A temática sobrenatural, desde muito tempo, faz parte da compreensão de mundo dos japoneses. Podemos comprovar tal assertiva, revendo as páginas do Kojiki (Kojiki ou Furukotofumi (古事記) é o livro mais antigo sobre a história do Japão antigo.[1] O corpo do texto é escrito em chinês, mas inclui numerosos nomes e expressões em japonês. As canções incluídas no texto são em japonês arcaico escritas foneticamente com caracteres chineses.), nas quais é possível folhear a história da criação do mundo, do arquipélago japonês e da família imperial japonesa, a partir do olhar maravilhoso da mitologia.
Importante frisar que a origem da família real japonesa é legitimada por uma ascendência SOBRENATURAL. Ela se baseia no nascimento a partir de um YOKAI!
“De Takama no Hara (Alta Planície Celeste), Amaterassu Omikami, a Augusta Deusa Sol, gostava de apreciar as terras de Achi Hara no Mizuho no Kuni (País dos Campos de Junco e Espiga de Arroz), que mais tarde seria conhecido como Japão, e costumava comentar com as ninfas celestes que, um dia, seus descendentes povoariam aquele rincão que tanto admirava.
Certo dia, a Augusta Deusa Sol resolveu enviar seu filho mais velho, Massaka Akatsu Katsu Hayabi Ameno Akishiho no Kami (Divindade Espiga de Arroz Luxuriante do Céu), para civilizar Mizuho no Kuni. Este, porém, sugeriu à mãe que nomeasse seu filho Ninigui no Mikoto, o Augusto Neto Celeste, mais capacitado para exercer tal missão. Concordando com a sugestão do primogênito, a Augusta Deusa Sol chamou seu neto e fez uma profecia: - Esta fértil planície de juncos será a região onde os meus descendentes serão senhores. E tu, Ninigui, vai para lá governá-la .Vai, e talvez a prosperidade favoreça a tua dinastia e faz com que, tal como o Céu e a Terra, ela seja eterna”.
Acompanhado de um grupo de guerreiros, Ninigui, o Augusto Neto Celeste, atravessou Amano Hashi Date (Ponte Lançada do Céu) e desceu sobre o pico do monte Takachiho, na ilha de Kyushu. Com os guerreiros que faziam a guarda de segurança de Ninigui, veio o capitão Katami Musubi, que dominou os habitantes do monte Takachihô, onde inicialmente se estabeleceram. Ninigui trouxe com ele as três insígnias sagradas: o espelho, a espada sagrada e uma jóia (bola de cristal), símbolos de sua autoridade real (hoje tesouro da família imperial).
Consta também que quando a expedição vinda da Alta Planície Celeste chegou a Mizuho, encontrou um forte chefe nativo de nome Saruta Hiko, que seria um grande obstáculo para a conquista da região, pois ele era um homem-macaco da Idade da Pedra, tinha um físico avantajado e era mais forte que um touro. Na luta era invencível, porém foi seduzido pela sensualidade da deusa Ameno Uzume no Mikoto, por quem se apaixonou perdidamente e permitiu à comitiva de Ninigui que se instalasse no monte Takachihô, situado ao norte de Kyushu. Nesta época, na costa oeste da ilha Honshu (principal ilha do arquipélago japonês), em Izumo, moravam os descendentes de Suzano-o no Mikoto (Deus Tempestade), o irmão rebelde da Augusta Deusa Sol.
Ninigui estabeleceu-se em Kyushu, casou-se com a bela princesa Milhares de Tecidos Esplêndidos, filha da Divindade Alta Árvore, e, com o decorrer do tempo, teve três filhos. O sucessor de Ninigui no trono foi seu filho Hassuseiri no Mikoto (Príncipe Espiga Madura), que se casou com Konohana Sakuya Hime (Princesa Floração), a bela donzela que, com seus gestos mágicos, fazia flores surgirem nas árvores. Ela espalhava pétalas no rio e todo o vale ficava florido. Konohana era filha de Ooyama Tsumimi no Kami, o Grande Possessor da Montanha, que tinha também uma filha mais velha, Iwanaga Hime, “princesa Rocha Extensa”.
Os filhos do casal Hassuseiri e Konohana foram Umi no Satihiko no Mikoto ou Hohoderi no Mikoto (Príncipe Jovem do Mar) e Yama no Satihiko no Mikoto ou Hoori no Mikoto (Jovem Príncipe da Montanha), os irmãos que ficaram conhecidos como Príncipe Caçador e Príncipe Pescador. Primeiro Hohoderi reinou Mizuho no Kuni, depois deu lugar ao irmão Hoori. Este se casou com Toyotama Hime (Princesa Alma Luxuriante, filha do Deus do Mar). Shiyozuchi no Kami, Princesa Toyotama, foi flagrada em sua forma de dragão quando dava luz a um bebê. Por isso, envergonhada, voltou ao fundo do mar e enviou sua irmã Alma Possessa para cuidar de Ugaya Fuki Ayasu no Mikoto, seu filho. Este casou com sua tia e tiveram quatro filhos.”
(Por Claudio Seto)
Deus criou IZANAGI (pronuncia-se Izanagui) e IZANAMI. Izanagi significa o homem convidado e Izanami a mulher convidada.
Na história bíblica seria: Deus criou Adão e Eva.
Deus no Japão significa Deus Xinto que daí desenvolveu-se o xintoísmo, a religião originária do Japão.
Deus Xinto enviou os filhos Izanagi e Izanami à terra como seu representante. Diz a mitologia que Deus Xinto colocou-os numa ponte para que eles caminhassem em direção à “terra” que hoje é chamado Japão.
Quando eles chegaram à “terra”, o Japão ainda era apenas uma ilha coagulada que se chamava ONO-KORO.
Deuses Izanagi e Izanami se casam para formar seus descendentes. Nessa época, inicia-se Kunibiki, a junção de várias outras pequenas ilhas até chegar as quatro atuais: Hokkaidou, Honshuu, Shikoku e Kyuushuu. O Japão é batizado de YAMATO, A Grande Paz.
Eles tiveram 3 filhos:
A primeira filha, AMATERASU OOMI KAMI que significa a deusa xinto do sol.
O segundo filho, TSUKI YOMI NO MIKOTO que significa o deus xinto da lua.
O terceiro filho, SUSANO O NO MIKOTO que significa o deus xinto do trovão.
Segundo a mitologia japonesa, a primeira filha AMATERASU OOMI KAMI é a que descende a família imperial do Japão. E o primeiro filho dessa deusa é o primeiro imperador do Japão, JIN MU TENNOU que significa O Passo do Deus Xinto quem governou o Japão de 660 AC até 585 AC.
Para termos uma idéia concreta, o atual imperador Akihito do Japão é o 125º imperador que descende diretamente da deusa AMATERASU OOMI KAMI, cujo filho JIN MU TENNOU é o primeiro imperador.
(Rosa T. Sonoo)
Dostları ilə paylaş: |