Geografia 7º ano



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. Acesso em: 23 abr. 2015.

“O Parque Nacional Serra da Capivara está localizado no sudeste do Estado do Piauí, ocupando áreas dos municípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do Piauí e Coronel José Dias. A superfície do Parque é de 129.140 ha e seu perímetro é de 214 km. A cidade mais próxima do Parque Nacional é Cel. José Dias, sendo a cidade de São Raimundo Nonato o maior centro urbano. A distância que o separa da capital do Estado, Teresina, é de 530 km. […]

As características que mais pesaram na decisão da criação do Parque Nacional são de natureza diversa:

• culturais – na unidade acha-se uma densa concentração de sítios arqueológicos, a maioria com pinturas e gravuras rupestres, nos quais se encontram vestígios extremamente antigos da presença do homem (100.000 anos antes do presente). Atualmente estão cadastrados 912 sítios, entre os quais, 657 apresentam pinturas rupestres, sendo os outros sítios ao ar livre (acampamentos ou aldeias) de caçadores-coletores, são aldeias de ceramistas-agricultores, são ocupações em grutas ou abrigos, sítios funerários e, sítios arqueopaleontológicos;

• ambientais – área semiárida, fronteiriça entre duas grandes formações geológicas; a bacia sedimentar Maranhão-Piauí e a depressão periférica do rio São Francisco; com paisagens variadas nas serras, vales e planície, com vegetação de caatinga (o Parque Nacional Serra da Capivara é o único Parque Nacional situado no domínio morfoclimático das caatingas), a unidade abriga fauna e flora específicas e pouco estudadas. Trata-se, pois, de uma das últimas áreas do semiárido possuidoras de importante diversidade biológica;

• turísticas – com paisagens de uma beleza natural surpreendente, com pontos de observação privilegiados. Esta área possui importante potencial para o desenvolvimento de um turismo cultural e ecológico, constituindo uma alternativa de desenvolvimento para a região […]”.

FUMDHAM. Fundação Museu do Homem Americano. Parque Nacional Serra da Capivara. Disponível em: . Acesso em: 9 abr. 2015.

Em 1991, a Unesco inscreveu o Parque Nacional Serra da Capivara como Patrimônio Cultural da Humanidade.



Interprete

1 Aponte as características que influíram na criação do Parque Nacional Serra da Capivara.

Argumente

2 Em sua opinião, por que o Parque Nacional Serra da Capivara é importante para a arqueologia e para a humanidade?

Contextualize

3 Procure saber se na localidade onde você vive ou nos arredores existem vestígios de ocupação humana anterior à chegada dos portugueses no Brasil.
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PERCURSO 20 - O Meio-Norte

1. O Meio-Norte: localização e condições naturais

Localização

A sub-região do Nordeste denominada Meio-Norte ou Nordeste Ocidental compreende parte do estado do Piauí e todo o estado do Maranhão (localize-a na figura 4, na página 144).



Vegetação

O Meio-Norte é uma sub-região de transição entre o Sertão semiárido e a Amazônia úmida (clima equatorial úmido).

Na sua porção oeste predominava a Floresta Amazônica, hoje amplamente desmatada pela ocupação humana; na sul, o Cerrado (figura 28); na leste, a Caatinga; e na centro-norte, a Mata dos Cocais (figura 29). Em algumas áreas essas paisagens vegetais se misturam.
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Relevo e hidrografia

O Meio-Norte possui terras predominantemente em altitudes baixas (entre 0 a 200 metros); apenas na porção mais ao sul as terras apresentam-se em altitudes mais elevadas (entre 200 e 500 metros), e, em pequenos trechos, em altitudes entre 500 e 800 metros, onde nascem vários rios que formam a rica rede hidrográfica do Meio-Norte.

Destaca-se nessa sub-região o Rio Parnaíba, com extensão de 1.414 quilômetros. Ele forma a divisa dos estados do Piauí e Maranhão e deságua no Oceano Atlântico. Sua foz, em forma de delta, localiza-se no município de Parnaíba, onde se localiza o principal porto do estado do Piauí (figura 30).

Em seu alto curso e em parte do curso médio é um típico rio de planalto, com várias corredeiras. Nele foi construída a barragem e a Usina Hidrelétrica de Boa Esperança. O rio é navegável na porção de planície, sobretudo entre Teresina, capital do Piauí, e Parnaíba, no litoral.



Clima

Predomina no Meio-Norte o clima tropical com verão úmido e inverno seco. No extremo oeste do Maranhão o clima é equatorial úmido. As médias térmicas anuais situam-se entre 24 °C e 26 °C, e a precipitação total anual varia conforme a área considerada, de 1.000 mm a mais de 2.000 mm. Em São Luís, capital do Maranhão, que se localiza em área litorânea, a precipitação é elevada (2.200 mm anuais) (figura 31). Em Teresina, no Piauí, a única capital da Grande Região Nordeste que não se localiza no litoral, a precipitação é menor (1.678 mm anuais).

Em quais estações do ano ocorrem as maiores precipitações na cidade de São Luís?

Em parte do verão (fevereiro e março) e no outono (parte de março e em abril e maio).



Navegar é preciso
Embrapa – Meio-Norte

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2. Meio-Norte: construção inicial do espaço

A construção inicial do espaço geográfico do Meio-Norte está relacionada a quatro acontecimentos:

• a fundação da cidade de São Luís, em 1612, pelos franceses, que pretendiam ali se fixar, mas que, em 1615, foram expulsos por tropas formadas por solda- dos e colonos portugueses e luso-brasileiros. Após a expulsão, os colonos iniciaram o plantio de cana-de-açúcar e a produção de açúcar nas imediações de São Luís (figura 32);

• o povoamento inicial do Piauí, diferentemente de outras porções do território brasileiro, foi realizado do interior para o litoral. Vaqueiros vindos dos currais do Rio São Francisco entraram em terras que hoje correspondem ao Piauí e, ao encontrar pastagens naturais, iniciaram o povoamento daquela área;

• as expedições de apresamento de indígenas, com o objetivo de transformá-los em mão de obra escrava nos engenhos de açúcar de São Luís e de Pernambuco, favoreceram o surgimento de povoados;

• os aldeamentos indígenas realizados pelos padres jesuítas e de outras congregações transformaram-se em cidades.

Na segunda metade do século XVIII e no século XIX, o Maranhão teve maior desenvolvimento e povoamento por causa da introdução do cultivo de algodão e sua exportação. Data desse período a modernização da cidade de São Luís. Com o dinheiro obtido com a exportação desse produto, grandes plantadores e comerciantes construíram casarões que podem ser observados ainda hoje (figura 33).
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3. As capitais regionais e outras cidades

As duas capitais regionais do Meio-Norte são Teresina e São Luís. Em 2014, possuíam, respectivamente, 840.600 e 1.064.197 habitantes. Considerando a rede urbana do Meio-Norte, outras cidades se destacam, como Imperatriz, Codó, Caxias e São José de Ribamar, no Maranhão, e Parnaíba, no Piauí. O município de Alcântara, situado na baía de São Marcos, se sobressai pela arquitetura antiga (sua fundação data de 1755) e por possuir um centro de lançamento de foguetes espaciais (figura 34).

Essas cidades, a exemplo de muitas outras no Brasil, apresentam carência de infraestrutura urbana, que se estende desde a questão habitacional até a precariedade de saneamento básico.

4. Meio-Norte: economia

Até aproximadamente 1960, a economia do Meio-Norte assentava-se na criação de gado, cultura do algodão, extração do babaçu, produção de açúcar, plantio e beneficiamento de arroz e extração da cera de carnaúba (figura 35). Era uma economia, portanto, de base agropecuária.

A partir dos anos 1970, iniciou-se na região um processo de modernização econômica. Investimentos foram realizados na agropecuária, principalmente por fazendeiros vindos da Região Sul, e no extrativismo vegetal e mineral. O Maranhão passou a ser o escoadouro das riquezas minerais da Serra dos Carajás, no estado do Pará. Para tanto, foi construída a Estrada de Ferro Carajás, ligando as jazidas minerais ao Porto de Itaqui, no Maranhão. Esse porto foi equipado para exportar minério de ferro e receber navios de grande capacidade de transporte.
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A Ferrovia Norte-Sul

Espera-se que o aluno reconheça a importância de uma rede ferroviária que, além de oferecer transporte de carga e de passageiros mais barato que o rodoviário, é um elemento propulsor do desenvolvimento espacial. Sugerimos que seja explicado que os Estados Unidos fizeram a ligação do Atlântico ao Pacífico por ferrovias já no século XIX, integrando o seu território. No nosso caso, estamos procurando fazer essa integração espacial com mais de 100 anos de atraso em relação àquele país. É um momento oportuno também para abordar a mobilidade urbana — questão que tem sido largamente debatida em nosso país em virtude da precariedade em que se encontra.

Espera-se que outro grande impulso à economia do Meio-Norte seja dado com a conclusão da construção da Ferrovia Norte-Sul (figura 36). Essa ferrovia faz entroncamento com a Estrada de Ferro Carajás (EFC), em Açailândia (MA), permitindo acesso ao Porto de Itaqui em São Luís (MA). De Açailândia ela segue em direção a Araguaína (TO). Em sua extensão total, a ferrovia ligará o município de Rio Grande (RS) a Belém (PA), em um percurso total de 4.200 quilômetros.

A produção agropecuária do sul do Maranhão, Piauí e Tocantins (soja, carne etc.), atualmente com dificuldades de escoamento, deverá se dinamizar com a maior facilidade de acesso ao Porto de Itaqui, que, por sua localização, facilita a exportação para Europa, Estados Unidos e Canal do Panamá, por onde pode chegar até a Ásia. Além disso, a facilidade de transporte por essa ferrovia deverá estimular a ocupação de novas terras e o aumento da produção, criando uma nova fronteira agrícola no Brasil.

Observe o mapa e aponte o nome da ferrovia que escoa o minério de ferro de Carajás (PA) até o Porto de Itaqui, em São Luís (MA).

Estrada de Ferro Carajás.



No seu contexto

Seu município é servido por ferrovia? Você acha importante um território, um país ou um município ser “cortado” por ferrovias? Por quê?


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Mochila de ferramentas - Elaboração de mural

Neste Percurso, no subtítulo “Relevo e hidrografia”, você estudou o Rio Parnaíba e ficou sabendo que ele possui foz em forma de delta, no município de Parnaíba (PI). Mas o que é delta? Como reconhecer um tipo de foz?

Que tal responder a essas perguntas por meio de um recurso visual que incorpora ilustrações, fotos, mapas e textos? Vamos aprender a elaborar um mural e, ao mesmo tempo, responder às duas perguntas iniciais, reconhecendo dois tipos de foz: delta e estuário.

Como fazer

1- Faça uma pesquisa sobre o tema (por exemplo, tipos de foz: delta e estuário).

2- Selecione ilustrações, fotos, mapas e textos para compor o mural.

3- Escolha o melhor suporte para o seu mural: placa de EVA, isopor, cartolina, cortiça.

4- Distribua as figuras, afixando-as nesse suporte, de modo que as imagens e os textos possam ser associados visual e logicamente.

5- Dê um título ao mural (por exemplo, “Delta e estuário: dois tipos de foz”).

6- Exponha seu mural para a classe e se disponha a trocar conhecimentos com seus colegas.

Na foto, vista aérea de parte do delta do Rio Parnaíba, no município de Araioses, MA, divisa com o estado do Piauí (2007).



1 Que recursos visuais e suportes podem ser úteis para compor e confeccionar um mural?

2 Pense e faça: o que você gostaria de representar em um quadro-mural?
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Atividades dos percursos 19 e 20

Registre em seu caderno.

Revendo conteúdos

1 Leia as questões a seguir e escreva no seu caderno as afirmativas corretas. Em seguida, explique as incorreções das demais.



a) O Sertão:
I. é a segunda maior sub-região do Nordeste e localiza-se entre o Agreste e o Meio-Norte.
II. é a sub-região do Nordeste cortada pelo Rio São Francisco, que no período de longas estiagens torna-se um rio temporário, ou seja, seca.
III. é a sub-região mais extensa do Nordeste e caracteriza-se pelo predomínio do clima semiárido, com ocorrência de algumas áreas úmidas.

b) O Meio-Norte:
I. é uma zona de transição entre o Sertão e a Amazônia, com predomínio do clima tropical.
II. tem São Luís como a cidade mais populosa da Região, que se localiza no delta do Rio Parnaíba.
III. terá sua produção agropecuária ampliada com a conclusão da construção da Ferrovia Norte-Sul.
IV. é uma zona de transição entre o Sertão e a Amazônia, com apenas dois tipos de vegetação: Mata dos Cocais e Cerrado.

2 A construção inicial de espaços geográficos no Meio-Norte está relacionada a que fatos históricos? Explique-os, resumidamente.

3 Podemos afirmar que a seca que se abate de tempos em tempos no Nordeste é a única causa das migrações internas dessa região para as demais do Brasil?

Leituras cartográficas

4 Nos últimos anos, o oeste da Bahia tem apresentado grande desenvolvimento agrícola atraindo investimentos de grandes empresas nacionais e estrangeiras. Observe o mapa e responda às questões.



a) Consulte a figura 17 do Percurso 19, na página 158, e aponte o tipo de clima predominante do oeste baiano.

b) Que fator hidrográfico aliado ao clima permite ao oeste do estado da Bahia apresentar grande desenvolvimento agro-industrial?

Explore

5 Apesar de a Região Nordeste ter apresentado nos últimos anos razoável desenvolvimento socioeconômico, com inclusão social, apresenta ainda muitos problemas sociais. No passado, a situação foi muito pior e dramática. Observe o quadro Retirantes, de 1944, do pintor brasileiro Candido Torquato Portinari (1903-1962) e responda às questões.


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a) A paisagem retratada pode ser associada a que sub-região nordestina? Justifique.
b) Quais características da família demonstram a dificuldade de sobrevivência dessa população?
c) O que representam os sacos carregados pela mulher e pelo homem?

6 Com base apenas nos climogramas a seguir, aponte em que sub-região da Região Nordeste se localizam os municípios apresentados. Explique como você chegou a essa conclusão.



Pesquise

7 Durante séculos a concentração do poder político e econômico no Nordeste manteve-se nas mãos dos senhores de engenhos ou dos coronéis, como eram chamados muitos dos fazendeiros mais ricos da região. Eles exerceram muita influência até 1930, controlando as eleições em seus estados e municípios por meio dos chamados currais eleitorais e do voto de cabresto. Sua influência diminuiu após essa data, mas não desapareceu. Pesquise o que é curral eleitoral e voto de cabresto e elabore um texto que responda às seguintes questões:


a)
Em sua opinião, por que é possível essa prática?
b) Há alguma relação entre os “coronéis”, a indústria da seca e os fluxos migratórios do Nordeste para outras regiões, principalmente entre 1940 e 1990?

8 Faça uma pesquisa sobre as utilidades do babaçu e redija um texto abordando dois pontos:


a)
os produtos que são feitos com essa planta;
b) a importância socioeconômica de sua extração para as comunidades tradicionais.
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Desembarque em outras linguagens - Graciliano RAMOS: Geografia e literatura

Graciliano Ramos nasceu em Quebrangulo, município do Agreste alagoano, em 1892, e faleceu na cidade do Rio de Janeiro, em 1953. Foi jornalista, tradutor, político, contista e romancista que expressou, em detalhes, a riqueza das paisagens nordestinas, a cultura e o sentimento humano local que se estendem universalmente.

Um dos mais importantes escritores brasileiros, era autor de um estilo direto e conciso, buscava reduzir sua escrita apenas ao essencial. Sublinhou em suas obras a luta da população nordestina, em especial a sertaneja, contra a opressão da seca. Sua obra de maior reconhecimento, Vidas secas, é a síntese dessas características.

Vida e obras de Graciliano Ramos

Nesta seção, por uma questão de espaço, optamos por uma linha do tempo que não mantém a proporcionalidade da escala.

1892: Nasce Graciliano Ramos de Oliveira, em Quebrangulo, em 27 de outubro.



Entre 1925 e 1928: Período em que escreve seu primeiro romance, Cahetés, hoje Caetés.

1927: Vence a eleição para a prefeitura de Palmeira dos Índios, em Alagoas. Em 1930, renuncia ao cargo e muda-se com a família para Maceió (AL).

1934: Lançamento de seu segundo romance, São Bernardo. A partir desse livro, o autor passa a ser reconhecido como o maior romancista brasileiro.

1936: Publica seu terceiro romance, Angústia, contemplado com o Prêmio Lima Barreto pela Revista Acadêmica.

1937: A Terra dos meninos pelados (literatura infantil) é publicada e lhe rende o prêmio de literatura infantil do Ministério da Educação.

1938: Publica Vidas secas, seu quarto e principal romance. Em 1963, o diretor Nelson Pereira dos Santos o transpõe para o cinema e ganha vários prêmios.

1953: Ano de falecimento de Graciliano Ramos. Sua esposa, Heloísa Ramos, publica Memórias do cárcere, obra que narra o período em que o autor foi preso em razão de repressão política.
Página 175

Todos os sertões da existência

Com o professor de Língua Portuguesa, as referências literárias da Grande Região Nordeste poderão ser ampliadas, trabalhando-se outros autores e obras, inclusive a literatura de cordel, relacionando-os com os aspectos físicos, culturais, econômicos, sociais e políticos.

“Qual o prazo de validade de uma obra literária? Difícil precisar. Há casos em que nem mesmo o tempo, com sua força corrosiva, é capaz de determinar. Quarto romance escrito por Graciliano Ramos, Vidas secas chegou aos 70 anos de seu lançamento em 2008. 107 edições depois, o título mais importante do escritor alagoano permanece atual e instigante. Pelas mãos de Graciliano, temas emblemáticos do universo sertanejo nordestino — a fome, a seca, a miséria [...] — receberam um tratamento inédito, que ilumina aspectos universais da condição humana — solidão, sofrimento, desejo e esperança. No tocante à narrativa, Vidas secas sedimentou as qualidades literárias do Velho Graça: originalidade, apuro e concisão. […]

Publicado originalmente em 1938, Vidas secas possui 13 capítulos. Escrito como uma coleção de contos independentes, mas interligados pelos personagens, o livro apresenta a situação vivida por uma família fugida da seca a vagar pelo sertão. O pai Fabiano, a mulher Sinhá Vitória, ‘o menino mais novo’, ‘o menino mais velho’ e a cachorra Baleia cruzam a terra árida e desolada na tentativa de encontrar uma nova morada. De um lado, Vidas secas explicita um cenário vazio de perspectiva e de conhecimento, preenchido pelo silêncio e pela quase inexistência da linguagem, que gera relações sociais desumanas. Como pano de fundo, a miséria. […]”

COELHO, Fernando. Todos os sertões da existência. Gazeta de Alagoas, Alagoas, 28 dez. 2008. Disponível em: . Acesso em: 4 dez. 2014.

Emblemático
Que é característico, que distingue.

Desolada
Despovoada, devastada.

Mudança

“Na planície avermelhada os juazeiros alargavam duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia tempo que procuravam uma sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da Caatinga rala.”

RAMOS, Graciliano. Vidas secas. 74. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998. p. 9.

Légua
Medida de distância em torno de 6.600 m.

Caixa de informações

1 Quais características da narrativa de Graciliano Ramos consolidaram-se em Vidas secas?
2 Quais palavras do trecho selecionado dessa obra remetem ao relevo e ao clima seco, com forte insolação, do Sertão nordestino?
3 Cite os temas abordados em Vidas secas que tratam de aspectos universais da condição humana.

Interprete

4 Em sua opinião, o assunto tratado em Vidas secas permanece atual? Explique.

Mãos à obra

5 Faça uma redação sobre aspectos de seu bairro ou de sua cidade e, com base neles, busque falar sobre suas expectativas, desejos e esperanças.
Página 176

UNIDADE 6 - Região Sudeste

A Região Sudeste do Brasil destaca-se entre as regiões brasileiras por ser a mais populosa e povoada, por apresentar a maior taxa de urbanização e por sua importância econômica no país. Entretanto, como outras regiões, apresenta graves desigualdades sociais. Nesta Unidade, além dos aspectos apontados, você conhecerá a diversidade das paisagens naturais do Sudeste e o processo histórico de construção de seu espaço geográfico. Verá como a exploração do ouro e, posteriormente, o desenvolvimento da cafeicultura desempenharam importante papel na ocupação do território.

PERCURSOS
21 Região Sudeste: o meio natural
22 Região Sudeste: ocupação e povoamento
23 Região Sudeste: a cafeicultura e a organização do espaço
24 Região Sudeste: população e economia

O Trem de Passageiros da Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) liga as capitais Vitória (ES) e Belo Horizonte (MG), em um percurso de 664 km, percorrendo trechos do Vale do Rio Doce e atravessando áreas de relevo montanhoso e paisagens de grande importância histórica. Além desse trem de passageiros, há o de transporte de carga, que escoa principalmente o minério de ferro extraído do estado de Minas Gerais com destino ao Porto de Tubarão, em Vitória, de onde é exportado.


Página 177

Verifique sua bagagem

1. O que você sabe sobre a importância econômica e populacional da Região Sudeste?

1. O Sudeste engloba os estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo, que em 2011 produziram 55% do PIB do Brasil, reforçando sua importância econômica. Trata-se da região mais populosa do país, com 42% da população total do Brasil, e mais povoada, com densidade demográfica de 92 hab./km2 (2014).



2. Cite pelo menos duas cidades nos estados de Minas Gerais e Espírito Santo servidas pelo Trem de Passageiros da EFVM.

2. A observação do mapa permite aos alunos concluir sem dificuldade. Remeta à figura 3, na página 179, para que estabeleçam relação entre o trajeto dessa ferrovia e o relevo por ela percorrido.



3. Você acha importante um país possuir um sistema de transporte ferroviário expressivo?

3. O transporte ferroviário foi historicamente o sistema integrador de espaços geográficos, como observado no Império Russo, nos Estados Unidos e no Canadá, que, já no final do século XIX e início do XX, integraram seus territórios utilizando esse sistema de transporte. Somente nos dias atuais, o Brasil tem buscado a integração territorial por meio de ferrovias. Até então, o sistema ferroviário pode ser caracterizado como periférico e não integrador; foi construído apenas para ligar áreas produtoras ao porto exportador.


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