O dono do morro dona marta



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metralhadora. Jackson saiu correndo do barraco para acompanhar os

parceiros que fugiam morro abaixo. Escolheram o caminho que passava

pela Mina e tinham àfrente os irmãos Santo e Difé, seguidos por alguns

adolescentes, novatos na boca como ele.
Jackson era o último da fila quando o grupo passou em frente à Casa

da Cidadania, já na mira dos tiros dos invasores. Ele foi o único a ser

atingido por um tiro de escopeta. Perdeu o equilíbrio com o impacto da

bala, mas correu um pouco mais até escorregar no chão úmido na curva

da praça das Lavadeiras. Os amigos estavam bem longe quando Jackson

caiu. Ninguém saiu dos barracos para prestar socorro. A avó, dona Lena,

de 75 anos, tinha dormido na casa de uma filha. Estava no pé do morro,

voltando para casa, quando soube que o neto tinha sido ferido e morto.

- O corpo do Jaquinho está lá na praça das Lavadeiras... Corre lá,

dona Lena - avisou um menino olheiro da boca.

A morte do neto de dona Lena marcou o início do ataque de um inimigo

histórico do Comando Vermelho na Santa Marta. Zacarias Gonçalves

da Rosa, o Zaca, estava de volta para cumprir a promessa feita havia

13 anos. E trazia com, ele uma novidade. Não era mais um bandido independente,

havia se rendido às regras do crime organizado, se envolvendo

com o Terceiro Comando.

Os homens de Zaca esperaram a polícia ir embora para surpreender

os sentinelas no final da longa vigília da madrugada, o chamado período

matutino náutico das guerras convencionais.

Invadiram pelo matagal que cerca o Palácio da Prefeitura e, na parte

baixa do morro, dominaram sem nenhuma resistência o pessoal que bebia

cerveja e dançava em volta das cinco mesinhas de ferro da birosca

Forró do Nego.

Às cinco horas da madrugada de sábado, havia muita gente na rua por

causa do ensaio geral na quadra da escola de samba. Nos primeiros momentos,

muita gente confundiu o ataque com uma blitz policial, porque

os invasores usaram coletes pretos iguais aos da polícia civil. E revistaram

homens e mulheres para tentar identificar alguém da quadrilha de

Juliano. Eram comandados por uma dupla temida: Zaca e seu cunhado

de nome inconfundível, o Caga Sangue.

- Tô de volta. E daqui não saio nunca mais - disse Zaca. - E durante

o breve interrogatório, avisou que não estava sozinho. - O CV já é! Este

morro agora é do Terceiro Comando! Fica na boa, só quero pegá a turma

do Juliano.

- Eu quero acertá as contas com aquele missionário que fecha com ele
- disse Caga Sangue.

Na hora do ataque, Kevin dormia na casa de dona Mainha, uma senhora

de setenta anos muito popular no morro porque abrigava em seu

barraco de três cômodos crianças e adolescentes sem família ou qualquer

pessoa desprotegida, vítima do frio ou da chuva, das perseguições da

polícia, dos ataques de seus inimigos. A casa era bastante visada pelos

policiais, que algumas vezes apreenderam produtos roubados dados à

dona Mainha em retribuição à caridade recebida.

O missionário Kevin dormia na casa de dona Mainha porque uma

amiga o convidara para um culto no domingo pela manhã, na favela. Na

noite de sábado, em vez de pegar um ônibus para ir até Vila Isabel, onde

morava, preferiu passar parte da madrugada na quadra da escola de samba

e depois descansar no barraco de dona Mainha. Também estavam no

barraco três jovens assaltantes de rua, Wilson, Popó e Magrão, ligados

esporadicamente à boca, e duas moças trabalhadoras - Marcela e Violeta

- que passavam temporadas com dona Mainha para terem mais liberdade

do que em suas casas.

Todos acordaram assustados com o barulho dos tiros e acompanharam

a movimentação da rua pelas janelas entreabertas. Viram muita gente

apressada descendo o morro e, no meio delas, um homem ferido, o

ex-presidente da Associação de Moradores, Zé Luis, que gritava de susto

e dor.


- Fui baleado. Fui baleado. Vocês têm que fazer alguma coisa... Uma

ambulância, pelo amor de Deus!

Dali também acompanharam a expulsão de duas amigas ligadas à

boca, Diva e Luz. As duas tiveram suas casas invadidas e levaram algumas

coronhadas de revólver porque disseram que não sairiam do morro.

Na terceira pancada, que atingiu a parte posterior da cabeça, quase na

nuca, Luz caiu e pediu um tempo aos agressores para se recuperar da

dor. Levou alguns chutes. Eles só pararam de bater quando ela levantou

a blusa e mostrou o corte no peito, a ferida da cirurgia do coração que

fizera para o implante das pontes de safena.

Luz encheu três sacolas com roupas e lençóis, mas não levou nada.

As dores eram fortes demais para carregar peso. Saiu do morro gemendo

baixo, escondendo o choro, levando apenas um rádio portátil e uma
pequena boneca negra, que costumava deixar na cabeceira na hora de

dormir. Os amigos da favela tentaram, convencê-la a ir para a praça Corumbá,

onde estava a namorada índia e um grupo de jovens que escaparam

da quadrilha de Zaca. Alguns sugeriram que fosse pedir ajuda nos

morros amigos.

Mas Luz preferiu sair sozinha, seguiu em direção ao centro da cidade

à procura de um prédio com marquise para se abrigar embaixo. Iria voltar

a ser moradora de rua.

Ainda na casa de dona Mainha, desesperado, o missionário Kevin

ligou para alguns de seus contatos na cidade para pedir ajuda diante da

ameaça de ser descoberto por Zaca. As primeiras ligações foram para os

repórteres das editorias dos assuntos policiais do jornais, de revistas e

de tevês. O missionário queria que a movimentação da imprensa levasse

alguma segurança para o morro e criasse condições para poder escapar

do cerco.

Sempre falando baixo, quase cochichando, também ligou para a mãe

de Juliano, Betinha.

- Alô, é o Kevin. O morro acaba de ser invadido. Houve tiros lá em

cima. Mataram um na mina. Se o rapaz ligar para senhora, explique o que

está acontecendo, ele tem que ser avisado.

- Você viu alguma coisa? Arrastando um rapaz que sangrava muito?

Te disseram o quê? Terceiro Comando... é, tão falando isso? Tu viu o

Zaca? - perguntou Betinha.

- Estão esculachando os moradores - disse Kevin, depois de avisar

que o morro tinha sido invadido havia 15 minutos.

- E o Juliano, já tá sabendo que perdeu o morro?

- Desde aquele cerco policial lá na Argentina, Juliano nunca mais fez

contato. Saiu do ar. Deve estar preparando alguma coisa.

- Você viu alguma coisa?

- Eram só cinco homens na contenção, com aquelas armas velhas. As

bombas estavam segurando a barra, mas aí...

- Que bombas?

- Logo depois da meia-noite o pessoal explodia fogos pra simular

tiroteio, atrair a polícia pro morro.

- Tá confirmado que é o Zaca?
- Estou ligando pra todo mundo e o pessoal está dizendo que é o Zaca,

mas parece que o Carlos da Praça estaria junto, vamos ver mais tarde.

Ao amanhecer, a praça Corumbá já estava tomada por uma pequena

multidão formada pelas sessenta famílias ligadas aos homens de Juliano

e por outras tantas que se sentiam ameaçadas pelo novo comando.

Homens e mulheres não paravam de chegar, trazendo tudo que fora

possível ou permitido tirar dos barracos.

Sobre o destino da quadrilha, sabiam apenas que os dois líderes, Kito

Belo e Tucano, estavam dormindo na hora da invasão. E por isso tiveram

que fugir desarmados, vestidos apenas com uma bermuda. Sem celular,

nem puderam se comunicar com os outros para organizar alguma resistência

ou reação. Cada um tratou de escapar do jeito que dava.

Paranóia foi ferido de raspão na perna, mas mesmo mancando conseguiu

fugir pelo pico. Tênis também quase foi pego. Chegou a ser cercado,

com armas apontadas contra si num raio de dez metros. Mas correu

em ziguezague até a moto, que estava estacionada no Cantão. Fugiu

acelerando o máximo que dava, com o corpo inclinado para frente numa

tentativa de se proteger dos tiros da quadrilha de Zaca. Na praça, disseram

que ele tinha sido ferido nas costas, mas que conseguira chegar até

o esconderijo no Turano. E contavam que um olheiro novato, Eduardo,

tinha sido pego e torturado por Caga Sangue antes de ser fuzilado.

- Arrancaram os olhos antes de matar o menino. Eles estão barbarizando.

Todas as pessoas que chegaram à praça tiveram que pedir permissão

aos novos donos do morro, Os mais jovens, como Pardal, Paranóia, Nego

Pretinho e Coquinho de 13 anos, só conseguiram passar porque ainda

eram desconhecidos de Zaca e Caga Sangue, que estavam havia anos

afastados da favela. A tia Fabiana, enfermeira de um pronto-socorro, ajudou

Coquinho a ganhar o salvo-conduto e a levar de casa uma TV, um

aparelho de som e um videocassete

Às seis horas da manhã uma ambulância do corpo de bombeiros subiu

pela rua Jupira para socorrer o presidente da Associação de Moradores,

que ainda reclamava da omissão da polícia. Na hora, Índia telefonava

para o disque-denúncia também para pedir intervenção policial no morro,

como se fosse uma moradora comum.


- Caralho, o Terceiro Comando está invadindo a casa dos trabalhadores

e vocês não fazem nada. Manda urgente um batalhão inteiro pra cá,

antes que eles matem todo mundo.

A polícia chegou meia hora depois. O missionário Kevin Vargas tentou

tirar proveito da movimentação da ambulância e dos policiais. Chamou

um táxi para o pé do morro e arriscou caminhar até lá...

Durante o dia, a quadrilha de Juliano continuou a sofrer mais perdas.

O contador da boca, Rivaldo, um dos gerentes do preto, Wagner, um

gerente do branco, Bira, e alguns sentinelas e olheiros menores de idade

foram descobertos e presos pela polícia dentro da casa de dona Betinha,

no Chapéu Mangueira.

A ocupação policial do morro também indicou que a situação não era

nada favorável aos homens de Juliano.

Os policiais do Bope não encontraram nenhum alemão circulando

pelos becos e vielas. Eles haviam se “entocado” nos barracos de antigos

amigos, sinal de que, no mínimo, o morro estava dividido, não havia mais

a unanimidade de antes a favor da turma de Juliano.

O enterro do sentinela de 14 anos morto na invasão era mais um sinal

do fim de uma era. Parentes, amigos, parceiros de tráfico ninguém apareceu

no cemitério, nem na hora de carregar o caixão. Jackson foi enterrado

só pelos coveiros do São João Batista.

Mas o maior impacto do golpe de Zaca veio de sua nova postura

diante das mulheres e dos parentes dos homens de Juliano. Durante dois

dias, eles vasculharam barraco por barraco para acabar com os principais

vínculos de Juliano na favela. Além de ser surrada em público, a irmã de

criação Diva teve a sua casa invadida e saqueada pelo pessoal do Zaca.

Roubaram o berço da filha. Levaram até os móveis mais pesados, difíceis

de carregar pelas escadarias. Móveis e eletrodomésticos novos, comprados

por Diva no crediário dois meses antes, encheram um caminhão, que

fez oito viagens levando coisas confiscadas da Santa Marta para os morros

dos inimigos.

Mas a atitude mais ousada foi a invasão à birosca da Mãe Brava, um

símbolo do poder de Juliano. O barraco era um caixote de alvenaria de

menos de três metros quadrados, com uma porta nos fundos e uma janela

de frente para o Cantão, por onde eram servidas bebidas, salgadinhos,
doces, balas e biscoitos. Saquearam todo o pequeno estoque de mercadorias,

assim como o freezer antigo, a televisão portátil e um radiogravador.

O prejuízo não passou de 500 dólares, mas o dano moral, pelo menos

para a dona da birosca, foi gigantesco. Mãe Brava estava ausente na hora

da invasão, estava morando havia algumas semanas na casa da família no

Cantagalo.

- Ele teria que passá por cima do meu cadáver se eu tivesse lá - disse

Mãe Brava quando soube da invasão.

- Sorte sua tê mudado antes de lá, mãe. O bicho ia pegá... nós escapamos

por pouco - disse Difé, que na hora do ataque estava na portaria da

escola de samba com o irmão Santo.

- Sorte do Zaca, rapá. Pra mim ele não passa de uma mosca sem asa

atolada na bosta do cavalo do bandido! - retrucou Brava.

- Ele tá sozinho dessa vez, não! Tão falando em Terceiro Comando

- disse Difé.

- Essa parada não é a dele. Manjo, o figura é de somá, não é de dividi.

Tava mole, mole... Precisava do Terceiro?

- O mundo mudou, mãe. A bandidagem também. Ninguém mais pode

controlar um morro sozinho... Essa parada de herói já é, já foi. Tá com o

Terceiro ou com os amigos dos amigos. - insistiu Difé, fazendo referência

à ADA, a organização Amigos.

- Que se foda... Amigos dos Amigos até pode ser. Bando de polícia

arregado. Pode ser: Zaca ex-PM combina com essa gentalha - concordou

Mãe Brava.

- Resta saber qual vai ser a reação do Juliano. Eu acho que ele não

pode sabê que as mulheres foram atacadas, senão vai querer voltá pra se

vingá e aí começa tudo de novo.

- Tem que sabê sim, cacete. Isso é o fim do mundo. Onde tá a moral

de bandido?

- É o crime!

- Que crime, caralho! Um puto desse nem merece ser chamado de

bandido. Isso me ofende. Tem que dá um troco pra arrebentá, destruir

essa raça. E se vira moda essa porra?

A esperança de Mãe Brava estava voltando de Buenos Aires para o

Rio de Janeiro, pelo caminho mais simples e barato. Depois de pegar
muita carona de caminhoneiros, Juliano chegou de ônibus ao terminal

Novo Rio, um ponto estratégico para quem pretendia seguir a pé direto

para o morro do Fogueteiro, que fica a dois quilômetros de distância da

rodoviária. O esconderijo, gentileza do dono do morro, My Thor, era um

barraco seguro, habitado por uma família desvinculada do tráfico.

A única condição imposta por My Thor, a discrição, era impossível

de ser cumprida por Juliano.

Mas ele jurou que ficaria no anonimato, sem fazer nenhum contato

externo, nem pelo telefone. Num esforço incomum, Juliano cumpriu o

compromisso durante 48 horas, das quais mais de vinte foram dormidas

para se recuperar do longo período de mendicância. A notícia do golpe de

Zaca na Santa Marta o fez esquecer o trato. Imediatamente mandou um

avião em código ao Cantagalo:

“VIVA R.L.O.J.P.J.L. PARADA C.V.S.T.M. (Viva Rogério Lengruber, Orlando

Jogador, Paz Justiça e Liberdade. Parada Comando Vermelho Santa Marta)”

Na mesma noite, Mãe Brava, as irmãs Zuleika e Diva e os irmãos

Santo e difé estavam reunidos no esconderijo do Fogueteiro para matar

a saudade de Juliano e falar da situação na Santa Marta. Os irmãos queriam

saber das aventuras no exterior, mas o assunto dominante foi Zaca,

sobretudo suas provocações con família, ou melhor, contra as mulheres

de sua confiança.

Sem pensar muito nos meios escassos de que dispunha, Juliano sugeriu

contra-ataque imediato, com um bonde formado pelos mais jovens

associados grupo de assaltantes liderado por Tucano, Pardal, Nego Pretinho

e Tênis que já dispunham de pistolas automáticas adequadas para

o tipo de ação que imagina Um grande assalto dissimulado, com armas

escondidas no corpo, em que cada homem atuaria isoladamente contra os

inimigos, mesmo se o morro estivesse ocupado pela polícia.

As mulheres aprovaram o plano de imediato, mas as ponderações de

Santo e Difé se revelaram mais sensatas.

- E se o Zaca tivé de fato com os Amigos dos Amigos ou com o Terceiro

Comando? Vai sê um massacre, vão matá todo mundo - disse Difé

- Falaram até que atrás de tudo tá o Carlos da Praça. Mas ele ainda é

do CV, ficaria esquisito é ou não é? - comentou Zuleika.


- É. Tá na hora do Comando Vermelho resolvê de vez essa parada,

dizê se tão comigo ou se tão contra - afirmou Juliano.

Depois de horas de conversa, concluíram que os dirigentes do Comando

Vermelho deveriam se envolver na guerra, com participação nas

tomadas de decisão e sobretudo providenciando o apoio logístico para o

grupo sair da falência e ter condições materiais de sustentar a luta contra

organização rival.

Sem alternativa, Juliano escreveu uma longa carta para os dirigentes

do CV. Aproveitou para esclarecer antigas rivalidades internas que

envolviam a disputa de poder com o Carlos da Praça, com o falecido

cunhado Paulo Roberto e mais recentemente com o ex-parceiro da Turma

da Xuxa, Claudinho. A carta, lida em primeira mão pela família, era também

um desabafo de quem nunca fora bem aceito na organização.

“Venho por meio desta desde já desejando a todos muita saúde e paz de

espirito para suportá esses momento defíceis. bem como muita PAZ JUSTIÇA

E LIBERDADE.

Meu respeito a todos do grupo bem como os demas irmãos.

Irmãos estou mais uma vez abrindo meu coração a vocês, me orgulha toda

a Luta que tenho com a bandeira do Comando Vermelho que no alto do Santa

Marta está fincada.

Dô a vida por isso, mantê a filozofia de Paz Justiça e Liberdade.

Quando me envouvi foi nos anos 80. A família tava em alta o povo acreditava

em nós. Todo o povo! Acreditei nisso também. Lutá pelo povo! Por nossos

filhos, por um futuro melhor! Via seu Pedro Ribeiro ajudá o povo dando roupa,

comida como um verdadeiro líder. Era tempo de pagode com Zeca Pagodinho

nos morros, Almir Guineto, Dicró, Fundo de Quintal, Beto sem Braço. Os morros

eram livre tempo de pagodes que não tem mais nos tempo de hoje.

Mais o menos nesse tempo teve a guerra no morro. Perdemos.

O Terceiro Comando ficô 4 anos até retomarmos. 4 guerras sucederam até

isso acontecê. Nesses tempo vivi na Rocinha, Pavão, Leme, Engenho da Rainha,

Santo Amaro, na rua. Meus pais perderam suas casas e tudo que tinham,

só ficaram com a roupa do corpo por minha culpa. O Robison deve lembrá

quando me emprestô um barraco de alemão no morro dele para mim dechá

minha família. Enquanto eu ia a luta.

Fui vigia com os vigias desses morros para quando ele fosse dormi eu podê

dormi com ele. Dormi no mato, nas lajes, em barrado de embalação.


Fui vapor, avião, prantão, chefe de prantão. Gerente. E seria sempre se o

Carlos da Praça o quizece, mas ele queria um robô e quando ele viu que para

isso eu não servia, tramô com Claudinho.

E a polícia quase me panha e se panhace eu morreria pois era eu quem

dava tiros para defendê o Cláudio. Eu defendi a vida dele e ele me traiu, o qual

passei a achá que era o único culpado.

Não acreditava até então que o Da Praça, o qual também já fiquei na frente

de tiro para não acertá nele, estava envolvido nessa trama. E por mim ser muito

amigo do irmão do Cláudio, o Raimundinho, eu não quis fazê nada com esse

traidor. E também depois de tanta luta, tanta morte mais morte agora por causa

de olho grande e dinheiro. Deichei tudo qui tinha, dívidas que vários morros

tinha comigo.

Minha casa, minhas armas, meu cachorro, meu filho, tudo.

Para mim é muito triste tudo isso. Sabê que na verdade era odinheiro a

parte mais importante para eles, não a comunidade, a irmandade. Enquanto a

gente sofria, éramos irmãos, quando o dinheiro aparece somos amigos!???

Tudo que falo se demostra na prática, em pouco tempo 3 meses depois

ezatamente o Da Praça perde o Morro, 1 ano depois Cláudio manda matá seu

próprio irmão para dominá sozinho o Morro! E como por castigo vai preso!

No mesmo momento que o Raimundinho iria fazê uma viaje e daí sumí. Mas

todos os que não participaram vão a minha procura pois sempre fui o líder no

coração de todos.

Não a toa todas as guerras eu estava prezente desde do Zaca e Cabeludo.

E as outras que muitos irmãos tão ligados, pergunto que guerra Cláudinho foi?

Todos os guerreiros sabem que demos muito tiro nos policias. Pergunte se ele o

Cláudio estava presente? É ruim ein!

Ganhei tiros, fiquei pinchado mas botei na linha.

Mas como estava falando tudo foi desmascarado e 5 dias depois voutamos

pro Morro. Com total apoio dos moradores. O Dudu da Rocinha pode dizê pois

teve a oportunidade de presenciá a forma que a comunidade me recebeu.

Os quais me respeitam e amam. Como seu filho! E a recíproca é verdadeira.

Até hoje a bandera se mantêm com diguinidade, mesmos com todos nós duros,

em dificuldades, mas com a moral em pé.

E é dessa moral que queremos falá. Digo queremos porque o caso é de

todos nós da Santa Marta.

Especulam que nós não vizitamos ninguém? Quero esplicar que nossa família

se mantêm na garra.

A galera mais conciente tá presa, e fazem muita falta. Mais de 40 morreram,

nós estamos mantendo a bandeira erguida, só no orgulho. A 9 meses os
Bopes estão plantados. Na medida do pocível vendemos para nos mantê. Temos

dificuldades sinceramente de tudo, também temos certeza isso será superado.

Com respeito que estou longe, para mim é estranho. Todas as horas que

sabíamos que a família precisava de mim estávamos prezentes, seja na Mangueira

quando os alemão envadiram, no Vidigal, no Turano, nos Prazeres, no

Cerra, no Galo, no Jorge Turco, no Encontro. Isso é um pouco de nossa participação.

Hoje nossos brinquedos estão servindo em guerras bem como fortalecimentos

de irmãos. Portanto não poderíamos tá em falta de sintonia porque se

tivécemos não teríamos tados prezentes nessas batalhas em tempo distinto uma

da outra, não é mesmo? Fora o papo que sempre fizemos por amor a família

sem interece do famozo precinho de hoje em dia!! Sabemos que devemos fazer

vizitas a área de irmão, e até vamos na medida do pocível, pois temos nossos

próprios problemas e não vamos ficá babando o ovo de ninguém pois somos

bandido iguais a todos.

Digo isso irmãos, que parece sê o maior problemas que temos?!! Nós acreditamos

também que irmandade tá também no coração, se precizam falá com

nós é só mandá um toque que com serteza membros da família aparecerão.

Pesso a comprienção da família do nosso momento, e as dificuldades que isso

acarreta!!!

Meu Presidente, nós da família estamos profundamente tristes com o mal

que Claudinho poderia está causando, e o tanto que ele poderia corrompê,

manipulá ô mesmo aceitá sê manipulado. E nisso fazendo mais um foco de podridão

e obiscuridade na família.

Se todos nós do Santa Marta cansamos de dizê que ele é safado maquiavélico

cínico perguntamos porque ele se mantêm apodrecendo a família????

Digo isso porque comessa a se figurá mais problemas na nossa mãe família

envouvendo nós irmãos!!!

Vou esplicá. Minha juventude foi ao baile dos Prazeres e os safados que


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