1 fronteiras da Globalização 1


Com base no texto que você leu, relacione a pirataria com as colônias ibéricas. 2



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1. Com base no texto que você leu, relacione a pirataria com as colônias ibéricas.

2. Caracterize a União Ibérica.

3. Descreva a fama dos piratas.

4. Os acontecimentos relativos aos piratas ocorreram em quais séculos?

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Refletindo sobre o conteúdo

Ícone: Atividade interdisciplinar.



1. Podemos, então, sintetizar afirmando que o território é o produto de uma relação desigual de forças, envolvendo o domínio ou o controle político-econômico do espaço e sua apropriação simbólica, ora conjugados e mutuamente reforçados, ora desconectados e contraditoriamente articulados. Esta relação varia muito, por exemplo, conforme as classes sociais, os grupos culturais e as escalas geográficas que estivermos analisando.

Extraído de: HAESBAERT, Rogério. Territórios alternativos. São Paulo: Contexto; Rio de Janeiro: Editora da UFF, 2002. p. 121.

a) O autor cita o termo território. Podemos afirmar que todos os povos têm um território? Justifique sua resposta.

b) Identifique dois fatos que comprovem o texto acima.



2. Leia o texto e depois responda à questão.

Geógrafos dos Urais renovam debate sobre fronteira Europa-Ásia



Pesquisadores russos estão fomentando a polêmica acerca da fronteira entre Europa e Ásia. Para eles, o limite não deveria ser demarcado por uma linha, mas por uma faixa de terras nos arredores das cidades de Iekaterimburgo, Revda e Pervouralsk, cerca de 1.600 km a leste de Moscou.

KÉSINA, Dária. Gazeta Russa. Disponível em: http://br.rbth.com/arte/viagem/2014/11/15/geografos_dos_urais_renovam_debate_sobre_fronteira_europaasia_28219.html. Acesso em: 20 nov. 2015.

- O trecho da reportagem acima, sobre os Montes Urais, refere-se à fronteira natural ou à fronteira política entre a Europa e a Ásia? Consulte um atlas geográfico.

3. O sistema capitalista permite que um investidor turco, indiano ou israelense compre ações de empresas brasileiras ou mexicanas apenas utilizando seu computador. Para essa situação não existe fronteira.

Entretanto, um brasileiro não entra no território estadunidense, canadense ou japonês sem antes passar pelo processo de retirar um visto que permita sua visita. Ainda assim, ele pode ser barrado pelas autoridades que cuidam das fronteiras.

- O conceito de fronteira pode ter significados diferentes. Explique-os com base no texto apresentado.

4. Atividade interdisciplinar: Geografia, História e Língua Portuguesa. Leia o texto de Kofi Annan, diplomata de Gana e ex-secretário-geral da ONU entre 1997 e 2007.

Quando civis são agredidos ou mortos em razão de sua etnia, o mundo espera que as Nações Unidas falem por eles. Quando se nega a mulheres e meninas o direito à igualdade, o mundo espera que as Nações Unidas tomem uma posição. Num mundo onde a globalização reduziu a capacidade dos países de controlar a própria economia, regular suas políticas financeiras e imunizar-se contra o dano ambiental e contra migrações humanas, os Estados não podem e não devem ter o direito de escravizar, perseguir ou torturar seus próprios cidadãos.

ANNAN, Kofi. Intervenções: uma vida de guerra e paz. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. p. 112.

a) A partir do que foi estudado neste capítulo, das explicações em sala de aula e de seus conhecimentos, relacione a ONU ao texto acima.

b) Qual é a sua opinião sobre a capacidade da ONU de solucionar os problemas mundiais?



5. Observe o mapa político da América do Sul e elabore duas conclusões sobre as fronteiras políticas brasileiras.

FONTE: Banco de imagens/Arquivo da editora



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capítulo 20. Um mundo em conflito

LEGENDA: Soldado brasileiro das forças de paz da ONU faz parte da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH). O Brasil comanda as forças de paz no Haiti, que conta com tropas de outros 15 países, de acordo com o Ministério da Defesa. Porto Príncipe, Haiti, em 2014.

FONTE: Hector Retamal/Agência France-Presse



Conflitos do século XXI - áreas de tensão

Como você viu no capítulo anterior, a afirmação do poder - em nível mundial, nacional ou local - e a busca da soberania acabam dando origem a inúmeras disputas ou conflitos pelo território ou pela territorialidade, criando inúmeros pontos de tensão. Alguns desses pontos são novos, outros são mais antigos, em que a esperança de paz ainda é remota.

Há muitas explicações para essas áreas de tensão, entre elas as rivalidades étnicas e religiosas, as questões de fronteiras políticas, as disputas por recursos minerais e pela água, o narcoterrorismo e a ameaça nuclear.

No século XXI, as guerras entre países não constituem mais a única forma de luta pelo poder territorial. Como as origens dos conflitos são variadas e mais amplas, suas manifestações também assumiram diferentes formas, como guerras civis, ações de grupos terroristas, guerrilhas, genocídios, disputas nucleares e lutas religiosas.

Glossário:

Guerra civil: luta interna entre facções de um país.

Guerrilha: luta armada empreendida por um movimento revolucionário, caracterizada por ações descontínuas, emboscadas ou ataques-surpresa. As guerrilhas são praticadas por grupos que pretendem inquietar e desestabilizar o inimigo.

Genocídio: extermínio proposital de grupo étnico, religioso ou racial de forma total ou parcial.

Fim do glossário.

Quaisquer que sejam as formas nas quais esses conflitos se manifestem, suas consequências atingem profundamente a população civil, sujeita a fome, abusos de todos os tipos e deslocamentos forçados, criando uma enorme massa de refugiados e asilados políticos.

No fim do século XX, a ONU contava com 54 missões de paz em regiões atingidas por guerras civis, conflitos entre Estados ou em vias de pacificação. Em 2012, esse número caiu para 15. Em novembro de 2015, havia 16 operações de manutenção da paz. Veja o mapa a seguir.



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FONTE: Mapa elaborado com informações disponíveis em: www.un.org/fr/peacekeeping/operations/current.shtml. Acesso em: 20 nov. 2015. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora



Agravantes nas áreas de tensão

As diversas áreas de tensão existentes hoje, no mundo, apresentam condições que vão favorecer ou agravar uma situação delicada ou que se encontram no limite do estado de conflito. A seguir, citamos algumas dessas condições.

Falência de Estado

Do ponto de vista jurídico, é impossível um Estado falir, porque ele não é uma entidade econômica nem uma empresa.

No entanto, quando a sua estrutura administrativa é incapaz de assegurar um controle eficiente do território e a violência explode por todos os lados e de todas as formas, podemos dizer que estamos diante de um Estado falido.

A insegurança gerada por essa situação apresenta características como: alto crescimento demográfico, grave crise econômica, altos índices de criminalidade, fracas instituições públicas, alto índice de corrupção e aguda violação dos direitos humanos.

LEGENDA: Refugiados e migrantes em Idomeni, Grécia, fronteira com a Macedônia, em 2015.

FONTE: Tasos Markou/Corbis/Latinstock

A presença de grupos paramilitares que dominam parte do território e a situação caótica do país favorecem a eclosão de guerras civis e a proliferação de grupos terroristas.

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Pirataria

Um problema grave e de abrangência internacional é a pirataria, ato que promove ataques a navios para roubo de carga ou sequestro de reféns, principalmente no oceano Índico. Inúmeros barcos pesqueiros, navios de carga ou cruzeiros de lazer têm sido vítimas desses piratas do século XXI.

Outras áreas críticas de ação desses piratas são o estreito de Málaca, o golfo de Áden, o golfo de Bengala, o golfo da Guiné, bem como o litoral da Tanzânia, das ilhas Maldivas e das Seychelles.

Sobre esse assunto, leia o texto a seguir.

Boxe complementar:

Pirataria no Sudeste Asiático

O Sudeste da Ásia substituiu a Somália como a capital da pirataria no mundo



Depois de uma iniciativa internacional que diminuiu o ataque de piratas nos mares da Somália, o Sudeste da Ásia resgatou sua antiga reputação de capital da pirataria no mundo.

Nessa região, os sequestros acontecem notadamente no estreito que separa Cingapura e a Malásia da Indonésia, rota de passagem de cerca de um terço do comércio marítimo mundial.

Segundo o International Maritime Bureau, em 2014, quinze navios foram atacados por piratas, um número bem superior ao do ano anterior. Nos últimos seis meses nove navios foram vítimas de sequestros. Esses incidentes são o sintoma mais alarmante do aumento da pirataria na região, desde pequenos furtos nos portos a roubos mais audaciosos no mar.

Há dez anos os países do Sudeste da Ásia conseguiram reprimir a atividade dos piratas, graças em parte à ação coordenada do patrulha mento naval no estreito de Málaca, na costa sudoeste da Malásia. Mas, desde então, os incidentes recentes ocorreram perto de Cingapura, onde os canais com movimento intenso permitem que os piratas se escondam sem dificuldade; o mesmo acontece na área sudoeste mais selvagem e escondida do mar da China meridional.

Ao contrário dos piratas somalis, que sequestravam a tripulação para depois negociar o resgate e, com frequência, também raptavam o navio, os piratas do Sudeste Asiático querem roubar petróleo, óleo de palma e produtos químicos de pequenos navios-petroleiros mais lentos e quase sempre liberam o navio e a tripulação assim que terminam a pilhagem.

OPINIÃO & NOTÍCIA. Disponível em: www.opiniaoenoticia.com.br/internacional/pirataria-no-sudeste-asiatico/. Acesso em: 24 nov. 2015. (Adaptado).

Fim do complemento.

Separatismo

O nacionalismo separatista é uma das principais causas de conflitos no mundo. O desejo de soberania, de ter seu próprio território e administrar seu próprio destino leva comunidades nacionais que vivem em um Estado-Nação, governado por outro povo que não é o seu, a lutar.

As reivindicações separatistas podem ser feitas por meio de conflitos ou de forma pacífica. Em relação aos conflitos, há alguns grupos que já depuseram as armas e assinaram acordos de paz com os governos de seus países, como os guerrilheiros tâmeis, do norte do Sri Lanka, a Frente Moro Islâmica de Libertação Nacional, das Filipinas, e o Pátria Basca e Liberdade (ETA), do país basco, na Espanha. O Exército Republicano Irlandês (IRA), grupo terrorista da Irlanda do Norte, iniciou, em 2001, o processo de desarmamento, renunciou ao terrorismo e em 2005 anunciou o fim da luta armada. Contudo, em 2012, três dos quatro dissidentes do IRA que se opõem ao processo de paz anunciaram a criação de um novo IRA, com o objetivo de prosseguir a luta armada, fato que pode pôr em risco o processo de paz. São eles: Ira Autêntico, Ação Republicana contra as Drogas (Raad) e os Soldados ou Guerreiros da Irlanda.

LEGENDA: Encontro inédito na história recente do Reino Unido: um aperto de mãos entre a rainha Elisabeth II e o ex-líder e guerrilheiro do IRA Martin McGuiness, selando o fim dos ataques terroristas e da luta armada do grupo. Foto de 2012.

FONTE: Paulo Faith/Agência France-Presse

Entre as regiões que pretendem uma separação pacífica, podemos citar a província separatista de Quebec, de colonização francesa, no Canadá, e o movimento separatista na Bélgica.

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Na Bélgica, o poder econômico concentra-se sobretudo na região de Flandres, no norte do território, cuja população, de idioma flamengo, representa 58% do total do país. É essa parcela que reivindica a separação da porção sul do território, a Valônia, região onde predomina a língua francesa e cuja economia é mais frágil.

Em 2014, a Escócia rejeitou, em consulta popular, a sua separação do Reino Unido. A Espanha não deu o mesmo direito de escolha à sua Comunidade Autônoma Catalunha, que quer se separar e procura outra alternativa para fazê-lo.

Terrorismo

Uma das formas de manifestação de alguns grupos separatistas e de todo tipo de extremistas em defesa de sua causa é o terrorismo, tipo de ação que tem sido responsável pela morte de milhares de inocentes.

A "causa" defendida pelos terroristas geralmente é de natureza política ou religiosa. Durante muitos anos, o grupo separatista basco ETA aterrorizou a Espanha e a França com seus violentos atentados a fim de chamar a atenção para a causa de sua independência. Hoje esse grupo já assinou a deposição das armas. Outros têm motivação religiosa, como as organizações extremistas islâmicas e os hoje inativos tâmeis, do Sri Lanka, na Ásia. Muitas vezes, as duas modalidades se confundem na ação de grupos que defendem uma causa política e se apresentam sob a bandeira de uma religião. Nesse caso, podemos incluir o IRA, que já foi um ativo grupo católico da Irlanda do Norte, ou os muçulmanos da Caxemira, na Índia, e da Chechênia, no sul da Rússia.

Não existe um conceito internacional do que sejam organizações terroristas. Elas existem em várias partes do mundo e são assim consideradas por utilizarem o terror na luta por seus ideais: explosão de bombas (homens-bomba, mulheres-bomba, carros-bomba) em lugares públicos de grande movimento, ou sequestro de pessoas e de meios de transporte, como ônibus de turistas, navios e aviões.

Terrorismo islâmico

O terrorismo é uma das formas de manifestação do fundamentalismo islâmico, do qual falaremos mais detidamente no próximo capítulo. Os atentados realizados pelos grupos jihadistas têm como objetivo atingir o modo de vida e os costumes do Ocidente representados por países como os Estados Unidos e por membros da União Europeia, que interferem e enviam tropas para evitar os conflitos nos países do Oriente Médio.

Em alguns países que adotam a religião muçulmana, os grupos terroristas islâmicos causam inúmeros problemas aos governantes e à população local. Entre esses países podemos citar: Sudão, Líbia, Argélia, Egito, Palestina, Iêmen, Quênia, Mali e Iraque. Há também países, como Irã, Síria e Afeganistão, que são acusados pelos Estados Unidos de abrigar e proteger terroristas.

LEGENDA: A mais recente expressão de terrorismo islâmico ou jihadista é o grupo autodenominado Estado Islâmico, que será tratado no próximo capítulo. Na foto, pessoas homenageando as vítimas do atentado à casa de shows Bataclan, em Paris, na França, no dia 13 de novembro de 2015.

FONTE: Hristo Rusev/Corbis/Latinstock



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Áreas de tensão pelo mundo

Encontramos áreas de tensão em todos os continentes, com exceção da Oceania. Veja a seguir um mapa atual sobre os principais conflitos pelo mundo.

FONTE: Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 98. CRÉDITOS: Portal de Mapas/Arquivo da editora

Áreas de tensão na Europa

A Europa conheceu no final do século XX uma profunda mudança em suas fronteiras após o fim da União Soviética e dos regimes comunistas. Nem sempre as mudanças ocorreram de maneira pacífica.

Atualmente, o Cáucaso é a região mais instável do continente, em razão de sua posição estratégica - é passagem dos dutos que transportam petróleo da Ásia Central.

Na Europa também está localizada Chipre, uma ilha do Mediterrâneo dividida por gregos e turcos, que disputam o controle total do território. Só a parte grega está integrada à União Europeia (veja mais detalhes na próxima página).

A região do Cáucaso

Governadas com mão de ferro pela União Soviética, as antigas repúblicas soviéticas europeias (atuais Geórgia, Armênia e Azerbaijão, mais as repúblicas do sul da Rússia - Chechênia, Daguestão, Ossétia do Norte e Inguchétia) só tiveram seus problemas étnicos e religiosos aflorados após a desintegração da antiga potência comunista.

De ocupação muito antiga e de grande diversidade étnica, essa região teve duas influências religiosas fundamentais: a cristã ortodoxa, legado do Império Russo, e o islamismo, herança do Império Otomano.

Os principais problemas estão nas repúblicas separatistas da Geórgia, na tensão entre Azerbaijão e Armênia e nas repúblicas de população islâmica do sul da Rússia. A Rússia também se envolve nas questões da Geórgia porque tem a preocupação de manter sob seu domínio uma região estratégica, tanto pela localização, na passagem do Ocidente para o Oriente, como pelas suas reservas petrolíferas. Veja o mapa acima.

Na Geórgia, existem duas regiões separatistas: Ossétia do Sul, que quer se juntar à Rússia, onde está a Ossétia do Norte; e Abkhazia, que quer a independência. Em agosto de 2009, a Rússia reconheceu a independência de Abkhazia e da Ossétia do Sul, acirrando as tensões com a Geórgia.

Nas repúblicas russas da Chechênia e do Daguestão há o agravante da ação de terroristas islâmicos. Com o fim da União Soviética, a Chechênia proclamou unilateralmente sua independência, que não chegou a ser reconhecida pela comunidade internacional.

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Desde então, Rússia e Chechênia se envolveram em violentas guerras. Em 2003, após um referendo muito contestado, a república foi submetida à administração russa, com relativa autonomia. Apesar da aparente calma que passou a vigorar depois do referendo, foram frequentes os atentados terroristas. Visando normalizar a situa ção, o governo russo, em 2009, suspendeu o regime especial de operação contra o terror, que vigorou durante dez anos na república da Chechênia.

Glossário:

Referendo: consulta popular por meio de voto secreto sobre decisão já tomada pelo Poder Legislativo; cabe ao povo ratificar a decisão ou não.

Fim do glossário.

FONTE: Adaptado de: ATLANTE geografico metodico De Agostini. Novara: Istituto Geografico De Agostini, 2015. p. 170. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

As repúblicas russas do Daguestão e da Inguchétia e o território de Nagorno-Karabakh (Azerbaijão), disputados por armênios, são outros pontos de tensão na região.

A questão de Chipre

Chipre (em grego Kypros; em turco, Kibris) localiza-se no mar Mediterrâneo, na costa da Turquia e da Síria. O país foi colonizado pelos gregos e depois invadido pelos turcos, por isso é dividido em uma área grega, ao sul, e uma turca, a República Turca do Norte de Chipre, reconhecida apenas pela Turquia. A fronteira entre as "duas Chipres", patrulhada pelas tropas da ONU, é denominada Linha Verde. A capital, Nicósia, é a única no mundo que é dividida, o que ocorreu após a queda do Muro de Berlim, na Alemanha, em 1989.

LEGENDA: Torre de vigia da ONU na fronteira da cidade partilhada de Nicósia, Chipre. Foto de 2015.

FONTE: fritz16/Shutterstock

Áreas de tensão na África

O continente africano, em sua porção subsaariana, é palco constante de guerras civis desencadeadas por golpes de Estado, rivalidades tribais, lutas pelas riquezas minerais. A divisão artificial do continente pelos europeus, que reuniu tribos rivais em um mesmo território, acabou levando a essa situação conflitante. Veja, na página anterior, o mapa "Principais conflitos pelo mundo" e observe os vários pontos de tensão no continente africano.

Grande parte das guerras é incentivada ou apoiada por países ricos, interessados nas riquezas do território, que são utilizadas também na compra de armas. Muitos foram os países arrasados por guerras civis na década de 1990, como Serra Leoa, Somália, Guiné-Bissau, Libéria e, principalmente, Ruanda, Burundi e República Democrática do Congo. O século XXI trouxe mais instabilidade política para o continente. Vários países foram atingidos por novas guerras civis ou pelo prosseguimento das já existentes (Serra Leoa, Costa do Marfim, Somália, Chade, Sudão, Libéria e Mali). Em 2011, começou a se espalhar na região do norte da África um movimento denominado Primavera Árabe, como veremos a seguir.

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A Primavera Árabe

Como parte da onda de movimentos que derrubou governos autoritários em países árabes do norte da África - a Primavera Árabe -, diversas rebeliões tomaram corpo em 2011 e 2012. Esse movimento, caracterizado por manifestações de rua em diversos países árabes, incluiu também o Egito, a Tunísia e a Líbia, onde regimes ditatoriais foram derrubados. Na Líbia, a crise política deu origem a uma guerra civil que se encerrou apenas com a execução do ditador Muanmar Kadafi. A guerra na Líbia contou com a presença de uma coalizão de forças europeias e estadunidenses no apoio aéreo aos rebeldes. A crise aumentou a instabilidade na região do norte da África e não garantiu o processo de democratização da região.

Boxe complementar:



Ampliando o conhecimento

Grupo extremista Boko Haram surgiu como seita e virou grupo armado



O grupo radical islâmico Boko Haram, que intensificou seus ataques nas últimas semanas na Nigéria e assumiu a autoria do sequestro de mais de 200 estudantes, nasceu de uma seita que atraiu jovens do norte do país.

Seus líderes são críticos em relação ao governo nigeriano e querem estabelecer a lei do islã no país. Além disso, condenam a educação ocidental e são contra mulheres frequentarem a escola. Boko Haram significa "a educação ocidental é pecaminosa" em hausa, a língua mais falada no norte da Nigéria.

Para Mohammed Yusuf, fundador da seita, os valores ocidentais, instaurados pelos colonizadores britânicos, são a fonte de todos os males sofridos pelo país. Ele atraiu a juventude de Maiduguri, capital do estado de Borno, com um discurso agressivo contra o governo da Nigéria. [...]

Segundo informações da agência AFP, o grupo recruta novos membros principalmente entre os "almajirai", estudantes islâmicos itinerantes, que não tiveram acesso a uma educa ção de qualidade. Também recebe apoio de intelectuais que consideram que a educação ocidental corrompe o islã tradicional.

[...] Em julho de 2009, eclodiram confrontos entre a polícia e os membros do Boko Haram no nordeste da Nigéria, região onde tem maior atuação. Em uma grande operação, o Exército matou 700 pessoas e capturou Yusuf, que foi executado.



O movimento passou a agir na ilegalidade e alguns de seus integrantes fugiram para o exterior, onde foram influenciados por um movimento jihadista internacional que os convenceu a deixar os protestos pacíficos.

Nesse estágio, o objetivo do grupo já não era apenas impor a lei islâmica na Nigéria, mas desestabilizar o Estado com uma estratégia terrorista de medo e pânico. Abubakar Shekau, que era o braço direito do líder executado, assumiu então o comando do Boko Haram.

[...]


A violência que atinge tanto muçulmanos como cristãos aumentou nos três estados do nordeste da Nigéria desde o estabelecimento do estado de emergência, em maio de 2013, e da brutal ofensiva do Exército, considerado responsável por massacres em localidades suspeitas de abrigar o Boko Haram. Em resposta, o grupo destrói aldeias inteiras suspeitas de colaborar com o Exército.

Segundo diplomatas, membros do Boko Haram foram treinados pela AQMI (Al-Qaeda no Magrebe Islâmico) no norte do Mali entre 2012 e 2013. Além disso, afirmam que o Boko Haram está presente em Níger, Chade e Camarões, países que serviriam de base para o grupo.

[...] Em termos de financiamento, o Boko Haram recebe apoio de fiéis nas mesquitas e organiza assaltos a bancos.

G1 mundo, 6 maio 2014. Disponível em: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2014/05/grupo-extremista-boko-haram-surgiu-como-seita-e-virou-grupo-armado.html. Acesso em: 20 nov. 2015.

LEGENDA: Casas queimadas pelo grupo Boko Haram, em Zabarmari, vila agrícola e pesqueira situada no nordeste da Nigéria. Foto de 2015.

FONTE: Stringer/Agência France-Presse

Fim do complemento.



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