pnadc_201502_trimestre_caderno.pdf. Acesso em: 24 out. 2015. Créditos:
trabalhadoras às vezes encontram dificuldades em exercer suas ocupações,
seja pela falta de qualificação, seja por sofrerem discriminação. Observe como
em determinados nichos do mercado de trabalho os afrodescendentes são os
profissionais menos valorizados e mais mal remunerados. Faltam também
oportunidades, acessibilidade e condições de trabalho para os indivíduos com
algum tipo de deficiência. O que produz essa participação desigual dos
segmentos sociais no mercado de trabalho?
A desigualdade social não se dá somente entre empregados e
desempregados, trabalhador formal e informal, qualificado e não qualificado,
com altos ou baixos salários, trabalhadores experientes ou jovens buscando o
primeiro emprego, trabalhadores efetivos ou temporários, trabalhadores diretos
ou terceirizados, patrões e empregados. Outras formas de desigualdade,
historicamente construídas, envolvem a diversidade de gênero e etnias.
128
A escravização de africanos e seus descendentes até o final do século XIX e
as dificuldades de integração social e econômica impostas aos libertos, após a
abolição, construíram uma herança de desigualdades no país. É possível
afirmar que, atualmente, a cor da pele ainda é usada para restringir o acesso
de alguns profissionais a empregos mais qualificados, levando-os a
desempenhar funções de baixa remuneração e especialização. Essa
discriminação social reforçada contradiz as mensagens afirmando que o Brasil
é uma "democracia racial". Essas práticas são formas veladas de racismo que
dificultam seu combate e, como consequência, tornam mais difícil atingir a
meta de participação igualitária do segmento de pretos e pardos no mercado
de trabalho, conforme dados do IBGE.
Dostları ilə paylaş: