Igor moreira

. Acesso em: 6 nov. 2015.

Escala de Beaufort: escala criada pelo hidrógrafo irlandês Francis Beaufort (1774-1857), no início do século XIX, que classifica os ventos com base em sua velocidade e seus efeitos sobre o espaço humano. A classificação vai de 0 a 12, a partir da calmaria (0), passando pela aragem (1), seguindo pelas brisas (2, 3, 4 e 5), pelos ventos fraco (6) e forte (7), pela ventania (8 e 9) e pelas tempestades (10 e 11), até culminar com o furacão (12).

Fotos Públicas/NASA/Goddard Space Flight Center

A imagem de satélite acima mostra o furacão Blanca aproximando-se da costa do México, em junho de 2015. Ao chegar no continente, os furacões podem causar grandes danos.

Texto & contexto

1. A pressão atmosférica varia de um lugar para outro. Que fatores influenciam essas variações?

2. Como as altas temperaturas provocam a diminuição da pressão do ar?

3. As zonas de baixa pressão atraem o ar das zonas de alta pressão. Explique esse processo.

4. O que são áreas ciclonais e anticiclonais?

5. Qual é a importância dos ventos nos climas da Terra?

Dinâmica das massas de ar

Provavelmente, você já ouviu nos noticiários frases como: “Uma massa de ar polar atingirá o Rio Grande do Sul, trazendo muito frio e neve nos próximos dias”.

As massas de ar são responsáveis pelas mudanças no tempo de determinada região. Elas podem trazer frio, calor e outras condições atmosféricas por um curto ou longo período. O vento origina-se justamente do deslocamento das massas de ar.

As massas de ar são partes ou volumes de atmosfera que se deslocam na troposfera por causa das diferenças de pressão atmosférica entre as diversas zonas da superfície terrestre. O movimento das massas de ar ocorre de uma zona de alta pressão atmosférica (anticiclonal) para uma zona de baixa pressão (ciclonal).

Semelhantes a grandes bolsões, as massas de ar têm características próprias no que se refere à pressão, temperatura, umidade, etc. Horizontalmente, uma massa de ar pode se estender de 500 a 5 000 quilômetros e, verticalmente, de 500 metros a 20 quilômetros.

Ao se deslocar, as massas de ar levam consigo as características adquiridas na região de origem. Por exemplo: uma massa de ar que se forma no oceano, próximo à linha do equador, será quente e úmida; ao se deslocar para o continente, levará altas temperaturas e muita umidade. Por outro lado, uma massa de ar formada próximo a um dos polos será fria e seca; ao chegar ao continente, provocará grandes quedas de temperatura. Veja, no quadro abaixo, a classificação das massas de ar. Observe, também, as massas de ar e seus deslocamentos no mapa a seguir.

Classificação das massas de ar
Grupo principal	Subgrupo	Área de origem	Propriedades originais
Polar (P) (incluindo a ártica – A)	Polar marítima (Pm)	Oceano, além da latitude de 50°, em ambos os hemisférios	Fria, úmida e instável
	Polar continental (Pc)	1. Áreas continentais próximas ao polo norte 2. Antártida	Fria, seca e muito estável
Tropical (T) (incluindo a equatorial – E)	Tropical marítima (Tm)	Oceanos, nas proximidades dos trópicos e subtrópicos	Quente e úmida; bastante estável na porção leste do oceano, mas instável na porção oeste
	Tropical continental (Tc)	Desertos de média latitude, particularmente o Saara e os desertos australianos	Quente, muito seca e bastante estável

A dinâmica das massas de ar é o principal fenômeno responsável pela variação do tempo meteorológico na troposfera. Assim, podemos entender que a troposfera é composta de quadros dinâmicos, que se sucedem e se inter-relacionam, definindo o comportamento médio das condições climáticas de cada região da Terra.

Mundo: massas de ar

João Miguel A. Moreira/Arquivo da editora

Fonte: SIMIELLI, Maria Elena. Geoatlas. 34. ed. São Paulo: Ática, 2013. p. 25.

Nos deslocamentos, as massas de ar modificam, aos poucos, suas condições originais. Uma massa de ar polar que chega ao Paraná, oriunda do sul, em geral provoca temperaturas mais baixas na capital do estado do que na cidade de Paranaguá, por causa da influência da altitude, já que a metrópole está localizada em um planalto e Paranaguá, em uma planície.

Também é importante observar as direções que as massas de ar tomam. Elas podem, por exemplo, sofrer desvios por influências locais de relevo ou, ainda, se subdividir. Ao atingir o Rio de Janeiro, o mesmo ar pode não estar tão frio como esteve ao chegar ao Rio Grande do Sul, pois foi progressivamente se aquecendo no percurso, por causa da latitude. A umidade do ar também pode se alterar, em virtude das influências marítimas, por exemplo.

Frentes frias ou quentes

Deslocando-se, fundamentalmente, no sentido latitudinal (do equador em direção aos polos e dos polos em direção ao equador), massas de ar com temperaturas diferentes podem entrar em contato. As mudanças no tempo, em geral, são provocadas por esses encontros. As zonas de contato entre massas de ar de características diferentes chamam-se frentes ou sistemas frontais. As frentes podem ser frias ou quentes.

Frente fria

Getulio Delphim/Arquivo da editora

vento

1

Altitude (km)

ar quente

ar frio

0

Fonte: Adaptado de UNIVERSIDADE de São Paulo (USP). Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG). Estação Meteorológica do IAG/USP. Disponível em: