. Acesso em: 14 out. 2015.
Argentina, Brasil e México passaram por uma forte urbanização no fim do século passado, em razão, basicamente, da chamada industrialização tardia. Em poucas décadas, transferiram a base da economia do setor primário para o terciário, pois muitas das suas indústrias, relativamente tecnificadas, estão voltadas para o atendimento do mercado interno.
Por outro lado, Malásia, Indonésia e China deslocaram, mais recentemente e com grande rapidez, o centro de sua economia da agropecuária para o setor industrial, produzindo, sobretudo, para exportação, com destaque para bens de média intensidade tecnológica, vendidos a países desenvolvidos e a emergentes.
Conexões
No atual mundo globalizado, a busca por uma atividade industrial mais produtiva e racional acarreta novos fatores de localização das empresas e da mão de obra.
O texto a seguir discorre sobre esse tema. Leia-o com atenção para ampliar o que aprendeu neste capítulo.
Responda no caderno
1. Cite um elemento que, na atualidade, tem grande peso na localização industrial.
2. Segundo estudos realizados nos Estados Unidos, quais são as características do novo espaço industrial?
3. Explique a organização da força de trabalho na indústria de alta tecnologia.
4. Como é organizado o novo espaço industrial?
O novo espaço industrial
O advento da indústria de alta tecnologia, ou seja, a indústria com base na microeletrônica e assistida por computadores, introduziu uma nova localização industrial. As empresas eletrônicas, produtoras de novos dispositivos da tecnologia da informação, também foram as primeiras a utilizar a estratégia de localização possibilitada e exigida pelo processo produtivo baseado na informação. [...] [o] novo espaço industrial [...] caracteriza-se pela capacidade organizacional e tecnológica de separar o processo produtivo em diferentes localizações, ao mesmo tempo que reintegra sua unidade por meio de conexões de telecomunicações e da flexibilidade e precisão resultante da microeletrônica na fabricação de componentes. Além disso, devido à singularidade da força de trabalho necessária para cada estágio e às diferentes características sociais e ambientais próprias das condições de vida de segmentos profundamente distintos dessa força de trabalho, recomenda-se especificidade geográfica para cada fase do processo produtivo. Isso porque a indústria de alta tecnologia apresenta uma composição ocupacional muito diferente da tradicional: organização em uma estrutura bipolar em torno de dois grandes grupos predominantes de tamanho aproximadamente similar; força de trabalho altamente qualificada com base científica e tecnológica, por um lado; uma massa de trabalhadores não qualificados dedicados à montagem de rotina e às operações auxiliares, por outro. Embora, cada vez mais, a automação possibilite a eliminação da camada inferior de trabalhadores, o aumento surpreendente do volume de produção ainda emprega, e continuará empregando por algum tempo, um número considerável de trabalhadores não qualificados e semiqualificados. No entanto, a localização dessa mão de obra na mesma área que os cientistas e engenheiros não é economicamente viável nem socialmente adequada no contexto social geral. Em posição intermediária, operadores qualificados também representam um grupo distinto, que pode ser separado dos altos níveis da produção de alta tecnologia. [...]
O novo espaço industrial não representa o fim das velhas áreas metropolitanas já estabelecidas e o início de novas regiões caracterizadas por alta tecnologia. Nem pode ser compreendido com base na oposição simplista entre automação no centro e fabricação de baixo custo na periferia. É organizado em uma hierarquia de inovação e fabricação articuladas em redes globais. Mas a direção e a arquitetura dessas redes estão sujeitas às constantes mudanças dos movimentos de cooperação e concorrência entre empresas e locais, algumas vezes historicamente cumulativos, outras, revertendo o modelo estabelecido mediante deliberada iniciativa empreendedora institucional. O que resta como lógica característica da nova localização industrial é sua descontinuidade geográfica, paradoxalmente formada por complexos territoriais de produção. O novo espaço industrial é organizado em torno de fluxos de informação, que, ao mesmo tempo, reúnem e separam – dependendo dos ciclos das empresas – seus componentes territoriais. [...]
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. Tradução de Roneide Venancio Majer. 6. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1999. p. 476-477, 482-483.
Glowimages/Xinhua/Lu Boan
Operários trabalham em linha de produção de indústria eletrônica em Beihai, China, 2015.
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Responda no caderno
1. O mapa a seguir mostra a produção de veículos e os mercados de uma grande montadora japonesa conhecida em todo o planeta. Observe-o.
Toyota: locais de produção e mercados (2009)
João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora
Fonte: Adaptado de SCIENCES Po: Atelier de Cartographie. Disponível em: . Acesso em: 16 out. 2015.
a) Como foram as exportações em 2007? Para onde os carros foram exportados?
b) Onde os veículos são montados?
c) O que significa centros de P&D? Onde eles estão localizados? O que essa localização indica?
d) Onde está centralizada a produção das peças e dos carros?
2. Observe, no gráfico abaixo, dados econômicos de alguns países da União Europeia.
PIB em alguns países da UE (2014)
Edição de arte/Arquivo da editora
Agricultura
Indústria
Serviços
Alemanha 0,9% 30,8% 68,4%
Grécia 3,5% 15,9% 80,6%
Reino Unido 0,6% 20,6% 78,8%
Portugal 2,6% 22,4% 75%
França 1,7% 19,4% 78,9%
Lituânia 7,9% 19,6% 72,5%
Fonte: THE WORLD Factbook. Disponível em:
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