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Diálogos

Atividade interdisciplinar: Geografia, Sociologia e História.

Paisagem cultural e seus elementos

Os elementos culturais da paisagem são o resultado do trabalho humano no espaço natural ao longo do tempo. Esses elementos são estudados também por outras disciplinas, que, com a Geografia, fazem parte das Ciências Humanas. São elas a História, a Sociologia e a Filosofia. A História da Arte e da Literatura também são aspectos importantes nesse conhecimento.

Em 1992, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), com sede em Paris, na França, criou um novo conceito de Patrimônio Mundial como forma de reconhecimento dos bens culturais: o Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural.

LEGENDA: Pintura rupestre representando um humano e um felino, encontrada na Toca do Caldeirão dos Canoas, no Parque Nacional da Capivara (PI). Foto de 2015.

FONTE: Fabio Colombini/Acervo do fotógrafo

LEGENDA: O frevo é uma dança típica do folclore brasileiro. Na foto, dançarinos se divertem na cidade de Olinda (PE). Foto de 2015.

FONTE: Hans von Manteuffel/Opção Brasil Imagens

LEGENDA: Vista do centro histórico da cidade de Ouro Preto (MG), Patrimônio Cultural da Humanidade, com destaque para a Igreja do Carmo e o Museu da Inconfidência. Foto de 2015.

FONTE: Rubens Chaves/Pulsar Imagens

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A paisagem cultural brasileira

O Brasil possui belezas naturais incomparáveis e uma diversidade cultural única. Promover a proteção desse riquíssimo patrimônio é dever de todos os brasileiros.

Desde 1937, o responsável oficial pela proteção e pela valorização do patrimônio no Brasil é o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Atualmente, esse instituto regulamenta cerca de cem cidades históricas protegidas, mais de mil bens tombados individualmente, 15 mil sítios arqueológicos cadastrados e quinze manifestações culturais consideradas patrimônio imaterial.

Segundo o Iphan, Paisagem Cultural Brasileira é uma porção peculiar do território nacional, representativa da interação da humanidade com o meio natural, à qual a vida e a ciência humana imprimiram marcas ou atribuíram valores. São exemplos de paisagens culturais as relações entre o sertanejo e a Caatinga, o candango e o Cerrado, o boiadeiro e o Pantanal, o gaúcho e os Pampas, o pescador e os contextos navais tradicionais e o seringueiro e a Amazônia. Como esses, outros tantos personagens e lugares formam o "painel" das riquezas culturais brasileiras, destacando a relação exemplar entre o ser humano e a natureza.

Para que determinada paisagem cultural ou manifestação imaterial seja protegida pelo Iphan, é preciso que seja reconhecida como tal ou que tenha a chancela do instituto.

Qualquer cidadão brasileiro pode requerer a chancela de uma Paisagem Cultural ou manifestação cultural.

Texto elaborado com base em dados disponíveis em: http://portal.iphan.gov.br/. Acesso em: mar. 2015.

Glossário:



Chancela: selo ou sinal gravado usado para validar um documento.

Fim do glossário.

LEGENDA: A pesca artesanal, visando ao sustento das pessoas, ainda é muito praticada no Brasil. Na foto, pescador lança sua rede na praia da Armação, em Florianópolis (SC), em 2015.

FONTE: Mauricio Simonetti/Pulsar Imagens

LEGENDA: Vaqueiros, figuras típicas do Sertão nordestino, cavalgando em estrada em Serrita (PE), em 2015.

FONTE: Cândido Neto/Opção Brasil Imagens

LEGENDA: Seringueiro colhendo o látex para a fabricação da borracha, em Neves Paulista (SP), em 2014.

FONTE: Thomaz Vita Neto/Pulsar Imagens

Ícone: Não escreva no livro.

- Em novembro de 2014, a Unesco conferiu à Roda de Capoeira o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

- Caracterize essa forma de arte. Pesquise suas raízes e explique por que ela foi considerada clandestina durante o período inicial de sua manifestação no Brasil.

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Espaço, paisagem e tempo

A intervenção das sociedades humanas no espaço, intensificada pela evolução do desenvolvimento tecnológico, vem transformando as paisagens terrestres. Além da ação humana, a natureza também atua modificando as paisagens por meio de fenômenos como o vulcanismo, o tectonismo, a ação das águas, dos ventos, entre outros.

As paisagens revelam os variados graus de intervenção humana em diferentes épocas. Ao observar uma paisagem, é possível reconhecer o trabalho humano impresso em tempos passados e no tempo atual.

Para explicar as transformações das paisagens, o geógrafo pode utilizar diferentes escalas de tempo:

- O tempo histórico, que é contado em séculos e assinala fatos históricos marcantes, como o fim e o início de grandes civilizações, as Grandes Navegações (séculos XV e XVI), a Revolução Industrial (séculos XVIII e XIX).

- O tempo cíclico, que marca a ocorrência de um fenômeno que se repete em ciclos, ou seja, em intervalos de duração variável. Podemos citar, por exemplo, eventos sociais, como a migração de trabalhadores rurais do Agreste para a Zona da Mata nordestina, nos períodos de safra; e eventos naturais, como terremotos, erupções vulcânicas e o El Niño.

Glossário:

El Niño: fenômeno de aquecimento das águas do oceano Pacífico que se manifesta no litoral do Peru.

Fim do glossário.

- O tempo geológico, calculado em eras e períodos. Marca acontecimentos de duração muito longa, como a história da formação da Terra e dos continentes.

LEGENDA: Centro da cidade do Recife (PE), em 2014. Na foto, podemos notar os contrastes criados pelo tempo: antigos casarões de séculos passados e modernos edifícios com muitos andares.

FONTE: Veetmano Prem/Fotoarena

Em geral, as transformações realizadas pelo ser humano nas paisagens são identificadas por meio de ações associadas aos tempos cíclico e histórico. Podemos perceber as modificações causadas pela ação humana na paisagem de um lugar do espaço geográfico observando os contrastes criados pelo tempo, como mostra a foto acima.

As mudanças causadas pela natureza podem ser marcadas pelo tempo cíclico ou pelo tempo geológico.

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A formação de uma cadeia de montanhas ou a evolução de uma bacia hidrográfica, por exemplo, podem ser explicadas pela história da formação da Terra, medida pelo tempo geológico (veja a imagem abaixo).

LEGENDA: Cânion do Itaimbezinho, no Parque Nacional de Aparados da Serra, em Cambará do Sul (RS), em 2015. Um cânion é o resultado da ação de forças da natureza durante a história geológica da Terra.

FONTE: Zé Paiva/Pulsar Imagens

Algumas forças da natureza alteram muito rapidamente o espaço geográfico e, por isso, são marcadas pelo tempo cíclico. Entre elas, podemos citar as erupções vulcânicas, os furacões, os terremotos e os maremotos. Por meio da observação de fotos do local atingido antes e depois de uma ocorrência, podemos perceber as modificações causadas na paisagem pelas forças da natureza.

Observe um exemplo disso nas imagens de satélite a seguir. Depois, leia o boxe da página 18.

LEGENDA: Imagem de satélite da cidade de Tacloban, nas Filipinas, em 2012.

FONTE: DigitalGlobe/Getty Images

LEGENDA: Imagem de satélite da cidade de Tacloban, nas Filipinas, em 2013, depois da passagem do tufão Haiyan.

FONTE: DigitalGlobe/Getty Images



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Boxe complementar:



Contexto e aplicação

Ícone: Não escreva no livro.

Tufão mais forte do ano atinge as Filipinas

MANILA, Filipinas - O tufão Haiyan, o mais forte em duas décadas nas Filipinas, atingiu nesta sexta-feira as ilhas centrais do país deixando ao menos três mortos e obrigando a retirada de 720 mil pessoas de suas casas. Haiyan registrou ventos de 315 quilômetros por hora, e já há previsões que o apontam como a tempestade mais violenta já registrada na História.

Autoridades disseram que o tufão tinha ventos de 275 km/h quando tocou a terra no povoado de Guiuan, na província de Samar do Leste. Pouco antes, o Centro Conjunto de Advertência de Tufões da Marinha dos Estados Unidos no Havaí informou que os ventos máximos da tempestade eram de 314 km/h, com rajadas de até 379 km/h.

O tufão de categoria cinco provocou ondas gigantes de 4 a 5 metros de altura que atingiram as ilhas de Leyte e Samar, e estava a caminho de destinos turísticos.

[...]


O GLOBO, 8 nov. 2013. Disponível em: http://oglobo.globo.com/mundo/tufao-mais-forte-do-ano-atinge-as-filipinas-10720605. Acesso em: 15 set. 2015.

- Com base no texto e no mapa abaixo, responda.



1. Qual é o tipo de transformação sofrida pelo espaço geográfico?

2. Qual é o tempo considerado para estudar essa transformação? Justifique sua resposta.

FONTE: (mapa) Adaptado de: FOLHA DE S.PAULO. São Paulo, 5 nov. 2013. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora.


FONTE: (tabela) Adaptado de: FOLHA DE S.PAULO. São Paulo, 5 nov. 2013.

Fim do complemento.



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Boxe complementar:



Outra visão

O meio técnico-científico-informacional



Uma palavra relativamente abandonada do vocabulário da Geografia volta agora a ter evidência. Referimo-nos ao vocábulo "meio". Com os progressos alcançados no conhecimento das galáxias, a palavra "espaço" passou a ser utilizada com maior ênfase para designar espaço sideral interplanetário. Também nessa fase da pós-modernidade, a mesma palavra "espaço" ganhou um uso crescentemente metafórico em diversas disciplinas.

O meio resulta de uma adaptação sucessiva da superfície da Terra às necessidades dos homens. Nos primórdios da História registravam-se alterações isoladas, ao sabor das civilizações emergentes, até o processo de internacionalização criar em diversos lugares feições semelhantes. Agora, existe uma tendência à generalização à escala mundial dos mesmos objetos geográficos e das mesmas paisagens.

A globalização leva à afirmação de um novo meio geográfico cuja produção é deliberada e que é tanto mais produtivo quanto maior for o seu conteúdo em ciência, tecnologia e informação. Esse meio técnico-científico-informacional dá-se em muitos lugares (Europa, Estados Unidos, Japão, parte da América Latina) de forma extensa e contínua, enquanto em outros (África, Ásia, parte da América Latina) apenas pode se manifestar como manchas ou pontos. Cria-se, desse modo, uma oposição entre espaços adaptados às exigências das ações econômicas, políticas e culturais características da globalização e outras áreas não dotadas dessas virtualidades, formando o que, imaginativamente, podemos chamar de espaços luminosos e espaços opacos.

No caso do Brasil, o velho contraste entre o país costeiro e o país interior e a mais recente oposição entre centro e periferia cedem lugar a uma nova oposição: de um lado, esse meio técnico-científico-informacional, espaço do artifício, formado, sobretudo, pelo Sul e pelo Sudeste; do outro, o restante do território nacional.

SANTOS, Mílton. Entenda sua época. Folha de S.Paulo, São Paulo, 13 abr. 1997. p. 5-9. Disponível em: www1.folha.uol.com.br/fsp/mais/fs130419.htm. Acesso em: 15 set. 2015.

LEGENDA: Imagem noturna da América do Sul obtida por satélites em 2012.

FONTE: NOAA & Earth Observatory/Nasa



- Agora que você já leu o texto, faça o que se pede.

1. Observe a imagem e determine um espaço luminoso e um espaço opaco no Brasil e na América do Sul.

2. Explique como pode ser definido o "novo meio geográfico", segundo Mílton Santos.

Ícone: Não escreva no livro.

Fim do complemento.

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Refletindo sobre o conteúdo

Ícone: Atividade interdisciplinar.



1. O professor Aziz Ab'Sáber (1924-2012), importante geógrafo brasileiro, descreve no trecho a seguir fatos e lugares de um outro grande escritor brasileiro. Acompanhe.

No livro Infância, de Graciliano Ramos, há alguns fatos interessantes sobre sua saída de Buíque, sertão de Pernambuco, até a zona costeira. O menino Graciliano estava transpondo os aspectos de Pernambuco. Os rios estavam secos e, à medida que caminhava, passava aquele pouquinho de água, um fiozinho, a vegetação começava a ser maior, mais densa, e então as águas ficavam mais caudalosas, mais propriamente rio. De repente, chega a lugares em que não dava mais para pensar nos rios do sertão; era outro mundo...

AB'SÁBER, Aziz N. O que é ser geógrafo: memórias profissionais de Aziz Ab'Sáber em depoimento a Cynara Menezes. Rio de Janeiro: Record, 2007. p. 17-18.

a) Identifique dois lugares citados no texto anterior.

b) Explique uma diferença entre o poema de Carlos Drummond de Andrade, que você leu na página 12, e o texto de Aziz Ab'Sáber.

c) Lendo o trecho que comenta a obra de Graciliano Ramos, a que conclusão podemos chegar?

2. A Geografia, ciência e matéria de ensino, se faz presente na vida de muita gente, seja pela ânsia de conhecer o mundo, pelos desafios postos atualmente pelo meio ambiente e todas as previsões apocalípticas ou sensatas a esse respeito, pelas exigências de planejamento territorial, pelo turismo ou, simplesmente, como tarefas escolares no ensino básico.

CALLAI, Helena C. A formação do profissional da Geografia. Ijuí: Unijuí, 2003. p. 11.

- Cite duas situações recentes em que a Geografia se fez presente em sua vida.

3. Como a Geografia pode contribuir para que possamos compreender melhor a questão ambiental? Exemplifique.

4. Atividade interdisciplinar: Geografia e História. Leia a seguir o trecho de um livro de um professor amazonense.

Foi por meio do Ciclo da Borracha que tivemos a "Fase Áurea de Manaus" (1890-1912), que passa por uma transformação, sendo então denominada de "Paris dos Trópicos", tal era o embelezamento da cidade pelos lucros produzidos pela borracha, onde o Amazonas era o principal produtor. Destaca-se nesse período o serviço de bondes elétricos, eletricidade e água encanada nos palacetes e residências da pequena cidade, os cabarés e cassinos, lojas de produtos importados e obras imponentes como o Teatro Amazonas, considerado ao lado do Colombo [Colón], de Buenos Aires, la Scala, de Milão, e Ópera de Paris, os mais belos e imponentes teatros do mundo...

MIGUEIS, Roberto. Geografia do Amazonas. Manaus: Valer, 2011. p. 72.

a) Identifique dois elementos naturais e dois elementos culturais presentes no texto anterior.

b) Caracterize o Ciclo da Borracha.

c) Consulte um atlas geográfico e explique por meio de um aspecto natural os lucros auferidos por Manaus durante o Ciclo da Borracha.

5. Que elementos compõem o espaço geográfico?

6. Cite fenômenos estudados por outras disciplinas que estão presentes no espaço geográfico.

7. Descreva as paisagens que compõem o lugar onde você vive.

Agora, escolha um local no lugar onde você vive para observar. Pode ser uma praça, um parque, um museu e seu entorno, um bairro característico, etc. Ao escolher esse local, considere os aspectos a seguir.

a) Qual foi o local escolhido? Por que você o escolheu?

b) Descreva com detalhes o local escolhido.

- Esse local é formado por elementos naturais ou culturais? Ou é composto desses dois elementos?

- É perto ou longe da sua moradia?

- É um local bastante visitado? Ou é mais isolado?

- Qual é a localização? (Informe o endereço e os pontos de referência para chegar a esse local.)

c) Pesquise como era esse lugar antigamente. Depois descreva se esse local sofreu modificações na paisagem ao longo do tempo e quais foram essas alterações.

d) Descreva também qual é o estado de conservação desse local (se é limpo e bem-cuidado, se tem boa sinalização, etc.).

e) Na sua opinião, o que poderia ser feito para melhorar as condições desse local?

Sob a orientação do professor, apresente suas observações aos colegas de sala. Converse com eles sobre os aspectos do espaço onde vocês vivem e também sobre o papel que cada um tem na sociedade.



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capítulo 2. A localização no espaço geográfico

LEGENDA: Se você fizer uma trilha na mata e se perder do grupo, poderá achar o caminho de volta orientando-se por uma bússola. Se tiver acesso às novas tecnologias, como um GPS - lembrando que esse equipamento tem a desvantagem de depender do satélite e pode não conseguir a captação do sinal -, será possível obter a localização exata do lugar de onde você partiu ou aonde você quer chegar. Na foto, Parque Nacional do Monte Roraima, com o monte Roraima ao fundo. Município de Uiramutã (RR), em 2014.

FONTE: Andre Dib/Pulsar Imagens

LEGENDA: Bússola

FONTE: Cordelia Molloy/Science Photo Library/Latinstock

LEGENDA: GPS

FONTE: Jana Mänz/Westend61/Corbis/Latinstock



As direções no espaço geográfico

Os instrumentos mencionados na legenda da foto utilizam duas maneiras de orientação e localização no espaço geográfico: os pontos cardeais e as coordenadas geográficas.

Embora o conceito de espaço geográfico envolva elementos concretos e abstratos, para localizar qualquer lugar nesse espaço precisamos trabalhar com algo concreto: um local onde podemos nos mover, levando em conta as direções e a altitude.

Em Geografia, a ideia de direção nos é dada pela orientação, baseada nos pontos cardeais, colaterais e subcolaterais.

As direções indicadas pelos pontos cardeais (leste, oeste, norte, sul) baseiam-se no movimento aparente do Sol, desde o momento que ele desponta ao amanhecer até desaparecer no horizonte.

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Entre os pontos cardeais encontram-se os pontos colaterais e, entre estes, os subcolaterais. Para relembrar, observe a seguir um modelo de rosa dos ventos.

FONTE: Adaptado de: IBGE. Atlas geográfico escolar. 6ª ed. Rio de Janeiro, 2012. p. 14. CRÉDITOS: Banco de Imagens/Arquivo da editora

Coordenadas geográficas: importância e aplicação

Desde que o mapa ou a bússola estejam com a direção norte representada corretamente, qualquer ponto da superfície terrestre pode ser localizado com exatidão, com o auxílio das coordenadas geográficas, que se baseiam em linhas imaginárias traçadas sobre a Terra. Essas linhas são os paralelos e os meridianos, que se cruzam formando um sistema de coordenadas geográficas: a latitude, medida nos paralelos, e a longitude, medida nos meridianos.

Veja na página 25 um exemplo de localização de um ponto na superfície terrestre utilizando coordenadas (planisfério "Latitude e longitude").

Ao longo da História, muitos aparelhos foram criados para facilitar o trabalho de localização, como a bússola, o sextante e o astrolábio.

Glossário:

Sextante: aparelho óptico utilizado há mais de duzentos anos para auxiliar na navegação marítima. Permite medir a posição de certas estrelas. Baseado nos valores obtidos, o observador calculava a latitude da sua posição, ou seja, quanto estava ao norte ou ao sul da linha do equador.

Astrolábio: aparelho astronômico, desenvolvido na Antiguidade, utilizado para medir a altura de um astro acima da linha do horizonte. Também era usado para resolver problemas geométricos, como calcular a altura de um edifício ou a profundidade de um poço.

Fim do glossário.

Hoje, porém, existe um sistema de localização muito preciso - o GPS (Global Positioning System ou Sistema de Posicionamento Global) -, que fornece as coordenadas geográficas e a altitude de um ponto a partir de sinais captados por satélites artificiais que giram em torno da Terra. Veja mais detalhes sobre esse assunto no Capítulo 4.

LEGENDA: Rede de satélites usados no Global Positioning System (GPS).

FONTE: ESA/CE/Eurocontrol/SPL/Latinstock

Os paralelos e a latitude

Como sabemos, o principal paralelo, a linha do equador, determina a divisão da Terra em duas partes iguais, o hemisfério norte ou setentrional e o hemisfério sul ou meridional.

A partir da linha do equador, traçamos os demais paralelos. Podemos traçar 90 paralelos no hemisfério norte e 90 no hemisfério sul. Eles são indicados por graus de circunferência, sendo o equador o paralelo inicial, de 0º.

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LEGENDA: Vista do marco zero da linha do equador, em Macapá (AP), em 2015.



FONTE: Paulo O. de Almeida/Futura Press

Além do equador, outros quatro paralelos, como sabemos, têm denominação própria: o círculo polar Ártico e o trópico de Câncer, no hemisfério norte, e o trópico de Capricórnio e o círculo polar Antártico, no hemisfério sul, conforme se pode ver na figura a seguir.

LEGENDA: Paralelos, linhas imaginárias traçadas paralelamente ao equador.

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO GEOGRÁFICO MILITAR (IGM). Atlas geográfico para la educación. Santiago (Chile): IGM/Ministerio de Educación Pública, 2014. p. 12. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

A latitude é a distância, medida em graus, de qualquer ponto da superfície terrestre ao equador. Ela é expressa em graus e varia de 0º a 90º para o norte (N) ou para o sul (S). Assim, todos os pontos situados ao norte do equador têm latitude norte e os que ficam ao sul dessa linha têm latitude sul.

LEGENDA: Todos os pontos que se encontram ao longo de um mesmo paralelo têm a mesma latitude, isto é, estão a igual distância do equador.

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO GEOGRÁFICO MILITAR (IGM). Atlas geográfico para la educación. Santiago (Chile): IGM/Ministerio de Educación Pública, 2014. p. 11. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Os meridianos e a longitude

Conhecer apenas a latitude não é suficiente para determinar a localização exata de um ponto na superfície terrestre. Por exemplo, as cidades de São Paulo, no Brasil, e Alice Springs, na Austrália, estão quase à mesma latitude (aproximadamente 23º S), mas em lugares muito distantes entre si. Saber a localização exata dessas duas cidades só é possível com a ajuda dos meridianos e das longitudes.

LEGENDA: Meridianos são linhas imaginárias que cortam perpendicularmente os paralelos e vão de um polo a outro.

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO GEOGRÁFICO MILITAR (IGM). Atlas geográfico para la educación. Santiago (Chile): IGM/Ministerio de Educación Pública, 2014. p. 12. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

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LEGENDA: Longitude é a distância, medida em graus, de qualquer lugar da Terra ao meridiano de Greenwich, e varia de 0° a 180° para leste (L) ou para oeste (O).

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO GEOGRÁFICO MILITAR (IGM). Atlas geográfico para la educación. Santiago (Chile): IGM/Ministerio de Educación Pública, 2014. p. 11. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Nenhum meridiano circunda totalmente a esfera terrestre. Na outra face está o meridiano oposto, ou antimeridiano. O meridiano inicial tem longitude 0º e, por convenção internacional, foi adotado como ponto de partida para a numeração dos demais meridianos. É uma linha que passa pelos jardins do Observatório Real Astronômico de Greenwich, um subúrbio londrino (Reino Unido). Daí ser chamado meridiano de Greenwich.

LEGENDA: Linha do meridiano de Greenwich, em Londres, no Reino Unido, em 2014.

FONTE: Alex Segre/Moment Editorial/Getty Images

O meridiano oposto ao de Greenwich é a Linha Internacional de Data e tem longitude 180º. Ambos marcam a divisão da Terra em hemisfério oriental (leste) e hemisfério ocidental (oeste). Todos os infinitos pontos situados à direita do meridiano de Greenwich têm longitude leste e os situados à esquerda têm longitude oeste.

Todos os lugares atravessados por um mesmo meridiano têm a mesma longitude e estão a igual distância do meridiano de 0º.

FONTE: Adaptado de: INSTITUTO GEOGRÁFICO MILITAR (IGM). Atlas geográfico para la educación. Santiago (Chile): IGM/Ministerio de Educación Pública, 2014. p. 11. CRÉDITOS: Banco de imagens/Arquivo da editora

Latitude e longitude - mais aplicações

Latitude e longitude não são importantes apenas para determinar a localização exata de um ponto na superfície terrestre. O clima de determinado lugar depende bastante da latitude, pois esta define a maneira como os raios solares atingem a superfície do planeta. Embora outros fatores, como a altitude e a proximidade do mar, também interfiram para que ocorram as diferenças de temperatura, de modo geral elas diminuem do equador para os polos.

Veja no planisfério a seguir alguns exemplos de localização de cidades determinada por latitude e longitude.



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