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Nas regiões de contato das placas estão as zonas geologicamente mais instáveis da Terra, onde ocorrem as atividades responsáveis pelas modificações na crosta: as atividades vulcânicas e os terremotos, ou abalos sísmicos. É por isso que regiões localizadas nos limites das placas tectônicas, como Japão, México, Califórnia, Oriente Médio e Itália, entre outras, são mais sujeitas a esse tipo de fenômeno. As áreas mais estáveis, como o território brasileiro, localizam-se no interior das placas. Mas isso não exclui a possibilidade de que ocorra algum tremor no país, associado a falhas e deslocamento interno de blocos na parte superior da crosta. A maioria dos tremores é, em geral, de baixa intensidade, e muitas vezes nem chegam a ser percebidos pela população.

Os limites das placas tectônicas estão sempre em movimento, mas não acontecem da mesma forma. Daí podermos considerar três tipos principais de limites: convergentes, divergentes e transformantes.

Limites convergentes

Há pontos onde as placas se encontram e colidem, os chamados limites convergentes, ou zona de subducção. Nesses limites, uma das placas mergulha por baixo da outra e retorna à astenosfera.

Assim como há dois tipos de crosta (oceânica e continental), há também as placas continentais, que formam as terras emersas, e as placas oceânicas, que formam o fundo dos oceanos. Por isso, há diferentes tipos de limite convergentes.

- Encontro de uma placa oceânica com uma placa continental. Quando isso acontece, geralmente formam-se fossas abissais. Um exemplo é a fossa Peru-Chile, onde a placa de Nazca mergulha sob a placa Sul-Americana, como se pode ver na figura abaixo.

Glossário:



Fossas abissais: são as depressões mais profundas encontradas no fundo dos oceanos.

Fim do glossário.

- Encontro de duas placas oceânicas. Nesse caso, podem dar origem a arcos vulcânicos, que são cadeias de montanhas ou ilhas vulcânicas formadas próximo aos continentes, em limites convergentes de placas tectônicas. O arquipélago japonês e a fossa do Japão resultam desse tipo de limite, como mostra a primeira figura da página 80.

- Encontro de duas placas continentais. Nesse caso, a subducção do tipo oceânica não ocorre. Em vez de uma placa mergulhar sob a outra, geralmente elas se sobrepõem. O exemplo mais conhecido é o choque da placa Euro-Asiática com a placa Indiana, que originou a cadeia do Himalaia (veja a segunda figura da página 80).

FONTE: Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

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FONTE: Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

FONTE: Adaptado de: PRESS , Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 57. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

Limites divergentes

Esse tipo de limite também é chamado cristas em expansão, ou margens construtivas. Nesses pontos as placas estão em processo de separação: o magma vindo do interior da Terra causa o afastamento das placas tectônicas e, consequentemente, a formação de uma nova crosta oceânica, ou seja, um novo assoalho oceânico, como se pode ver na figura abaixo e na figura que mostra a expansão do fundo dos oceanos, que apresentamos na página 78. São exemplos de formações de limites divergentes as cordilheiras submarinas Mesoatlântica e Mesopacífica.

FONTE: Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 52. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora



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Limites transformantes

Neste caso, as placas deslizam horizontalmente uma ao lado da outra, ao longo de uma linha conhecida como falha de transformação. São as chamadas zonas de conservação, uma vez que não há destruição nem formação de novas crostas, e a área da placa permanece constante.

FONTE: Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 52. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

Nesses deslizamentos as placas podem se resvalar e causar terremotos de grandes proporções na superfície terrestre, como o que provocou grave destruição na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, em 1906.

Geralmente, as falhas transformantes estão no fundo dos oceanos. No continente, a mais conhecida é a falha de San Andreas (Califórnia, Estados Unidos). Com cerca de 1.300 km de comprimento, essa falha é limite da placa do Pacífico com a placa Norte-Americana, que deslizam horizontalmente uma pela outra cerca de 5 cm por ano.

LEGENDA: Vista aérea do planalto de Carrizo, com destaque para a falha de San Andreas, na Califórnia, Estados Unidos. Foto de 2014.

FONTE: Kevin Schafer/Biosphoto/Minden Pictures/Agência France-Presse

Boxe complementar:

Ampliando o conhecimento

Terremotos: sem hora marcada

Poucas catástrofes naturais são tão devastadoras quanto os terremotos. Mas o que mata não é o tremor do chão, e sim as coisas que o homem constrói em cima dele.

Você pensa que está pisando em terra firme? Provavelmente, nunca passou por um terremoto. É assustadora a sensação de que o chão onde seus pés se apoiam se voltou, de repente, contra você. Charles Darwin (1809-1882), o famoso biólogo inglês, foi pego por um tremor violentíssimo durante suas pesquisas no Chile, em 1835. "Um terremoto destrói, em apenas um segundo, a mais arraigada de nossas convicções, a de que caminhamos sobre terreno sólido", comentou Darwin. "Isso gera um sentimento de insegurança que só pode ser entendido plenamente por quem passou por essa experiência."

O terremoto acontece, quase sempre, sem aviso prévio. Primeiro, surge um barulho abafado, como o de um trem se movimentando debaixo da terra. Depois, o chão começa a sacudir. Na maioria das vezes, a turbulência dura poucos segundos e causa, no máximo, um susto. A tragédia ocorre quando o tremor é prolongado ou intenso. O mundo vem abaixo, literalmente. Prédios, pontes e viadutos desmoronam. O solo se racha e, em alguns casos, passa para o estado líquido, afundando tudo o que existe em cima dele. [...]

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Da ira divina ao movimento das placas



A Terra chacoalha muito mais do que a maioria das pessoas imagina. Todo ano, acontecem 50 mil terremotos, dos quais uns 100 são fortes a ponto de provocar danos em áreas povoadas. Os abalos que arrasam cidades inteiras, como este que você vê na foto abaixo, ocorrem com uma frequência de um por ano, em média.

Os gregos antigos atribuíam os terremotos à fúria dos deuses. Já os chineses acreditavam que o mundo repousava sobre o lombo de um boi - de vez em quando, o animal trocava seu ponto de apoio de uma pata para a outra, fazendo a terra balançar. Na tradição japonesa, quem sustentava o peso do planeta era um peixe gigantesco, mergulhado na lama das profundezas e vigiado de perto por um deus, Kashima, que o mantinha quieto. Quando Tóquio foi destruída por um terremoto, em 1855, não foi difícil entender a causa da tragédia. Kashima tinha saído de viagem, em peregrinação a um templo distante. O peixe aproveitou para cometer uma de suas travessuras.

O primeiro a explicar os terremotos sem recorrer a deuses ou bichos mitológicos foi o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.). O subsolo estaria repleto de "vapores" que, ao emergir para a superfície, sacodem o chão. A teoria de Aristóteles é furada, mas valeu pelo esforço de objetividade. Hoje se sabe que os terremotos são causados pelo movimento das gigantescas placas que formam a superfície terrestre, as placas tectônicas.

[...]


Um país que convive com a tragédia

Um em cada 10 terremotos acontece no Japão. É que o país está localizado à beira de uma fossa submarina, com 6 quilômetros de profundidade. Lá, a Placa do Pacífico afunda para o interior do planeta, empurrada para baixo pela Placa da Ásia. O atrito entre as duas placas faz o chão tremer.

Escaldados pelo cataclismo que destruiu Tóquio e Yokohama em 1923, os japoneses se tornaram mestres na prevenção de terremotos. O país possui 120 estações sismológicas, atentas às mínimas vibrações do solo. Do transporte ferroviário às redes elétricas, tudo é projetado de modo a aumentar a segurança em caso de tremores de terra. Mas a perfeição é impossível.

[...]


A aposta na prevenção

Uma vez por ano, em 1º de setembro, os japoneses suspendem o trabalho, mas não descansam. É o Dia da Prevenção, quando a população participa de exercícios que ensinam os procedimentos mais seguros em caso de terremoto. Nos edifícios, os moradores praticam as instruções de evacuação rápida. Nas escolas, os alunos são orientados a vestir capuzes e a se proteger embaixo das mesas quando não há tempo de deixar o prédio. Bombeiros percorrem as aldeias com os "caminhões-terremoto". Na carroceria, um mecanismo especial simula abalos de 7 graus na Escala Richter.

[...] Nas cidades de maior risco sísmico, os prédios são especialmente projetados para suportar os piores terremotos.



A ligação entre as partes é bem mais firme do que nos prédios normais e a estrutura é toda de aço, que num abalo forte curva mas não quebra, como o concreto.

FUSER, Igor. Terremotos: sem hora marcada. Superinteressante, fev. 1998. Disponível em: http://super.abril.com.br/comportamento/terremotos-sem-hora-marcada. Acesso em: 6 out. 2015.

LEGENDA: Moradores observam estragos provocados por tsunami e terremoto na cidade de Coquimbo, no Chile. Foto de 2015.

FONTE: Pablo Rojas Madariaga/NurPhoto/Corbis/Latinstock

Fim do complemento.

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Refletindo sobre o conteúdo

Ícone: Atividade interdisciplinar.



1. Atividade interdisciplinar: Geografia e Língua Portuguesa. Em um de seus romances, o escritor português José Saramago, Prêmio Nobel de Literatura de 1998, descreve um "acidente geológico", como reproduzimos no trecho a seguir.

[...] que a península Ibérica se afastou de repente, toda por inteiro e por igual, dez súbitos metros, quem me acreditará, abriram-se os Pireneus de cima a baixo como se um machado invisível tivesse descido das alturas, introduzindo-se fendas profundas, rachando pedra e terra até o mar... Quando se tornou patente e insofismável que a península Ibérica se tinha separado por completo da Europa [...]

SARAMAGO, José. A jangada de pedra. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.

LEGENDA: Imagem de satélite da península Ibérica.

FONTE: Seawifs Project, Goddard Space Flight Center, and Orbimage/Nasa

a) Relacione o episódio fictício narrado por Saramago com as informações deste capítulo.

b) Explique duas situações em que o processo descrito ocorreu realmente.



2. Leia o texto a seguir, depois faça o que se pede.

Para ordenar e comparar eventos passados, os geólogos desenvolveram uma escala de tempo padronizada e aplicada no mundo inteiro.

FAIRCHILD, Thomas R.; TEIXEIRA, Wilson (et al.). Decifrando a Terra. São Paulo: Oficina de Textos, 2001. p. 306.

- Compare o tempo histórico ao tempo geológico.

3. O conjunto formado pelas unidades de tempo geológico é conhecido como escala geológica. Observe novamente, nas páginas 72 e 73, a ilustração e o quadro que representam essa escala e identifique duas características presentes em sua constituição.

4. Leia o trecho a seguir para responder às questões.

As primeiras ideias a respeito da deriva dos continentes são muito antigas e surgiram da observação das suas formas [...]. Segundo Wegener deixou escrito, foi a semelhança dos perfis costeiros de ambos os lados do Atlântico Sul que lhe despertou a suspeita de um afastamento entre [...].

BRANCO, Samuel; BRANCO, Fábio. A deriva dos continentes. São Paulo: Moderna, 2009.

a) Formulada em 1912, a Teoria da Deriva dos Continentes só obteve reconhecimento a partir da década de 1960. O que foi descoberto nessa época que deu crédito à teoria de Wegener?

b) Quais continentes você nomearia para completar a citação?

c) Identifique duas evidências do fato de esses continentes terem formado uma massa única no passado.

d) Com a fragmentação da Pangeia, em que continente ficou localizado o território brasileiro?



5. Sobre a crosta terrestre, responda aos itens a seguir.

a) A humanidade vive na crostra terrestre e aí exerce suas atividades. Caracterize essa camada e justifique sua importância.

b) Os vulcões fazem parte da crosta terrestre. Por um lado, representam um risco iminente para a população que reside em suas proximidades, como se vê na imagem abaixo; por outro, permitem o aproveitamento de seu solo. Explique essa afirmação.

c) Relacione o Brasil com a atividade vulcânica recente.

LEGENDA: Equipes de resgate buscam sobreviventes após terremoto, na cidade de Katmandu, no Nepal. Foto de 2015.

FONTE: Stephen J. Boitano/LightRocket/Getty Images



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capítulo 7. A Terra: estrutura geológica e formas de relevo

LEGENDA: As montanhas são uma das diferentes formas de relevo que modelam a superfície terrestre, local onde o ser humano vive e realiza suas atividades. Na foto, montanhas no Parque Nacional de Djurdjura, na Argélia, em 2014.

FONTE: Farouk Batiche/Agência France-Presse



A constituição da crosta terrestre

Para entender como as formas de relevo se originaram, é importante conhecer os materiais que compõem a crosta terrestre, a camada mais superficial da Terra. Esse conhecimento também ajuda a compreender melhor certos fenômenos que podem ser devastadores para a vida humana, como as erupções vulcânicas e os terremotos.

As rochas que compõem a crosta são um agrupamento de minerais, que apresentam elementos químicos em sua composição. Sabe-se, por exemplo, que o granito é uma rocha formada basicamente por três minerais: quartzo, feldspato e mica. Entre os vários elementos químicos encontrados na composição desses minerais, podemos destacar: silício, alumínio e oxigênio, no quartzo; potássio, alumínio e oxigênio, no feldspato; potássio, ferro e magnésio, na mica.

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Uma característica das rochas é encontrarem-se em estado sólido, ainda que não sejam necessariamente duras ou compactas. A areia, por exemplo, é um tipo de rocha, ou, mais propriamente, partículas de rocha (os grãos) desagregadas por diferentes processos.

Quanto à origem, as rochas podem ser classificadas em magmáticas, sedimentares e metamórficas.

Rochas magmáticas ou ígneas

Também denominadas rochas primárias, porque não dependem de uma rocha preexistente. Formaram-se pelo resfriamento e solidificação do magma, o material em estado de fusão de que é constituído o manto. A solidificação do magma pode acontecer no interior ou na superfície da Terra, dando origem a rochas magmáticas intrusivas ou extrusivas.

Glossário:



Fusão: passagem do estado sólido para o estado líquido.

Intrusão: introdução de material magmático no interior da crosta terrestre.

Extrusão: passagem forçada de um material através de um orifício.

Fim do glossário.

As rochas magmáticas intrusivas ou plutônicas, como o granito (foto abaixo) e o diorito, formam-se quando o magma se resfria lentamente nas profundezas da Terra, dando origem a cristais relativamente grandes.

FONTE: Lou Avers/dpa/Corbis/Latinstock

LEGENDA DAS IMAGENS: Monsanto, Portugal, 2015. As habitações desse vilarejo são um exemplo de uso de granito (veja o detalhe desse tipo de rocha) em construções.

FONTE: Biophoto Associates/Photo Researchers, Inc./Latinstock

As rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas, como o basalto e a obsidiana, são formadas pelo magma expelido em erupções (veja foto abaixo). Como o resfriamento e a solidificação do magma ocorrem rapidamente, não há tempo para a formação de macrocristais.

LEGENDA: Vista do vulcão extinto Diamond Head, em Honolulu, capital do estado do Havaí, nos Estados Unidos. Foto de 2015.

FONTE: cleanfotos/Shutterstock

Rochas sedimentares

Também chamadas rochas secundárias, porque dependem de uma rocha preexistente. Formaram-se a partir da compactação de sedimentos procedentes da erosão, do transporte e da deposição de minerais pela água, pelo vento, por reações físicas e químicas e pela ação dos seres vivos. As rochas sedimentares derivam-se, portanto, de rochas que sofrem a ação de processos erosivos. São rochas sedimentares a areia, o calcário e o arenito.

FONTE: Delfim Martins/Pulsar Imagens

LEGENDA DAS IMAGENS: O vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, é um conjunto de formações rochosas de origem sedimentar, sobretudo calcário. Foto de 2014.

FONTE: Charles D. Winters/Photo Researchers, Inc./Latinstock



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Rochas metamórficas

O termo metamórfica vem de metamorfose, que significa 'transformação'. As rochas metamórficas, também chamadas rochas secundárias, foram originalmente rochas magmáticas, sedimentares ou metamórficas que, pela ação do calor ou pressão do interior da Terra, adquiriram outra estrutura. O gnaisse e o mármore são exemplos de rochas metamórficas.

FONTE: Andrey Rudakov/Bloomberg/Getty Images

LEGENDA DAS IMAGENS: Pessoa anda sobre um piso de mármore (um tipo de rocha metamórfica), em um hotel em Moscou, na Rússia, em 2015. No detalhe, o mármore em estado bruto.

FONTE: Mauro Fermariello/SPL/Latinstock

O ciclo das rochas

As diversas possibilidades de transformação das rochas estão representadas no ciclo das rochas. A ilustração abaixo mostra o dinamismo existente na crosta terrestre, que possibilita que um tipo de rocha se transforme em outro.

As rochas magmáticas, sedimentares e metamórficas sofrem a influência dos fenômenos que alteram a crosta terrestre, como os dobramentos, os falhamentos, os terremotos, as erupções vulcânicas e a erosão, que vamos estudar no Capítulo 9. Erosão, transporte e sedimentação, bem como a cristalização do magma, são processos que favorecem a transformação das rochas.

O ciclo se inicia com o resfriamento do magma, que dá origem às rochas magmáticas. Estas, ao sofrerem erosão e ação do intemperismo, podem formar rochas sedimentares; se submetidas a diferentes condições de temperatura e pressão, transformam-se em rochas metamórficas. Esses outros dois tipos de rocha também sofrem desgaste e metamorfismo, sendo empurrados para as camadas mais profundas da Terra até fundirem-se novamente, constituindo parte do magma e recomeçando um novo ciclo.

Glossário:

Dobramento: formação de dobras ou rugas em certos tipos de rocha, de estrutura mais maleável, provocada por movimentos provenientes do interior da Terra.

Falhamento: o mesmo movimento ou força que promove os dobramentos em certos tipos de rocha pode provocar falhas ou rupturas em outras, mais resistentes.

Intemperismo: conjunto de processos (físicos, químicos e biológicos) que provocam a desintegração e a decomposição das rochas.

Fim do glossário.

FONTE: Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 105. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

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A estrutura geológica da superfície terrestre

As rochas e os minerais não estão distribuídos de maneira uniforme na superfície terrestre. Sua disposição depende da ação das forças internas e externas que agiram na Terra no decorrer do tempo geológico.

A esse conjunto de diferentes rochas de um lugar e aos vários processos por elas sofridos, dando aos terrenos desse lugar uma característica própria, damos o nome de estrutura geológica.

Na crosta terrestre há três tipos básicos de estrutura geológica: os núcleos cratônicos, as bacias sedimentares e as faixas orogênicas.

Núcleos cratônicos ou escudos cristalinos

São rochas magmáticas e metamórficas muito antigas, das eras Pré-Cambriana e Paleozoica. Sofreram forte processo erosivo, apresentando-se desgastadas e com baixas altitudes. Aparecem de duas formas na litosfera:

- escudos ou crátons aflorados, quando estão expostos à ação de agentes erosivos;

Glossário:

Cráton: porção de qualquer idade geológica da crosta terrestre, relativamente estável e imóvel, que forma o núcleo de um continente ou a base de um oceano.

Fim do glossário.

- embasamentos cristalinos ou plataformas cobertas, quando estão recobertas por terrenos sedimentares.

FONTE: Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 110. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

São exemplos de escudos cristalinos: os escudos das Guianas, Brasileiro, Canadense, Siberiano e Guineano. Essas áreas são ricas em recursos minerais, principalmente as que se formaram no Período Proterozoico da Era Pré-Cambriana.

Bacias sedimentares

Com o passar das eras, os escudos cristalinos sofreram a ação de processos erosivos. Os sedimentos assim produzidos e transportados pelo vento e pelas águas acumularam-se em depressões existentes na superfície dos escudos (bacias). Essas depressões, preenchidas pelos sedimentos que formaram rochas sedimentares, são chamadas bacias sedimentares. Existem bacias originadas nas eras Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica. As bacias Amazônica, do Meio-Norte e do Pantanal, que se encontram em território brasileiro, são exemplos de bacias sedimentares. Os combustíveis fósseis - carvão mineral e petróleo - são encontrados nesse tipo de estrutura geológica.

Faixas orogênicas

Ao longo da história da Terra a crosta terrestre sofreu movimentos produzidos por forças internas, que deram origem a cadeias de montanhas. Podemos diferenciar as faixas orogênicas pela sua antiguidade, ou seja, pela era geológica em que se formaram.

Glossário:



Orogenia: do grego óros, 'montanha', 'colina'; o termo refere-se ao processo de formação das montanhas.

Fim do glossário.

LEGENDA: Vista da serra do Espinhaço. Na parte inferior da foto, podemos ver o Santuário do Caraça, em Catas Altas (MG). Foto de 2015.

FONTE: Andre Dib/Pulsar Imagens

- Faixas orogênicas antigas: datam de eras geológicas muito antigas, como a Pré-Cambriana e a Paleozoica. No Brasil temos vários exemplos de serras desse período.

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As serras da Mantiqueira (que ocupa áreas dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro), do Mar (que se estende do litoral do estado de Santa Catarina até o litoral do estado do Espírito Santo), do Espinhaço (em Minas Gerais; veja a foto na página anterior) são exemplos de faixas orogênicas antigas. O mesmo pode ser dito dos Alpes escandinavos (na Noruega e na Suécia) e dos Apalaches (nos Estados Unidos).



- Faixas orogênicas modernas: ocorreram na Era Terciária e deram origem às mais altas cadeias de montanhas da Terra - Himalaia (na Ásia), Andes (na América do Sul), Alpes (na Europa) e montanhas Rochosas (nos Estados Unidos).

O relevo terrestre

A superfície terrestre apresenta várias "fisionomias" ou irregularidades, que chamamos relevo. Essas "fisionomias" são o resultado da ação de forças e movimentos originados no interior da Terra e do trabalho conjunto dos agentes externos do relevo.

O conhecimento do relevo, ou seja, o estudo da geomorfologia, é fundamental para que a ocupação do meio ambiente seja feita para preservá-lo. Por exemplo: a construção de estradas, usinas, indústrias, bem como o planejamento urbano e o aproveitamento agrícola, são trabalhos que exigem estratégias adequadas do uso do solo.

A superfície terrestre abrange o relevo continental e também o submarino. Observe, na figura, as principais formas do relevo continental e os diferentes níveis encontrados no relevo submarino.

FONTE: Adaptado de: PRESS, Frank et al. Para entender a Terra. 4ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. p. 425-427, 450-452. CRÉDITOS: Luis Moura/Arquivo da editora

O relevo continental

A fisionomia dos continentes, com seus altos e baixos, nos é muito mais familiar do que as formas do relevo submarino e, muitas vezes, interfere diretamente em nossas atividades. Por exemplo, as ladeiras íngremes de uma cidade montanhosa dificultam a nossa locomoção. De outro modo, quem mora na cidade de São Paulo ou em Curitiba (Paraná) precisa descer a serra para chegar ao litoral.

Conforme observamos na figura abaixo, as principais formas do relevo continental são:

- Montanhas: formas de relevo que apresentam maior altitude. Quanto à origem, podem ser montanhas de dobras, de falhas, vulcânicas e de erosão. Quanto à idade, existem montanhas velhas, novas e rejuvenescidas.

- Planaltos: superfícies que podem apresentar diferentes aspectos e que resultam do trabalho de erosão em rochas cristalinas e sedimentares. Segundo o professor Jurandyr Ross, planalto é uma superfície irregular, com altitudes acima de 300 metros.

- Planícies: na definição do professor Jurandyr Ross, são superfícies planas, com no máximo 100 metros de altitude, formadas por processo de sedimentação das águas de rios, mares e lagos. Algumas planícies fluviais podem se formar em compartimento de planalto, não importa a altitude.

- Depressões: são áreas mais ou menos planas que sofreram prolongados processos erosivos.



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