Geografia 7º ano


a) Qual é a relação entre a atividade mineradora e a produção de espaços geográficos? Exemplifique. b)



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a) Qual é a relação entre a atividade mineradora e a produção de espaços geográficos? Exemplifique.

b) Com a decadência da mineração na segunda metade do século XVIII, quais foram as consequências sociais e econômicas nas Minas Gerais?

5 Praticando a agricultura itinerante, a cafeicultura, em sua expansão pelo Vale do Paraíba, produziu efeitos desastrosos sobre o meio natural.



a) Explique o que é agricultura itinerante.

b) A que efeitos desastrosos sobre o meio natural essa prática deu origem?

Leituras cartográficas

6 Observe o mapa da figura 19, na página 188, e responda ao que se pede.



a) Quando e onde ocorreu a provável introdução do café na América do Sul?

b) Indique a rota provável da expansão do café em território nacional.

7 Observe os mapas a seguir e faça o que se pede.



Nota: nos séculos XVII e XVIII não havia a divisão política do Brasil que consta nesses mapas. Ela foi incluída apenas para fins didáticos.
Página 191

a) Compare os dois mapas e comente a evolução da ocupação do território brasileiro entre os séculos XVII e XVIII, com especial atenção à Região Sudeste.

b) Quais transformações ocorreram na região mineradora de Minas Gerais? Cite cidades que se destacaram nessa região.

c) A que você atribui o aumento da população nas Minas Gerais durante o século XVIII?

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8 Observe a imagem reproduzida abaixo e faça o que se pede.

• As monções eram expedições fluviais que partiam do interior de São Paulo em direção a novas zonas de mineração, em áreas que atualmente compõem os estados de Mato Grosso e Goiás. Comente a importância das bandeiras e das monções na produção de espaços geográficos no Brasil.

9 Em 1920, Monteiro Lobato escreveu Onda Verde, livro em que expõe sua visão sobre a expansão do café em terras paulistas. Leia o fragmento desse livro e responda às questões.

“A quem viaja pelos sertões do chamado oeste de São Paulo empolga o espetáculo maravilhoso da preamar do café. Aquela onda verde nasceu humilde em terras fluminenses. Tomou vulto, desbordou para São Paulo e, fraldejando a Mantiqueira, veio morrer, detida pela frialdade do clima, à beira da Pauliceia.

Mas não parou. Transpôs o baixadão geento e foi espraiar-se em Campinas.

Ali começou mestre Café a perceber que estava em casa. Corredor de mundo, viajante exótico vindo d’Arábia ou d’África, provara pelo caminho todos os massapés e sondara todos os climas.

[…] Polvo com milhões de tentáculos, o Café rola sobre a mata e a soverte.

Nada o sacia. Já comeu as zonas ubérrimas de Ribeirão Preto, Jaú, São Manuel, Araraquara, os pedaços de ouro de São Paulo, e agora afunda os dentes na carne virgem, tressuante de seiva, do Paraná e de Mato Grosso. […]”

LOBATO, Monteiro. Onda Verde. 13. ed. São Paulo: Brasiliense, 1979. p. 3 e 5.



Geento
De geada, frio.

Massapé
Denominação popular para o solo argiloso.

Soverte
Subverte, modifica, revoluciona.

Ubérrimo
Muito fértil.

Tressuante
Que exala, transpira.

a) Podemos dizer que o autor do texto descreve a expansão da cafeicultura? Explique?

b) O que o autor quis dizer com o trecho “fraldejando a Mantiqueira, veio morrer, detida pela frialdade do clima, à beira da Pauliceia”?

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10 Faça uma pesquisa na página eletrônica da Fundação SOS Mata Atlântica, , sobre os projetos da organização para proteção e desenvolvimento sustentável da biodiversidade da Mata Atlântica. Escolha dois projetos no campo “Projetos” e explique sua escolha, destacando por que, em sua opinião, esses projetos são os mais importantes. Apresente seu trabalho em aula e compartilhe-o com os colegas.


Página 192

PERCURSO 23 - Região Sudeste: a cafeicultura e a organização do espaço

1. A expansão da cafeicultura em direção ao interior de São Paulo

Chegando às terras mais interiores da província de São Paulo, na primeira metade do século XIX, a cafeicultura desenvolveu-se amplamente. Por volta de 1840 ocupou terras da Depressão Periférica Paulista (figura 21), entre elas, a área do atual município de Campinas (SP), que se situa na zona de contato entre essa depressão, a oeste, e o Planalto Cristalino ou Oriental, a leste. Posteriormente, avançou para o Planalto Ocidental Paulista, tanto na direção do Rio Grande, na divisa de Minas Gerais, como em direção ao Rio Paraná e ao Rio Paranapanema.

No Planalto Ocidental Paulista, a cafeicultura encontrou condições de clima e solo bastante favoráveis para o seu desenvolvimento: clima tropical, com verão chuvoso e inverno seco, e médias anuais de temperaturas superiores a 20 °C, além de manchas de terra roxa de grande fertilidade.

Assim como aconteceu com os canaviais do Nordeste nos séculos XVI e XVII e também com a expansão da monocultura cafeeira no Vale do Paraíba e na Zona da Mata Mineira, o avanço da cafeicultura no Planalto Ocidental Paulista provocou a devastação de grande parte da cobertura vegetal nativa. A Mata Tropical e o Cerrado foram progressivamente substituídos por culturas agrícolas — café (figura 22), algodão, amendoim, cana-de-açúcar etc. —, pela pecuária e ainda pela urbanização e construção de ferrovias.



Província
Divisão político-administrativa de um país sob a autoridade de um poder central. As províncias do Brasil imperial passaram a ser denominadas estados com a Proclamação da República, em 1889.

Sugerimos explicar os problemas ambientais causados pela monocultura. Veja o texto que segue: “Grandes extensões de monocultura podem determinar a extinção regional de algumas espécies e a proliferação de outras. Vegetais e animais favorecidos pela plantação, ou cujos predadores foram exterminados, reproduzem-se de modo desequilibrado, prejudicando a própria plantação. Eles passam a ser considerados então uma ‘praga’”. (BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos: apresentação dos temas transversais. Brasília: MEC/SEF, 1998. p. 174.)


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Ferrovias, cafeicultura e produção de espaços geográficos

As ferrovias tiveram papel importante na ocupação humana e, por conseguinte, na produção de espaços geográficos no Sudeste, particularmente no estado de São Paulo.

Muitas cidades surgiram ao redor de estações ferroviárias, destinadas a receber a produção cafeeira e outros produtos. É o caso, por exemplo, de Adamantina, Araçatuba, Bauru, Lins, Lucélia, Penápolis, Pompeia, São José do Rio Preto, Tupã e Votuporanga, todas no estado de São Paulo.

Ao mesmo tempo que foram construídas para escoar a produção cafeeira, devemos considerar que as ferrovias foram importantes para a industrialização inicial de São Paulo e do Rio de Janeiro ao propiciar o transporte tanto de matérias-primas para as indústrias, como da produção industrial para o interior. Veja a localização das culturas de café ao longo das ferrovias paulistas na figura 23.

As ferrovias cumpriram esse papel até, aproximadamente, os anos 1950, quando teve início o desenvolvimento rodoviário.

Navegar é preciso
ABPF – Associação Brasileira de Preservação Ferroviária

Conheça diversas curiosidades sobre as locomotivas observando fotos antigas que revelam contextos históricos de seu desenvolvimento, principalmente no estado de São Paulo.
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2. A cafeicultura e a imigração estrangeira

Em 1850, com a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos para o Brasil, o problema da falta de mão de obra para a cafeicultura em expansão se agravou, pois o preço do escravo aumentou para quem desejasse comprá-lo. Esses fatos, somados ao movimento abolicionista, levaram os grandes plantadores de café a pensar se não seria mais conveniente e mais barato empregar trabalhadores livres.

Considerando-se que o número de brasileiros livres nos espaços da cafeicultura era insuficiente para o trabalho nas fazendas, a solução encontrada pelos fazendeiros e pelo governo da época foi buscar mão de obra fora do Brasil. Agentes enviados para a Europa passaram a divulgar que o Brasil estava precisando de imigrantes para o trabalho na lavoura de café. Criou-se, então, um fluxo migratório para o país, que se acentuou após a abolição da escravidão, em 1888, particularmente para a província de São Paulo (figura 24).

Imigrantes de várias nacionalidades vieram para São Paulo: espanhóis, portugueses, japoneses, italianos e outros (figura 25). Os italianos foram os que vieram em maior número. Contribuíram, assim, de forma significativa, como trabalhadores na cultura cafeeira, para a ocupação do território e a produção de espaços geográficos.

Em que ano ocorreu o maior pico de imigração para o estado de São Paulo?

Por volta de 1895.

É uma oportunidade para mostrar a pluralidade cultural e destacar a contribuição do imigrante na construção do Brasil, destacando também o papel das migrações forçadas durante a escravidão e das migrações atuais, de asiáticos, africanos e pessoas de outros países da América Latina, principalmente. Sugerimos desenvolver a leitura cartográfica de um planisfério político localizando o país de origem dos ancestrais e a trajetória dos deslocamentos deles até o Brasil.

No seu contexto

Sua família é descendente de imigrantes? De qual nacionalidade? Quando vieram para o Brasil e por quê?



Quem lê viaja mais
DE FREITAS, Sônia Maria.
O café e a imigração. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Mostra a participação do imigrante no desenvolvimento da cafeicultura e as transformações urbanas no Brasil, particularmente no Sudeste.
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Trabalho livre, mercado interno e espaço geográfico

Durante o período da escravidão, o mercado interno de consumo era bastante limitado. Os trabalhadores livres eram em pequeno número e os escravos não recebiam salário por seu trabalho. Estavam, portanto, impossibilitados de comprar bens ou mercadorias.

Com a expansão das relações assalariadas de trabalho e o estabelecimento dos fluxos imigratórios, essa situação se alterou. Ao receber dinheiro pelo trabalho, o trabalhador passou a consumir e, em consequência, estimulou a produção interna de mercadorias e a industrialização. Além disso, muitos imigrantes trouxeram consigo técnicas de fabricação de variadas mercadorias. Uma parte deles montou oficinas ou pequenas fábricas que ao longo do tempo, em vista do crescimento urbano, se transformaram em indústrias.

Assim, desde o final do século XIX começou a se formar um mercado interno de consumo que favoreceu o desenvolvimento urbano, comercial, agrícola, industrial, financeiro (dos bancos) e de prestação de serviços (escolas, hospitais, rede de água e de esgoto, coleta de lixo etc.). A cafeicultura, com seu dinamismo, movimentou a economia e forneceu o capital financeiro para essas transformações no Sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro (figuras 26 e 27). Os espaços geográficos, até então produzidos de acordo com uma economia voltada para o mercado externo (espaços extrovertidos), passaram também a ser produzidos para atender às suas próprias necessidades.



Quem lê viaja mais
BERTONHA, João Fábio.
A imigração italiana no Brasil. São Paulo: Saraiva, 2004.
Além de tratar do fluxo imigratório italiano para a Região Sul do Brasil e para São Paulo, o autor descreve como era a sociedade na época da chegada desses imigrantes.
Página 196

PERCURSO 24 - Região Sudeste: população e economia

1. População

A Região Sudeste é a mais populosa e povoada do Brasil — em 2014, representava 42% da população total do país. Veja na tabela 1 a participação de cada estado na população dessa região.



Tabela 1. Estados da Região Sudeste: população absoluta estimada, área territorial e densidade demográfica – 2014

Estados

População (hab.)

Área (km²)

Densidade dem. (hab./km²)

Minas Gerais

20.734.097

586.522

35,4

Espírito Santo

3.885.049

46.095

84,2

Rio de Janeiro

16.461.173

43.780

376,0

São Paulo

44.035.304

248.222

177,4

Região Sudeste

85.115.623

924.619

92,0

A classificação das metrópoles feita pelo IBGE estabelece a hierarquia urbana. Assim, São Paulo é a Grande Metrópole Nacional, seguida pelo Rio de Janeiro, como Metrópole Nacional, e Belo Horizonte, como Metrópole. Entre os critérios utilizados pelo IBGE, consta a extensão territorial de suas áreas de influência.

O estado de São Paulo destaca-se como o mais populoso do país: em 2014, de cada 100 habitantes do Brasil, cerca de 22 viviam naquele estado (22%).

A taxa de urbanização dessa região é alta — 93% de sua população vive em cidades. Aí se situam a Grande Metrópole Nacional, representada por São Paulo (figura 28); a Metrópole Nacional, Rio de Janeiro; e a Metrópole Belo Horizonte — em 2014, os habitantes das Regiões Metropolitanas definidas por elas correspondiam a 19% da população total do Brasil.

Os indicadores sociais da Região Sudeste se aproximam aos da Região Sul. Compare os dados das regiões apresentados na tabela 2.


Página 197

Tabela 2. Grandes Regiões: alguns indicadores sociais – 2012

Grandes Regiões

Analfabetismo de pessoas com 15 anos ou mais de idade (%)

Domicílios com acesso a saneamento adequado

Mortalidade infantil por mil nascidos vivos (‰)

Norte

10,0

19,9

21,0

Nordeste

17,4

51,1

19,1

Sudeste

4,8

90,6

13,4

Sul

4,4

67,8

11,6

Centro-Oeste

6,7

49,7

15,9

Brasil

8,7

70,3

16,0

Nota: Segundo o IBGE, saneamento adequado é o “acesso simultâneo aos serviços de abastecimento de água por rede geral no domicílio ou na propriedade, esgotamento sanitário por rede coletora de esgoto ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto, e lixo coletado direta ou indiretamente”.

A Região Sudeste, no entanto, não é um “paraíso”, pois apresenta altos índices de violência, além de conviver com grande desemprego, favelas e pobreza, principalmente de sua população das regiões metropolitanas (figura 29).



2. Economia

A participação do Sudeste no PIB total do Brasil, ou seja, no valor de todos os bens e serviços produzidos no país em um ano, é de aproximadamente 55%. Por estar articulada e integrada não só às demais regiões brasileiras como também aos espaços geográficos mundiais, essa região realiza intensas trocas comerciais, fortalecendo sua economia.

Além de ser a região mais industrializada do Brasil, como estudamos no Percurso 11, e ter um setor de serviços muito diversificado, o Sudeste apresenta atividades agropecuárias e agroindustriais modernas em grandes extensões de terras.

Não abordaremos neste Percurso a atividade industrial do Sudeste para evitar repetição de conteúdo. Entretanto, sugerimos que, se for necessário, o Percurso 11 seja revisto.



No seu contexto

A cidade onde você mora possui saneamento adequado?

Depende da cidade. Com base na conceituação dada pelo IBGE, explique a importância de a cidade dispor de saneamento adequado, pois se trata de uma questão de saúde pública. Se possível, localize os bairros mais carentes de saneamento adequado. É interessante também ressaltar que se trata de uma questão de cidadania, ou seja, é um direito do cidadão exigir das autoridades responsáveis a implantação desses serviços básicos.

No seu contexto

Na cidade onde você mora há uma paisagem urbana semelhante a essa da foto?

Oportunidade para discutir a questão do espaço transformado em mercadoria de compra e venda. Adquire o melhor espaço aquele que tem rendimento para atender os altos preços da especulação imobiliária urbana. Quem não possui tal rendimento se instala em áreas urbanas ou em lotes de preços menores ou ocupa vales de rios, encostas etc. O infográfico das páginas 88 e 89 trata da segregação socioespacial. Desenvolva também a ideia de que a cidade é a expressão visível das desigualdades sociais.
Página 198

INFOGRÁFICO

Mulheres no setor de serviços do Sudeste

A urbanização, a industrialização e o aumento da escolaridade contribuíram para a maior incorporação da mulher ao mercado de trabalho, principalmente no setor de serviços. Em 2013, 43,2% das mulheres empregadas na economia formal brasileira trabalhavam no setor de serviços da Região Sudeste.

Região Sudeste: número de trabalhadores por subsetor de serviços — 2013

Os gráficos a seguir mostram como trabalhadores com registro profissional estavam distribuídos pelo setor de serviços do Sudeste. Apesar de o contingente feminino ser cerca de um terço menor que o masculino, em seis dos dez subsetores dos serviços havia mais mulheres que homens trabalhando.



Brasil: número de trabalhadores por setor da economia — 2013

Dos 48,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada no Brasil, cerca de 36 milhões atuavam no setor de serviços, metade deles na Região Sudeste.


Página 199

Interprete

1 Considerando todo o Brasil, por que o setor de serviços do Sudeste é tão significativo para as trabalhadoras?

1. O setor de serviços do Sudeste emprega 43% do total de mulheres com registro de trabalho no Brasil.



2 O tratamento recebido por mulheres e homens é similar no mercado de trabalho brasileiro? Justifique sua resposta com informações extraídas do infográfico.

2. Para justificar a desigualdade no tratamento recebido por mulheres e homens, os alunos podem mencionar que a maioria das trabalhadoras domésticas do país não tem registro profissional e que o salário médio das mulheres é mais baixo que o dos homens com cargo e escolaridade semelhantes. Se julgar oportuno aprofundar a discussão, sugerimos que os alunos sejam estimulados a levantar hipóteses sobre o predomínio de mulheres nos subsetores de educação e de saúde e serviços sociais para que reflitam sobre como os papéis exercidos por mulheres e homens são construções sociais. As profissões de professora e enfermeira podem ser citadas como exemplos de papéis sociais historicamente construídos, com origem na maternidade e no papel de cuidadoras dos filhos.


Página 200

Agricultura

Nas terras da Região Sudeste cultivam-se vários produtos, destacando-se a cana-de-açúcar, a laranja, o café, o amendoim, a soja, o arroz, o milho, além de outras culturas.

Na região se localizam os três maiores produtores de café do Brasil: Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, cuja produção, além de atender ao mercado interno, é destinada à exportação.

A cultura da laranja é realizada principalmente no estado de São Paulo, onde se destacam os municípios de Matão, Araraquara, Bebedouro e São José do Rio Preto. As indústrias de suco de laranja aí instaladas são determinantes para que o Brasil seja o maior exportador mundial desse produto (figura 30).

O Sudeste é o maior produtor nacional de cana-de-açúcar — o estado de São Paulo lidera a produção brasileira desse produto, a de açúcar e a de etanol (álcool combustível para veículos automotores). No interior paulista, os canaviais e as grandes usinas de açúcar e álcool localizam-se principalmente nas proximidades de Ribeirão Preto, Bauru e Piracicaba.

A produção de etanol permitiu ao Brasil desenvolver novas tecnologias agrícolas e industriais. O país ocupa a liderança mundial nesse setor.

Se considerar oportuno, aborde com seus alunos o que segue: São necessários mais de 3.000 golpes de facão e 3.000 flexões da coluna por dia de trabalho, sob o sol, para colher cerca de 9 toneladas de cana. Por esse esforço descomunal, o boia-fria recebe, em média, cerca de um salário mínimo e meio por mês. Além desse esforço, respira o pó da fuligem da queima da palha da cana, procedimento utilizado para facilitar o corte. Muitos desses trabalhadores, desprovidos de máscara, usam apenas um pano amarrado no pescoço para se protegerem desse pó e dos agrotóxicos utilizados na cultura da cana. Há ocorrências de morte de boias-frias nos canaviais causada, provavelmente, por exaustão física.

A modernização dolorosa

A modernização agrícola do Sudeste apresenta outra face. A mão de obra empregada tanto na colheita da laranja como na da cana-de-açúcar é temporária, frequentemente realizada por boias-frias, originários da Região Nordeste, principalmente.

O corte manual da cana-de-açúcar exige enorme esforço físico, e o trabalhador, submetido a condições desgastantes, é mal remunerado.

Diante dessas condições, explicadas por um modelo de desenvolvimento caracterizado pela exclusão social, o corte manual de cana é uma questão que começa a ser enfrentada pelos governos.

No estado de São Paulo, ocorreu em 2014 o fim do corte manual de cana-de-açúcar nas áreas mecanizáveis e em 2017 se prevê o fim dele nas áreas não mecanizáveis, conforme acordo estabelecido entre as usinas produtoras de etanol e o governo estadual — Protocolo Agroambiental do Setor Sucroalcooleiro Paulista — assinado em 2007, que incentivou o avanço da mecanização nos canaviais e a redução progressiva do número de vagas para o corte manual da cana. No início dos anos 1990, existiam cerca de 300.000 cortadores de cana no estado, em 2012 declinou para 130.000 devido ao avanço da mecanização.


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