Português: contexto, interlocução e sentido


Avaliando a competência de área 6



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Avaliando a competência de área 6: Compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação.

As inúmeras atividades deste volume que, na parte de Gramática, requerem a resolução de situações-problema ou questões voltadas à compreensão de fenômenos linguísticos em diferentes níveis de análise podem subsidiar adequadamente a avaliação dessa competência. Particularmente no que diz respeito à habilidade de “identificar os elementos que concorrem para a progressão temática e para a organização e estruturação de textos de diferentes gêneros e tipos” (H18), a avaliação em torno de tópicos gramaticais deve levar em conta o trabalho com produção textual. Nesse sentido, as reflexões e atividades sugeridas nas seções Usos de..., Pratique e na seção que fecha o capítulo, já referidas na avaliação da competência de área 1, podem ser o momento ideal para mensurar a competência de área 6 e suas respectivas habilidades.



Avaliando a competência de área 7: Confrontar opiniões e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestações específicas.

As atividades voltadas ao trabalho com o texto argumentativo e dissertativo-argumentativo, propostas em unidades da parte de Produção de texto, podem servir de base para a avaliação das habilidades relacionadas a essa competência. Por exemplo, a habilidade de “reconhecer, em textos de diferentes gêneros, recursos verbais e não verbais utilizados com a finalidade de criar e mudar comportamentos e hábitos” (H2) pode ser atestada pelo maior ou menor sucesso do aluno na execução de atividades em que é solicitado a produzir textos com o objetivo de persuadir, convencer, mudar ideias, etc.


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Avaliando a competência de área 8: Compreender e usar a língua portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização do mundo e da própria identidade.

Dentro dessa competência é avaliada, entre outras, a habilidade de “relacionar as variedades linguísticas a situações específicas de uso social” (H26). O professor encontrará diversas atividades que permitem abordar esse tema ao longo dos três volumes da obra. Essas atividades trazem exemplos de uso (formal e informal) da língua em diferentes contextos e podem, dessa forma, servir de modelo para elaborar práticas de avaliação para mensurar a competência de área 8.

Como sugestão, os boxes intitulados “De olho na fala” são um excelente instrumento para subsidiar atividades que levem o aluno a descrever fatos gramaticais típicos da fala espontânea. O conteúdo dessas descrições pode indicar em que nível o aluno se encontra no desenvolvimento da habilidade de “reconhecer os usos da norma padrão da língua portuguesa nas diferentes situações de interlocução” (H27).

Avaliando a competência de área 9: Entender os princípios, a natureza, a função e o impacto das tecnologias da comunicação e da informação na sua vida pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos científicos, às linguagens que lhes dão suporte, às demais tecnologias, aos processos de produção e aos problemas que se propõem solucionar.

O desenvolvimento dessa competência requer que os alunos reconheçam “a função e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicação e informação” (H28). O espaço dedicado ao trabalho com diferentes gêneros discursivos na seção que fecha os capítulos da parte de Produção, já referido na abordagem de outras competências, se oferece como um modelo para práticas de avaliação em torno dessa habilidade. Se o aluno for instigado a empregar os recursos disponibilizados por diferentes formas de linguagem na execução desses projetos, seu desempenho nas etapas previstas dentro da seção (Pesquisa e análise de dados, Elaboração e Reescrita do texto) permitirá atestar, dentre outros aspectos, o nível da sua habilidade em “identificar, pela análise de suas linguagens, as tecnologias de comunicação e informação” (H29).



Reflexões sobre a prática docente

Pelo exposto até aqui, podemos considerar que o professor de Língua Portuguesa tecnicamente bem preparado é aquele que revela, em sua prática docente, pelo menos três características:

I. Capacidade de investir continuamente na própria formação e no aperfeiçoamento de suas práticas de ensino, não se intimidando na busca e/ou criação de novos recursos associados a diferentes formas de linguagem para explorá-los, de forma ousada e criativa, em âmbito escolar.

II. Disposição para promover a abordagem interdisciplinar, procurando interagir construtivamente com os demais profissionais da escola e recorrendo a estratégias que permitam potencializar a contribuição de conceitos e informações trabalhados em outras disciplinas na análise de fatos da linguagem.

III. Habilidade para aplicar diferentes recursos e instrumentos de avaliação, visando a verificar tanto os erros e acertos de suas práticas quanto o nível atingido pelos alunos no desenvolvimento de competências relacionadas ao trabalho na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias.

Investir no aperfeiçoamento constante das práticas de ensino demanda a inserção do professor em espaços de produção e divulgação de saberes dos quais as universidades, com seus centros de pesquisa, são o melhor exemplo. Podemos recorrer à imagem do “professor-pesquisador” de Língua Portuguesa, aquele que busca e testa novas formas de abordar a linguagem para eleger aquelas que promovam resultados positivos em sala de aula.

Quanto ao esforço voltado à interdisciplinaridade, a disposição para o trabalho com esse fim passa necessariamente pelo reconhecimento de que é fundamental interagir com os demais profissionais da escola. Os professores de Gramática, Literatura e Produção de texto devem investir em uma articulação interdisciplinar que se reflita no uso de diferentes formas de linguagem para a resolução de problemas trabalhados no domínio de outras áreas. Ao mesmo tempo, essa articulação deve permitir que conceitos pertencentes ao domínio de outras disciplinas possam ser colocados a serviço de práticas que passem pelo estudo da linguagem.

Por fim, implementar formas criativas e profícuas de avaliação deve ser uma preocupação de qualquer docente que, interessado em garantir uma formação que articule ciência, cultura e trabalho, sinta a necessidade de mensurar a eficiência de suas práticas na sustentação desse tripé. Qualquer que seja a escolha do professor, sua ação não pode ser centrada em um processo que mire a simples aprovação ou reprovação do aluno: antes de mais nada, as práticas de avaliação devem desenvolver instrumentos por meio dos quais o próprio aluno possa reconhecer o nível em que encontra no desenvolvimento de uma dada competência.



Fichas para a avaliação de práticas docentes

A seguir, apresentamos modelos de ficha para guiar a avaliação de práticas docentes no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa.

As fichas propostas trazem afirmações a respeito de diferentes práticas e resultados que devem receber uma nota de 0 (zero) a 5 (cinco): se a afirmação for totalmente verdadeira, deve receber 5; se for totalmente falsa, deve receber 0. Uma maioria de afirmações com nota alta reflete uma boa avaliação do professor a respeito de suas práticas.

Exemplificamos os dois modelos com as habilidades relacionadas à competência de área 8 da matriz de referência para o Enem 2009 e com tópicos relacionados ao estudo sobre formação de palavras, respectivamente.


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Procedimentos de avaliação:

• observar o desempenho dos alunos na execução de atividades voltadas ao reconhecimento de efeitos de sentido associadas a processos de derivação e composição;

• verificar se os alunos conseguem identificar neologismos, bem como reconhecer sua função em diferentes práticas discursivas;

• atentar para o interesse e desempenho dos alunos na resolução das atividades propostas no livro didático;

• acompanhar os procedimentos aplicados pelos alunos na resolução das atividades propostas em âmbito interdisciplinar, em particular aqueles que envolvem práticas associadas ao eixo cognitivo “compreender fenômenos” e “dominar linguagens”;

• verificar se, em situações específicas (como na análise do nome de compostos químicos), os alunos conseguem se valer dos conceitos trabalhados em sala de aula para depreender os processos que entram em jogo na constituição mórfica de palavras amplamente utilizadas em um determinado campo de saber.



Ficha para avaliação das práticas docentes




0

1

2

3

4

5

Foi possível trabalhar satisfatoriamente todos os conceitos previstos na elaboração da aula.



















Os alunos não mostraram dificuldades com conceitos que precisaram ser recuperados para o trabalho adequado com o tema.



















A fundamentação teórico-metodológica mostrou-se apropriada para o trabalho didático com o tema em questão.



















As referências bibliográficas que serviram de apoio à preparação da(s) aula(s) contribuíram positivamente para a explicitação do tema.



















Os alunos mostraram interesse pelo tema da aula e se sentiram motivados a desenvolver as atividades sugeridas.



















Os alunos progrediram no desenvolvimento do(s) eixo(s) cognitivo(s) trabalhado(s).



















O resultado das atividades evidencia o desenvolvimento das competências e habilidades previstas no projeto da aula.



















A articulação interdisciplinar mostrou-se positiva para todas as áreas e disciplinas envolvidas.*



















Os conceitos e informações trabalhados na articulação interdisciplinar foram adequadamente compreendidos pelos alunos.



















Os instrumentos de avaliação foram eficazes na aferição das competências e habilidades desenvolvidas pelos alunos.



















Os instrumentos de avaliação permitiram que os próprios alunos chegassem a conclusões sobre suas competências e habilidades.



















* Na ficha a seguir, a avaliação desse item é estendida.



















Ficha para avaliação das práticas docentes

Todos os professores envolvidos na articulação tiveram tempo e mostraram disposição para se dedicar ao projeto.

0

1

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Houve pleno domínio, da parte dos professores de Português, dos conceitos e informações trabalhados em outros campos de saber.



















Houve pleno domínio, por parte dos outros professores, dos conceitos e informações trabalhados em Língua Portuguesa.



















Todas as instâncias da escola deram apoio ao desenvolvimento da articulação interdisciplinar.



















Não faltaram recursos materiais para desenvolver as atividades previstas no projeto.



















A falta de paralelismo programático entre os conteúdos em comum de cada disciplina não foi um obstáculo à execução do projeto.



















Os alunos foram receptivos à abordagem integrada de conceitos e informações.



















A articulação interdisciplinar contribuiu claramente para o sucesso dos alunos em práticas associadas aos diferentes eixos cognitivos.


















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RESPOSTAS DAS ATIVIDADES REFERÊNCIAS

LITERATURA

RESPOSTAS AOS EXERCÍCIOS

UNIDADE 1 O Modernismo

CAPÍTULO 1

Pré-Modernismo

Leitura da imagem (p. 12)

1 A foto parece retratar uma cena de combate. Isso é sugerido pela presença de alguns homens armados (espingardas e espadas) que se posicionam em torno de outros homens para aprisioná-los. Os homens cercados parecem se render (um está deitado e o outro levanta os braços para indicar que não está armado).

2 a) Pela observação dos trajes, podemos supor que se trata de pessoas de uma baixa condição socioeconômica. Os homens estão descalços e há alguns sem camisa. Também é possível identificar, em alguns deles, a presença do que parece ser um uniforme: camisa branca com alguns enfeites na manga que podem indicar patente; roupa escura com fileiras paralelas de botões e cinto de couro.

b) Não há diferença significativa entre os homens fotografados. A presença ou não de camisas não é elemento suficiente para o observador imaginar que está diante de pessoas de classes sociais diferentes: todos eles parecem ter uma condição socioeconômica baixa.



3 Resposta pessoal. Espera-se que os alunos levem em consideração a informação de que Flávio de Barros recebera a missão de “exaltar os feitos do exército”. Nesse contexto, a simulação de um embate entre soldados da cavalaria e jagunços do Conselheiro teria a intenção de apresentar os soldados como “guerreiros” destemidos, capazes de enfrentar com coragem e agilidade os conselheiristas, que são apresentados em minoria, cercados, rendidos.

Não se pode esquecer que, pela primeira vez na história brasileira, um enfrentamento dessas proporções recebia uma cobertura jornalística e um registro fotográfico. Embora soldados e jagunços enfrentassem condições duríssimas ao longo da guerra, a intenção dessa encenação provavelmente foi a de apresentar os jagunços como covardes e os soldados como heróis. O interessante é observar que os soldados que representam o papel de jagunços, na foto, contribuem para a nossa percepção de que não havia, entre eles, significativas diferenças socioeconômicas.



Da imagem para o texto (p. 12)

4 O povoado de Canudos é descrito como um amontoado de casas muito precárias, que já “nascia velho”, como uma cidade arruinada por um terremoto.

5 a) A série de adjetivos de significado negativo sugere miséria. A imagem mostra uma espécie de caverna escura e precária. Quando afirma que as casas são uma paródia “grosseira” das moradas romanas, o narrador destaca a simplicidade da organização do espaço, a sensação de opressão das dimensões dos cômodos.

b) Ao comparar as casas de Canudos com as moradias romanas, o narrador usa como referência construções realizadas há muitos séculos, em um momento em que a civilização urbana estava se organizando e se definindo. Com base nessa comparação, o narrador conclui que a própria raça humana estaria em processo de envelhecimento, de decadência. É como se as casas estivessem regredindo ao primarismo das cavernas primitivas.



6 Sua fé. São romeiros que percorreram o sertão em busca da salvação anunciada por Antônio Conselheiro.

a) “[...] quando divisavam o campanário humilde da antiga Capela, caíam genuflexos sobre o chão aspérrimo. Estava atingido o termo da romagem. Estavam salvos da pavorosa hecatombe, que vaticinavam as profecias do evangelizador.”

b) São pessoas muito pobres. Quando o narrador diz que esses fiéis carregam os seus “haveres todos”, informa ao leitor que tinham pouquíssimas posses, coisas pequenas (roupas, provavelmente), que conseguiam carregar.

7 A felicidade está associada ao fato de acreditarem que Canudos era “a terra da promissão”. Chegar até ali significava alcançar a terra prometida e a salvação garantida por Antônio Conselheiro em suas pregações. Tudo isso era motivo de felicidade.

Literatura e contexto histórico (p. 15)

> Espera-se que os alunos percebam que o Pré-Modernismo surge em um período marcado pela tensão social. As revoltas que surgiram no período resultam de uma insatisfação em vários setores da sociedade, em particular nas classes trabalhadoras. Naquele período, o conflito de Canudos é o maior exemplo dos confrontos internos que marcavam o país. É esse contexto conturbado que fará surgir, na literatura, a produção de obras que revelam um país com problemas sociais, culturais e políticos. Distante da idealização romântica, o olhar dos escritores pré-modernistas é crítico e suas obras fazem a denúncia da realidade brasileira e de suas mazelas, voltando-se para o homem comum e para a paisagem regional. Por exemplo, o sertão atrasado, nunca vislumbrado pelos habitantes dos centros urbanos, chega aos leitores pelo relato literário-jornalístico de Euclides da Cunha sobre a guerra de Canudos.

Texto para análise (p. 16)

1 O primeiro trecho chama a atenção para o desequilíbrio entre as forças do Governo e os conselheiristas. Como testemunha ocular dos fatos, Euclides constata o massacre promovido pelas tropas republicanas contra os fiéis. E seu texto revela, por isso, que a sua visão sobre Canudos e seus moradores é positiva: a cidade e aqueles que a defendiam não se renderam diante da violência da ação do inimigo. O segundo trecho deixa clara a visão negativa que Bilac tem sobre os eventos de Canudos e sobre Antônio Conselheiro. O autor, ao contrário de Euclides, reproduz o “discurso oficial” do Governo brasileiro, para quem os seguidores do beato eram
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uma horda de fanáticos que desejavam destruir a ordem nacional.



2 Bilac caracteriza Canudos como uma cidadela maldita, um antro negro; Conselheiro é um profeta de barbas sujas, de força diabólica, feita de fé e de patifaria, alimentada pela rapinagem.

> O uso dessas expressões revela que Bilac vê Antônio Conselheiro e a luta travada em Canudos como algo a ser destruído. Na sua visão, o beato era um ser diabólico e patife que se alimentava da fé de seus seguidores. Tanto Conselheiro quanto seus seguidores são vistos por Bilac como fanáticos repletos de superstição que ameaçavam o Governo e que, por isso, deveriam ser contidos a qualquer custo.

3 A interpretação da história, seja ela literária ou não, está sempre vinculada à perspectiva ideológica de quem a realiza. É exatamente isso que explica visões tão diferentes sobre o mesmo acontecimento histórico.

4 A resposta é pessoal, mas seria interessante que os alunos percebessem que a publicação de dois textos com visões tão distintas sobre o conflito e seus integrantes deve ter surtido efeito sobre os leitores dos jornais da época. É de se imaginar que alguns tenham gostado do texto de Euclides e simpatizado com os conselheiristas e sua luta, e que outros tenham partilhado da visão de Bilac e concordado com o discurso oficial. Provavelmente, a visão apresentada em cada um dos textos publicados deveria representar a polarização da opinião pública a respeito do conflito, como acontece ainda hoje quando há a manifestação de posturas opostas a respeito de alguma questão polêmica.

Literatura e contexto histórico (p. 16)

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