarks/Alamy/Latinstock


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A colonização portuguesa trouxe ao Brasil uma das principais formas artísticas da sua cultura, a azulejaria. Quando pensamos em azulejos, a tendência é vê-los somente como algo útil ou de ornamento, embelezando e compondo ambientes. Contudo, o trabalho português apresenta grande refinamento e qualidade poética, com valorização marcante. O azulejo é um emblema da cultura portuguesa, ainda que a produção inicial tenha sido de origem árabe. O Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, Portugal, é um dos principais museus de cerâmica do mundo.

No Brasil, cidades como Itu, em São Paulo, preservam essa herança na arquitetura de suas casas, edifícios e igrejas.

No sentido original, a palavra azulejo indica uma placa quadrada de cerâmica com um de seus lados decorados e com efeito envidraçado. Durante séculos, os portugueses utilizaram, aperfeiçoaram e ampliaram as possibilidades poéticas dos azulejos. Da composição geométrica à pintura figurativa, a azulejaria passou por diversos períodos, sendo o Ciclo dos Mestres (século XVIII) de grande destaque para as personalidades artísticas, como vimos no exemplo da obra de Policarpo de Oliveira Bernardes (1695-1778).

Veja, na imagem a seguir, outra obra artística em azulejos.

Figura 11

Os reis magos, de Jorge Barradas, 1945. Painel de azulejos, faiança policromada, 131,8 cm × 132 cm.

PPFC Collection/Alamy/Latinstock


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A azulejaria acompanhou as diversas transformações no modo de fazer e pensar a arte.

Os artistas portugueses Rafael Bordalo Pinheiro (1846-1905), Paolo Ferreira (1911-1999) e Jorge Barradas (1894-1971) modernizaram a arte do azulejo e abriram espaço para o diálogo com artistas mais ligados a outras linguagens, como a pintora e ilustradora Maria Keil (1914-2012), também portuguesa, que trabalhou com formas abstratas e geometrizadas nos azulejos.

A azulejaria está intimamente ligada à arquitetura, tanto na parte estética quanto na parte funcional.

O uso de azulejos em partes úmidas da casa é um exemplo de uso funcional.

O painel de Maria Keil (detalhe abaixo), por sua vez, está voltado para a questão estética da paisagem urbana de Lisboa, capital de Portugal.

Veja na imagem a seguir.

Figura 12

Detalhe do painel de azulejos O mar, de Maria Keil, 1956-1959, na Avenida Infante Santo em Lisboa, Portugal.

Sergio Nogueira/Alamy/Latinstock
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Azulejos, simetrias, padrões, abstração, figuração: um caldeirão cultural

Você já aprendeu sobre as simetrias no capítulo anterior, com base na arte indígena. Agora, vamos estudar as simetrias na arte europeia e em outras culturas?

A arte em criar padrões para azulejos é encontrada em várias partes do mundo. Se olharmos para o túnel do tempo da história das sociedades, vamos perceber que povos árabes de cultura islâmica estiveram na Península Ibérica, terra dos portugueses e de outros povos europeus. Por lá também deixaram suas influências.

Todas essas influências viajaram para o Brasil nas caravelas e na memória do povo português. Ao chegarem aqui, também nos influenciaram fazendo parte da nossa cultura.

Você tem peças de louças, azulejos ou cerâmica (pisos ou revestimentos) em sua casa? Já esteve em lojas de materiais de construção? Reparou como são muitos e diferentes os motivos e padrões desenhados? Pois é, a arte é assim. Está em todos os lugares porque anda de um lado ao outro na bagagem cultural das pessoas e no fluir do tempo.

Veja, a seguir, alguns exemplos de azulejos de origem islâmica.



Figura 13

Azulejo com motivo abstrato islâmico em edificação na cidade de Fez, Marrocos.

John R. Jones/Corbis/Latinstock
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Figura 14

Visão aberta de conjunto dos azulejos de origem islâmica, na necrópole de Shahi-i-Zinda, no Uzbequistão.

Julien Garcia/age fotostock/Easypix

Agora, observe exemplos de azulejos portugueses.



Figura 15

Reprodução de azulejos de cozinha tradicionais portugueses, no Museu Nacional do Azulejo, em Lisboa, Portugal.

Museu Nacional dos Azulejos. Lisboa. Adam Eastland/age fotostock/Easypix
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Quais são as diferenças entre uma estética e outra?

O termo islã (ou islam) significa, em livre interpretação, obediência a Deus. A fé religiosa islâmica diz que apenas Deus tem o poder de criar seres e imagens naturais. Assim, para as pessoas que seguem o islamismo, é proibido criar imagens figurativas.

Com base nessas orientações, provenientes dos estudos do Alcorão, os artistas islâmicos criaram motivos geométricos e abstratos. São ricas combinações de cores e formas, mas que não formam figuras reconhecíveis na natureza. Podem até sugerir a forma de uma flor, por exemplo, mas não representá-la de modo visual.



AMPLIANDO
O Alcorão é o livro sagrado para a religião islâmica. Todos os princípios, crenças e normas de conduta têm base nessas escrituras.

Figura 16

Detalhe de pintura em azulejos no Palácio Queluz, em Lisboa, Portugal.

Palácio de Queluz, Portugal. Foto: Marco Simoni/agefotostock/Latinstock
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Figura 17

Outro exemplo de azulejos portugueses com motivos tradicionais.

Zoonar/homydesign/Easypix

Já para o cristianismo, religião da maioria dos portugueses que aqui chegaram na época da colonização, o ato de criar imagens figurativas reconhecíveis na natureza não é uma norma proibida.

Assim, os azulejos portugueses apresentam tanto formas abstratas geométricas ou estilizadas (influência da cultura islâmica) como apresentam também imagens figurativas, que muitas vezes podem até contar histórias.
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MUNDO CONECTADO

- Um mar de mistérios

São incríveis as surpresas que guardam os mares e oceanos. Muitas delas estão registradas nas diversas linguagens da arte, como nas artes visuais observadas nos azulejos, em quadros e fotografias.

Em 2012, um robô submarino da Petrobras flagrou uma medusa gigante no Golfo do México. Antigas cidades são encontradas submersas e uma vida secreta descortina-se nas regiões abissais (em grandes profundidades) do planeta.

Já imaginou ver um rio de água doce sob águas salgadas? O fotógrafo russo Anatoly Beloshchin registrou em um sistema de cavernas na península de Yucatán, no México, esse fabuloso fenômeno e sua fantasmagórica atmosfera. Veja ao lado.

A Arte e a Literatura muito já imaginaram acerca dos mistérios do fundo do mar. Quais descobertas a Ciência nos traz sobre esse fantástico reino do aquático planeta Terra? Observe a imagem a seguir, de um ser das profundezas marinhas que produz a sua própria luz, e pense sobre isso.



Figura 18

photonatura/Deposit Photos/Glow Images

Em um sistema de cavernas na península de Yucatán, México, as águas (doces) do rio submerso não se misturam com as águas marítimas (salgadas) que o cobrem.

Figura 19

Sonke Johnsen/Corbis/Latinstock

Alguns seres de regiões abissais, aonde os raios de sol não chegam, são capazes de produzir a própria luz. A espécie da imagem vive nos oceanos, a 2 000 metros de profundidade.
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MAIS DE PERTO

- Correntes marítimas

Observe as imagens a seguir.

Figura 20

Abajur, de Cildo Meireles, 1997-2010. Três cilindros com imagens em movimentos provocados por pessoas girando um dínamo. Cilindros de material fotográfico transparente em que surgem as imagens de mar, navio, aves e nuvens.

Cildo Meireles. 1997-2010. Instalação. Galeria Luisa Strina. São Paulo. Fotos: Edouard Fraipont



Figura 21

Detalhes da instalação Abajur, de Cildo Meireles, 1997-2010.

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Agora, leia este poema do artista das letras, o português Fernando Pessoa (1888-1935).



Navegar é preciso

Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:


“Navegar é preciso; viver não é preciso”.

Quero para mim o espírito [d]esta frase,


transformada a forma para a casar como eu sou:

Viver não é necessário; o que é necessário é criar.


Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso.
Só quero torná-la grande,
ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo.

Só quero torná-la de toda a humanidade;


ainda que para isso tenha de a perder como minha.
Cada vez mais assim penso.

Cada vez mais ponho da essência anímica do meu sangue


o propósito impessoal de engrandecer a pátria e contribuir
para a evolução da humanidade.

É a forma que em mim tomou o misticismo da nossa Raça.

PESSOA, Fernando. Navegar é preciso. Disponível em:


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