Guadalcanal a ilha do Terror a série de vitórias japonesas iniciou-se em Pearl Harbor, seguindo-se Guam, Hong-Kong, Filipinas, Cingapura, Indonésia, Rabaul, Bougainville: conquistas retumbantes. Mas então, em Guadalcanal, tudo mudou



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Ofensiva

 

A 8 de novembro, o Almirante Halsey visitou Guadalcanal. Sua estada, embora breve, teve o colorido habitual. O General Vandegrift levou-o a percorrer a área americana, mostrando-lhe alguns dos agora famosos campos de batalha. Naquela noite o "Washing Machine Carlie" fez uma das suas visitas. Halsey e Vandegrift abrigaram-se na trincheira deste. O almirante examinou com aprovação a barricada de sacos de areia que os cercava. "Estrutura forte esta sua", disse ele esmurrando um dos sacos, e a lona podre rompeu-se, despejando a areia. Na manhã seguinte, em uma entrevista à imprensa, o Comandante da Área do Pacífico Sul mostrava-se confiante. Perguntaram-lhe quanto tempo ele achava que os japoneses continuariam lutando. "Por quanto tempo eles podem resistir?" - retorquiu o almirante. Outro correspondente perguntou a Halsey como planejava vencer a campanha. "Matar japoneses, matar japoneses e continuar matando japoneses", disse Halsey.



 

A seguir, Halsey deixou Guadalcanal, informando a Vandegrift que um grande comboio estava a caminho, transportando o 182o Regimento de Infantaria do Exército. Era uma boa notícia, mas o comandante dos fuzileiros navais tinha muita coisa que fazer. Os reforços, incluindo o 8o RFN, estavam chegando em quantidades cada vez maiores.

 

Os japoneses também cuidavam de fortalecer suas posições. Entre os dias 2 e 10 de novembro, o "Expresso de Tóquio" trouxe 64 destróieres para Guadalcanal, e todos eles descarregaram homens e suprimentos.



 

A 10 de novembro, Vandegrift considerava que a situação a leste do perímetro estava já bem controlada e que ele podia ordenar o reinício do avanço para oeste do Matanikau, mas foi novamente interrompido, desta vez por uma mensagem recebida de uma sentinela costeira, da área de Bruin-Faisi, em Bougainville, nas Salomão Ocidentais. Uma grande força naval japonesa se reunia naquele ponto. A sentinela costeira comunicou a presença de 61 navios, incluindo 6 cruzadores e 33 destróieres. O serviço de inteligência americano estava seguro de que os japoneses planejavam um ataque geral a Guadalcanal.

 

E era exatamente isto que estavam fazendo. Hyakutake decidira reforçar os japoneses em Guadalcanal, que contavam 30.000 homens, com 11.000 soldados e oficiais da 38a Divisão, comandada pelo Tenente-General Tadayoshi Sano, e 3.000 homens de uma força naval de desembarque. Os planos para o desembarque dessa força combinada eram simples. Uma seção da 2a Frota seria comandada pelo Vice-Almirante Hiroaki Abe, e consistia dos couraçados Hiei e Kirishima, dos cruzadores Nagara e de 14 destróieres. Esta força faria o máximo para destruir o "Campo Henderson" com um bombardeio intenso desferido do largo da costa. O Almirante Kondo levaria o resto da sua 2a Frota, incluindo os porta-aviões Junyo e Hiyo, os couraçados Kongo e Haruna, 4 cruzadores e 19 destróieres, até um ponto situado a cerca de 250 km ao norte da Ilha de Savo, de onde seus quase 100 aviões poderiam decolar. Enquanto estas atividades de apoio prosseguiam, o Vice-Almirante Mikawa e uma força de seis cruzadores e seis destróieres da sua 8a Frota apoiariam o desembarque da 38a Divisão de Sano na área de Tassafaronga. Os soldados viajariam em 11 transportes, escoltados por 12 destróieres, comandados pelo Contra-Almirante Tanaka. Pela primeira vez na história da batalha por Guadalcanal, os japoneses mandavam uma força maciça "de uma só vez, em grandes navios", de acordo com o que o Almirante Mikawa vinha há meses solicitando. O desembarque estava programado para as 22:00 h de 13 de novembro.



 

Com os japoneses trazendo sua força naval de Rabaul e com Halsey enviando uma grande força-tarefa de 6 cruzadores, 14 destróieres, 4 transportes e 3 cargueiros para um encontro ao largo da costa de San Cristobal, na manhã de 11 de novembro, duas grandes forças navais adversárias estariam na vizinhança de Guadalcanal ao mesmo tempo. Halsey também tinha outra força de reserva em Noumea, formada de 2 couraçados, 2 cruzadores, 8 destróieres e o Enterprise, o único porta-aviões parcialmente reparado. E este era o único porta-aviões dos Estados Unidos no Pacífico Sul.

 

Uma força-tarefa comandada pelo Contra-Almirante Scott chegou ao Lunga Point a 11 de novembro. No dia seguinte a ele se juntaram, sob o comando de Turner, o Portland, 4 destróieres e 4 transportes, com os homens do 182o de Infantaria. Como fora planejado, Turner chegara ao ponto de encontro, ao largo de San Cristobal, no dia anterior, com a força comandada pelo Contra-Almirante Callaghan, antes de partir para Kukum, onde desembarcaria os soldados. Os navios ancorados foram atacados por 25 aviões-torpedeiros japoneses, escoltados por 8 caças Zero. Um avião japonês caiu na praça de controle de popa do cruzador San Francisco, matando 30 homens. O destróier Buchanan também foi danificado, mas por fogo antiaéreo americano. Naquela manhã, Turner foi informado de que uma força comandada pelo Almirante Abe fora vista rumando aparentemente para o "Campo Henderson". Turner imediatamente mandou o Almirante Callaghan interceptar essa força e proteger o "Campo Henderson".



A Batalha Naval de Guadalcanal foi considerada por um comandante americano (Almirante Turner) "a mais feroz batalha naval jamais travada", e por um japonês presente (Capitão Tameichi Hara) como "uma das mais fantásticas batalhas navais da história moderna, pois foi levada a efeito quase à queima-roupa, entre 14 belonaves japonesas e 13 americanas".

 

O Contra-Almirante Callaghan sabia que o inimigo tinha navios maiores e canhões mais poderosos, e que a possibilidade de sucesso consistia em surpreender os japoneses e atacá-los antes que estivessem prontos. O Vice-Almirante Abe adivinhou que esta seria a tática americana e colocou seus navios em formação bem cerrada. Mais tarde os dois almirantes foram criticados: Abe por sua cautela excessiva e Callaghan por não preparar um plano amplo de batalha. A batalha começou à 01:24 h de 13 de novembro e teve lugar entre Guadalcanal e a Ilha de Savo. Antes, Abe viera avançando em meio a chuva torrencial; no momento, porém, o tempo melhorara, embora a noite fosse muito escura. Repentinamente, o Helena captou a presença da força japonesa de bombardeio no radar, a 27.000 m de distância. A informação foi logo entregue a Callaghan, que sentiu a presença próxima do perigo, porque não estava em seu navio o melhor radar da esquadra que mandava, e porque a força de Abe era melhor artilhada. Além disso, a massa terrestre da Ilha de Guadalcanal dificultava a leitura correta do radar. Para aumentar as dificuldades de Callaghan, as comunicações entre os navios da sua força eram ruins; o almirante não tinha, sequer, a certeza de que os navios avistados eram japoneses. Passaram-se 24 minutos para que ele desse a ordem de abrir fogo, e nesse período os americanos já haviam perdido em grande parte a vantagem da surpresa. Callaghan navegou entre duas colunas de navios japoneses e abriu fogo à distância de apenas 3.000 m. Ao mesmo tempo os japoneses viram os vasos americanos e, por sua vez, abriram fogo. Na escuridão, era quase impossível distinguir amigos e inimigos e, como conseqüência, estabeleceu-se indescritível confusão. As belonaves despejavam granadas e torpedos, umas contras as outras, de distâncias, cada vez menores. Os comandantes das duas forças não podiam controlar a ação geral. Cada navio determinava seu próprio rumo e escolhia seus próprios inimigos.



 

O Contra-Almirante Scott fora destacado para juntar-se ao comando de Callaghan. Sua nave-capitânia, Atlanta, foi uma das primeiras a serem avariadas e Scott foi morto. Corajosamente, dois destróieres, o Cushing e o Laffey, atacaram o couraçado japonês Hiei com seus canhões vomitando fogo. O Laffey acertou-lhe vários tiros, quando então o Hiei fez pontaria sobre este e o Cushing, danificando o primeiro e afundando o segundo. Outros destróieres americanos atacaram o couraçado japonês. O Hiei começou a afastar-se, avariado. Outros navios japoneses continuaram lutando tenazmente. O San Francisco ficou seriamente avariado e Callaghan e a maioria dos seus oficiais morreram. O Portland também sofreu sérios danos. Dos oito destróieres americanos, quatro foram afundados e 3, danificados. Outra baixa foi o Juneau, posto a pique na manhã seguinte pelo submarino japonês I-26. Somente dez homens de uma tripulação de 700 se salvaram, incluindo-se cinco irmãos entre os desaparecidos, os Sullivans (O nome Sullivans foi dado posteriormente a um destróier da classe Fletcher, o ex-Putnam. A tragédia familiar desta perda múltipla fez com que a marinha dos Estados Unidos adotasse como norma nunca mais incluir parentes próximos numa mesma tripulação).

 

As baixas japonesas foram menos sérias. Dois destróieres foram afundados e o couraçado Hiei ficou tão avariado, que na manhã seguinte foi atacado por aviões do "Campo Henderson" e do porta-aviões Enterprise. Os aviões danificaram-no ainda mais e os japoneses o afundaram. O Hiei foi o primeiro couraçado japonês perdido na guerra. O Almirante Abe e o capitão do couraçado Masao Nishida, foram levados para o Yukikase. Mais tarde, ambos foram demitidos dos seus comandos por um irado Alto-Comando japonês. Os americanos haviam vencido a Batalha de Guadalcanal porque Abe se retirara sem bombardear o "Campo Henderson". Mas a vitória custara um preço espantoso. De todas as belonaves americanas que participaram da batalha, somente o Fletcher saiu ileso. Cinco navios foram afundados, 8 ficaram seriamente avariados e 700 oficiais e praças morreram, incluindo dois almirantes. Nenhum país podia dar-se ao luxo de muitas vitórias desta natureza.



 

Ainda havia muitos navios de combate na área de Guadalcanal. O Almirante Tanaka recebera ordens de retirar temporariamente seus transportes para a segurança das Shortland, mas o Almirante Mikawa estava a caminho do "Campo Henderson" para fazer o que Abe não conseguira realizar. Na noite de 13 para 14 de novembro, ele levou 3 cruzadores e 4 destróieres ao longo da costa de Guadalcanal e disparou mais de 1.000 granadas de 8 polegadas contra o aeródromo e duas pistas de pouso adjacentes. O bombardeio durou 40 minutos e poderia ter prosseguido por mais tempo se não fossem os esforços de alguns torpedeiros americanos que partiram da baía de Tulagi e dispararam torpedos contra os cruzadores inimigos, repelindo-os.

 

Este ataque, realizado logo depois que a força de Callaghan repelira o ataque de Abe contra o "Henderson", foi um golpe para os americanos, que julgavam estar o aeródromo a salvo por algum tempo. Felizmente o bombardeio não pusera a pista de pouso fora de ação.



 

Ao amanhecer de 14 de novembro, vários aviões decolaram do aeródromo e saíram em busca da força de bombardeio. Eles alcançaram Mikawa danificando vários dos seus navios e reduzindo a velocidade do Kinugasa o bastante para que os aviões do Enterprise acabassem com ele naquele dia. Mikawa teve de correr para o abrigo das Shortland e não pôde escoltar os transportes e destróieres de Tanaka, que agora prosseguiam para seu desembarque retardado em Guadalcanal. O Almirante Kondo enviou proteção aérea, mas em número insuficiente. Os transportes de tropas de Tanaka eram alvo aberto para os aviões do "Campo Henderson" e do porta-aviões Enterprise, e os transportes sofreram cinco ataques aéreos entre o meio-dia e o pôr-do-sol. Das Novas Hébridas vieram muitas B-17 para ajudar no massacre. Seis dos 11 transportes foram afundados e o sétimo ficou seriamente avariado e teve de retornar às Shortland. Ao anoitecer, restavam apenas quatro transportes a caminho de Guadalcanal.

 

O Almirante Kondo vivera três dias de desastres. Agora ele próprio se dirigia para Guadalcanal, para pôr o "Campo Henderson" fora de combate de uma vez por todas. Ele levou consigo o couraçado Kirishima, os cruzadores Atago, Takao, Sendai e Nagara e nove destróieres. O Contra-Almirante Willis Lee foi mandado para a Savo, a fim de repelir os japoneses. Lee comandava o Washington e o South Dakota, com uma cortina de quatro destróieres. Ele chegou à Ironbottom Bay entre a Savo e Guadalcanal e ficou subindo e descendo ás águas, à espera de Kondo. Às 23:15 h ele captou os japoneses no radar e o Washington e o South Dakota abriram fogo. Os japoneses foram surpreendidos, mas logo se recuperaram. Torpedos afundaram os destróieres americanos Preston, Benham e Walke ou os incapacitaram de tal forma que eles não puderam continuar lutando. Os japoneses também varreram a tiros de peça o South Dakota, incapacitando-o e obrigando-o a retirar-se. Lee, a bordo do Washington, teve mais sucesso. Seus grandes canhões pegaram o Kirishima de tal forma, que mais tarde afundou, e martelaram tanto os cruzadores que os japoneses fugiram, deixando Lee no comando da Baía Ironbottom.



 

Entrementes, Tanaka e seus quatro transportes restantes se aproximavam de Guadalcanal. Compreendendo que não poderia esperar ajuda de Kondo e que Lee provavelmente estava à sua procura, Tanaka pediu permissão para encalhar seus transportes na praia. O Almirante Kondo lhe deu a permissão necessária e, ao amanhecer de 15 de novembro, Tanaka mandou os transportes irem até a praia em Tassafaronga antes de retirar-se apressadamente com seus destróieres de escolta. A artilharia americana bombardeou os navios encalhados e os soldados que desciam à terra, enquanto aviões mergulhavam em expedições de metralhamento. O fato de dois mil soldados japoneses haverem alcançado o abrigo da selva deveu-se à sua agilidade e presença de espírito sob fogo de artilharia.

 

A Batalha de Guadalcanal, que durara quatro dias, estava terminada. Os dois lados tinham sofrido pesadas baixas, mas os japoneses haviam sido definitivamente repelidos. Este foi um momento decisivo, talvez o mais importante até então. Escrevendo, mais tarde, a respeito, Halsey registrou: "Se nossos navios e aviões tivessem sido derrotados nessa batalha, se a tivéssemos perdido, nossos soldados em Guadalcanal teriam ficado presos num armadilha, como aconteceu em Bataan... Sem qualquer obstrução, o inimigo teria vindo para o sul, atacando nossas rotas de abastecimento para a Nova Zelândia e Austrália e as envolvido". O Capitão Hara, que estivera presente quase o tempo todo, verberou seus próprios líderes, particularmente Kondo e sua fuga diante da presença de Lee ao largo de Guadalcanal: "Muitos dos oficiais de Kondo ficaram com vergonha dele e de si próprios. Preferiam não comentar a batalha".



 

Os japoneses continuaram considerando a Batalha de Guadalcanal uma vitória; em termos de navios inimigos destruídos, ela foi uma vitória. Mas o Alto-Comando sabia que o moral americano estava ainda mais alto. O General Vandegrift, numa mensagem a Halsey, disse: "Acreditamos que o inimigo sofreu derrota esmagadora. Agradecemos a Lee pelo seu esforço resoluto de ontem à noite". Numa entrevista à imprensa, concedida a 16 de novembro, em Washington, o Secretário Knox declarou, jubiloso: "Podemos liquidá-los. Não faço restrições a isto. Nós os derrotaremos". Seus comentários foram repetidos por Halsey em Noumea: "Nós liquidamos os bandidos".

 

No Japão, o resultado da batalha ensejou, além de reformulação de planos, muitas recriminações. Depois da guerra, o Capitão Ohmae, encarregado do planejamento naval em Rabaul, resumiu as altercações entre as forças armadas numa queixa: "A marinha perdeu navios, aviões e pilotos enquanto tentava apoiar o assalto terrestre que era continuamente adiado. O exército não compreendia a posição da marinha, a qual não podia ficar indefinidamente numa área sem ser atacada. Também estávamos consumindo combustível valioso". Ohmae referia-se a uma ação em particular, mas suas palavras aplicavam-se perfeitamente à controvérsia geral entre as duas forças armadas. Os japoneses também começavam a se ressentir da falta de apoio aéreo que, por sua vez, se devia à insuficiência de bases aéreas. Masatake Okumiya, um comandante da força aérea envolvido nas operações de Guadalcanal, viria a escrever: "Não há dúvida nenhuma de que se nossas forças de combate aéreas tivessem recebido apoio adequado, mediante a construção de novas bases aéreas e manutenção das instalações existentes, nós poderíamos ter destruído mais aviões e navios inimigos, influenciando muito o resultado da luta desenrolada em terra. Contudo, a situação se deteriorava gradativamente, à medida que as equipes de construção japonesas aparentemente atrasavam, sem cessar, seus esforços para construir novas bases aéreas".



 

Por volta de novembro, a produção americana de material bélico encontrava-se em franca aceleração, e as forças dos Estados Unidos em Guadalcanal estavam por certo mais bem equipadas que as japonesas. Os americanos também estavam à frente dos nipônicos em certos requintes, como artilharia naval controlada pelo radar. Também no ar, os japoneses, que a principio tinham o Zero, o mais capaz dos aviões no teatro de guerra do Pacífico, viriam a ser superados pelos americanos com suas Fortalezas-Voadoras B-17 e com os P-38. A B-17, com seu raio de ação superior a 750 milhas náuticas, com seus tanques de combustível autovedadores e com a proteção das suas metralhadoras de 12,7 mm, era um bombardeiro pesado formidável e capaz de penetrar os enxames de caças Zero. O P-38, capaz de patrulhar a grande velocidade e em elevadas altitudes, era outro avião excelente.

 

Mas, embora tivessem sido repelidos no mar uma vez, e apesar de seus Zeros não mais controlarem os céus de Guadalcanal, a obstinação e a capacidade de luta de muitos de seus homens conferiam aos nipônicos grande presença em terra, no ar e no mar. Os americanos convenceram-se disso em várias ocasiões, no decorrer de novembro.



 

Pouco antes do término da Batalha de Guadalcanal, Vandegrift já estava planejando seu próximo movimento em terra: o avanço mais para oeste da área do Matanikau, até o Rio Poha, onde se entrincheiraria. Uma grande força, consistindo da maior parte do 182o de Infantaria, do 8o de Fuzileiros Navais e de uma reserva do 1o de Fuzileiros Navais, todos sob o comando do Brigadeiro-General Sebree, foi encarregada de avançar contra o restante da força de Hyakutake. Houve reorganizações na cúpula do comando japonês, passando o Tenente-General Hitoshi Imamura a comandante do 8o Exército de Área. Todavia, Hyakutake conservara o comando do 7o Exército em Guadalcanal, com instruções para recapturar a ilha. Já então, Hyakutake e seus homens tinham poucas ilusões quanto a suas capacitações. As tropas estavam famintas e doentes. Até mesmo os americanos registravam a existência de vítimas da malária em número superior a 2.000 por mês. Os japoneses viviam condições ainda piores e, nesse estado, haveria pouca esperança de avançar sem suficiente proteção aérea. Contudo, eles ainda podiam defender-se, e assim procederiam contra qualquer avanço americano.

 

A 18 de novembro, a força de Sebree dirigiu-se para a Ponta da Cruz. Por volta de 20 de novembro, o 182o de Infantaria entrincheirou-se a cerca de 100 m a leste da Ponta da Cruz. Os japoneses atacaram ao amanhecer, e os americanos cederam terreno ante a decidida carga inimiga. Reunidos de novo por seus oficiais, contra-atacam os americanos, mas o fogo de morteiro e de artilharia nipônico cai-lhes em cima e os detém. Sebree trouxe o 164o de Infantaria, mas os japoneses resistem bem à carga e os americanos não puderam avançar. A situação estava ficando desesperada. Sebree deu ordens para que seus soldados recuassem 300 m enquanto a artilharia bombardeava a área durante meia hora. Terminada a barragem de 30 minutos, Sebree mandou o 8o RFN avançar. Estes não fizeram mais impressão sobre os japoneses do que o exército. Vandegrift compreendeu a situação e expediu ordens a Sebree: os americanos deviam entrincheirar-se onde estavam. Evidentemente não haveria avanço fácil contra o Poha e além dele.



 

Tampouco haveria operações fáceis de limpeza no mar, pelo menos enquanto os japoneses tivessem almirantes do calibre de Tanaka. Este recebera a tarefa de desembarcar suprimentos para os soldados japoneses em Guadalcanal. Já não era possível aproximar-se da costa impunemente, de modo que foi preciso inventar um novo sistema, que consistia em colocar os suprimentos em tambores que eram então lançados ao mar pelos destróieres, durante a noite, na esperança de que chegassem à praia. A 27 de novembro Tanaka partiu de Rabaul numa dessas missões noturnas. Pela madrugada de 30 de novembro, os destróieres estavam a caminho de Guadalcanal. Um avião de reconhecimento avistou a força de destróieres. Tanaka havia mandado a seguinte mensagem aos seus navios: "É provável que encontremos o inimigo esta noite. Embora nossa missão principal seja desembarcar suprimentos, todos têm de estar alerta para o combate. Se ocorrer uma ação, tomem a iniciativa e destruam o inimigo".

 

Por volta das 21:00 h, Tanaka e seus 8 destróieres estavam ao largo da costa de Tassafaronga. Uma força americana, comandada pelo Contra-Almirante Wright, fora enviada de Espírito Santo; nas Novas Hébridas, para atacar Tanaka. Poucos minutos depois das 21:00 h alguns dos navios de Wright observaram os vasos japoneses nas telas dos seus radares e logo dispararam torpedos contra eles, mas não acertaram. Contudo, o Takanami foi atingido e afundado pela artilharia de navios americanos. Às 21:23 h, tendo examinado a situação, Tanaka deu ordens: "Todos os navios, a toda velocidade de combate". Ele fez seus destróieres darem a volta para se aproximarem dos americanos pelo lado e mandou disparar os torpedos. A salva foi devastadoramente eficiente. Quatro cruzadores americanos, Minneapolis, Pensacola, Nova Orleans e Northampton foram seriamente avariados, o último ficou em tal estado que afundou. Num combate entre destróieres japoneses e cruzadores americanos, Tanaka se saíra com uma vitória convincente. Nenhum dos seus destróieres foi atingido na ação, exceto o Takanami. Tanaka retirou-se sem desembarcar a carga que levava, o que causou muito desagrado em Rabaul, mas ele obtivera uma vitória importante contra uma força superior.



 

Os americanos ficaram irritados e humilhados pelo fracasso de Wright diante de Tanaka, mas não ficaram indefinidamente consternados, porque as coisas estavam indo muito bem para isso. No começo de dezembro, o 1o de Fuzileiros Navais e o General Vandegrift deixaram Guadalcanal, sendo que o general seria substituído pelo Major-General Patch. A 7 de dezembro, Vandegrift dirigiu-se por carta aos homens que haviam lutado sob seu comando, agradecendo aos "soldados e fuzileiros navais que haviam enfrentado com raro brio toda a ferocidade do combate noturno, aos pilotos do exército, marinha e do Marine Corps, cujas realizações inacreditáveis transformaram o nome de Guadalcanal num sinônimo de morte e desastre na língua do nosso inimigo; aos que têm trabalhado e suado dentro das linhas, em toda sorte de tarefas prodigiosas e vitais; aos homens do comando de torpedeiros, que vergastavam o inimigo em surtidas noturnas; ao nosso pequeno grupo de dedicados aliados que têm contribuído com uma proporção tão grande em relação aos seus números; às forças de superfície da marinha a nós associadas em insignes triunfos todos seus..."

 

Exames médicos revelaram que um terço, dos fuzileiros que estavam deixando Guadalcanal tinham perdido a capacidade combativa. Alguns deles não puderam mesmo subir pelas redes que levavam aos conveses, dos navios que os retirariam.



 

O Major-General Alexander Patch anteriormente comandara a Divisão "Americal" na Nova Caledônia. Quando assumiu o comando em Guadalcanal, descobriu que muitos dos seus soldados estavam em condições quase tão más quanto as dos fuzileiros navais evacuados. Diante disso, suprimiu qualquer avanço até que novas tropas chegassem ao teatro de operações. Verificou-se mais tarde o acerto da medida tomada pelo novo comandante, sobretudo porque os americanos podiam esperar. Os nipônicos é que, sem alimento e recursos médicos, não podiam. Patch decidiu que até janeiro qualquer atividade seria estritamente local.

 

A primeira ação local ocorreu na área do Monte Austen, perto do lugar original do desembarque americano, na Praia Vermelha, mas não foi bem sucedida. A 17 de dezembro, o III Batalhão do 132o de Infantaria tentou atacar a posição japonesa, ajudado por duas companhias do I Batalhão. Durante quatro dias os americanos tentaram avançar, mas os japoneses tinham a vantagem da encosta e estavam bem entrincheirados. A 22 de dezembro os americanos recuaram, enquanto sua artilharia arrasava a encosta e aviões metralhavam a área. Então suas tropas avançaram para sua posição anterior e ficaram ali. A 27 de dezembro tentaram avançar, mas os japoneses, uma vez mais, recusaram-se a sair da sua posição e continuaram despejando fogo sobre quaisquer americanos que aparecessem. A 31 de dezembro chegaram os reforços. Desembarcou o II/132o de Infantaria. O engajamento, mal dirigido, ainda se arrastava. Os americanos sofreram 182 baixas, o que levou seu comandante a pedir para ser substituído. Somente em janeiro é que os americanos tomaram o Monte Austen e, já então, os japoneses estavam em retirada geral.



 

Das Salomão Ocidentais, o Almirante Tanaka dirigia ainda seu famoso "Expresso de Tóquio" até Guadalcanal, onde lançava suprimentos ao mar, para que flutuassem até as praias para serem recolhidos pelos soldados japoneses ocultos na selva. A 3 de dezembro ele conseguiu entregar 1.500 tambores de suprimentos sem qualquer oposição das forças navais americanas. Mas aviões americanos atacaram seus navios e somente 500 tambores chegaram às mãos dos japoneses. A 7 de dezembro Tanaka fez outra corrida, e desta vez foi recebido por aviões e torpedeiros americanos e repelido. Ele retornou quatro noites depois, a 11 de dezembro, e lançou 1.200 tambores, mas somente 200 chegaram aos japoneses isolados. Além disso, Tanaka perdeu sua nave-capitânia, Teruzuki, destruída por torpedeiros, e teve de transferir-se para outro navio, a fim de poder fugir. Nessa incursão Tanaka ficou ferido e foi levado para um hospital em Rabaul, sendo transferido para Cingapura, quando recebeu alta.

 

Também em dezembro, os Aliados receberam visitantes bem mais agradáveis do que o "Expresso de Tóquio": os fijianos. Os primeiros desses soldados a chegar foram 30 commandos, um "grupo amostra" enviado para ver se se adaptavam às tropas americanas. Eles o fizeram com ímpeto e se tornaram os mais populares, bem como os mais eficientes soldados da ilha. Os fijianos eram insuperáveis em patrulhamento atrás das linhas inimigas e não demorou muito para que outros se juntassem aos 30 primeiros. Um destacamento de habitantes de Tonga também chegou a Guadalcanal, mas a maior parte de suas tarefas seria feita nas Salomão Ocidentais.



 

 


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