Fronteiras da Globalização 3



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Geografia Regional

Atividade interdisciplinar: Geografia, História e Literatura.

O rio São Francisco e Jorge Amado

O rio São Francisco é um dos mais importantes rios brasileiros e teve papel fundamental na ocupação do nosso território, sobretudo na expansão da criação do gado - fato que o fez ser chamado de "rio dos currais". O Velho Chico, um dos mais famosos apelidos do São Francisco, é também considerado o rio da unidade nacional, por integrar o Sertão ao litoral e pessoas de diferentes lugares e culturas ao longo do seu curso.

Economicamente, um dos principais pontos do São Francisco abriga uma importante região agrícola, com produção irrigada pelas suas águas, na região das cidades de Petrolina, no estado de Pernambuco, e Juazeiro, na Bahia.

Além da função econômica, o rio São Francisco também inspirou inúmeras produções artísticas e culturais, como as obras do escritor Jorge Amado.

Nascido na Bahia, Jorge Amado é reconhecido internacionalmente (com obras traduzidas para mais de cinquenta idiomas) e já vendeu mais de 20 milhões de livros. Seu tema preferido é a zona cacaueira baiana, na região dos municípios de Ilhéus e de Itabuna. Entretanto, como grande autor regionalista, não poderia deixar de contemplar, na sua vasta obra, o rio mais importante da região Nordeste.

FONTE: Banco de imagens/Arquivo da editora

O trecho a seguir foi retirado do livro Seara vermelha, lançado em 1946 e que descreve a luta dos sertanejos nordestinos contra a fome.

Havia qualquer coisa de inexplicável que os atraía à noite para a beira do rio. Viam as luzes de Petrolina defronte, a sombra da catedral majestosa, único prédio grande e rico da cidade pernambucana. Ali havia um bispo, alguém explicara, e por isso a catedral era tão bonita, vitrais vindos da França, fazendo inveja a Juazeiro, maior, mais progressista e movimentada, mas sem uma catedral sequer parecida. [...]

Mais que a igreja, porém, o rio os atraía. Era o São Francisco, ouviam falar dele em suas terras de sol e seca. Nunca tinham visto tanta água e associavam a visão da água à ideia de fartura, imaginavam que aquelas terras próximas seriam de uma fertilidade assombrosa. E se admiravam que os camponeses chegados da beira do rio fossem andrajosos e fracos, os rostos amarelos de sezão, piolhentos e sujos. Com aquele farturão de água era de esperar que toda gente por ali estivesse nadando em dinheiro. Não tardaram, no entanto, em descobrir que todas aquelas terras ubérrimas pertenciam a uns poucos donos e que aqueles homens magros e paludados trabalhavam em terras dos outros, na enxada de sol a sol, nos campos de Ouricuri, nos carnaubais e nas plantações de arroz e algodão, ganhando salários ainda inferiores àqueles que pagavam pelo sertão.

AMADO, Jorge. Seara vermelha. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 115.

Glossário:


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