Queda e salvaçÃO



Yüklə 1,1 Mb.
səhifə16/38
tarix01.11.2017
ölçüsü1,1 Mb.
#24792
1   ...   12   13   14   15   16   17   18   19   ...   38

Somente encarando-o assim, em sua profundidade, podemos compreender o problema da destruição do ser. A Lei automaticamente nos devolve, em bem ou mal, o que de nós recebeu. Os seus equilíbrios se restabelecem à nossa custa, na medida em que nós quisermos deslocá-los. Qualquer que seja o dano que fizermos, temos de restaurá-lo. O fenômeno da evolução se baseia nesse princípio. Temos que reconstruir os equilíbrios da Lei, na medida em que os violamos. Assim acontece porque quando saímos da ordem da Lei aparece a dor, que nos continuará golpeando até regressarmos àquela ordem. A dor não é o efeito duma intervenção de Deus, mas é a carência da harmonia de forcas da qual depende a nossa felicidade. Cada revolta nossa destrói essa harmonia, lançando-nos na desordem e carência que se chama dor. Assim, a cada afastamento da Lei, tem que corresponder uma proporcional aproximação junto dela. Então, é lógico que com o esforço da evolução se possa pagar uma revolta temporária, corrigindo o seu impulso limitado, percorrendo em subida o caminho feito em descida. Mas quando a revolta é completa e definitiva, não há subida que possa corrigi-la facilmente, tão grande é a desordem provocada. O ser tanto se aprofundou, que é difícil recuperar-se. Ele, não pode ressuscitar do seu negativismo, daí a razão do seu aniquilamento.

Tudo é lógico. Com a revolta o ser procurou destruir a obra de Deus. Mas a obra de Deus a respeito do ser foi a de cria-lo. O seu estado de criatura como eu individualizado, é exatamente o produto da criação. Então o ser, revoltando-se contra a obra de Deus, se revolta contra a sua própria existência e procura destruí-la. A individuação do ser representa um campo de forças, dentro do qual só lhe é permitido agir, e não pode sair dele. Isto quer dizer que o S, a obra de Deus, é inatingível pela criatura, que é dona só do que lhe pertence e é livre somente para se destruir, a si mesma, seja temporariamente, recuperando-se depois com a evolução, seja definitivamente, se quiser para sempre insistir na revolta.

Tudo é justo e lógico. Mas queremos saber ainda mais e continuamos olhando para a nossa visão, para ver nela sempre mais profunda e pormenorizadamente. E perguntamos: como acontece mais exatamente esse aniquilamento do ser? Com estas continuas perguntas, às quais vamos respondendo, pedimos a Deus que Ele nos mostre um pouco da Sua face, que é feita de pensamento, na qual procuramos lê-lo .

O conceito de aniquilamento do ser está conexo com o conceito de limites de desmoronamento da queda, que se realiza em proporção ao poder do impulso originário na revolta. O efeito tem de corresponder à causa. Isto quer dizer que à amplitude do caminho percorrido em descida na queda, tem de ser proporcionada ao volume do impulso que o ser gerou com a sua revolta. Deus, criando dentro de Si, com a Sua substância, as individuações desta, que constituem as criaturas, as gerou conforme o modelo central que Ele representa, isto é, qual eu central, dentro dos limites da obediência hierárquica, autônomo, gerador de impulsos próprios independentes, que só tinham o dever de coordenar-se com os paralelos impulsos de todos os outros seres, em função do impulso central de Deus, como acontece nas células de nosso organismo. Assim, dentro dos limites do campo de forças da própria individuação, o ser estava livre de gerar e lançar os impulsos que quisesse, dando origem a efeitos que depois eram fatalmente seus. Isto é o que aconteceu com a revolta. Os efeitos desta têm de ser proporcionados ao poder do impulso que a gerou.

Então, se esse impulso foi limitado, no momento em que esta causa terá atingido o efeito que representa a sua completa realização, o dito impulso se esgota, como vimos no capítulo precedente, o ser pode voltar atrás, para tudo corrigir e recuperar. Mas isto não pode acontecer se maior foi o volume do impulso da revolta, se ela foi completa, absoluta e definitiva. Cada causa não pude parar de funcionar até se ter esgotado, atingindo todo o seu efeito. Então, se tal foi o impulso originário, ele não poderá parar sem se ter esgotado, nem o ser poderá voltar, para trás, mas terá de atingir a realização da causa até à sua plenitude, representada pelo estado de negatividade absoluta, isto é, o aniquilamento do ser.

Ora, esse processo de destruição do ser não corresponde à sua causa só como quantidade, na medida dos efeitos, mas também como qualidade, isto é, na natureza deles. A revolta representa um movimento separatista, correspondente a um impulso do ser, pelo qual este procura afastar-se e separar-se do S. Podemos agora ver qual é a técnica do fenômeno da queda ou aniquilamento. O impulso originário é de tipo separatista. Uma vez que o processo se iniciou ele não deixar de continuar a desenvolver-se como uma desintegração atômica em cadeia, que não pode parar até esgotar o impulso. Se este foi de revolta completa e absoluta, o seu resultado final é a pulverização do ser. E isto é possível porque o espírito, sendo constituído de substância divina, isto é, de natureza infinita, pode gerar impulsos e com isso efeitos de natureza infinita.

Mas, por que pulverização? Porque o impulso é de tipo divisionista. Ele, como vimos, não pode sair dos limites do campo de forças do ser. Então o divisionismo que ele tinha lançado contra o S, ricocheteia e começa a trabalhar dentro do indivíduo que o lançou, por aquele princípio de regresso à fonte, pelo qual tudo o que é lançado para fora acaba introvertido para a sua causa e origem, Então o princípio do divisionismo começa a transformar interiormente o ser, progressivamente desagregando-o sempre mais nos seus elementos componentes. É um processo parecido ao que vemos verificar-se num organismo biológico no momento da sua morte física que, com o afastamento do eu central diretor do organismo, representa o fenômeno da dissociação dos elementos competentes que se verifica no caminho involutivo. Como na desagregação do corpo físico cada célula não vive mais em função das outras, não mais se conhecem, se dissociam porque se dissolve a unidade orgânica; também na morte da célula, as moléculas dos elementos químicos componentes se separam, seguindo apenas os mais simples impulsos associativos da matéria inorgânica. Essa desagregação do edifício biológico poderia continuar até à separação dos átomos constituintes da molécula, e os elementos constituintes do átomo, e assim por diante... O mesmo processo de pulverização se verifica no caminho involutivo, de modo que a unidade orgânica do eu se vai dissolvendo sempre mais quanto mais desmorona a organicidade do S, e o ser, involuindo, se aprofunda no estado caótico


próprio do AS. É lógico que, se o impulso foi limitado, num dado ponto, ao esgotar-se, o processo pára o ser, pode desemborcar a descida em subida. Mas é claro também que, se a revolta foi completa e definitiva, (neste caso excepcional e praticamente só possibilidade teórica) esse processo de desagregação terá que acabar no aniquilamento da unidade que constitui o ser.

A contraprova de tudo isto a encontramos no fato de que, enquanto a involução se nos apresenta como um processo divisionista, a evolução é constituída por um processo unificador. Não vemos mais, neste segundo caso uma desagregação do estado orgânico do s, na desordem do As, mas uma reorganização desta na organicidade do S. De fato, como explicamos em A Grande Síntese, na evolução vigora a lei das unidades coletivas, cuja função é a de reconstruir, com os elementos que se desuniram, a organicidade destruída do S. Então o fenômeno, em toda a sua amplitude, resulta situado entre dois pólos opostos ou casos limites, isto é: no extremo da queda, no fundo máximo do As, temos a plenitude da dissolução da unidade até ao aniquilamento do ser; no extremo oposto, no cume máximo do s, temos a plena eficiência da unidade no Tudo-Uno-Deus.



De fato vemos a evolução progredir neste sentido, levantando andares cada vez mais elevados da sua construção com o agrupar dos seus elementos, organizando-os em unidades coletivas sempre mais vastas. O ser humano encontra-se ao longo desse caminho. Ele é constituído pela organização de átomos em moléculas em células, de células em tecidos e órgãos, destes num organismo unitário dirigido por um só eu. Mas o ser humano é ainda célula desorganizada em relação à unidade coletiva-humanidade e sociedades de humanidades, embora conheça o organismo familiar, o do grupo ao qual pertence, várias formas de associações, até a de Estado, de povo e unidade étnica. Eis o passado e o futuro, o caminho percorrido e aquele a percorrer no trabalho da reconstrução da unidade máxima na completa fusão orgânica do S.

Yüklə 1,1 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   12   13   14   15   16   17   18   19   ...   38




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin