Geografia 7º ano



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No Brasil, dos bens nacionais que são reconhecidos pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) como bens de todos os povos ou Patrimônio Mundial da Humanidade, alguns são cidades ou nelas se encontram situados. Mas, afinal, por que são assim considerados?

“[...] De acordo com Jurema Machado [Coordenadora de Cultura da Unesco à época] o que torna um centro histórico patrimônio da humanidade é seu valor universal excepcional do ponto de vista histórico, estético, etnológico ou antropológico. Ela explica que o Comitê do Patrimônio Mundial estabeleceu uma série de critérios, dos quais ao menos um deve ser atendido para que um sítio histórico seja incluído na lista:

1. representar uma obra-prima do gênio criativo humano;

2. testemunhar um intercâmbio considerável de valores humanos, durante um determinado tempo ou em uma determinada área cultural, quanto ao desenvolvimento da arquitetura ou tecnologia, das artes monumentais, do planejamento urbano ou do paisagismo;

3. aportar um testemunho único ou ao menos excepcional, de uma tradição cultural ou de uma civilização viva ou que tenha desaparecido;

4. apresentar um exemplo eminente de um tipo de edifício ou conjunto arquitetônico, tecnológico ou de paisagem, que ilustre um período ou períodos significativos da história humana;

5. ser um exemplo eminente de um estabelecimento humano tradicional da terra ou do mar, que seja representativo de uma cultura (ou várias), ou da interação humana com o meio ambiente, especialmente quando este se torna vulnerável sob o impacto de uma mudança irreversível;

6. estar direta ou tangivelmente associado a eventos ou tradições vivas, ideias, crenças, ou obras artísticas e literárias de significado universal excepcional (o Comitê considera que este critério deve preferencialmente ser utilizado em conjunto com os outros) [...].”

MENEZES, Suelen. Cidades brasileiras e Patrimônios da Humanidade. Disponível em: . Acesso em: 26 nov. 2014.



Interprete

1 Explique o que você entende por Patrimônio Mundial da Humanidade. Você já visitou algum?

Argumente

2 Dos critérios estabelecidos pela Unesco para que um sítio histórico seja considerado Patrimônio Mundial da Humanidade, qual deles chamou mais sua atenção? Por quê?

O site da representação da Unesco no Brasil é uma fonte rica de informação e apresenta a lista completa do Patrimônio Mundial no Brasil: . Comente com os alunos que, em muitos casos, a razão de uma cidade ser eleita patrimônio pode estar relacionada a mais de um critério. Será uma oportunidade para a comparação dos aspectos temporais e espaciais entre as cidades e as unidades da federação.


Página 82

PERCURSO 10 - Rede, hierarquia e problemas urbanos

1. A rede urbana

A cidade assumiu, no decorrer da história, uma importância muito grande para as sociedades. Tornou-se o centro da produção material, da prestação de serviços e das decisões políticas e econômicas, a sede dos movimentos culturais e o local de produção de valores sociais e de mobilização de massas.

As áreas urbanas aumentaram sua influência sobre o campo. Assim, a cidade passou a ser o centro de uma região, o local onde o agricultor e o pecuarista realizam suas compras, depositam dinheiro e procuram financiamentos em bancos, além de terem acesso a lazer e a escolas para os filhos, assistência médica e odontológica.

Distribuídas no espaço, as cidades formam uma rede urbana — conjunto de cidades que mantêm entre si relações comerciais, financeiras, industriais, culturais, políticas, geralmente sob o comando de uma cidade que apresenta o mais desenvolvido e diversificado setor de prestação de serviços.



2. As categorias e funções urbanas

Quando estudamos a rede urbana, podemos reconhecer cidades:

• de diferentes categorias dimensionais, isto é, de diferentes tamanhos quanto ao número de habitantes;

• que possuem funções urbanas definidas, ou seja, em que uma atividade urbana — portuária (figura 6), industrial, religiosa, político-administrativa, turística etc. — se destaca sobre as demais, ou, ainda, que possuem múltiplas funções (São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Manaus, Porto Alegre etc.);

• que se diferenciaram de outras pelo desenvolvimento do setor terciário, ou seja, que possuem uma rede de serviços diversificada e complexa (especialidades médicas e de engenharia, institutos de pesquisas, teatros, universidades etc.). Essas cidades exercem influência sobre outras, sobre espaços rurais e, ainda, sobre uma região. No caso de grandes cidades de países desenvolvidos, como Nova York, sua influência é mundial.
Página 83

3. A hierarquia urbana

De acordo com a atração e a influência exercidas pelas cidades que compõem a rede urbana, é possível estabelecer uma hierarquia entre elas, como a identificada pelo IBGE (figura 7). Hierarquia urbana corresponde à ordem e à subordinação de cidades em relação às outras.

Vamos esclarecer esse conceito: à medida que uma cidade se desenvolve e amplia a oferta de serviços para atender às necessidades da população, crescem sua importância e sua influência sobre o espaço geográfico regional, nacional e até mundial.

Analisando a rede urbana do Brasil, nota-se que as cidades pequenas (com menos de 50 mil habitantes, segundo o IBGE) possuem bens e serviços de consumo muito frequente, ou seja, que suprem necessidades do cotidiano (mercados, lojas, escolas, postos de saúde etc.); as cidades médias (entre 50 e 300 mil habitantes) possuem bens e serviços de consumo menos frequente (especialidades médicas, ensino superior, teatros etc.); e as cidades grandes (mais de 300 mil habitantes) possuem bens e serviços diversificados e raros. Por exemplo: se uma pessoa necessitar de um médico ortopedista especializado em joelho, em uma cidade pequena dificilmente será encontrado tal profissional, pois nela não existe demanda suficiente. Já em cidades médias e grandes, ele poderá ser encontrado.

As cidades não assinaladas no mapa da figura 7 são aquelas cuja influência urbana se limita às zonas rurais do próprio município ou próximas a ele.

As principais redes urbanas surgem nas regiões Sul e Sudeste, onde são mais densas. Nos outros estados, a influência sobre o espaço geográfico é exercida predominantemente pelas capitais.



Demanda
Busca por produto ou serviço no mercado em determinado momento.

Aponte a que categoria da hierarquia dos centros urbanos pertence a capital da unidade da federação onde você vive.

Depende da unidade da federação.
Página 84

4. A conurbação

Vamos imaginar um conjunto de cidades situadas umas próximas às outras.

Com o aumento populacional dessas cidades, ocasionado por fatores como as migrações e o crescimento natural, multiplica-se a necessidade de novas habitações, o que leva ao loteamento das chácaras, dos sítios e das fazendas em seu entorno. Assim, o espaço entre as diversas cidades é ocupado pela construção de habitações, indústrias, supermercados, lojas, escolas, ruas, avenidas etc.

A unificação da área urbana de duas ou mais cidades, em consequência de seu crescimento horizontal, recebe o nome de conurbação (conubium, do latim, quer dizer “casamento”). Veja a figura 8.



5. As Regiões Metropolitanas

No Brasil, a conurbação tem ocorrido, principalmente, entre as capitais de estados e suas cidades vizinhas. Esse fato levou os governos estaduais a criarem as Regiões Metropolitanas (figura 9), ou seja, regiões constituídas por agrupamentos de municípios limítrofes, com o objetivo de integrar as administrações municipais e possibilitar a implantação de políticas públicas de interesse comum (construção de ruas e vias expressas, integração do transporte coletivo etc.).

A Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, chamada também de Grande São Paulo, tinha uma população próxima a 21 milhões de habitantes em 2014, segundo o IBGE (20.935.204 habitantes), o que correspondia a mais de 10% da população total do Brasil. Trata-se da maior aglomeração do país e uma das maiores do mundo (figura 10).

Navegar é preciso
Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

Explore os mapas temáticos de água e esgoto e de resíduos sólidos urbanos para comparar a prestação de serviços entre os municípios das regiões brasileiras.

Viva Favela

O site apresenta aspectos do cotidiano nas favelas com matérias, imagens, vídeos e áudios elaborados por jornalistas e correspondentes comunitários.
Página 85

Em quais municípios da Região Metropolitana de São Paulo há maior concentração populacional?

São Paulo, Diadema, São Caetano do Sul, Mauá, Ferraz de Vasconcelos, Poá, Osasco, Carapicuíba, Jandira e Taboão da Serra.

No seu contexto

A unidade da federação onde você vive possui Região Metropolitana?

Depende da unidade da federação. Além do objetivo de consolidar a compreensão do que é Região Metropolitana, abre-se a possibilidade de explorar a rede urbana e a hierarquia urbana da unidade da federação, levando o aluno a compreender melhor a disponibilização de bens e serviços de consumo muito frequente, menos frequente e diversificado e raro, que são os fatores que determinam a atração e a influência exercidas pela cidade. Devem-se utilizar recursos do cotidiano do aluno, como lojas, escolas, especialidades médicas, equipamentos culturais etc.

Quem lê viaja mais
SALVADORI, Maria Angela Borges.
Cidade em tempos modernos. 7. ed. são Paulo: Atual, 2010.
A obra analisa as expectativas de modernização urbana em São Paulo e no Rio de Janeiro pelas alterações nas paisagens urbanas: arranha-céus, grandes avenidas, cinemas, estádios, antenas de rádio etc.
Página 86

6. A megalópole em formação

O termo “megalópole” vem do grego mega (grande) e polis (cidade) e refere-se à grande cidade.

Megalópole é uma aglomeração urbana, formada por cidades de diversos tamanhos, nas quais se incluem metrópoles, cujos limites se confundem por causa da ocorrência de conurbação.

A existência das megalópoles é comum em países como Estados Unidos, Japão, Alemanha e outros. No Brasil, encontra-se em formação uma megalópole que abrange o Vale do Paraíba, a Grande São Paulo e a Grande Rio de Janeiro, ao longo do eixo da Rodovia Presidente Dutra (figuras 11 e 12).



Pausa para o cinema
Cidades: da aldeia à megalópole.
Direção: Nancy Lebrun. São Paulo: Vídeos Abril, 1994.
Duração: 50 min.
Documentário que mostra a evolução das aglomerações urbanas e discute os problemas da urbanização.
Página 87

7. Movimentos sociais urbanos

Os chamados movimentos sociais urbanos, ou seja, as mobilizações organizadas de pessoas para defender determinadas ideias, direitos coletivos ou da comunidade, vêm crescendo no Brasil, a exemplo de outros países. Não se limitam a movimentos de despossuídos ou excluídos socialmente, pois a melhoria das condições de vida interessa também àqueles com maior rendimento.

Os movimentos sociais urbanos envolvem várias causas: os ecológicos, por uma melhor qualidade ambiental; aqueles contra a violência urbana; os que se dedicam à assistência a crianças e a adolescentes em situação de risco; os que reivindicam ensino público de qualidade; os dos aposentados, contra a perda do valor real da aposentadoria; os das associações de moradores de bairro, exigindo serviços públicos de saneamento básico; os das associações de moradores de favelas, que lutam pela urbanização e regulamentação de seus locais de moradia; os dos sem-teto, pelo direito à habitação ou moradia (figura 13), entre outros. Somam-se a esses os movimentos sociais ocorridos em junho de 2013, em várias cidades do país, contra o aumento das tarifas e a favor da qualidade dos transportes urbanos. Em seguida, esses movimentos passaram a exigir dos poderes governamentais melhorias na saúde e na educação públicas, o fim da corrupção, além de outras reivindicações (figura 14).

Página 88

INFOGRÁFICO

Problemas urbanos no Brasil

Desde a década de 1950, a sociedade brasileira tem vivido profundas transformações sociais, decorrentes da industrialização e da urbanização. Apesar dos benefícios da vida urbana, há também muitos problemas que afetam a população das cidades, onde, em 2010, viviam cerca de 161 milhões de brasileiros. Veja alguns desses problemas.
Página 89

Interprete

1 Relacione as condições precárias de moradia com a segregação socioespacial.

1. De modo geral, as áreas urbanas com melhor infraestrutura (abastecimento de água, rede coletora de esgoto, transportes, energia elétrica, coleta de lixo, asfalto etc.) são mais valorizadas economicamente. Isso faz com que o acesso a elas seja restrito à população de alta renda. Consequentemente, a população mais pobre é forçada a se dirigir para as periferias ou até a realizar ocupações irregulares, onde, de modo geral, as condições de moradia são precárias.



Argumente

2 Escolha um problema urbano de uma cidade que você conheça e discuta com os seus colegas como ele poderia ser resolvido.

2. Resposta pessoal. Uma vez apontado o problema, verificar se é de responsabilidade do poder municipal, estadual ou federal e como é possível solucioná-lo. É importante que o aluno pense em alternativas sustentáveis e que priorizem a redução das desigualdades socioeconômicas.


Página 90

Atividades dos percursos9 e 10

Registre em seu caderno.

Revendo conteúdos

1 Explique o que é urbanização.

2 Diferencie urbanização de crescimento urbano.

3 Por que o Brasil é considerado um país de industrialização e urbanização tardias?

4 A partir de qual período a urbanização no

Brasil se tornou acelerada? Cite as duas principais causas.

5 Explique o que são rede e hierarquia urbanas.

6 De que forma o aumento da população urbana causa a expansão do setor de serviços nas cidades e este atrai populações rurais?

7 Após conceituar conurbação e Região Metropolitana, verifique, justificando, se o município em que você vive se enquadra nesses conceitos.



Leituras cartográficas

8 Observe o mapa e responda ao que se pede.



a) Quais foram as motivações econômicas do primeiro período de expansão urbana brasileira apontado no mapa?

b) Qual é a relação entre a economia cafeeira e o terceiro período de expansão urbana representado no mapa?

Explore

9 Observe o gráfico e responda às questões.



a) Em relação à sua população total, qual é a Grande Região do Brasil com o menor percentual de população rural?

b) Não considerando a Região Sudeste, qual é a Grande Região que apresenta a maior taxa de população urbana?
Página 91

10 Com base nos seus conhecimentos, interprete a foto a seguir e elabore um comentário sobre ela.

11 Observe as imagens a seguir.

• Identifique os problemas que podem ser observados e explique por que eles são tipicamente urbanos. Cite maneiras para solucioná-los ou minimizar suas ocorrências.

12 Leia o fragmento de texto a seguir e responda.

“[…] Um dos maiores desafios das metrópoles, principalmente de países em desenvolvimento, é a mobilidade urbana. O crescimento repentino da população nesses locais por muitas vezes dificulta a construção de novas vias para o deslocamento, acarretando em trânsitos pesados e, consequentemente, prejuízos econômicos e queda na qualidade de vida. […]”



a) O que você entende por mobilidade urbana?

b) Em sua opinião, o que deve ser feito para aliviar os enormes congestionamentos que acarretam problemas para a população dos grandes centros urbanos?

Investigue seu lugar

13 Em grupo, pesquise os problemas do bairro ou da cidade onde você mora. Faça uma lista com os problemas urbanos apresentados no infográfico das páginas 88 e 89, mostre-a a alguns moradores e peça que apontem os três mais graves. Depois faça uma classificação dos problemas e escreva um pequeno texto explicando quantas pessoas foram entrevistadas e quais foram os resultados. Apresente-o em sala de aula.

14 Pesquise o grau de atração ou de influência da cidade onde você mora e das cidades vizinhas considerando as necessidades de sua família: trabalho, educação, saúde, vestuário, compras e lazer. Procure responder se essas necessidades são encontradas na cidade em que você mora, em cidades vizinhas ou distantes, classificando-as em metrópole nacional, metrópole, capital regional ou centro sub-regional. Apresente os resultados em sala de aula.
Página 92

PERCURSO 11 - A industrialização brasileira

1. Histórico

Até o início do século XX, o Brasil ainda não havia se industrializado. Em 1889, de cada mil brasileiros, somente quatro trabalhavam em indústrias, dedicando-se principalmente à produção de bens de consumo não duráveis, como tecidos, calçados e alimentos. Foi somente a partir da década de 1930 que o Brasil intensificou a industrialização. Por essa razão foi chamado de “país de industrialização tardia”, quando comparado à Inglaterra, à França ou aos Estados Unidos.

Acompanhe a seguir a evolução industrial brasileira desde 1900.
Página 93

Década de 1950

A população urbana cresce e a indústria se diversifica, atuando em setores como naval, químico, farmacêutico, automobilístico e de eletrodomésticos, com grande crescimento da participação de empresas transnacionais.



Década de 1960

Depois de duas décadas de forte crescimento, a economia brasileira começou a desacelerar, enquanto os problemas políticos aumentavam.



Década de 1970

Os investimentos estatais mantiveram o crescimento industrial privilegiando grandes empresas. Entre 1967 e 1973, esse crescimento ficou conhecido como “milagre econômico”.



Década de 1980

Dificuldades de obter novos equipamentos e crédito do governo (instável econômica e politicamente) marcaram o período, conhecido como a “década perdida” para a economia do Brasil.



Década de 1990

Com a economia mais estável, alguns segmentos industriais voltaram a crescer. Outros, porém, tiveram dificuldades para superar a concorrência dos produtos importados após a abertura do mercado, em 1990.



2000

O setor de comércio e serviços representava 66,7 % do PIB brasileiro.

1949

83 mil

1959


111 mil

1970


165 mil

1980


214 mil

1985


207 mil

1950 1960 1970 1980 1990 2000

25,6%

32,5%

34,3%

30,0%

27,7%

29,8%

1900 1910 1920 1930 1940

11,6%

13,1%

15,7%

14,8%

18,7%

%

Governo Juscelino Kubitschek

Visando modernizar a indústria, o governo estabelece o Plano de Metas com especial atenção às áreas de energia, transportes e às indústrias de base (químicas, siderúrgicas, elétricas etc.).



Governo militar

Foram feitos investimentos públicos nos setores de energia, transportes e comunicação. Porém, os esforços em manter o crescimento econômico nacional acentuaram o endividamento do país.



Indústria no século XXI

O setor industrial depende cada vez mais do desenvolvimento tecnológico para melhorar seu desempenho. O Brasil conta com instituições de ensino e pesquisa, nas quais se buscam novos conhecimentos científicos que dão suporte à produção industrial. É o caso do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Empresa Brasileira de Agropecuária (Embrapa). Apesar de os investimentos em ciência e tecnologia serem crescentes, ainda não têm sido suficientes para tornar o Brasil independente tecnologicamente. Em 2012, o PIB industrial correspondeu a 26,3 do total.



Interprete

1 Observe o infográfico e identifique três fases da evolução industrial brasileira até 2000. Explique sua escolha.

1. 1900-1930: a indústria com baixa participação na economia do país (entre 11,6% e 15,7% do PIB). Nessa época, a exportação de café era a principal atividade econômica; 1930-1980: período de crescimento, com forte atuação do Estado no processo de industrialização; 1980-2000: queda relativa da participação industrial na economia do país, explicada pela instabilidade econômica do período, pela acirrada concorrência a que foi submetida a indústria nacional diante de produtos importados e por sua baixa competitividade tecnológica.



Argumente

2 Você acha importante a atividade industrial? Por quê?

2. Além de fornecer produtos que utilizamos no dia a dia, a atividade industrial é uma fonte importante de emprego e estimula outras atividades econômicas, como a agricultura, a pecuária, o transporte, a comunicação e o setor de serviços, no qual se inclui a pesquisa científica e tecnológica.


Página 94

2. Concentração e relativa desconcentração industrial

Desde o início, a industrialização do Brasil concentrou-se na Região Sudeste, principalmente nas Regiões Metropolitanas do Rio de Janeiro e de São Paulo. Na metrópole paulista essa concentração ocorreu no chamado “ABCD”, que reúne os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e Diadema. A Via Anchieta, que liga esses municípios ao porto de Santos, a disponibilidade de energia elétrica e a proximidade do mercado consumidor foram fatores determinantes dessa localização industrial.

A partir da década de 1950, intensificou-se a implantação de indústrias ao longo de quatro principais eixos rodoviários paulistas: a Rodovia Presidente Dutra, a Rodovia Presidente Castelo Branco, o Sistema Anchieta-Imigrantes e o Sistema Bandeirantes-Anhanguera-Washington Luís (figura 15).

A instalação de indústrias nesses eixos rodoviários mostra a desconcentração industrial em relação à Região Metropolitana de São Paulo. Entretanto, esse processo vem ocorrendo também em âmbito nacional.

Assim, há um declínio relativo na atividade industrial do estado de São Paulo e da Região Sudeste. Em outras palavras, a industrialização do estado de São Paulo e da Região Sudeste está crescendo num ritmo mais lento do que o de outros estados e regiões do Brasil.

Localize no mapa as cidades de São Paulo e de Marília e calcule a distância em linha reta e em quilômetros entre elas.

350 km, aproximadamente.

A atividade com escala é uma forma de recordar o estudo realizado no livro do 6º ano. Sugerimos que, quando possível, solicite aos alunos atividades que abordem esse tema.

Para fins didáticos, vamos utilizar como sinônimos as expressões desconcentração industrial e descentralização industrial. Para alguns estudiosos, descentralização industrial representa a mudança física (parcial ou total) de unidades industriais de uma área territorial para outra (por exemplo, do estado de São Paulo para outros estados) e, diversamente, desconcentração industrial designa alterações na distribuição espacial absoluta ou relativa de variáveis como número de estabelecimentos, pessoal ocupado, valor da produção e valor da transformação industrial (VTI).

Pausa para o cinema
Mauá, o imperador e o rei.
Direção: Sérgio Rezende.
Brasil: Lagoa Cultura e Esportiva Ltda., 1999.
Duração: 50 min.
O filme relata a iniciativa do empresário Irineu Evangelista de Souza que, no século XIX, fundou várias empresas no Brasil. Defensor da industrialização, enfrentou muitos adversários, até mesmo do governo da época, para realizar seus objetivos.

Os anos JK: uma trajetória política.


Direção: Silvio Tendler.
Brasil: Terra Filmes, 1980.
Duração: 110 min.
O documentário apresenta fatos que marcaram a vida política brasileira, tendo como personagem central o presidente Juscelino Kubitschek.
Página 95

A desconcentração industrial e suas causas

Apesar da relativa desconcentração industrial em curso, a Região Sudeste, sobretudo o estado de São Paulo e as Regiões Metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro, continua sendo a principal área industrial do Brasil (figura 16). Porém, é importante destacar os fatores que estão levando a essa desconcentração. Vejamos, a seguir, quais são eles.

Aponte uma localidade, considerando o seu entorno, com mais de 10.001 empresas industriais e outra com número de empresas entre 5.001 a 10.000. Depois, com base no mapa, responda: é possível concluir qual é a região mais industrializada do Brasil?

Respectivamente, regiões metropolitanas de São Paulo e do Rio de Janeiro; Goiânia, Fortaleza, Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre. É possível concluir que a Região Sudeste é a mais industrializada, pois nela está concentrado o maior número de empresas industriais.



Política industrial do regime militar

Durante o regime militar, instituíram-se diversas políticas de industrialização e planos econômicos de desenvolvimento dirigidos à descentralização industrial no país. Foram realizados investimentos em infraestrutura essenciais para a criação de polos industriais. Destacam-se a exploração de minérios em Carajás (PA), Trombetas (PA), Caraíba (BA) e Patos (MG); os portos de Itaqui (MA) e Tubarão (ES); as petroquímicas de Camaçari (BA), Paulínia (SP) e Canoas (RS); indústria automobilística em Betim (MG), além de outros.



Regime militar
Forma de governo ditatorial em que o poder é exercido por militares. No Brasil, as forças armadas governaram no período de 1964 a 1985.

Infraestrutura
Conjunto de obras necessárias à implantação de instalações industriais, de saúde, comerciais, de serviços etc. (rodovias, ferrovias, telefonia, internet, saneamento básico etc.).

Elevação dos custos de produção

Ao longo do tempo, a Região Sudeste, sobretudo a Região Metropolitana de São Paulo, perdeu vantagens para a produção industrial para outros estados e regiões do Brasil. Isso porque passou a apresentar altos custos produtivos resultantes de um conjunto de fatores como congestionamento, de trânsito, impostos e salários mais altos.



No seu contexto

No município onde você mora há indústrias? Você sabe que produtos são fabricados nelas?

Depende do município. O objetivo é inserir ainda mais o aluno no espaço de vivência, aguçando a observação sobre ele e dando sentido ao aprendizado.
Página 96

A guerra fiscal

Principalmente a partir da década de 1990, vem ocorrendo a atração de indústrias para fora da Região Sudeste em razão da intensificação de vantagens fiscais oferecidas por governos estaduais e municipais de outras regiões do Brasil. Exemplos dessas vantagens são: incentivo fiscal, doação de terrenos com infraestrutura de saneamento básico, de transporte, de comunicação etc.

A chamada guerra fiscal, somada às outras causas da desconcentração industrial apresentadas, ajuda a explicar a atual distribuição das indústrias no Brasil e a participação desse setor da economia em cada região do país.

Incentivo fiscal
Renúncia dos governos ao recebimento de parte dos impostos que deveriam ser recolhidos das empresas em troca de que elas invistam em setores da economia.

Infraestrutura de saneamento básico
Sistema de serviços que abrange a rede de esgotos e de eletricidade, o abastecimento de água, a coleta de lixo, o gás canalizado etc.

3. Mulheres e homens na indústria no Brasil

Volte para as páginas 92 e 93 e observe que foi a partir dos anos de 1930 que o desenvolvimento industrial do Brasil se intensificou e, desde então, passou a necessitar de mais mão de obra. Os trabalhadores ou operários homens predominavam na indústria, principalmente nos ramos mais pesados — mecânica, metalurgia, siderurgia etc. A participação das mulheres na atividade industrial era menor e se concentrava em ramos de trabalho mais leves — indústria de alimentos, têxtil, de confecções etc. (figura 17).



Quem lê viaja mais
GERAB, William Jorge; ROSSI, Waldemar.
Indústria e trabalho no Brasil: limites e desafios. São Paulo: Atual, 2009.
Após abordarem a Revolução Industrial na Europa, os autores discorrem sobre os períodos da industrialização brasileira.

Maior inserção da mulher no mercado de trabalho

Desde meados dos anos 1950, o Brasil vem passando por grandes transformações econômicas, políticas e sociais. A industrialização prosseguiu em um ritmo mais acelerado, foram construídas várias rodovias interligando as regiões do país e ocorreu grande migração do campo para a cidade em virtude não apenas da busca por empregos na indústria, mas também de problemas no campo, como baixos salários, falta de acesso à assistência médica e hospitalar e à educação, dificuldades de o trabalhador rural tornar-se proprietário da terra etc.

Assim, nos últimos 62 anos, a população urbana cresceu consideravelmente. Em 1950, era de 36,0% e, em 2012, passou para 84,6%.

Os maiores custos e os problemas nas cidades — habitações, transporte etc. — incentivaram os casais a reduzir o número de filhos, e a mulher, acompanhando as transformações e a modernização, passou a ter maior participação no mercado de trabalho, mesmo que, em muitos casos, em condições desiguais em relação ao homem.

Pesquisas realizadas pelo IBGE em seis Regiões Metropolitanas — Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre — mostram a participação da mulher e do homem no mercado de trabalho (tabela 3).
Página 97


Tabela 3. Distribuição da população ocupada por grupos de atividades e por sexo em seis Regiões Metropolitanas brasileiras* – 2003 e 2013

Grupos de atividades

Homens

Mulheres

2003

2013

2003

2013

Indústria

64,6

63,7

35,4

36,3

Construção

94,3

93,0

5,7

7,0

Comércio

61,8

56,9

38,2

43,1

Serviços prestados

62,7

56,6

37,3

43,4

Educação

38,0

35,5

62,1

64,5

Serviços domésticos

5,3

4,7

94,8

95,3

Outros serviços**

62,0

57,1

38,0

42,9

Em qual atividade a participação da mulher é maior que a do homem?

Na educação.



Discriminação contra o trabalho da mulher e do negro

Apesar de a Constituição Federal estabelecer o princípio da igualdade entre os gêneros (homem e mulher), o que ainda existe na prática é a discriminação contra o trabalho da mulher. O mesmo ocorre em relação aos afrodescendentes, apesar de a nossa Constituição condenar o racismo.

Verificam-se diferenças salariais entre os trabalhadores negros — mulheres e homens — e de mulheres em relação aos trabalhadores homens e não negros, além de dificuldade de ascensão a cargos de chefia nesses dois grupos.

A capacidade para desempenhar os mais diversos trabalhos independe do sexo e da cor ou etnia. Apesar dos esforços nos últimos anos para diminuir essas desigualdades (figura 18), ainda se cometem injustiças e preconceitos contra a mulher e o negro.



Discriminação
Tratamento injusto dado à pessoa por causa de características pessoais.

Racismo
Preconceito contra pessoa de etnia diferente.

No seu contexto

Você conhece algum caso de discriminação ao trabalho da mulher? Se sim, faça um comentário.

Resposta pessoal. Procura-se trazer a questão de gênero ao espaço de vivência do aluno, levando-o a despertar sobre essa realidade e criando, por conseguinte, senso crítico sobre o assunto. É oportuno abordar a questão salarial: geralmente, os valores pagos às mulheres, principalmente às mulheres negras, são inferiores aos pagos aos homens.
Página 98

PERCURSO 12 - O espaço agrário e a questão da terra

Com base no estudo das atividades agropecuárias, poderão ser desenvolvidas atividades interdisciplinares com o professor de Ciências: a) a nutrição e os alimentos; b) a dieta adequada; c) os ciclos do carbono, do oxigênio e do nitrogênio, possibilitando ao aluno familiarizar-se com sua representação, leitura e interpretação.



1. A importância da agropecuária no Brasil

A agricultura e a pecuária são duas atividades econômicas tradicionais no Brasil e, apesar do desenvolvimento industrial dos últimos 60 anos, continuam tendo fundamental importância para a economia, a sociedade e as transformações espaciais. Isso porque:

• proveem alimentos;

• fornecem matérias-primas para as indústrias de alimentos, de couro, de tecidos, de combustíveis, entre outras;

• empregavam 13,4% da população economicamente ativa (PEA) do Brasil em 2013;

• contribuem para as exportações brasileiras;

• estimulam a ocupação humana de vastas áreas do território nacional.

2. A geografia agrícola do Brasil

Em virtude de o território brasileiro estender-se na direção norte-sul, desde as áreas de baixa latitude até as de média latitude, e possuir variações regionais de precipitação (chuva), são cultivadas no país plantas tanto de clima tropical — café, cana-de-açúcar, cacau (figura 19), amendoim etc. — como de clima temperado — aveia (figura 20), trigo, centeio, maçã, pera etc.

Na geografia agrícola do Brasil, podemos reconhecer as culturas especializadas e as grandes culturas comerciais.

Navegar é preciso
Atlas da Questão Agrária Brasileira
www2.fct.unesp.br/nera/atlas/
Acesse o site para conhecer mais sobre a sociedade e a economia brasileira no campo. O atlas também possui textos de autores ligados à questão agrária no Brasil.

No seu contexto

Você sabe quais produtos agrícolas e pecuários são produzidos em seu município?

Depende do município. Aqui também se procura inserir o aluno em seu espaço de vivência com o objetivo de não somente conhecê-lo, mas também de despertar a sua observação em relação a seu entorno. A discussão pode ser desdobrada abordando-se as relações sociais de produção e destino ou comercialização dela, como também de seu escoamento.
Página 99

Culturas especializadas

As culturas especializadas são aquelas que, condicionadas principalmente pelo clima e solo, encontram em certas áreas do território brasileiro a possibilidade de obter maior produção e produtividade (figuras 21 e 22).

As culturas especializadas são importantes tanto do ponto de vista social quanto econômico, pois são realizadas, geralmente, com base no trabalho familiar. Representam, assim, fonte de rendimento para famílias de pequenos proprietários de terra ou para pequenos arrendatários.

Arrendatário
Aquele que toma um imóvel (no caso do texto, a terra rural) por prazo determinado, mediante um pagamento, que pode ser em dinheiro, em produtos cultivados ou em prestação de serviços para o dono da terra.
Página 100

Grandes culturas comerciais

Ao contrário das culturas especializadas, as grandes culturas comerciais (café, cana-de-açúcar, arroz, feijão, laranja, soja, algodão, milho etc.) ocorrem em vastas áreas nas diversas regiões do Brasil (figura 23), demonstrando o enorme potencial agrícola do país.

Nos últimos quarenta anos as culturas comerciais se modernizaram. Sua elevada produtividade decorre da utilização de tecnologia e técnicas agrícolas avançadas (seleção de sementes e mudas, correção e adubação do solo, mecanização, assistência agronômica etc.). Como consequência, o Brasil ocupa atualmente posições de destaque como maior produtor mundial de café, cana-de-açúcar e cítricos e segundo maior em soja (os Estados Unidos são os primeiros).

Para manter a alta produtividade, essas culturas empregam agrotóxicos em larga escala. Se, por um lado, essas substâncias combatem insetos, fungos e outros seres que prejudicam as plantações, por outro, o uso excessivo contamina o solo, as águas, o ar e mata outros seres vivos, podendo também contaminar o trabalhador rural caso as aplique sem a devida proteção.



Soja e cana-de-açúcar: custos ambientais e sociais

O sucesso alcançado pelo Brasil em algumas culturas comerciais veio acompanhado, em muitos casos, por um elevado custo ambiental.

O avanço da cultura da soja em direção à Amazônia, por exemplo, juntamente com a pecuária bovina e a exploração madeireira, tem sido responsável por grandes desmatamentos na Floresta Amazônica (estudaremos esse assunto nas Unidades 4 e 8). Enquanto a soja se expande principalmente pelo norte do estado de Mato Grosso, a pecuária bovina avança também pelo norte desse estado e pelo sul e sudoeste do Pará.

No caso da cana-de-açúcar, vários estudos apontam impactos sociais e ambientais da expansão do setor sucroalcooleiro no país.


Página 101

Um dos problemas sociais do setor sucroalcooleiro refere-se às precárias condições de trabalho e de remuneração de grande parte dos trabalhadores (boias-frias) rurais em diversas regiões brasileiras.

O avanço da cultura da cana-de-açúcar representa, em alguns casos, ameaças às comunidades indígenas. O trabalho escravo é outro problema que chama a atenção. Em 2013, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil, foram libertadas do trabalho escravo 2.063 pessoas em vários ramos de atividades, incluindo a agricultura e a pecuária.

Entre os impactos ambientais gerados por esse setor, estão a emissão excessiva de poluentes, que ameaça a biodiversidade, os recursos hídricos e a qualidade do ar, e o descumprimento da legislação ambiental de áreas de proteção permanente e reservas legais por parte de alguns produtores.



Trabalho escravo
Também chamado de trabalho forçado, trata-se de uma atividade forçada e desonrante que restringe a liberdade dos seres humanos.

3. A pecuária

O Brasil é o maior exportador de carne do mundo. No país há cerca de um bovino para cada habitante. Esse número varia entre outros grandes exportadores de carne: o Uruguai possui 3,3; a Argentina, 1,3; e a Austrália, 1,4.

Na Região Centro-Oeste está o maior rebanho bovino, com mais de um terço do total do Brasil. Com a derrubada da mata para a formação de pastos, o rebanho bovino tem se expandido para a Amazônia, principalmente para o Pará e Rondônia (figura 24).

Quem lê viaja mais
BRANCO, Samuel Murgel.
Natureza e agroquímicos. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2013.
O autor explica o que são agrotóxicos, a sua importância para a agricultura e as consequências do seu uso para a natureza e para o ser humano.

TOLEDO, Vera Vilhena de; GANCHO, Cândido Vilares.


Verdes canaviais. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2014.
Os autores abordam a cultura da cana-de-açúcar desde o século XVI até o século XX e discutem o significado da indústria canavieira no Brasil.
Página 102

4. Pecuária intensiva e extensiva

Tanto no Centro-Oeste como na Amazônia, é amplamente praticada a pecuária extensiva, em que grandes extensões de terra são ocupadas com baixa lotação, ou seja, com pequeno número de cabeças de gado por hectare. Há, assim, nesse sistema, o desperdício de terra.

Praticam-se também, no Brasil, a pecuária semiextensiva (geralmente onde o pasto seca no período de estiagem) e a pecuária intensiva (onde a terra é um fator de produção caro). Esta utiliza técnicas modernas de criação (seleção de raças, inseminação artificial, fornecimento de forragens e ração para o gado) e destina-se principalmente à produção de leite (figura 25). É encontrada próxima aos centros urbanos, onde abastece a população e as fábricas de laticínios (queijos, iogurtes etc.).

O livro do 6º ano apresenta os conceitos de pecuária extensiva, intensiva e semiextensiva. Sugerimos que seja feita a recordação desse conteúdo com os alunos.



5. Desigualdade no campo

Desde a chegada dos portugueses nas terras que viriam a ser o Brasil, o acesso à propriedade da terra para cultivar ou criar gado foi muito desigual entre a população.

Sugerimos trabalho interdisciplinar com o professor de História para discutir o processo histórico da concentração fundiária no Brasil, ressaltando, em diferentes períodos, as reformas, os movimentos sociais e os conflitos no campo.

A raiz histórica da grande propriedade rural

De início, o rei de Portugal era o dono das terras e as doava a quem tivesse prestado relevantes serviços à Coroa portuguesa. Foram doadas, assim, grandes extensões de terras para o cultivo e a criação de gado, as chamadas sesmarias.

Apesar de em 1820 ter sido suprimido o regime de sesmarias, a grande propriedade rural foi mantida, pois os seus proprietários, com forte influência política, conseguiram aprovar leis que garantiram os seus privilégios de acesso à terra.

Pausa para o cinema
O tempo e o lugar.
Direção: Eduardo Escorel.
Brasil, 2008.
Duração: 104 min.
Esse documentário retrata a vida de Genivaldo Vieira da Silva, ex-integrante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra. Aborda a sua carreira política e a sua atuação na organização de comunidades agrícolas.
Página 103

Essa é a raiz histórica da implantação de extensas propriedades rurais, chamadas latifúndios, e que ainda existem no Brasil.

Há que se distinguir, porém, os latifúndios improdutivos — que pouco ou nada produzem —, encontrados principalmente nas regiões Nordeste e Norte, dos latifúndios produtivos. Estes são utilizados pelas grandes culturas comerciais e pela pecuária moderna e estão integrados ao agronegócio.

Agronegócio
Conjunto de atividades relacionadas à produção agropecuária.

Concentração fundiária

A concentração de terras nas mãos de poucos proprietários rurais, chamada de concentração fundiária (do latim, fundus, fundi, fazenda), é uma característica histórica da agropecuária brasileira. Observe na tabela 4 como se distribuíam os estabelecimentos agropecuários segundo os grupos de áreas (em hectares), número e área percentuais.

Por isso pode-se falar que, no Brasil, muita gente tem pouca terra para cultivar e pouca gente possui muita terra. Trata-se da segunda maior concentração fundiária do mundo, só perdendo para o Paraguai.

Estabelecimento agropecuário
Terreno de área contínua, subordinado a um único produtor, onde se processa exploração agropecuária.


Tabela 4. Brasil: estrutura fundiária – 2006

Grupos de área (ha)

Estabelecimentos agropecuários

Número (%)

Área (%)

De 0,1 a menos de 10

47,9

2,4

De 10 a menos de 100

38,0

19,0

De 100 a menos de 1.000

8,2

34,2

De 1.000 a menos de 2.500

0,6

14,6

Mais de 2.500

0,3

29,8

Produtor sem área

5,0



TOTAL

100,0

100,0

Segundo o IBGE, o novo Censo Agropecuário estava previsto para 2017.

Observe, na tabela ao lado, que 47,9% dos estabelecimentos agropecuários tinham até 10 hectares (ha) de área e ocupavam apenas 2,4% da área total dos estabelecimentos agropecuários.

Os estabelecimentos com dimensão superior a 1.000 hectares correspondiam a apenas 0,9% dos estabelecimentos agropecuários e ocupavam uma área equivalente a 44,4% do total.

6. Movimentos dos trabalhadores rurais

Diante da dificuldade histórica de acesso à terra por parte de milhões de trabalhadores rurais, surgiram movimentos sociais que reivindicam a reforma agrária.

Esses movimentos sociais, entre os quais se destaca o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), fundado em 1984, utilizam, com a finalidade de pressionar os governos, acampamentos na beira de estradas, ocupação de terras improdutivas, passeatas, protestos etc.

Como resultado, assentamentos rurais têm sido realizados por diversos governos. Mas, para que as famílias assentadas tenham condições de trabalhar a terra, há necessidade de crédito, assistência agronômica, estrada para escoamento da produção, rede de energia elétrica, além de outros incentivos. Como na maioria desses assentamentos, várias dessas condições não foram implantadas, muitas famílias não obtiveram sucesso no trato da terra.



Reforma agrária
Processo de redistribuição da propriedade fundiária realizado pelo Estado, que visa à promoção de justiça social e ao aumento da produção.

No seu contexto

Na região em que você vive e no seu município, há Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra?

Depende da região e do município. A questão agrária surgiu com maior intensidade na década de 1950 com as ligas camponesas, cujas reivindicações na maior parte não foram atendidas, principalmente quanto à reforma agrária. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra pode ser entendido como uma continuação dessas ligas, visto que a questão agrária ainda não foi resolvida no Brasil.
Página 104

Atividades dos percursos11 e 12

Registre em seu caderno.

Revendo conteúdos

1 Cite as razões de Portugal dificultar o desenvolvimento da manufatura e da indústria no tempo do Brasil Colônia.

2 Aponte as relações entre cafeicultura, Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e industrialização do Brasil, particularmente da Região Sudeste.

3 Explique por que o Brasil é considerado um país de industrialização tardia ou retardatária.

4 Por que se usa a expressão “declínio relativo na atividade industrial da Região Sudeste e do estado de São Paulo”?

5 No Brasil há diversidade de culturas agrícolas. Qual é a relação entre esse fato e a extensão no sentido norte-sul do território brasileiro?

6 Com base na expansão da cultura da soja e da pecuária no território brasileiro, responda:

a) Em que direção e onde tem ocorrido essa expansão?

b) Quais as consequências da expansão dessas atividades para o meio ambiente?

7 Explique a raiz histórica (do Período Colonial) da concentração fundiária no Brasil.



Leituras cartográficas

8 Analise o mapa e responda às questões.



a) Identifique os dois principais estados produtores de trigo no Brasil. Qual é a participação deles na produção brasileira?

b) Em que ano representado no gráfico o rendimento foi maior?

c) O trigo não é cultivado em larga escala nas regiões Nordeste e Norte. Por quê?

Explore

9 Observe atentamente a tela ao lado, da artista Tarsila do Amaral (1886-1973). Em seguida, responda às questões.



a) Que elementos da obra correspondem ao título dado pela pintora?

b) “Na tela Operários, de 1933, a artista retrata os trabalhadores que participaram da segunda fase da industrialização no Brasil.” Por que essa afirmação está incorreta?
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10 Observe a charge e responda às questões.



a) Que problema rural a primeira denuncia?

b) Quais problemas urbanos são retratados na segunda?

c) Explique as frases empregadas pelo autor para relacionar e criticar os problemas do campo e da cidade.

11 Leia o texto, observe os gráficos e faça o que se pede.



Guerra fiscal, guerra dos lugares

“As mudanças de localização de atividades industriais são às vezes precedidas de uma acirrada competição entre estados e municípios pela instalação de novas fábricas e, mesmo, pela transferência das já existentes. A indústria do automóvel e das peças é emblemática de tal situação.

A política territorial das corporações automobilísticas, que até recentemente buscavam as benesses das localizações metropolitanas, a estas acrescenta hoje ações de descentralização industrial e coloniza novas porções do território. […]”

SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001. p. 112.



Benesse
Benefício, privilégio, vantagem.

a) Aponte o assunto do texto.

b) Compare a produção de veículos nos estados em 1990 e 2013. Onde a produção cresceu e onde sofreu redução?

c) Quais estados se tornaram produtores de veículos?

d) Relacione o conteúdo do texto à mudança na participação dos estados do Sudeste na produção nacional de veículos.
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Desembarque em outras linguagens - EDUARDO KOBRA: Geografia e Arte Urbana

Pode-se desenvolver com os professores de Língua Portuguesa e Arte estudo sobre manifestações artísticas em espaços públicos (grafite, muralismo, música, teatro, circo, dança, estátua viva, projeções, literatura de cordel etc.), refletindo sobre a importância da arte para as cidades e seus habitantes, em diferentes tempos e sociedades. O professor de Arte poderá ainda contribuir com estudo que aborde os suportes parede e muro na arte de grafiteiros e muralistas.

Nascido em 1976, em São Paulo (SP), Eduardo Kobra é um dos artistas urbanos brasileiros mais conhecidos no país e no exterior. Com apenas 12 anos iniciou seus trabalhos como pichador, influenciado pelo movimento hip-hop, tornando-se depois grafiteiro e muralista. Suas obras interagem com o ambiente urbano, embelezando-o, e chamam a atenção das autoridades e pessoas para lugares esquecidos.

Além da capital paulista, diversas cidades brasileiras contam com suas obras, bem como cidades em diversos países, como Inglaterra, França, Estados Unidos, Rússia, Grécia, Itália, Suécia e Polônia, entre outros. Estudioso e autodidata, Kobra dedica-se a pesquisas com materiais reciclados e novas tecnologias, como a pintura 3-D sobre pavimentos, além de criar obras nas quais homenageia personagens que marcaram a história em diferentes áreas, como Oscar Niemeyer, Albert Einstein, Nelson Mandela, Madre Teresa de Calcutá, entre outros. O artista realiza exposições no Brasil e no exterior.



Hip-hop: literalmente, hip = quadril ou cadeiras; hop = baile, ou, na gíria dos Estados Unidos, voo de curta duração; expressão por meio da dança, da música e da poesia.

A parede como suporte da arte

“A pintura nas paredes foi cultivada em diversas épocas, desde a Pré-história, com a arte rupestre, passando pela Idade Média e Renascença, período em que foram produzidos muitos afrescos, até o muralismo moderno e os grafites atuais.

O mural é a arte imortalizada nas paredes. Como arte pública, faz uma fusão entre a arquitetura e as artes plásticas, em um trabalho que muitas vezes é idealizado e realizado coletivamente, ou seja, por um conjunto de pessoas.

É no diálogo com a arquitetura que a pintura mural transforma e partilha o espaço. O muro, ou a parede, é um suporte que possibilita criar e reinventar um lugar, mesmo que muitas vezes apenas por um curto espaço de tempo. Mas não importa: permanente ou transitória, a arte nos muros particulariza e personaliza o que antes era um espaço corriqueiro. Essa arte faz com que o público estabeleça uma nova relação com seu meio, pois atua sobre o olhar dos transeuntes: surpreende, intriga, diverte, choca, maravilha e faz pensar.”

SDECT. Educação de Jovens e Adultos (EJA) – Mundo do Trabalho: Arte, Inglês e Língua Portuguesa: 8º ano do Ensino Fundamental. São Paulo: Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), 2013. p. 12.

A trajetória de Eduardo Kobra

1987
Revelação do talento do artista, no Campo Limpo, distrito da zona sul do município de São Paulo (SP), com obras com pixo e grafite, importantes ao movimento hip-hop.

1995
Inaugura o Estúdio Kobra com uma equipe de doze artistas, especializando-se em painéis artísticos, dedicando-se a um muralismo original, inspirado, sobretudo, em obras de pintores mexicanos e do designer estadunidense Eric Grohe.

2005
Inicia o projeto “Muro das Memórias”, retratando cenas do cotidiano e personagens das primeiras décadas do século XX da cidade de São Paulo (SP), transformando a paisagem urbana.



Nesta seção, por uma questão de espaço, optamos por uma linha do tempo que não mantém a proporcionalidade da escala.
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2009
Participa da delegação brasileira no Salon National Des Beaux-Arts (Salão Nacional de Belas Artes), realizado no Museu do Louvre, em Paris (França).

2011
É premiado no Sarasota Chalk Festival, em Miami (EUA), o maior evento de arte 3-D no mundo, e inicia o projeto Green Pincel (Pincel Verde), no qual, por meio de murais, denuncia e busca combater os vários tipos de agressões humanas contra a natureza.

2014
Realiza sua primeira mostra individual no exterior, em Roma (Itália), e homenageia os operários que construíram Brasília (DF), nos anos 1950, com o mural O candango, obra de 29 metros de altura por 7,4 metros de largura que cobre dez andares de uma parte da lateral do Edifício Matriz II da Caixa Econômica Federal, em Brasília.

Créditos de imagem de fundo: VAGNER VARGAS

Caixa de informações
1 Por que o grafite e o mural são considerados arte de expressão essencialmente urbana?
2 Quais são os principais projetos do artista Eduardo Kobra e o que é retratado neles?

Interprete
3 Em muitas cidades brasileiras, existem pichações em edifícios e muros com palavras e letras, e muitas pessoas as associam a atos de vandalismo, enquanto o grafite e os murais são vistos, geralmente, como artisticamente mais elaborados. O que você pensa a respeito?
4 Repare se existem grafites ou murais nas paredes da cidade onde você mora. Se houver, encontre a relação entre essas obras e a realidade local.
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UNIDADE 4 - Região Norte

Nesta Unidade, estudaremos a Região Norte do Brasil e suas principais características naturais, humanas, econômicas e de ocupação. Identificaremos ações do Estado brasileiro na Amazônia e modelos de desenvolvimento para a região. Veremos também as principais causas da devastação da Floresta Amazônica e as ameaças às comunidades tradicionais que dela sobrevivem.

PERCURSOS
13 Região Norte: localização e meio natural
14 Região Norte: a construção de espaços geográficos
15 Amazônia: conflitos, desmatamento e biodiversidade
16 Amazônia: o desenvolvimento sustentável

Rios voadores

Durante o verão, enormes massas de ar carregadas de vapor de água se deslocam da Amazônia para o centro-sul da América do Sul, provocando grande volume de chuvas. Invisíveis, esses “cursos de água atmosféricos” são muito importantes para a agricultura, para mais populosa dessa região. a produção de energia hidrelétrica e os ciclos dos rios na porção

Verifique sua bagagem

1. Que tipo de clima predomina na área da Floresta Amazônica? Quais são suas principais características?

1. Clima equatorial úmido, com médias térmicas mensais elevadas e pequena amplitude térmica anual.



2. Como o desmatamento da Floresta Amazônica contribui para a redução de chuvas em outras regiões do Brasil?

2. A retirada de grandes extensões da cobertura de vegetação original na Amazônia reduz a transpiração vegetal que dá origem a parte do vapor de água carregado pelos rios voadores. Consequentemente, ocorre diminuição de precipitação nas áreas com clima influenciado por essas massas úmidas, principalmente no verão.



3. Por que os rios voadores são importantes para a produção de energia nas áreas mais industrializadas do país?

3. A precipitação proveniente da umidade dos rios voadores abastece rios que alimentam a represa da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que gera a maior parte da energia elétrica consumida na Região Sudeste, a mais industrializada do país.


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PERCURSO 13 - Região Norte: localização e meio natural

Com o professor de Arte, sugerimos abordar as manifestações populares dessa região, com festas, danças, ritmos e outros elementos típicos. Com o professor de História, é possível aprofundar o tema sobre a ocupação da Amazônia durante o governo militar e a criação de projetos de integração dessa região com as demais regiões brasileiras.



1. Região Norte ou Amazônia?

Com uma área de 3.853.676 km2, a Região Norte do Brasil (figura 1) corresponde a pouco mais de 45% do território nacional. É, portanto, a maior macrorregião brasileira (figura 2). Em 2014, apresentava 17.231.027 habitantes.

Que estados compõem a Região Norte?

Acre, Rondônia, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Tocantins.

Durante muito tempo, a região esteve isolada do restante do país. Salvo alguns surtos de povoamento não indígena verificados no auge da exploração do látex, entre 1880 e 1912, e de outras atividades econômicas que veremos adiante, a Região Norte permaneceu pouco povoada e com frágil economia. Somente a partir de 1964, com iniciativas do governo federal, essa região passou a apresentar maior povoamento e dinamismo econômico mais intenso.

É comum referir-se à Região Norte como Amazônia; no entanto, a Região Norte constitui, na verdade, parte da Amazônia Continental e da Amazônia Legal (figura 3).



Navegar é preciso
Tom da Amazônia

O site traz diversos materiais que contribuem para ampliar seus conhecimentos geográficos, históricos, culturais e ecológicos sobre a Amazônia, buscando disseminar e valorizar as tradições regionais.
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A Amazônia Continental, também chamada Amazônia Internacional ou Pan-Amazônia, abrange terras de vários países: Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Suriname, além da Guiana Francesa (departamento ultramarino da França). Esse vasto espaço estende-se por 6,5 milhões de quilômetros quadrados e compartilha algumas características em comum, como a Floresta Amazônica, o clima equatorial, a Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas e a existência de povos indígenas e comunidades ribeirinhas.

A Amazônia Legal corresponde à área total dos estados de Rondônia, Acre, Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Mato Grosso, Tocantins e parte do Maranhão. Foi instituída pelo governo brasileiro, com o objetivo de implantar políticas de desenvolvimento da região. O órgão responsável pelo seu planejamento é a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

A Sudam é um órgão do governo federal que reúne técnicos de várias áreas do conhecimento (economistas, engenheiros, geólogos, agrônomos, geógrafos etc.) com alguns objetivos, como auxiliar no desenvolvimento da Amazônia e na diminuição das desigualdades regionais.

Sua extensão corresponde à região ocupada pela Floresta Amazônica, além das áreas de transição da floresta para o Cerrado e para a Caatinga, no sul do Maranhão e do Tocantins. Com uma área de praticamente 5 milhões de quilômetros quadrados, corresponde a 58,4% do território brasileiro. É, portanto, mais ampla que a Região Norte.

Nesta Unidade, será utilizado o termo “Amazônia” para se referir à Amazônia Legal.



Superintendência
Órgão de empresa pública ou privada destinado a superintender, ou seja, supervisionar, dirigir e inspecionar atividades sob sua responsabilidade, como também planejar ações que devem ser tomadas.

Navegar é preciso
O Eco Amazônia

A página dessa ONG traz artigos e reportagens em textos e vídeos, além de infográficos e mapas sobre a Amazônia, suas ameaças ambientais e as ações para a preservação da natureza.
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2. Aspectos físicos gerais

Relevo

Predomina na Região Norte relevo com altitudes de até 200 metros. Essas terras de baixas altitudes acompanham os vales dos rios da Bacia Amazônica, formando extensas planícies (figura 4). As terras de altitudes mais elevadas localizam-se, principalmente, no norte do estado de Roraima e no norte e noroeste do estado do Amazonas, onde se encontra o ponto culminante do Brasil — o Pico da Neblina —, com 2.994 metros de altitude, na Serra do Imeri, fronteira com a Venezuela.

Em quais estados da região se localiza o relevo de maior altitude?

Roraima e Amazonas.

Tanto ao norte como ao sul do vale do Rio Amazonas, as depressões do relevo dominam a paisagem, como pode ser observado na figura 5.

Observe o mapa e aponte uma característica da distribuição das depressões na Região Norte.

As depressões aparecem, geralmente, entre as planícies fluviais.

Quem lê viaja mais
PENNAFORTE, Charles.
Amazônia: contrastes e perspectivas. São Paulo: Atual, 2006.
Esta obra lança um olhar sobre a intervenção humana na Amazônia e as consequências ambientais daí decorrentes.
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Hidrografia

A Bacia Hidrográfica do Rio Amazonas predomina na Região Norte. Além do Brasil, banha terras da Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. Formada pelo Rio Amazonas e seus afluentes, é a maior bacia hidrográfica do mundo, tanto em extensão como em volume de água.

Da fronteira do Peru com o Brasil até a confluência com o Rio Negro, em Manaus, o principal rio dessa bacia recebe o nome de Rio Solimões. Desse ponto até sua foz, no Golfão Amazônico, é denominado Rio Amazonas.

O rio é navegável desde a foz até Nauta, no Peru, uma extensão de mais de 4.000 quilômetros (figura 6).



Golfão
Ampla reentrância da costa litorânea em direção ao continente. O Golfão Amazônico apresenta uma particularidade: não é totalmente aberto para o mar, pois nele estão localizadas a Ilha de Marajó e outras ilhas menores.

Além de sua importância para as comunicações e o transporte na Região Norte, a Bacia Amazônica serve de fonte de alimentos — por meio da pesca — e é o maior reservatório de água doce do planeta. Com a Floresta Amazônica, fornece para a atmosfera grande quantidade de vapor de água, que volta à superfície terrestre na forma de chuva, estabelecendo, assim, o ciclo hidrológico ou ciclo da água, com influência não apenas local e regional, mas também global.

Como os rios facilitam o transporte e a comunicação, o maior povoamento da Região Norte se concentra nas planícies do Rio Amazonas e de alguns de seus afluentes. Observe a densidade demográfica da região na figura 7.

Solicite aos alunos que apontem onde estão as duas maiores concentrações populacionais da Região Norte (Manaus e Belém) e que citem suas densidades demográficas (de 100 a 280 hab./km2).



Navegar é preciso
Rios Voadores

Acesse o site, clique em “Educacional” e veja o ciclo hidrológico na Amazônia, entre outros assuntos.
Página 114

INFOGRÁFICO

O maior complexo fluvial do mundo

O potencial hidrelétrico da Bacia Amazônica é estratégico para o desenvolvimento nacional. Em termos regionais, seus rios estruturam a organização social e econômica dos povos da região. São fundamentais para o transporte, o abastecimento e a subsistência da população e influenciam na localização das cidades. O desafio atual é conciliar as questões locais e regionais com as demandas nacionais de maneira sustentável.

Água: um recurso estratégico

No Brasil, cerca de 70% da energia elétrica é obtida por meio de hidrelétricas. A região com maior potencial hidrelétrico é a Região Norte. Nos últimos anos, os investimentos em energia hidrelétrica vêm aumentando significativamente. Em 2012, cerca de 23 usinas hidrelétricas estavam planejadas para ser construídas na Bacia Amazônica nos próximos anos, entretanto, isso é motivo de discussão pelos impactos ambientais que elas podem causar.

Caso considere oportuno abordar a questão das hidrelétricas na Amazônia e suas polêmicas, sugerimos alguns sites:


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