Os livros de Porfírio contra os cristãos
Porfírio de Tiro (por volta de 232/4-305? d.C.), editor dos escritos de Plotino, filósofo neoplatônico, escreveu Contra os cristãos, tratado de 15 livros com análises precisas sobre os aspectos contraditórios do cristianismo. Porfírio rechaçou datas e se opôs ao culto de Cristo, que considerou mera aparência. Alguns teólogos, precursores daqueles que seriam devotos do pensamento de Platão e de sua Escola, manifestaram-se contra a obra e em 448 d.C. queimaram exemplares. Desde então não se sabe de nenhum texto completo.
O que temos hoje são alguns fragmentos mais ou menos luminosos do livro. Um em especial, recuperado por Eusébio de Cesaréia, refere-se a Orígenes com desconforto:
Ele estudava Platão com freqüência, e se ocupava dos escritos de Numênio e Crônio, Apolófanes, Longino, Moderato e Nicômaco, e muitos outros célebres entre os pitagóricos. E usou os livros de Queremão, o Estóico, e os de Comuto. Depois de adquirir neles uma interpretação simbólica dos mistérios gregos, aplicou-os às escrituras judaicas. [...] Essas coisas foram ditas por Porfírio no livro terceiro de sua obra Contra os cristãos [...].
A cópia do modelo clássico e sua aplicação aos textos bíblicos devem ter irritado sobremaneira Porfírio, que possivelmente se confundira com a assimilação de elementos gregos nas teorias cristãs.
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