O comércio brasileiro no contexto internacional
O Brasil pertence à Organização Mundial do Comércio (OMC) e realiza suas trocas comerciais no comércio multilateral (com países isoladamente); como também se relaciona com blocos econômicos, fazendo ou não parte de alguns deles, como veremos mais adiante.
Na realização dessas duas formas de comércio, mesmo com uma balança comercial superavitária por muitos anos e importante fornecedor de commodities agrícolas e minerais no mercado internacional, as exportações brasileiras representaram pouco mais de 1% das exportações mundiais, como se pode ver no gráfico abaixo.
FONTE: Adaptado de: ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC). Estatísticas do comércio internacional. Disponível em: http://stat.wto.org/ Country/Profile/WSDBContryPFHome.aspx?Language=E. Acesso em: 18 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora
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Em 2015, os principais destinos das exportações brasileiras foram China, Estados Unidos, Argentina, Holanda, Venezuela, Alemanha, Japão, Chile, Índia e Itália. Os países de origem de grande parte das importações eram China, Estados Unidos, Argentina, Alemanha, Japão e Nigéria.
Como podemos perceber pela evolução da sua balança comercial, o comércio exterior brasileiro modificou-se intensamente após a década de 1970, impulsionado pela modernização e pela industrialização do país, que tem exportado cada vez mais produtos industrializados e semimanufaturados, embora nos últimos anos as commodities tenham voltado a se destacar em nossa pauta de exportações.
Segundo a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), os principais produtos exportados pelo Brasil em 2014 foram: minério de ferro, complexo soja, óleo bruto de petróleo, complexo carne (frango e bovina), automóveis e máquinas industriais.
Já entre os principais produtos de importação, destacavam-se: combustíveis e lubrificantes, equipamentos mecânicos, elétricos e eletrônicos, automóveis e peças automotivas, produtos químicos, plásticos e farmacêuticos e fertilizantes.
De todos os países-membros da OMC, o Brasil foi o 22º que mais exportou no mundo e o 21º que mais importou mercadorias. No que se refere aos serviços comerciais entre as nações, o Brasil ocupou a 31ª posição entre os países exportadores e a 17ª posição entre os importadores de serviços.
LEGENDA: Edifício-sede do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai. Foto de 2015.
FONTE: Divulgação/Mercosul
O Brasil e os blocos econômicos
O Brasil faz parte de dois blocos econômicos: o Mercado Comum do Sul (Mercosul), o principal bloco econômico da América do Sul, e a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), um bloco menor, mas também importante e estratégico economicamente, no âmbito sul-americano. Além disso, mantém relações comerciais com associações econômicas de vários continentes. Veja o gráfico a seguir.
FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR (MDIC). Disponível em: www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=576. Acesso em: 18 abr. 2016. CRÉDITOS: Arte Ação/Arquivo da editora
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Barreiras comerciais e o G-20 comercial
Barreiras comerciais são medidas tomadas por paí ses para proteger seus produtos no comércio internacional. Há duas principais categorias de barreiras comerciais, ambas significando medidas protecionistas:
- barreiras tarifárias - compreendem taxas diversas e tarifas de importações.
- barreiras não tarifárias - envolvem medidas burocráticas, como licenciamento de importação e políticas de importação, como procedimentos alfandegários e medidas sanitárias (produtos animais) e fitossanitárias (produtos vegetais).
Entre as medidas protecionistas são comuns os subsídios e as medidas de salvaguarda. Subsídios são auxílio a determinados setores ou atividades para que seus produtos sejam competitivos no mercado externo. Como exemplo, podemos citar os subsídios concedidos a agricultores da União Euro peia e dos Estados Unidos. As medidas de salvaguarda visam proteger a indústria doméstica da concorrência de produtos estrangeiros, por exemplo, as tarifas de salvaguarda concedidas à indústria do aço, nos Estados Unidos.
De modo geral, os produtos brasileiros são alvo de barreiras comerciais tarifárias e não tarifárias, bem como de medidas protecionistas, principalmente por parte dos países ricos. Por isso, é comum o Brasil recorrer à OMC por causa de medidas como protecionismo, subsídios e tarifas impostas aos seus produtos. Entretanto, o Brasil não enfrenta problemas apenas com países desenvolvidos quanto a barreiras comerciais. A Argentina, por exemplo, importante parceiro no Mercosul, tem imposto restrições a alguns produtos industrializados brasileiros.
LEGENDA: O grupo é chamado G-20, apesar de reunir mais de vinte países não desenvolvidos.
FONTE: Adaptado de: MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. G-20 Comercial. Disponível em: www.itamaraty.gov.br. Acesso em: 15 abr. 2016. CRÉDITOS: Allmaps/Arquivo da editora
Frente à intransigência dos governos que se recusam a reduzir subsídios, em 2003, sob liderança do Bra sil, da Índia e da África do Sul, foi organizado um bloco de vinte países não desenvolvidos, denominado G-20, para pressionar os países desenvolvidos a reverem as medidas protecionistas no setor agrícola.
O Brasil também é integrante do Grupo de Cairns, outro bloco que combate o protecionismo rural na OMC. Esse grupo, com dezenove membros, tem como principal objetivo a busca de um sistema com regras justas para o comércio mundial de produtos agrícolas. Tanto o G-20 do comércio como o Cairns procuram cuidar das relações comerciais entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, principalmente com os produtores das chamadas commodities.
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