Geografia 7º ano



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. Acesso em: 8 abr. 2015.

Mundurucu
Povo indígena que ocupa secularmente a região do Vale do Tapajós.

Interprete

1 Que comparação o texto estabelece sobre a postura política dos mundurucus e a dos povos indígenas do Vale do Xingu, onde está sendo implantada a Usina de Belo Monte?

Argumente

2 Em sua opinião, a implantação de projetos governamentais, e até mesmo de fazendas, deve respeitar o território indígena?
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A Zona Franca de Manaus

Buscando incentivar a industrialização de Manaus, o governo federal criou, em 1967, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), que disponibilizou infraestrutura e vantagens financeiras para atrair as indústrias para a região.

Assim, a Suframa criou o Distrito Industrial de Manaus e ofereceu isenção de impostos para a importação de matérias-primas e de componentes industriais, além de empréstimos e incentivos fiscais para as empresas nacionais e estrangeiras que ali se instalaram (figura 19). Houve investimentos sobretudo no setor de eletroeletrônicos.

Com isso, outros setores da economia local e regional foram beneficiados, como o comércio, os transportes urbanos, o setor de turismo e hotelaria. O município de Manaus tornou-se área de atração de população, concentrando mais de 2 milhões dos 3.873.743 habitantes do estado, em 2014.

No entanto, apesar dos benefícios trazidos pela Suframa, a população de Manaus enfrenta ainda graves problemas urbanos, como o favelamento e o saneamento básico deficiente.

O Projeto Grande Carajás

Com a descoberta de jazidas de minérios de ferro e de manganês, ouro, cassiterita, bauxita (minério do qual se obtém o alumínio), níquel e cobre na Serra dos Carajás, no Pará, por volta de 1967, o governo federal criou o Projeto Grande Carajás, que envolvia não só a exploração dos recursos minerais, mas também da floresta, além do aproveitamento dos rios para a produção de energia elétrica (caso da Usina Hidrelétrica de Tucuruí, no Rio Tocantins) e a construção da Estrada de Ferro Carajás para o transporte dos recursos minerais até o porto de Itaqui, no Maranhão, de onde são exportados. Observe a figura 20.

O Projeto atraiu trabalhadores de várias partes do Brasil, o que estimulou a fundação de cidades. Ainda hoje o Projeto Grande Carajás tem papel importante na produção de espaços geográficos na Amazônia Legal.

Navegar é preciso
Suframa

Na aba “Suframa”, navegue pela animação “Cunhantã”. Uma personagem apresenta a Superintendência da Zona Franca e os 40 anos da entidade.
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Atividades dos percursos13 e 14

Registre em seu caderno.

Revendo conteúdos

1 Consulte o mapa da figura 4, na página 112, e localize o pico culminante do Brasil. Depois, responda às questões.



a) Qual é seu nome?

b) Qual é sua altitude?

c) Em que estado se localiza e da fronteira de qual país está mais próximo?

2 Compare o mapa da figura 4, na página 112, com o mapa da figura 7, na página 113, e explique por que a maior parte da população da Região Norte distribui-se ao longo dos vales fluviais.

3 Em relação à Região Norte, entre o fim do século XIX e início do século XX, responda:

a) Que atividades econômicas impulsionaram seu desenvolvimento?

b) Dê exemplos de transformações no espaço geográfico resultantes das atividades econômicas mencionadas na questão anterior.

4 Os governos militares no Brasil, a partir de 1964, entenderam que havia a necessidade de promover maior povoamento e dinamizar a economia da Amazônia. Cite ao menos três iniciativas desses governos para atingir tal finalidade.



Leituras cartográficas

5 Observe atentamente o mapa e sua legenda. Escreva um texto sobre o que o mapa representa, não se esquecendo de apontar a situação dos povos atingidos tanto pela prática legal quanto pela prática ilegal do tema tratado no mapa.


Página 127

Explore

6 São Gabriel da Cachoeira é um município do noroeste do estado do Amazonas situado a 0° latitude. Uruguaiana é um município do sudoeste do estado do Rio Grande do Sul e está localizado a 29° latitude Sul. Observe os climogramas das duas localidades e responda:



a) Qual climograma apresenta menor variação de temperatura média? Por quê?

b) Considerando os doze meses do ano, onde há maior média de precipitação: em Uruguaiana ou em São Gabriel da Cachoeira? Explique sua resposta.

c) Com base na localização desses dois municípios, consulte o mapa da figura 7, na página 17 (Percurso 1), e aponte seus respectivos tipos de clima.

7 A imagem mostra um hotel instalado na Floresta Amazônica, no município de Iranduba, AM (2013).



a) Que atividade econômica é responsável pela construção de obras desse tipo?

b) Em sua opinião, para que essa atividade não seja prejudicial ao ambiente, que ações sustentáveis podem ser realizadas?

8 Observe a representação a seguir e responda às questões.



a) Consultando a figura 5, da página 112, em que unidade do relevo se localiza a província petrolífera de Urucu?

b) Observando a representação, que meio de transporte é empregado para levar o gás liquefeito do terminal até Manaus?

c) Em sua opinião, a extração de petróleo e gás natural na Floresta Amazônica pode provocar impactos ambientais? Por quê?
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PERCURSO 15 - Amazônia: conflitos, desmatamento e biodiversidade

1. A entrada do grande capital na Amazônia Legal em tempos recentes

Diante das dificuldades apresentadas pelos núcleos de colonização implantados na Amazônia, o governo federal, a partir de 1974, alterou a política de ocupação e desenvolvimento econômico da região. Iniciando um novo processo, deu preferência ao grande capital, ou seja, às grandes empresas agropecuárias e de mineração nacionais e estrangeiras, que se instalaram na região em áreas gigantescas, às vezes maiores que alguns estados brasileiros e que muitos países (figura 21).

Nesse novo processo, acentuaram-se os conflitos de interesses e de territorialidade, ou seja, a disputa por territórios entre os grupos ou protagonistas sociais da Amazônia, desfavorecendo, geralmente, os de menor poder político e econômico, como os povos indígenas e a população ribeirinha.

Os protagonistas sociais

Com a entrada do grande capital, o garimpeiro foi vencido pela empresa de mineração, e o pequeno agricultor foi suplantado pela grande empresa rural ou pelo agronegócio. O trabalhador sem-terra foi submetido, muitas vezes, à condição de servidão (figura 22), e o posseiro foi expulso de sua pequena roça. Grupos indígenas perderam suas terras ou aguardam até hoje a demarcação e a legalização delas. Madeireiros ilegais entraram em conflito com indígenas, posseiros, pequenos agricultores e povos da floresta. Grileiros ocuparam terras públicas, onde poderiam ser assentadas famílias de sem-terra. Alguns interessados nas terras chegavam a contratar pistoleiros para assassinar quem se opunha a seus interesses. A atividade de compra e venda de terras tanto enriqueceu pessoas como ocasionou o desmatamento, com a consequente perda de biodiversidade, acompanhada de desequilíbrios ecológicos e destruição de ecossistemas.


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As intervenções humanas na Amazônia, como em qualquer meio natural, não podem ser realizadas de forma irresponsável e predatória; é preciso planejá-las. Há também a necessidade de os governos estaduais e federal resolverem a questão da posse da terra entre os vários protagonistas sociais. Especialistas sugerem como solução para a exploração econômica da região a implantação do desenvolvimento sustentável. E, para minimizar os conflitos sociais, apontam a urgência da aplicação de uma política fundiária ou de terras que contemple democraticamente todos os envolvidos na questão.



2. O desmatamento na Amazônia

Entre as causas históricas do desmatamento na Amazônia, podemos destacar a expansão urbana, a exploração madeireira (figura 23) e a expansão da fronteira agropecuária. Calcula-se que, desde a década de 1960 até os dias atuais, foram desmatados em torno de 700.000 km2 da Amazônia, cerca de 17% de sua cobertura florestal. Isso corres ponde a uma área quase equivalente à dos estados do Maranhão, Piauí e Ceará juntos.



Quem lê viaja mais
LESSA, Ricardo.
Amazônia: as raízes da destruição. 9. ed. São Paulo: Atual, 2009.
O livro aborda assuntos que ainda são muito atuais na realidade amazônica, como as questões ambientais e os conflitos por terras, além da resistência indígena e dos projetos agropecuários e suas consequências.
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O arco do desmatamento

Na Amazônia Legal, o desmatamento é bastante intenso nos estados de Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Pará, formando a área que se denomina arco do desmatamento (figuras 24 e 25).

Liste os estados que compõem o arco do desmatamento em ordem decrescente, de acordo com seu percentual de participação.

Pará (33,8%), Mato Grosso (34,1%), Rondônia (13,6%) e Maranhão (5,9%).



Expansão da pecuária

Nos últimos anos, a abertura de pastagens para a pecuária na Amazônia é responsável por 75% das áreas desmatadas, muitas delas de forma ilegal.

Para combater esse problema, são realizadas campanhas e ações por ambientalistas e pelo governo brasileiro a fim de evitar a comercialização de gado oriundo de áreas desmatadas ilegalmente e aumentar a consciência da população sobre esse grave problema.

Desmatamento e problemas ambientais

O desmatamento da Floresta Amazônica é preocupante devido aos danos ambientais que provoca, como a extinção de espécies vegetais e animais, a erosão do solo, o assoreamento dos rios e a emissão de gases de efeito estufa.

A devastação também afeta a precipitação (chuva). Calcula-se que o processo de evapotranspiração na Amazônia é responsável por mais de 50% da chuva que ocorre nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Com a cessação da evapotranspiração, países mais distantes também seriam afetados, causando prejuízos para a agricultura e para a produção de alimentos.

A principal fonte de emissão de gases de efeito estufa (GEE) nos países em desenvolvimento, como o Brasil, são as queimadas florestais e os desmatamentos para a extração de madeira e a criação de gado.


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Estação Cidadania - Carne legal

Ética


Em julho de 2010, foi lançada a campanha Carne Legal, para alertar os cidadãos e o poder público sobre um sério problema: os crimes provocados pela pecuária ilegal. Por meio dela, o Ministério Público Federal (MPF), o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) e a ONG Repórter Brasil buscam estimular que nós, consumidores, valorizemos produtos oriundos de propriedades rurais onde não ocorram desmatamento nem trabalho escravo, entre outras irregularidades.

A campanha é importante para a conscientização social e teve a adesão de fazendas, frigoríficos e supermercados, que passaram a comercializar apenas carnes legalizadas. Um dos resultados da campanha foi a diminuição do desmatamento da Amazônia Legal registrado em 2010. Pela iniciativa e pelos resultados conquistados, em 2013, a campanha foi premiada pelo Conselho Nacional do Ministério Público na Categoria Transformação Social por contribuir para a sustentabilidade do país.



Interprete

1 Por que o Ministério Público Federal promove o combate à pecuária ilegal existente na Amazônia? Em qual estado teve início essa ação?

Contextualize

2 Qual é o papel que cabe ao consumidor, como você e seus familiares, nesse combate?
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3. A biodiversidade da Amazônia

O Brasil apresenta grande biodiversidade, isto é, variedade biológica de plantas e animais, e está entre os chamados “países megadiversos”, pois estima-se que 20% de todas as espécies vivas do planeta estejam em território brasileiro.

A Amazônia contribui bastante para essa megadiversidade: tem cerca de 21.000 espécies ve getais — 2.500 de árvores —, 1.400 espécies de peixes, 300 espécies de mamíferos e 1.300 espécies de pássaros, além de milhares de insetos e micro-organismos. Várias dessas espécies são endêmicas.

A biodiversidade da Floresta Amazônica, como também a de outros domínios morfoclimáticos brasileiros, constitui grande riqueza e pode fornecer, entre outros elementos, substâncias para serem usadas como matérias-primas de medicamentos para tratamento e cura de várias enfermidades.

O uso de plantas para a elaboração de medicamentos é uma prática antiga. Porém, com o desenvolvimento da ciência, esse fato se acentuou. Os denominados produtos fitoterápicos ganharam muita importância e suas vendas aumentam em todo o mundo. Compreende-se, então, a corrida dos laboratórios farmacêuticos, sobretudo estrangeiros, para pesquisar plantas, animais e micro-organismos.

Endêmica
Espécie nativa de planta ou animal que ocorre somente em uma região específica, pois depende das condições particulares de clima e de solo dessa região.

Fitoterapia
Tratamento de doenças por meio de plantas, frescas ou dissecadas, e por seus extratos naturais.

A biopirataria

A biopirataria consiste no roubo de animais, plantas e conhecimentos tradicionais (principalmente das culturas indígenas) para fins de exploração comercial, sem o consentimento ou controle do país de origem e das comunidades locais.

Para evitar que o Brasil perca os direitos sobre sua biodiversidade ou sobre os resultados das pesquisas realizadas por empresas estrangeiras, bem como para proteger a diversidade de plantas e animais (figu ra 26), o governo brasileiro colocou em prática, em junho de 2000, o acordo conhecido como Convenção da Biodiversidade.

Esse documento foi assinado, em 1993, por representantes de 160 países que atestam a necessidade de preservação da biodiversidade, a exploração dos recursos naturais de forma sustentável e a divisão justa dos benefícios obtidos com a pesquisa científica.



Navegar é preciso
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

A página do Ministério traz informações, notícias e projetos sobre a biodiversidade e os recursos naturais da Amazônia e de outras regiões do país.

Com foco no desmatamento e na biopirataria na Amazônia, a abordagem interdisciplinar poderá ser desenvolvida com o professor de Ciências, que explicará a ação humana nos ecossistemas, suas consequências negativas, como também as formas de evitá-las.


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Mochila de ferramentas - Aprendendo a fazer um mapa pictórico

É oportuno enfatizar que os mapas pictóricos podem representar fenômenos geográficos ou características naturais ou culturais de determinada localidade. Nesse sentido, muitas vezes é necessário exagerar nos símbolos representativos. Esses mapas visam atingir um público maior e cumprem bem esse papel, mesmo não utilizando os elementos convencionais de representação cartográfica e ficando aquém das necessidades técnicas.

O que é um mapa pictórico? Comecemos pelo termo “pictórico”, que se relaciona com pintura: é aquilo que foi pintado, desenhado, ilustrado.

Logo, mapa pictórico é aquele que contém fatos ilustrados que destacam as características escolhidas, tornando-o mais atraente e instrutivo. É um recurso muito utilizado pela publicidade turística.



Como fazer

1- Represente os pontos mais importantes de seu bairro ou de sua cidade, sejam eles turísticos, de serviços (como hospitais, postos de gasolina, mercados), de problemas (como enchentes ou deslizamentos) ou econômicos.

2- Observe o exemplo do mapa pictórico a seguir. Ele ressalta as principais vias e traz aspectos turísticos, de forma pictórica e em associação a uma legenda numerada, e ainda apresenta a rosa dos ventos para direcionar espacialmente os leitores. Esses mapas não fornecem informações cartográficas convencionais, como a escala, mas cumprem com sua função de facilitar o acesso à informação, divulgando-a de forma mais simples.

3- Com base nesse exemplo, siga os procedimentos indicados abaixo:

a) faça uma pesquisa e uma lista prévia do que pretende destacar em seu mapa;

b) desenhe o contorno do local escolhido em uma folha de papel;

c) represente as vias principais (ruas, rodovias, ferrovias);

d) faça ilustrações para representar os seus destaques;

e) se desejar, adicione pontos importantes, relacionando-os a uma legenda numerada que os explique;

f) não se preocupe com as escalas, pois os desenhos podem ocupar grande parte do mapa;

g) pinte seu mapa;

h) insira a rosa dos ventos.

Exponha e descreva sua representação em sala de aula, afixando-a posteriormente no mural da escola.


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PERCURSO 16 - Amazônia: o desenvolvimento sustentável

1. Organização não governamental (ONG)

Entre as décadas de 1950 e 1970, houve um período de grande desenvolvimento econômico, tanto nos países desenvolvidos como nos países de industrialização tardia, como é o caso do Brasil. A industrialização e a urbanização se intensificaram e ocorreu também grande crescimento populacional. Esses eventos foram acompanhados de intervenções humanas, na maioria das vezes prejudiciais ao meio ambiente. A exploração dos recursos naturais aumentou consideravelmente para atender às novas necessidades humanas, criadas pela chamada sociedade de consumo.

A fim de combater a crescente destruição ambiental, causada por esse modelo de desenvolvimento predatório, a sociedade se organizou em grupos, dando origem aos movimentos ambientalistas.

Desses movimentos, nasceram as organizações não governamentais (ONGs), caracterizadas como organizações formadas por pessoas da sociedade civil, sem a participação dos governos dos países onde elas atuam. Os objetivos das ONGs são amplos, e cada uma delas se dedica a determinada área de atuação. Por exemplo, combate à destruição do meio ambiente (figura 27), defesa dos direitos da mulher, das minorias étnicas culturais, da criança e do adolescente, do idoso etc. Isso demonstra a dificuldade dos governos de cuidar desses assuntos de forma eficiente, mesmo em nações de grande desenvolvimento econômico.



Sociedade civil
Compreende a rede das relações entre pessoas, grupos e classes sociais que ocorre à margem das relações de poder manifestadas nas estruturas do Estado.

Quem lê viaja mais
OLIVEIRA, Alan.
Amazônia. 3. ed. São Paulo: Atual, 2009.
Ficção que narra a história de um menino chamado Caco e de seu padrinho Mr. David, que mora nos Estados Unidos. Depois de se perderem na Floresta Amazônica, eles buscam trilhas para sair dela. Nessa caminhada acabam conhecendo vários aspectos da floresta, como flora, fauna e diferentes povos.
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2. O desenvolvimento ecologicamente sustentável

A atuação das ONGs contribuiu para aumentar a consciência social ecológica das populações, fazendo com que as questões ambientais passassem a ser discutidas em reuniões internacionais.

Em 1972, a Organização das Nações Unidas realizou a primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, na cidade de Estocolmo, capital da Suécia, em que alertou governos, grupos econômicos e toda a sociedade sobre os graves riscos a que o planeta e as populações estão sujeitos devido à destruição ambiental e à intensa exploração dos recursos naturais.

Foi nessa Conferência de 1972 que nasceu a ideia do desenvolvimento ecologicamente sustentável, que visa à exploração dos recursos naturais de forma racional, sem desperdício e sem a degradação ambiental, de modo que as gerações futuras possam também se beneficiar deles.

Nos últimos anos, têm ocorrido alguns progressos na questão ambiental: leis severas foram criadas para proteger o meio ambiente e procuram-se novos caminhos para o desenvolvimento econômico e social sustentado. A consciência social ecológica, no entanto, ainda está muito aquém das reais necessidades.

Organização das Nações Unidas (ONU)
Organização que reúne 193 países-membros e tem como objetivos manter a paz, defender os direitos humanos e as liberdades fundamentais dos indivíduos e promover o desenvolvimento dos países.

O desenvolvimento sustentável na Amazônia

Estudos realizados na Amazônia Legal mostram que vastas áreas da região apresentam solos impróprios para a prática da agricultura, por serem arenosos e rasos. Quanto à floresta, ela “vive por si só”, isto é, ela mesma alimenta o solo por meio da decomposição de troncos, galhos e folhas, que caem e formam uma espessa camada de solo orgânico — o húmus. Por causa disso, se retirada, a vegetação de floresta teria poucas chances de se recompor, ainda que ficasse intocada por muitos anos, aumentando a possibilidade de desertificação na região. Assim, existe na Amazônia — como também em outras regiões e em todas as atividades humanas — a necessidade de aplicação do desenvolvimento ecologicamente sustentável.

Na Amazônia, muitas comunidades e empresas já praticam a exploração de recursos da floresta de acordo com os princípios do desenvolvimento ecologicamente sustentável.

É o caso do extrativismo do látex, da castanha-do-pará, do jambo, do açaí, de fibras vegetais para a confecção de diversos artefatos, gomas para a fabricação de chicletes etc., sem causar a degradação ambiental. Atualmente, além de coletados, são também cultivados o guaraná, o cupuaçu, o bacuri, a pupunha e o açaí, utilizados na indústria de refrigerantes e de alimentos, ou vendidos in natura. Veja a figura 28.



In natura
Aquilo que se apresenta em estado natural.

No seu contexto

No município onde você mora há aplicação dos princípios do desenvolvimento ecologicamente sustentável, seja na exploração florestal, na ocupação do solo pela agricultura e pecuária, no turismo, na indústria ou em outras atividades?

Espera-se que os alunos reconheçam a importância do desenvolvimento ecologicamente sustentável em sua localidade para as gerações futuras. Caso a localidade não seja de exploração florestal, é interessante divulgar esse conceito quanto à atividade agropecuária, principalmente em relação à conservação do solo e das fontes hídricas.
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3. As reservas extrativistas

Desde a década de 1970, seringueiros e castanheiros se opõem à forma como a Amazônia vem sendo ocupada. Com o avanço da colonização na região, eles têm sido expulsos das áreas onde praticavam o extrativismo vegetal. Diante disso, decidiram se organizar e pressionar o governo federal para a criação de reservas extrativistas. Estas devem ser entendidas como unidades de conservação da natureza (UC), legalmente instituídas pelo poder público para ser utilizadas por populações extrativistas tradicionais.

Nas reservas extrativistas, além de os recursos da floresta serem explorados de forma sustentável, praticam-se a agricultura de subsistência e a criação de animais de pequeno porte, assegurando os meios de vida das populações tradicionais. São ainda garantia de proteção contra a invasão dessas terras e contra o desmatamento e a destruição de ecossistemas.

Na criação das reservas extrativistas, destacou-se a atuação do seringueiro e líder sindical Chico Mendes, que lutou por essa causa e foi assassinado em 1988 por aqueles que se opunham à criação das reservas, pois elas contrariavam seus interesses.

A primeira reserva extrativista foi criada pelo poder público em 7 de março de 1990, após a morte de Chico Mendes. Essa reserva se localiza no município de Xapuri, no estado do Acre, onde vivia Chico Mendes (figura 29). Posteriormente, foram criadas outras reservas extrativistas na Região Norte e em outras regiões do Brasil (figura 30).

Líder sindical
Pessoa que dirige um sindicato — associação de indivíduos da mesma categoria ou profissão que defende interesses profissionais, econômicos, políticos ou sociais.

Pausa para o cinema
Chico Mendes: o preço da floresta.
Direção: Rodrigo Astiz,
Brasil: Rt2A Produções Cinematográficas Ltda., 2008. Duração: 43 min.
Mais do que um filme sobre a vida e o legado de Chico Mendes, o documentário enfoca as experiências extrativistas e de manejo sustentável no Acre.
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Encontros - Cipó artístico

Meio Ambiente

Pluralidade Cultural

Trabalho e Consumo

“Sentado no chão, cercado por longas tiras de cipó, Antônio da Prata, 43 anos, vai tirando, uma a uma, as cascas. Bem ao jeito caboclo, explica: ‘Eu sou um coletor’. Estamos na comunidade de Terra Nova, dentro da Reserva Extrativista do Rio Unini, um dos muitos afluentes do Rio Negro, no estado do Amazonas. [...] Em suas margens e nas de seus diversos afluentes, espalham-se centenas de comunidades, parte delas pertencentes a grupos indígenas como baniwa, tukano e macuxi. Mas também muitos caboclos ribeirinhos, que, como Antônio, pescam, fazem sua roça, cuidam de pequenos animais. Em comum, eles mantêm uma arte secular: o artesanato com fibras vegetais. Os moradores da [Sub-Bacia] do Rio Negro encontraram no extrativismo de fibras uma fonte de renda. Além do cipó-titica, há o cipóimbé, o cipó-timbó, a piaçava e fibras derivadas de palmeiras como o arumã e o buriti. Trata-se de uma alternativa econômica ecologicamente correta, capaz de trazer sustento aos moradores locais sem agredir a floresta. [...] Extrair fibras é uma alternativa a outras fontes de renda, o que diminui o impacto da presença humana sobre o ambiente, evitando atitudes predatórias como o corte de madeira e a caça indiscriminada de mamíferos de médio e grande porte — capivara, anta, cutia, queixada e até onça-pintada, ainda bastante comum na vizinhança.

Atitudes como a de seu Antônio são incentivadas por ambientalistas e coordenadores de programas socioambientais, como os da Fundação Vitória Amazônica (FVA), uma organização não governamental que atua na região há mais de uma década e que teve importante papel, junto com a Amoru, a associação de moradores locais, na criação da reserva extrativista (Resex). ‘Acho que a esperança de todos os envolvidos no processo da Resex do Unini é que os moradores desse rio percebam que existem alternativas melhores do que as adotadas até então de desenvolvimento para a região’, explica Fabiano Silva, da FVA.

O aprendizado veio dos índios, e a lida não é das mais fáceis. Um extrator de cipó deve caminhar muitas horas pela mata até encontrar as raízes no tamanho e com a maturidade adequados. [...]

Seu Antônio nos conta, com a sabedoria de quem tem experiência no assunto, que é importante colher apenas as raízes mais velhas. Deixando as novas, ele tem certeza que, daqui a um ano, a colheita será farta.”

CANEJO, Mônica Trindade. Cipó artístico. Globo Rural. Disponível em:


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