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Até então, os Estados capitalistas pautavam-se pela doutrina liberal do laissez-
faire, pela qual a livre-iniciativa, a livre-concorrência e a regulamentação do
mercado seriam princípios para o desenvolvimento econômico e social. No
entanto, a especulação financeira gerou uma grave crise que levou milhões de
pessoas na Europa e nos Estados Unidos ao desemprego, no início do século
XX. Os reflexos da chamada Grande Depressão se fizeram sentir também no
Brasil, ocasionando, por exemplo, a retração da venda de café brasileiro, um
dos principais produtos de exportação na época. Isso levou o governo a tomar
medidas como a queima de estoques de café com vistas a sustentar o preço no
mercado.
A formação plena do Estado de Bem-Estar Social ocorreu após a Segunda
Guerra Mundial, em alguns países europeus, e sua inspiração foi o New Deal,
criado pelo governo dos Estados Unidos, nos anos 1930, para salvar a
economia estadunidense da Grande Depressão. Nessa configuração,
ampliaram-se as funções do Estado, dentre as quais se incluíram: regular a
economia, evitando práticas abusivas das grandes companhias; buscar conter
as crises econômicas e evitar o desemprego por meio de subsídios a empresas
e investimentos diretos em obras de infraestrutura; e ampliar a oferta de
serviços de saúde, educação, transporte, habitação e outros, assegurando
condições mínimas de cidadania e de renda para a população. Com a adoção
de medidas keynesianas, nas quais se propõe a intervenção do Estado em
situações de crise no sistema capitalista, inaugurou-se uma nova fase do
capitalismo, definido por alguns autores como Capitalismo de Estado. O
liberalismo entrou em declínio, uma vez que o mercado se viu incapaz de
encontrar e propor soluções viáveis socialmente para a crise.
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