Mulheres boia-fria
Mulheres simples do campo
com suas mãos calejadas,
da voz, nasce um triste canto
nas mãos, a conhecida enxada
Levanta de madrugada
pisa descalça no orvalho...
amola a sua enxada
e segue firme no trabalho.
Tem fome, já meio-dia
pega a sua boia-fria
somente arroz e feijão
A essas guerreiras do campo
que com a luz dos pirilampos,
tens a minha gratidão.
HUGO, Antonio. Disponível em: http://sitedepoesias.com/poesias/13300. Acesso em: 7 abr. 2016.
a) Identifique e explique o problema social inerente à agricultura brasileira que foi abordado no poema.
b) Elabore uma dissertação, em seu caderno, explicando como a histórica concentração de terras no Brasil se reflete na atual situação dos trabalhadores rurais, conhecidos como boias-frias.
Para elaborar essa argumentação, pesquise, em livros, revistas ou na internet, informações que o auxiliem a formar sua opinião sobre o assunto e, ao mesmo tempo, a basear seus argumentos.
3. Leia o texto a seguir e responda às questões.
[...] Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), nos últimos três anos foram transferidos a estrangeiros cerca de 20 milhões de hectares somente na África.
Igual processo tem se verificado no México, no Paraguai, na Colômbia e no Brasil, onde, de acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, há 5,5 milhões de terras tituladas a não brasileiros. Isso poderia ser pouco, se consideradas as dimensões continentais do Brasil; contudo, quando se observa a distribuição fundiária segundo os estratos de área, o quadro se altera. Basta considerar que esse montante corresponde a 70% das terras ocupadas pelos estabelecimentos com até 10 hectares ou, se preferirmos, pela área de 47,9% dos 5 175 489 estabelecimentos identificados pelo Censo Agro pecuário 2006.
Aqui se faz necessário desmistificar o que consideramos um falso debate, pois a estrangeirização das terras não pode ser tomada como um problema em si mesmo, como se a ameaça à terra de trabalho fosse um elemento exógeno à realidade local. Nada menos exato. O que nos motiva a chamar a atenção para esse fato é que ele é portador da usurpação das terras que deveriam pertencer a quem nelas trabalha.
Em outras palavras, é a apropriação do bem essencial à reprodução camponesa que está no cerne do problema, embora não seja menos verdadeiro que a estrangeirização contém um elemento a mais: o risco à soberania territorial dos respectivos países.
PAULINO, Eliane T.; ALMEIDA, Rosimeire A. de. Terra e território: a questão camponesa no capitalismo. São Paulo: Expressão Popular, 2010. p. 72-73. Coleção Geografia em movimento. (Adaptado.)
a) Explique duas características da estrutura fundiária brasileira.
b) O que as autoras quiseram salientar quando afirmaram "[...] das terras que deveriam pertencer a quem nelas trabalha"?
c) Qual é a ideia central do texto?
4. Leia o trecho abaixo, depois faça o que se pede.
A realidade atual do agronegócio brasileiro é uma grande ilusão e contradição, porque reflete a associação do grande capital agroindustrial (e financeiro) com a grande propriedade fundiária. A conclusão é que faltam políticas concretas em relação à questão agrária.
JUNIOR, João Cleps. Questão agrária, estado e territórios em disputa: os enfoques sobre o agronegócio e a natureza dos conflitos no campo brasileiro. In: SAQUET, M. A.; SANTOS, R. A. (Org.). Geografia agrária, território e desenvolvimento. São Paulo: Expressão Popular, 2010. p. 51.
- Você concorda com o que afirma o autor do texto? Justifique.
Ícone: Não escreva no livro.
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