Manual do professor solange dos santos utuari ferrari



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. Acesso em: 9 mar. 2015.

Marcelo Kahn



Improvisando: O que é Improvisação Teatral? Quais são os princípios em que se embasa?

Rhena: Improvisação Teatral para mim é a arte do jogo, a arte de estar aberto às possibilidades. Eu diria que os princípios mais básicos da Improvisação são a ESCUTA e a ACEITAÇÃO. Para mim, sem dúvida são o bê-á-bá, a lição número 1. Depois, com a maturidade, um improvisador pode até desconstruir estes princípios. Mas num primeiro momento eles são fundamentais para que se crie uma cultura comum de jogo entre os atores.

Improvisando: Como surgiu a Improvisação na sua carreira?

Rhena: Surgiu junto com o meu trabalho de palhaça, no final de 2000. Ser palhaça é, entre outras coisas, viver em cena o aqui e o agora. É ser permeável ao meu público e a tudo o que ele me dá. E isto também é improvisar, porque trata da vivência de uma relação verdadeira, como na vida. Agora a improvisação como técnica, mais aprofundadamente, eu só fui descobrir quando fui convidada a integrar o [espetáculo] Jogando no quintal, em 2004. Entrei no Jogando no quintal porque já era palhaça e boa parte dos integrantes conhecia o meu trabalho. Mas foi com o Jogando no quintal que passei a ter contato com outros grupos, com mestres da Improvisação, e a me aprofundar em todos os seus princípios.
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MAIS DE PERTO

- Ouvir e dançar

Observe a imagem a seguir.



Figura 31

Dançarinos de Street Dance (dança de rua), na Cidade do Rock, no Rock in Rio, Rio de Janeiro (RJ), em 2013.

Roberto Filho/Fotoarena

A rua é um ambiente que pode ser explorado por meio da dança. A ocupação de espaços públicos com a dança é notável. Há inúmeros festivais de dança pelo Brasil e pelo mundo, com apresentações de grupos que têm a dança de rua, conhecida mundialmente por Street Dance, como forma de expressão.

O Street Dance possui vários estilos, como o Freestyle (estilo livre), ou o Breaking, estilo tradicional da Street Dance. As dançarinas e os dançarinos desenvolvem um gestual com movimentos coordenados, harmoniosos e precisos. Trabalham todo o corpo de maneira expressiva e popular, como podemos notar nas imagens a seguir.
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Figura 32

Imagem de apresentação de Street Dance da Companhia Dança Brainstorm, de Curitiba.

Rafael Woellener

Figura 33

Imagem de apresentação de Street Dance da companhia Brainstorm, de Curitiba. Ao lado, detalhe do movimento do bailarino.

Thalita Zukeram

Thalita Zukeram

O Street Dance faz parte de um movimento cultural maior, conhecido como Hip-Hop, que teve origem nos Estados Unidos. Esse movimento é composto de outras linguagens artísticas, que se dividem em três áreas: na música, os rappers, os DJs – de disc jockey –, e os MCs – de mestre de cerimônias; nas artes visuais, o grafite; e, na dança, o Street Dance com seus vários estilos.

Pesquise se próximo de você acontecerá alguma apresentação de dança. Dependendo do horário e do local, convide os colegas de turma, os professores, seus pais ou responsáveis. Assistir a essa forma de arte é muito estimulante. Quem sabe daí pode surgir mais algum artista? A gente também se comunica por meio da dança!


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LINGUAGEM DO TEATRO

- A arte da improvisação

Podemos entender a improvisação como uma técnica do ator que encena algo imprevisto, não preparado antecipadamente. Trata-se de uma criação no ato da ação no espaço cênico.

Ou, ainda, podemos entendê-la como um conjunto de situações ou intenções que os atores se preparam parcialmente para fazer, elaborando uma estrutura essencial em que a improvisação acontece com base em um roteiro antecipadamente ensaiado, mas não fechado, conforme a proposta da peça a ser encenada.

Veja outro exemplo a seguir.



Figura 34

Imagem de cena da peça Jogando no quintal, da Cia. do Quintal, 2012.

Alexandre Kuma

Na peça Jogando no quintal, outro espetáculo da Cia. do Quintal, improvisar é a palavra de ordem. Tanto que tem um subtítulo: jogo de improvisação de palhaços. Na cena reproduzida, observamos a participação do público. O ato de a plateia participar de alguns momentos da peça impulsiona os artistas em cena a improvisar suas falas e ações, pois o que os participantes do público vão falar ou fazer em cena não é combinado. É um jogo que os atores propõem o começo, mas não sabem o resultado final.


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Muitos grupos de teatro têm como foco o trabalho com a improvisação em cena. A Cia. Barbixas de Humor, mais conhecida como Os Barbixas, também traz a proposta da improvisação em cena. Veja um momento dessa encenação na imagem a seguir.



Figura 35

Imagem de cena da peça Improvável, da Cia. Barbixas de Humor. Criadas pelos três integrantes da companhia, as apresentações da peça trazem sempre convidados ilustres para o improviso, o que faz cada encenação diferente da outra.

E3 Fotografia

AÇÃO E CRIAÇÃO

- Improvisando o tema

Vamos improvisar uma cena?



PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Observe estas orientações: o professor vai falar o título de um filme, desenho, novela, história ou livro, e você terá de indicar esse nome por meio de sua expressão corporal.

O desafio é que você não poderá usar a voz, objetos ou outro recurso cênico externo. Utilize apenas a expressão do seu próprio corpo, fazendo mímicas para comunicar o que o professor falou em seu ouvido. Somente ele e você saberão do que se trata. O desafio é repassar para os colegas de sala informações que façam que eles descubram o que é. Em um limite de tempo combinado, eles terão de adivinhar o que você está querendo dizer por meio da sua expressão corporal.

Figura 36

Rafa Anton



Dica didática: a improvisação é uma forma de representação que deve ser estimulada em classe. Para essa proposta, deixe um espaço para a apresentação dos alunos, pode ser a frente da sala de aula. Crie um espaço cênico livre para o improviso. Escolha um aluno e fale baixinho, apenas para ele ouvir, um nome de um filme, novela, livro etc. Diga nomes que a turma conheça e que seja comum, para facilitar a improvisação. Após a improvisação da cena, a classe terá que adivinhar o nome do que lhe foi comunicado. Faça várias rodadas trocando os nomes e os alunos jogadores.
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LINGUAGEM DA DANÇA

- Dançando nas paredes

A dança é uma linguagem artística que usamos há muito tempo como forma de expressão. Na Pré-História, os homens da caverna já faziam algum tipo de dança. Dançavam pela natureza, pela sobrevivência, como forma de agradecimento. No decorrer desses milhões de anos, a dança foi se modificando e ampliando. Hoje, as pessoas podem dançar até nas paredes, em planos verticais.

Vamos rever a imagem de abertura deste capítulo, da Cia. de Dança Deborah Colker, e as imagens a seguir, para saber como se pode dançar de tantas maneiras diferentes.

Figura 37

Imagem de cena do espetáculo Dínamo, de 2006, que resgatou coreografias verticais de Velox, da Cia. de Dança Deborah Colker.

Cia de Dança Deborah Colker/J.E. Produções
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Velox, de 1995, foi um dos primeiros espetáculos da Cia. de Dança Deborah Colker, de inovação reconhecida em todo o mundo. Em 2006, no espetáculo Dínamo, parte de suas cenas foram resgatadas em uma nova montagem feita para apresentações durante a Copa do Mundo de Futebol da Alemanha. Dínamo mistura a coreografia vertical de Velox com futebol, atletismo, rapel, escalada e muita imaginação, desafiando a própria gravidade. Os dançarinos movimentam-se com destreza, força e elegância, tudo isso em um cenário que trabalha também com a parte vertical do espaço cênico. Um jeito diferente de dançar, pendurados em cordas e jogando futebol no campo vertical e horizontal, ou escalando paredes com movimentos precisos.

Figura 38

Detalhe de cena do espetáculo Dínamo, da Cia. de Dança Deborah Colker, 2006.

Cia de Dança Deborah Colker/J.E. Produções

Na coreografia do espetáculo Dínamo é utilizada até bola de futebol, simulando um jogo entre equipes e criando uma realidade objetiva para a cena. Por apresentar várias cenas na vertical do cenário, tanto o espetáculo Velox quanto o Dínamo proporcionaram uma nova visão da plateia sobre a encenação da dança, estabelecendo uma outra relação público-espetáculo.

Você já se imaginou dançando em uma parede, verticalmente, e até de ponta-cabeça?
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AÇÃO E CRIAÇÃO

Dica didática: organize a turma em roda em um espaço aberto e livre, como um pátio, por exemplo. Tenha disponível um aparelho de som para reproduzir uma música de livre escolha da turma ou faça uma sugestão. Essa proposta vai trabalhar a percepção e a expressão de gestos e movimentos ligados aos sentimentos humanos. Estimule a criação de sequências diferenciadas, conforme os sentimentos escolhidos. Se achar adequado, organize sequencialmente as coreografias criadas, formando um grande espetáculo de dança de rua criado pela turma.

- Expressando um movimento

Vamos nos expressar?



PROCEDIMENTOS ARTÍSTICOS

Combine com o professor e junte sua turma em um espaço livre, como o pátio da escola, e faça uma grande roda. Abra os braços e dê a mão para os colegas de cada lado. Em seguida, solte as mãos, mantendo um espaço entre vocês.

Com a roda formada, a turma vai escolher um sentimento (amor, raiva, medo, alegria, entre outros) para ser representado. Após a escolha, um aluno vai até o meio da roda e faz um gesto ou movimento livre para representar o sentimento escolhido. Três colegas farão outro gesto ou movimento corporal para representar o mesmo sentimento.

Ao completar quatro movimentos diferentes que representem o mesmo sentimento, a turma terá uma pequena coreografia. Junte os quatro movimentos sequencialmente para que o grupo de quatro alunos dance um trecho de uma música, criando um pequeno espetáculo de dança. Convide toda a roda a fazer a mesma coreografia, assim a turma toda dançará em roda.

Eleja mais um sentimento e faça outra rodada de movimentos, montando uma nova coreografia. Repita várias vezes a brincadeira, trocando o sentimento e os participantes do jogo.

MISTURANDO TUDO!

Neste capítulo, você estudou as linguagens do teatro e da dança. Também conheceu obras de alguns pintores. Que relações essas produções artísticas têm em comum? Quais são as suas particularidades?

O que você aprendeu sobre o espaço cênico?

Como classifica as linguagens cênicas?

Você conheceu alguns grupos de teatro e de dança. Faça uma pesquisa para conhecer melhor esses artistas e suas produções.

Você observou a mistura e a influência de diferentes linguagens nas produções artísticas que foram estudadas neste capítulo? Qual é a sua opinião sobre essas combinações de linguagens?

Em qual linguagem da arte você prefere se expressar?

Dica didática: O espaço cênico foi o fio condutor para nossas conversas com os alunos. Espera-se que eles percebam que a arte pode acontecer em diferentes locais: dentro e fora dos teatros, nos picadeiros de circos, na rua, nas praças e em todos os lugares onde o artista for ao encontro do público.
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EXPEDIÇÃO CULTURAL

O que você descobriu no universo da arte ao estudar esta unidade?

Você conhece uma obra de arte em grandes dimensões em sua cidade?

E os espaços cênicos? Você conhece algum na sua região? Quais?

Na escola é possível criar arte? Como?

Estudamos que algumas produções artísticas são em grupo e outras individuais.

Como você vê o seu processo pessoal de criação? Gosta mais de criar junto com os colegas ou prefere fazer arte individualmente?

Entre as linguagens estudadas até aqui, qual você considera mais interessante para criar em grupo?

Que tal chamar a turma e os professores e criar projetos de arte com base no aprendizado desta unidade?

DIÁRIO DE ARTISTA

Que tal registrar suas experiências artísticas em um caderno, um tipo de diário de artista?

Você pode desenhar, escrever poemas e lembretes sobre coisas que você quer descobrir. Pode, também, fazer pesquisas sobre os artistas dos quais você quer saber mais, entre outras curiosidades.

Um diário é como um companheiro de aventuras neste mundo da arte. Traga o seu diário sempre perto de você.

Escreva um diário de artista comentando suas experiências com as diversas linguagens artísticas!

Figura 39

Marcelo Cipis


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CONEXÃO ARTE

Sugestões de sites, livros, músicas, filmes, animações e documentários para você aprofundar sua viagem pelos conteúdos da unidade que mais despertaram o seu interesse no universo das artes.



CLIQUE ARTE

Buraco D’Oráculo [Teatro de rua]. Site oficial do grupo, com biografia, imagens e sinopses dos trabalhos, repertórios e publicações. Disponível em:
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