Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Pausa para refletir

No   texto   a   seguir,   o   sociólogo   Roberto   Véras   de   Oliveira   (1961-)   define   a

qualificação profissional como um direito social e, portanto, objeto da ação do

Estado que se preocupa com a inclusão social.



A política pública de qualificação profissional, [...] através fundamentalmente do

PNQ [Plano Nacional de Qualificação, 2003], sofre uma reorientação  [...]. Em

primeiro lugar, a qualificação profissional é afirmada na perspectiva do direito

social.   Devendo,   nesses   termos,   ser   objeto   de   uma   política   nacionalmente

articulada, controlada socialmente, sustentada publicamente e orientada para o

desenvolvimento sustentável, a inclusão social e a consolidação da cidadania.

Sob tal  perspectiva,  mais do que uma  ação  formativa de conteúdo técnico,

visando tão somente uma inclusão produtiva, a qualificação deve orientar-se

para a busca de uma inclusão cidadã. Trata-se, portanto, de uma qualificação

social   e   profissional  [...],   em   um   sentido   mais   amplo,   como   práticas   e

significados   socialmente   construídos,   seja   no   âmbito   das   relações   privadas

(estabelecidas   no   processo   de   trabalho),   seja   no   âmbito   dos   processos

públicos (de construção de políticas públicas).


OLIVEIRA, Roberto Véras. Momento atual da política pública de qualificação

profissional no Brasil: desafios e inflexões. Revista Ariús. Campina Grande, v.

13, n. 1, jan./jul. 2007. p. 58.

· Sabendo que políticas públicas atendem a diferentes necessidades de uma

população,   qual   deve   ser   a   ação   do   Estado   para   garantir   a   qualificação

profissional como um direito social?

As   grandes   decisões   de   cunho   econômico   de   uma   nação,   como   obras   de

infraestrutura   (pontes,   barragens,   estradas,   portos,   etc.)   e   formas   de   atrair

investimentos, geralmente resultam de opções do grupo político que está no

poder.   Muitas   vezes,   essas   decisões   e   as   intervenções   delas   resultantes

manifestam   o   padrão   de   dominação   social   existente   e   se   guiam   pelos

interesses desse grupo. No contexto atual de competição econômica intensa

entre os países, muitas escolhas políticas podem levar o governo a deixar de

atender às demandas mais imediatas da população (educação, saneamento e

saúde, por exemplo). Com isso, crescem as desigualdades sociais internas e

entre os países.

Mesmo com a existência de leis que priorizam o cidadão, estabelecer um limite

de  atuação entre o poder político e o poder econômico é sempre difícil.  O




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