Manual do professor solange dos santos utuari ferrari


Página 17 Na obra de arte Divisor



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Na obra de arte Divisor, realizada pela primeira vez em 1968, um grande tecido branco com várias fendas foi o material usado para que as pessoas entrassem nesse grande manto e participassem da obra. Na época em que a artista brasileira Lygia Pape (1927-2004) criou essa performance e convidou o público a atuar na obra, o Brasil vivia um momento histórico muito triste. O governo brasileiro era comandado por uma ditadura militar, que não permitia às pessoas se expressar livremente.

A performance realizada por essa artista, em parceria com várias pessoas, foi um modo de espalhar a mensagem de união e liberdade. Lygia Pape costumava dizer que seu objetivo era fazer uma obra coletiva, na qual as pessoas pudessem participar e viver a experiência de criar juntos.

Muitos outros artistas também expressam desejos e mensagens de paz por meio de suas obras, com o objetivo de que as coisas ruins nunca mais aconteçam e que as pessoas respeitem as diferenças e escolhas de cada um.

No período imediatamente anterior e durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), também aconteceram conflitos internos e entre alguns países. Nesses casos, a guerra foi tanto local quanto mundial e afetou a vida de muitos. Em uma cidade pequena da Espanha, por exemplo, as pessoas

AMPLIANDO
Ditadura militar é uma forma de sistema político em que os comandos militares se autodeclaram líderes do governo, na maioria dos casos, por meio de um golpe. Quem assume a administração desse tipo de governo são pessoas indicadas pelos líderes militares e que, geralmente, estão ligadas ao exército. Tem como características principais o autoritarismo e a suspensão de direitos das pessoas. No Brasil, tivemos esse tipo de regime entre os anos de 1964 e 1985.

Figura 6

Guernica, de Pablo Picasso, 1937. Óleo sobre tela, 3,8 m × 7,8 m.

Pablo Picasso. 1937. Painel. Óleo sobre tela. 349,3 cm ×776,6 cm. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia. Foto: Peter Horree/Alamy/Latinstock



Dica didática: explore o modo singular de cada um ao apreciar e interpretar imagens, propondo aos alunos que escrevam suas sensações e ideias sobre essa imagem, que marcou a história da arte e da sociedade. Observe: descrição, análise, reflexão, entre outros critérios. Veja mais comentários nas Orientações para o professor. Proponha que relacionem essa imagem com outras da cultura visual.
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viviam um dia aparentemente normal de seu cotidiano, quando bombas começaram a cair do céu. Em 1937, essa história foi contada pelo artista espanhol Pablo Picasso (1881-1973) em uma pintura conhecida como Guernica, nome da cidade bombardeada. Os horrores da guerra povoam essa pintura. Será que o artista deixou expresso o seu desejo de que cenas como essas não se repetissem?

Olhando para a imagem de Guernica com atenção, qual é a sua opinião?

Com o seu jeito de olhar, observe, descreva, analise, pense sobre as imagens dentro da obra de Picasso.

Atualmente, muitos materiais podem ser usados para expressar ideias e desejos por meio da arte. Os artistas cubanos Alain Guerra (1968) e Neraldo de La Paz (1955) criam esculturas e instalações utilizando retalhos de tecidos e roupas coloridas. Exploram as cores do arco-íris como mensagem sobre o respeito à diversidade e às escolhas de cada um, além de criticar as guerras e as motivações que as fizeram surgir. Notem que as palavras Guerra e Paz fazem parte do nome dos artistas. Veja uma das obras desses artistas a seguir.

AMPLIANDO
A instalação é uma linguagem artística contemporânea que utiliza diversos meios e suportes – por vezes, tecnológicos –, e que permanece disponível ao público durante certo tempo. Depois, ela é desmontada, restando seu registro em fotografias, vídeos e catálogos.

Figura 7

Indradhanush Over the Mersey, de Guerra de La Paz (Alain Guerra e Neraldo de La Paz). Escultura com roupas encontradas em lixões e recicladas, 304 cm × 609 cm × 244 cm. Cortesia dos artistas.

Alain Guerra e Neraldo de La Paz. Indradhanush Over the Mersey. 2008. Escultura com vários objetos. Coleção particular. Cortesia de Guerra de La Paz.


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MUNDO CONECTADO

Arte e atitude

Os painéis Guerra e Paz, pintados por Candido Portinari, quando não estão em exposição pelo mundo, ficam na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, nos Estados Unidos.

Fundada em 1945, a ONU foi criada após a Segunda Guerra Mundial para compreender e desenvolver ações tanto nas negociações de conflitos quanto na defesa de direitos humanos, além de organizar e promover campanhas mundiais de cultura pela paz.

Você já presenciou alguma briga na escola? Já sofreu ou percebeu alguma injustiça? O que você faz quando seus amigos estão envolvidos em algum conflito?

Que tal criar uma sede da ONU na sua escola? Essa pode ser uma proposta para trabalhar a promoção da paz por meio da arte. Alunos, professores e membros da comunidade podem participar. Vocês podem criar desenhos, pinturas, músicas, danças, peças teatrais, performances, elaborar estatutos da paz, entre outras ideias.

Figura 8

Visitação aos painéis Guerra e Paz, pintados por Candido Portinari. Nesta foto, a exposição passava por Paris, França, em 2014. Em destaque o painel Guerra, em frente a um grande espelho, que faz as suas grandes dimensões (14,5 m ×9,5 m) parecerem ainda maiores.

Maxppp/ZUMAPRESS/Glow Images

Dica didática: estude com os alunos a campanha Sou da paz (conheça mais sobre o projeto no site ) e temas transversais como: ética e pluralidade cultural.
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MAIS DE PERTO

Olhar e ver

Vamos observar novamente a imagem do painel Paz, de Portinari.

O que você vê?

Como você percebe a mensagem “paz”?

O que a arte de Candido Portinari diz a você?

Agora, observe os detalhes.

Olhe a sua volta na sala de aula.

Você já notou que seus colegas são diferentes



Figura 9

Detalhe do painel Paz, de Candido Portinari

Coro de crianças. Detalhe da imagem do de você? painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×953 cm (irregular) (aproximadas).

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Figura 10

Detalhe do painel Paz, de Candido Portinari

Mulheres dançando em detalhe da imagem do painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×953 cm (irregular) (aproximadas).

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Figura 11

Detalhe do painel Paz, de Candido Portinari

Festas e brincadeiras em detalhe da imagem do painel Paz, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×953 cm (irregular) (aproximadas).

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Figura 12

Candido Portinari. 1952-1956. Óleo sobre madeira. 140,5 ×95 cm. ONU, Nova Iorque. Reprodução autorizada por João Candido Portinari

Localização dos detalhes na reprodução da obra principal (veja a imagem na seção Vem olhar!)

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Nos detalhes do painel Paz, de Portinari, vemos imagens que mostram pessoas trabalhando, dançando, crianças brincando. O artista gostava de registrar o modo de vida dos brasileiros em suas pinturas. Nesse painel, o artista nos apresenta uma visão de vida pacata em tempos de paz. Agora observe a seguir a reprodução do painel Guerra, feito por esse mesmo artista. Ambas as pinturas costumam ser mostradas juntas. Por que será?

Você consegue identificar o estilo de vida em situações de paz e de guerra? Que diferenças há entre essas realidades?

Figura 13

Guerra, de Candido Portinari, 1952-1956. Painel a óleo e madeira compensada, 1 400 cm ×1 058 cm (irregular) (aproximadas). Obra criada para a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, EUA.

Candido Portinari. 1952-1956. Óleo sobre madeira. 140,5 × 95 cm. ONU, Nova Iorque. Reprodução autorizada por João Candido Portinari



Dica didática: sobre a pluralidade étnica, podemos notar que no coro de crianças o artista reapresenta várias características físicas. Converse com os alunos sobre esse detalhe para introduzir conceitos como miscigenação, pluralidade, diversidade, entre outros. Esses conceitos também serão trabalhados em outros capítulos e unidades.
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PALAVRA DO ARTISTA

Candido Portinari (1903-1962)

Figura 14

1956. Francesco Florian Steiner. Coleção Particular. Reprodução autorizada por João Candido Portinari

Candido Portinari, 1956.

Candido Portinari (1903-1962) foi um artista plástico brasileiro cuja obra é muito importante. Nasceu em Brodowski, interior do estado de São Paulo. Nos temas de sua arte, ele retratou o povo brasileiro em cenas de trabalho, brincadeiras e festas. Também registrou a tristeza dos retirantes de uma terra a outra. Alegria e tristeza foram representadas com diversas cores e formas nas telas do pintor.

Portinari trabalhou nos painéis Guerra e Paz entre os anos de 1952 e 1956. O lugar de destino dessas obras foi a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), na cidade de Nova York, nos Estados Unidos da América. Muitos anos depois, essas pinturas também foram expostas em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.

Portinari costumava dizer que os artistas brasileiros precisavam olhar para sua gente. Para ele, era importante usar a arte para falar em favor das pessoas que sofriam com a pobreza, a violência ou por outros motivos sociais.

Não pretendo entender de política.

Minhas convicções, que são fundas, cheguei a elas por força da minha infância pobre, de minha vida de trabalho e luta, e porque sou um artista.

Tenho pena dos que sofrem, e gostaria de ajudar a remediar a injustiça social existente. Qualquer artista consciente sente o mesmo.

Candido Portinari, 2003. Depoimento dado ao poeta Vinicius de Moraes e publicado postumamente, em março de 1962. PORTINARI, Candido. Guerra e Paz. In: BALBI, Marilia. Portinari: o pintor do Brasil. São Paulo: Boitempo, 2003. p.12.


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MAIS DE PERTO

Ouvir e cantar

Na sua opinião, o que é preciso para criar a letra para uma música?

Do que você gosta em relação às letras de música?

Em uma entrevista, Maria Gadú disse que quando criou a sua primeira composição, Shimbalaiê, “estava despretensiosamente feliz” (disponível em: http://eba.im/az7pp6>. Acesso em: 5 mar. 2015).

Será que as canções criadas pelos artistas refletem suas emoções?

E os sons que ouvimos, também influenciam nossas emoções? Sons como o de vento, mar, rios, sons das cidades, de instrumentos?

Que sons você gosta de ouvir? E de quais sons você não gosta?

Em relação às músicas que você gosta de ouvir, se fosse enviar uma delas de presente a um amigo ou amiga, por e-mail, via redes sociais ou gravada em um CD ou pen drive, qual seria?

Que tal criar um caderno de anotações sobre as suas músicas preferidas? Você pode escrever as letras, fazer desenhos enquanto as ouve ou criar imagens para descrever as sensações que elas lhe provocam. Também pode escrever comentários sobre a opinião de outras pessoas em relação às músicas de que você gosta.

Será que todo mundo tem o mesmo gosto musical?



Figura 15

Ilustração da cantora Maria Gadú.

Frosa
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PALAVRA DO ARTISTA

Maria Gadú (1986)

Figura 16

Cantora e compositora Maria Gadú em show do projeto Mulheres do Brasil (Mulheres Brasileiras), em São Paulo, 30 abr. 2010.

Jorge Rosenberg/LatinContent/Getty Images

Maria Gadú nasceu em São Paulo e desde criança faz suas próprias composições musicais. Ela disse que aprendeu a cantar com sua avó, que foi cantora lírica. Uma de suas canções é em homenagem a sua avó, Dona Cila.

Ainda na adolescência, Gadú começou a fazer shows. Considerada uma das revelações da música popular brasileira, compõe a maioria das músicas que canta, mas também interpreta canções de outros músicos da nossa música popular. Costuma dizer que não tem preconceitos e ouve muitos estilos. Estuda música em casa, tocando seu instrumento preferido, o violão. Gosta de experimentar diferentes ritmos e gêneros de música do Brasil e de outras partes do mundo. Às vezes, faz experiências e mistura sons e ritmos.

Em seus shows, Maria Gadú já apresentou ritmos de maracatu, samba, reggae e pop. Também já gravou canções em francês e inglês. Costuma dizer que a pesquisa é importante para criar na linguagem da música:

Ouço de tudo. Sem preconceito algum [...]

Gosto de pesquisar, fuçar aquilo que não está ao alcance de todos. [...]

Fonte da pesquisa e da citação [entrevista de Maria Gadú à revista Época]. Disponível em:


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