Português: contexto, interlocução e sentido



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. Acesso em: 31 mar. 2016.

1. Qual é o objetivo do cartaz criado pela Prefeitura de Curitiba?

2. Alguns termos utilizados no cartaz provavelmente chamam a atenção dos leitores. Quais são eles?

a) Por que o uso desses termos chama a atenção, considerando que o cartaz foi publicado na página da Prefeitura Municipal de Curitiba em uma rede social?

b) Essa página tem por objetivo criar uma comunicação mais direta entre os curitibanos e a Prefeitura Municipal. Qual poderia ser a intenção dos responsáveis pela página ao fazer um uso como esse da linguagem nos textos que publicam?

3. No cartaz, é usado o neologismo helicopteriza. Qual é o seu sentido e como ele foi formado?

> De que forma o uso desse termo se relaciona à imagem apresentada e ao objetivo do cartaz?

Leia as tiras a seguir para responder às questões de 4 a 6.



Piratas do Tietê

Laerte

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© LAERTE


LAERTE. Piratas do Tietê. Folha de S.Paulo. São Paulo, 15 out. 2010. Disponível em: . Acesso em: 3 fev. 2016.
Página 212

Armandinho

Alexandre Beck

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© ALEXANDRE BECK

BECK, Alexandre. Armandinho. Disponível em: . Acesso em: 3 fev. 2016.

4. Descreva brevemente a situação retratada na primeira tira.

a) A palavra desumanização é fundamental para a compreensão do sentido da tira. Qual foi o prefixo usado na formação dessa palavra? Explique o que ele indica.

b) Qual é o significado usualmente atribuído a essa palavra e que novo sentido ela adquire no contexto da tira?

c) Como o uso desse termo, associado ao contexto em que ocorre, contribui para a construção do sentido da tira?

5. Na segunda tira, Armandinho usa a palavra revolta com um sentido inesperado. Qual é esse sentido e o que levou o menino a empregar a palavra dessa forma?

a) Que sentido costuma ser atribuído a esse termo?

b) De que maneira o uso dessa palavra contribui para a criação do efeito de humor na tira?

6. O conhecimento que os autores das tiras têm sobre elementos mórficos e os significados a eles associados é o que possibilita a construção do efeito de sentido em cada uma delas. Explique por quê.

Outros processos de derivação

Leia atentamente a tira a seguir para responder às questões de 1 a 3.



Téo & o mini mundo

Caetano Cury

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© CAETANO CURY

CURY, Caetano. Téo & o mini mundo. Disponível em: . Acesso em: 1º fev. 2016.

1. Em qual noção se baseia a definição de democracia dada pelo menino?

2. A borboleta que dialoga com o menino faz uma ressalva à definição de democracia proposta por ele. Por quê?

3. A definição e a ressalva são feitas com base em um jogo semântico construído a partir de duas palavras relacionadas. Que palavras são essas?

a) A que classes gramaticais pertencem essas palavras?

b) Escreva, no caderno, outras palavras da língua em que se pode observar uma relação semelhante.

c) Qual a relação existente entre esses pares de palavras?

Essa tira mostra que, além dos processos de formação de palavras pelo acréscimo de prefixos e sufixos, a língua portuguesa conta com outros processos de derivação. No caso, um substantivo — escolha — foi criado a partir da redução da forma do infinitivo verbal (escolher). Conheceremos melhor, a seguir, este e outros processos de formação de palavras.


Página 213

Derivação regressiva

A derivação regressiva é definida pela redução na forma fonológica da palavra derivada em relação à forma da palavra primitiva: abalo (de abalar), busca (de buscar), choro (de chorar), alcance (de alcançar), resgate (de resgatar), troca (de trocar), perda (deperder).

É o processo de derivação regressiva que produz os chamados substantivos deverbais. Observe.

Gato e Gata

Laerte

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© LAERTE


LAERTE. Gato e Gata. Folha de S.Paulo. São Paulo, 29 abr. 2002.

Tome nota

Os deverbais são substantivos formados a partir de verbos (principalmente da primeira e segunda conjugações), pela eliminação da desinência verbal (vogal temática + morfema modo-temporal de infinitivo) e acréscimo das vogais temáticas nominais -a, -o ou -e ao radical verbal. Na tirinha, o substantivo belisco (petisco) é um deverbal.



Derivação parassintética

Ocorre o processo de derivação parassintética sempre que a um determinado radical agregam-se, simultaneamente, um prefixo e um sufixo: enraivecer, aportuguesar, expatriar, desalmado.

Nesses casos, a derivação não é feita por etapas: os afixos são acrescentados ao radical de uma só vez. Na língua, não existem isoladamente as formas nas quais entra apenas o sufixo ou o prefixo em questão: enraiva ou raivecer, aportuguês ou portuguesar, expátria ou patriar, desalma ou almado. É a simultaneidade da afixação que constitui a parassíntese.

Há vários exemplos na língua em que tanto um prefixo como um sufixo podem ser acrescentados a um mesmo radical. A partir do radical feliz, por exemplo, podemos ter, por prefixação, infeliz; por sufixação, felizmente; e, por prefixação e sufixação, infelizmente. Todas essas etapas dão origem a palavras da língua, diferentemente dos casos de parassíntese, quando é necessário que tanto a prefixação como a sufixação ocorram ao mesmo tempo.



Derivação imprópria

Uma forma particular de derivação acontece quando uma palavra muda de classe gramatical sem que sua forma original seja alterada. Esse processo é denominado derivação imprópria.

Transformar palavras de outras classes gramaticais em substantivos é um exemplo de derivação imprópria. Essa transformação é muitas vezes feita pela anteposição de um artigo ou pronome adjetivo ao termo que será substantivado.

O importante, porém, é reconhecer a função que a palavra exerce no contexto em que ocorre. No diálogo da tira abaixo, o advérbio não foi substantivado na fala do segundo quadrinho, o que fica evidente pela flexão de número que recebe (“Também recebo ‘nãos’ das garotas”). Observe.



A Legião

Bill Rechin & Don Wilder

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© 2015 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

RECHIN, Bill; WILDER, Don. A legião. Jornal da Tarde. São Paulo, 15 out. 2003.
Página 214

Veja também outros casos de mudança de classe que exemplificam o processo de derivação imprópria:

substantivos própriossubstantivos comuns: quixote, damasco, acácio (indivíduo tolo, como o Conselheiro Acácio, personagem de Eça de Queirós, conhecido pelo tom convencional e vazio de sentido de suas observações).

substantivos comuns substantivos próprios: Coelho, Oliveira, Madeira, Carneiro, Leão (sobrenomes).

substantivosadjetivos: monstro (“Fiquei parada horas em um engarrafamento monstro”); burro (“Esta é uma solução burra para o problema”).

substantivos, adjetivos e verbosinterjeições: Silêncio! Viva! Bravo! Salve!

verbos e advérbiosconjunções: quer … quer, já … já.

particípios (presentes e passados)preposições: mediante, salvo.

particípios passadossubstantivos e adjetivos: resoluto, conteúdo, partido.

ATIVIDADES

Leia atentamente as tiras a seguir para responder às questões 1 e 2.



Níquel Náusea

Fernando Gonsales

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© FERNANDO GONSALES

GONSALES, Fernando. Níquel Náusea: botando os bofes de fora. São Paulo: Devir, 2002. p. 43.

Hugo para principiantes

Laerte

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© LAERTE


Laerte, Hugo para principiantes. São Paulo: Devir, 2005. p. 39.

Planorbídeo: molusco gastrópode de água doce.

Balanoglossus: protocordado vermiforme cosmopolita marinho.

1. Na primeira tira, qual é o sentido da palavra radical?

a) Que função ela desempenha em relação aos termos motoqueiro, surfista e cientista?

b) Considerando essa função, a que classe de palavras radical tem de pertencer?

c) Explique qual é a relação entre o humor da tira e a palavra radical.

2. O termo radical é usado, na segunda tira, com a mesma função que tem na primeira? Explique.

a) Considerando essa função, a que classe de palavras radical tem de pertencer, nesse caso?

b) A mudança de função da palavra radical exemplifica um processo de formação de palavras. Qual é ele? Justifique.
Página 215

O texto a seguir foi apresentado no sumário de uma revista como chamada para a reportagem de capa. Leia-o atentamente para responder às questões 3 e 4.



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REPRODUÇÃO



Galileu. São Paulo: Globo, n. 229, ago. 2010, p. 5.

3. Considerando o título da chamada e o texto que o acompanha, é possível saber qual assunto será abordado na reportagem de capa da revista? Justifique.

4. A palavra emburrece, presente no título da chamada da reportagem no sumário da revista, é uma flexão do verbo emburrecer. Qual a palavra cujo radical entra na constituição da palavra emburrecer?

> Que processo de formação de palavras deu origem ao verbo emburrecer? Explique como esse verbo foi formado.

Enem e vestibulares

1. (Unicamp)

Os textos abaixo foram retirados da coluna “Caras e bocas”, do Caderno Aliás, do jornal O Estado de S. Paulo:

“A intenção é salvar o Brasil.”

Ana Paula Logulho, professora e entusiasta da segunda “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, que pede uma intervenção militar no país e pretendeu reeditar, no sábado, a passeata de 19 de março de 1964, na capital paulista, contra o governo do Presidente João Goulart.

“Será um evento esculhambativo em homenagem ao outro de São Paulo.”

José Caldas, organizador da “Marcha com Deus e o Diabo na Terra do Sol”, convocada pelo Facebook para o mesmo dia, no Rio de Janeiro.



O Estado de S. Paulo, 23 mar. 2014, Caderno Aliás, E4. Negritos presentes no original.

a) Descreva, no caderno, o processo de formação de palavras envolvido em “esculhambativo”, apontando o tipo de transformação ocorrida no vocábulo.

b) Discorra sobre a diferença entre as expressões “evento esculhambado” e “evento esculhambativo”, considerando as relações de sentido existentes entre os dois textos.

2. (Fuvest)

Ora nesse tempo Jacinto concebera uma ideia... Este Príncipe concebera a ideia de que o “homem só é superiormente feliz quando é superiormente civilizado”. E por homem civilizado o meu camarada entendia aquele que, robustecendo a sua força pensante com todas as noções adquiridas desde Aristóteles, e multiplicando a potência corporal dos seus órgãos com todos os mecanismos inventados desde Terâmenes, criador da roda, se torna um magnífico Adão, quase onipotente, quase onisciente, e apto portanto a recolher [...] todos os gozos e todos os proveitos que resultam de Saber e Poder... [...]


Página 216

Este conceito de Jacinto impressionara os nossos camaradas de cenáculo, que [...] estavam largamente preparados a acreditar que a felicidade dos indivíduos, como a das nações, se realiza pelo ilimitado desenvolvimento da Mecânica e da erudição. Um desses moços [...]

Suma ciência × Suma potência = Suma felicidade

reduzira a teoria de Jacinto [...] a uma forma algébrica: E durante dias, do Odeon à Sorbona, foi louvada pela mocidade positiva a Equação Metafísica de Jacinto.

Eça de Queirós, A cidade e as serras.

Sobre o elemento estrutural “oni”, que forma as palavras do texto “onipotente” e “onisciente”, só NÃO é correto afirmar:



a) Equivale, quanto ao sentido, ao pronome “todos(as)”, usado de forma reiterada no texto.

b) Possui sentido contraditório em relação ao advérbio “quase”, antecedente.

c) Trata-se do prefixo “oni”, que tem o mesmo sentido em ambas as palavras.

d) Entra na formação de outras palavras da língua portuguesa, como “onipresente” e “onívoro”.

e) Deve ser entendido em sentido próprio, em “onipotente”, e, em sentido figurado, em “onisciente”.

3. (Uerj – adaptada)

Gato gato gato

Familiar aos cacos de vidro inofensivos, o gato caminhava molengamente por cima do muro. O menino ia erguer-se, apanhar um graveto, respirar o hálito fresco do porão. Sua úmida penumbra. Mas a presença do gato. O gato, que parou indeciso, o rabo na pachorra de uma quase interrogação.

[...]

Gato – leu no silêncio da própria boca. Na palavra não cabe o gato, toda a verdade de um gato. Aquele ali, ocioso, lento, emoliente – em cima do muro. As coisas aceitam a incompreensão de um nome que não está cheio delas. Mas bicho, carece nomear direito: como rinoceronte, ou girafa se tivesse mais uma sílaba para caber o pescoço comprido. Girarafa, girafafa. Gatimonha, gatimanho. Falta um nome completo, felinoso e peludo, ronronante de astúcias adormecidas. O pisa-macio, as duas bandas de um gato. Pezinhos de um lado, pezinhos de outro, leve, bem de leve para não machucar o silêncio de feltro nas mãos enluvadas.



O pelo do gato para alisar. Limpinho, o quente contato da mão no dorso, corcoveante e nodoso à carícia. O lânguido sono de morfinômano. O marzinho de leite no pires e a língua secreta, ágil. A ninhada de gatos, os trêmulos filhotes de olhos cerrados. O novelo, a bola de papel – o menino e o gato brincando. Gato lúdico. O gatorro, mais felino do que o cachorro é canino. 1Gato persa, gatochim – o espirro do gato de olhos orientais. Gato de botas, as aristocráticas pantufas do gato. A manha do gato, gatimanha: teve uma gata miolenta em segredo chamada Alemanha.

Em cima do muro, o gato recebeu o aviso da presença do menino. 2Ondulou de mansinho alguns passos denunciados apenas na branda alavanca das ancas. Passos irreais, em cima do muro eriçado de cacos de vidro. E o menino songa-monga, quietinho, conspirando no quintal, acomodado com o silêncio de todas as coisas.

No se olharem, o menino suspendeu a respiração, ameaçando de asfixia tudo que em torno dele com ele respirava, num só sistema pulmonar. O translúcido manto de calma sobre o claustro dos quintais. O coração do menino batendo baixinho. O gato olhando o menino vegetalmente nascendo do chão, como árvore desarmada e inofensiva. A insciência, a inocência dos vegetais.

[...]


Menino e gato ronronando em harmonia com a pudica intimidade do quintal. Muro, menino, cacos de vidro, gato, árvores, sol e céu azul: o milagre da comunicação perfeita. A comunhão dentro de um mesmo barco. O que existe aqui, agora, lado a lado, navegando. A confidência essencial prestes a exalar, e sempre adiada. E nunca. O gato, o menino, as coisas: a vida túmida e solidária. O teimoso segredo sem fala possível. Do muro ao menino, da pedra ao gato: como a árvore e a sombra da árvore.

Otto Lara Resende. BOSI, Alfredo. O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix, 1975.



Pachorra: lentidão.
Emoliente: que amolece.
Gatimonha, gatimanho: movimento lento com as mãos.
Ronronante: referente ao ruído produzido pelo gato.
Corcoveante: ondulante.
Nodoso: cheio de nós.
Morfinômano: que gosta de dormir.
Lúdico: relativo à brincadeira, ao jogo.
Miolenta: combinação de miar + lenta.
Eriçado:arrepiado.
Songa-monga: dissimulado.
Claustro: pátio interior nos conventos.
Insciência: ignorância.
Túmida: inchada.

Gato persa, gatochim – o espirro do gato de olhos orientais. (ref. 1)

Ondulou de mansinho alguns passos denunciados apenas na branda alavanca das ancas. (ref. 2)

Os termos sublinhados acima evidenciam dois recursos de exploração da camada sonora das palavras. No caderno, nomeie esses dois recursos. Em seguida, indique aquele que é um exemplo de neologismo, explicitando seu significado.


Página 217

Produção de texto

UNIDADE 7 O discurso

Em diferentes contextos e situações, nós produzimos e lemos textos. Cada um desses textos nasce da relação entre diferentes agentes e assume uma configuração temática e estrutural que os associa a gêneros do discurso específicos.

Nos capítulos desta unidade, descobriremos quais são esses agentes, o que são gêneros discursivos e de que modo expressam características ideológicas próprias do contexto em que são produzidos.

Capítulos

22. Discurso e texto, 227
• As marcas ideológicas dos textos
• Discurso e texto: dois conceitos essenciais

23. A interlocução e o contexto, 233
• Os leitores dos textos
• O texto e seu contexto

24. Os gêneros do discurso, 244
• Uma definição de gênero
• Os tipos de composição

25. Leitura e gêneros do discurso, 248
• Caminhos da leitura
• A relação entre o contexto discursivo, os gêneros e o sentido dos textos
• O papel do leitor
Página 218

Procedimentos e recursos textuais

Como ler um texto

Todos lemos [...] para vislumbrar o que somos e onde estamos.

Lemos para compreender, ou para começar a compreender. Não podemos deixar de ler. Ler, como respirar, é nossa função essencial.

MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. p. 20. (Fragmento).

A leitura e a escrita são atividades muito importantes em uma sociedade letrada. Quando olhamos à nossa volta, percebemos que estamos cercados por textos de inúmeros gêneros discursivos: outdoors, rótulos de produtos variados, e-mails, notícias em portais eletrônicos, etc. Isso faz com que estejamos sempre lendo algo.

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FOTOS: ALASDAIR FITZ-DOSORGHER / GRÁFICO: ANDERSON DE ANDRADE PIMENTEL

Nesse infográfico, observamos a exploração de diferentes linguagens para a construção do sentido.

Se a leitura é algo tão presente em nossa vida, por que, às vezes, compreender determinados textos parece ser um grande desafio?

Provavelmente porque alguns gêneros, pela sua própria natureza, exigem do leitor a capacidade de considerar a validade de informações apresentadas, compará-las com o seu conjunto de referências sobre o assunto, procurar argumentos e outras informações que confirmem ou neguem o ponto de vista defendido pelo autor do texto a ser lido. Um gênero que exige tais habilidades é o artigo de opinião, encontrado em jornais e revistas.

Na página a seguir, reproduzimos um artigo e, nas colunas laterais, sugerimos alguns procedimentos que dão ao leitor maior controle sobre o modo como interpreta um texto. Ponha-os em prática e veja como eles favorecem uma leitura mais objetiva e atenta.


Página 219

1º passo
Identificar o tema do texto.

De que trata o texto lido? Qual é o seu foco principal, ou seja, o tema em torno do qual as informações se organizam?



2º passo
Elaborar uma síntese do texto.

Selecione e organize as informações, os argumentos e as conclusões mais importantes do texto.

Estabeleça critérios de relevância: o que é mais importante? O que é menos importante? O que é informação principal? O que é informação secundária?

3º passo
Organizar as próprias ideias com relação aos elementos relevantes.

Para organizar as informações presentes no texto, posicione-se sobre o que foi tematizado. Esse posicionamento decorre: a) da avaliação do que foi dito, com base nos critérios adotados ao elaborar a síntese; b) dos seus conhecimentos prévios sobre o tema. (Sugestão: confronte os seus conhecimentos sobre o tema com as informações e opiniões apresentadas no texto. Concorda com elas? Discorda delas? Por quê?)



4º passo
Estabelecer relações entre os elementos relevantes e entre eles e outras informações de que o leitor disponha.

A tomada de posição sobre os elementos relevantes selecionados permite que você perceba como esses elementos se relacionam e como podem ser relacionados às informações que você já possui sobre o tema. (Sugestão: procure responder às seguintes perguntas sobre esses elementos: São complementares? Por quê? Opõem-se? Por quê? Subordinam-se? De que maneira?)



5º passo
Interpretar os dados e fatos apresentados.

Com base nas relações identificadas, você começa a construir um sentido seu para o texto. (Sugestão: procure responder à seguinte pergunta: que sentido faz o que eu acabei de ler? Ou seja: consideradas todas as informações, e identificados os argumentos e as conclusões, qual é o sentido fundamental do texto?)



6º passo
Elaborar
hipóteses explicativas para fundamentar a análise do texto.

Após determinar quais são as informações relevantes, estabelecer relações entre elas e interpretá-las, você pode procurar uma explicação para o conjunto de dados obtidos por meio da leitura. Ao elaborar hipóteses explicativas sobre o cenário delineado pelo texto, você vai além do que foi dito pelo autor e constrói um novo conhecimento acerca da questão tematizada.

(Sugestão: alguns textos já trazem hipóteses explicativas para as questões levantadas. Veja se você concorda com elas.)

Do passado ao presente

A breve história das interações humanas com as tecnologias digitais é marcada por uma intimidade em constante evolução: da integração, em meio século, de uma ferramenta surpreendentemente nova aos corações de bilhões de pessoas.

[...]

Thomas Watson, presidente da IBM, ficou famoso por supostamente ter dito, em 1943: “Acredito que exista uma demanda mundial para talvez cinco computadores.” [...]



Os computadores, no entanto, mostraram-se uma atração muito mais poderosa do que esperavam até mesmo os acadêmicos mais ambiciosos. Ao fim da década de 1970, novas máquinas desenvolvidas por empresas como Apple, Commodore e Tandy estavam vendendo centenas de milhares de unidades. A revolução digital havia se tornado pública.

Mas isso era apenas o começo da ininterrupta integração das interações entre os seres humanos e a tecnologia digital. Desde a década de 1970, nossas máquinas têm se tornado cada vez mais poderosas, mais interconectadas e mais fáceis de usar. [...]

Mais importante do que a capacidade, no entanto, é a experiência que essas máquinas proporcionam. Nesse campo, a grande revolução está apenas começando. Isso porque o conceito de “computador pessoal” como sendo um desktop em casa ou um laptop na mochila está sendo gradualmente substituído por outro: o smartphone na mão ou o tablet na mesa, ligados e conectados o tempo todo.

Estamos, eu acredito, gradualmente deixando o mero “computador pessoal” e adotando o que pode ser chamado de “computador íntimo”, representando um nível inteiramente novo de integração de tecnologias digitais às nossas vidas. [...] Para a geração dos chamados “nativos” da era digital, o telefone celular é a primeira coisa que você pega quando acorda, pela manhã, e a última a largar à noite, antes de dormir.

Todas as tecnologias afetam nosso comportamento à medida que as utilizamos: “moldamos nossas ferramentas, e então as ferramentas nos moldam”, como disse o teórico canadense Marshall McLuhan, pioneiro nos estudos sobre as mídias. Ao nos libertar da segurança do modo de vida diário de caçadas e encontros, as tecnologias, desde a agricultura rudimentar à refrigeração, nos ajudaram a construir cidades e civilizações. Ao alterar nossa mobilidade, as tecnologias de transporte alteraram nossas relações com o tempo e o espaço. Somos criaturas tecnológicas. Faz parte de nossa natureza ampliar a nós mesmos e ao mundo — ir além dos limites e nos adaptarmos.

[...]


O mais importante de tudo, no entanto, é o fato de que os dispositivos digitais não são capazes apenas de exibir e reproduzir informação: eles também podem animá-la, dando um sopro de vida a bytes e algoritmos. Quando programamos um computador, não estamos simplesmente criando um objeto, como fazemos ao escrever um livro, pintar um quadro ou desenhar um mapa. Estamos configurando um sistema dinâmico para que outros possam explorar e interagir. Estamos construindo outros mundos.

Talvez esse seja o milagre central de nossa era — e aquele que melhor explica a contínua migração de esforços, atenção, emoção, atividade econômica e inovação em direção às tecnologias digitais. Assim como as cidades funcionaram como ímãs para a maior parte da população ao longo do último século, o reino digital está levando as pessoas ao ponto mais intenso de suas possibilidades: simulações que nos tocam de forma mais profunda do que as meras experiências reais.

CHATFIELD, Tom. Como viver na era digital. Tradução de Bruno Fiuza. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012. p. 19-27. (Fragmento adaptado).
Página 220

Como ler nas entrelinhas

Eu gosto de catar o mínimo e o escondido.

Onde ninguém mete o nariz, aí entra o meu, com a curiosidade estreita e aguda que descobre o encoberto.

MACHADO DE ASSIS, J. M. A semana, Rio de Janeiro, 11 nov. 1897. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. v. 3, p. 772. (Fragmento).

A “arte” de ler o que não foi escrito

Nem sempre nos damos conta de que, ao ler, estamos frequentemente complementando as informações fornecidas pelos textos com outras informações de que dispomos, ou que inferimos a partir do que foi dito pelo autor do texto. Isso acontece porque nem sempre os textos trazem explícitos todos os elementos que participam da construção do seu sentido.

A compreensão do humor das tiras depende, muitas vezes, de o leitor ser capaz de realizar esses procedimentos. Observe.

HAGAR

CHRIS BROWNE

© 2016 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

BROWNE, Chris. O melhor de Hagar, o horrível 4. Porto Alegre: L&PM, 2007. p. 30.

A fala de Hagar, no último quadrinho, surpreende o leitor porque afirma que as personagens fizeram exatamente o contrário do que disseram ter feito no segundo quadrinho.

Para compreender o sentido dessa fala, temos de descobrir o que não foi dito, mas foi pensado por Hagar. Observe.

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© 2016 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS


Página 221

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© 2016 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

© 2016 KING FEATURES SYNDICATE/IPRESS

Se não formos capazes de reconstruir o raciocínio de Hagar, não entenderemos o humor crítico da tira.

Apresentaremos, a seguir, alguns textos que exemplificam diferentes circunstâncias em que algo não dito participa da construção do seu sentido final.

A realização de inferências

Em alguns casos, o que precisa ser recuperado para compreender o sentido do texto pode ser concluído a partir de pistas fornecidas no próprio texto. Uma vez obtidas as pistas, deve-se confrontá-las com aspectos conhecidos da realidade para fazer uma inferência, ou seja, um tipo de raciocínio que conclui alguma coisa a partir de outra já conhecida. Observe a tira abaixo.

RANGO

EDGAR VASQUES

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© EDGAR VASQUES

VASQUES, Edgar. Rango. Disponível em:


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