cultural, um termo empregado pela primeira vez, em 1947, pelos sociólogos
alemães Max Horkheimer e Theodor Adorno, representantes da Escola de
Frankfurt (estudada no Capítulo 1) para dizer que a produção artística e cultural
veiculada pelos meios de comunicação de massa insufla o consumo por ser
transformada em mercadoria.
Os produtos culturais - publicações impressas, DVDs e filmes, obras de arte,
composições musicais, etc. - se assemelham, de certa forma, aos produtos
industriais, fabricados em série e distribuídos amplamente, facilitando o seu
acesso. Essa aproximação da cultura com o produto industrial estimula o
público a esperar por lançamentos - de músicas, filmes, equipamentos de som
e imagem - que se tornam bens rapidamente obsoletos diante de modelos que
incorporam novidades e outros recursos tecnológicos.
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O olhar atento às mudanças sociais levou o sociólogo alemão Walter Benjamin
(1892-1940) a demonstrar a transformação da arte sob o signo das máquinas.
No seu ensaio A obra de arte na sua era da reprodutibilidade técnica, publicado
em 1936, Benjamin comenta a perda da "aura" da obra de arte, isto é, a perda
da sua singularidade e valor, que a destinavam a um público restrito. Então,
graças às técnicas de reprodução, a obra de arte é multiplicada e exposta às
massas e ao seu consumo simbólico. Não é desse modo que podemos
apreciar uma réplica da pintura de Monet, por exemplo, na sala de nossa casa?
O pensamento da Teoria Crítica ou Escola de Frankfurt é crítico a esta
diversificação da produção capitalista vinculada à moderna técnica, como o
rádio, a TV, o cinema, a fotografia, a imprensa. Apesar das possibilidades de
democratização de arte permitidas por esses meios, a cultura fornecida pelos
meios de comunicação de massa em geral anula a reflexão social e leva à
ilusão de realização pessoal pelo consumo incentivado. A sociedade
contemporânea institui, assim, uma cultura do lazer padronizada pelos meios
de comunicação de massa.
LEGENDA: O artista plástico Andy Warhol (1928-1987) foi um dos expoentes
da pop art. Na obra Soup Cans [latas de sopas], de 1962, Warhol apresenta a
"glorificação" da mercadoria, transformando em arte uma lata de sopa. Na foto
de 2014, a obra exposta em Nova York, Estados Unidos
FONTE: Odyssey Images/Alamy/Latinstock
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