Geografia 7º ano



Yüklə 2,28 Mb.
səhifə14/30
tarix07.08.2018
ölçüsü2,28 Mb.
#68059
1   ...   10   11   12   13   14   15   16   17   ...   30

Fluxo de base
Fluxo de água alimentado por nascente.

Explotado
De que foi tirado proveito econômico.

Ilustração artística para fins didáticos.



Interprete

1 O aquífero Guarani localiza-se apenas no território brasileiro ou se estende por outros países?

Argumente

2 Por que o aquífero Guarani contribui para a prática da agricultura?

Contextualize

3 Qual é sua atitude e a de seus familiares em relação ao consumo de água? O que vocês fazem para evitar o desperdício?
Página 216

PERCURSO 26 - Região Sul: a construção de espaços geográficos

1. Ocupação europeia da Região Sul

Durante todo o século XVI, Portugal demonstrou pouco interesse pelas terras que hoje correspondem à Região Sul. Várias expedições de outros países visitaram-na em busca, principalmente, de pau-brasil, sem, contudo, estabelecer núcleos permanentes de povoamento.



As reduções jesuíticas e o bandeirismo

O povoamento europeu do Sul iniciou-se no século XVII, em virtude de algumas iniciativas como a implantação de reduções jesuíticas por padres espanhóis, nas terras que hoje pertencem ao Rio Grande do Sul e ao Paraná (figura 13). Aí catequizavam os indígenas, praticavam a agricultura e a pecuária bovina.

As reduções, também chamadas missões, foram sistematicamente invadidas por bandeirantes paulistas, que se dedicavam ao apresamento de indígenas com o objetivo de escravizá-los. Mesmo assim, contribuíram para a formação de cidades como Santo Ângelo, São Borja, São Luis Gonzaga, São Miguel das Missões (figura 14) e São Nicolau.

As bandeiras que partiam de São Vicente (SP) e da Vila de São Paulo, em busca de ouro e do apresamento de indígenas, encontraram o metal precioso onde hoje ficam as cidades de Paranaguá, no litoral, e de Curitiba (figura 15), ambas no Paraná.



Redução jesuítica
Povoação na qual os jesuítas reuniam os indígenas, no século XVII, para assegurar influência duradoura na sua evangelização, com o intuito de convertê-los ao cristianismo.

As divisas dos estados foram traçadas para facilitar o reconhecimento da área representada. Na época das reduções jesuíticas, esses territórios estavam em disputa entre portugueses e espanhóis. A Colônia de Sacramento, por exemplo, foi fundada em 1680 pelos portugueses. Era um ponto estratégico tanto para portugueses como para espanhóis, que desejavam controlar o Rio da Prata — importante via de acesso ao interior do continente. Somente em 1777, um tratado assinado entre Espanha e Portugal resolveu a questão: a Colônia de Sacramento passou a pertencer à Espanha. Posteriormente, com a formação do Uruguai, tornou-se parte integrante desse país.


Página 217

No entanto, por falta de conhecimentos técnicos, essa exploração foi de curta duração, levando a população dessas localidades a se dedicar à agricultura e à criação de gado bovino, com o objetivo de abastecer a região das Minas Gerais.

Quanto às terras que hoje pertencem a Santa Catarina, continuaram pouco povoadas por portugueses e luso-brasileiros na primeira metade do século XVII. A primeira povoação estável foi fundada no litoral em 1658, com o nome de Nossa Senhora da Graça do Rio São Francisco, atual São Francisco do Sul. Em seguida, em 1675, a Ilha de Santa Catarina foi povoada com a fundação da Vila de Nossa Senhora do Desterro, atual Florianópolis. E, em 1676, foi fundada Laguna (localize-a na figura 1, na página 208).
Página 218

Açorianos

O maior povoamento da Região Sul teve início com a chegada de ilhéus açorianos. Em 1742, casais vindos dos Açores fundaram a Vila do Porto dos Casais, hoje Porto Alegre, e se fixaram no vale de vários rios, como o Gravataí, o Sinos e o Jacuí, onde deram origem a inúmeras cidades.

Em Santa Catarina, entre 1748 e 1756, desembarcaram cerca de 5.000 açorianos, iniciando o povoamento de trechos do litoral e da Vila de Nossa Senhora do Desterro, que deu origem à cidade de Florianópolis.

Ilhéu açoriano
Originário das Ilhas dos Açores, arquipélago português situado a 38° latitude N e 30° longitude O, no Oceano Atlântico.

A articulação do Sul com as Minas Gerais

No final do século XVII e início do século XVIII, a necessidade de couro e de carne para a região mineradora das Minas Gerais incentivou o deslocamento de paulistas para os campos do Sul em busca de gado. Inicialmente, o objetivo foi aproveitar o rebanho bravio, disperso na área, resultante da destruição das missões. Posteriormente, em decorrência do crescimento populacional da região da mineração, o fornecimento de gado por meio da caça tornou-se insuficiente. Iniciou-se, então, a formação de estâncias na vegetação nativa dos Campos.

Isso ocorreu inicialmente no litoral, em Rio Grande e Pelotas, e depois avançou para o interior, pela região de Bagé, o que estimulou a instalação de charqueadas nessa região (localize-as na figura 1, na página 208).

A mão de obra para a expansão da criação de gado no Rio Grande do Sul contou com a participação de africanos escravizados e açorianos. Com indígenas e espanhóis, esses grupos deram origem ao gaúcho. Deve-se em grande parte a eles a manutenção das fronteiras do Brasil com o Uruguai e a Argentina.



Charqueada
Estabelecimento onde se faz o charque – carne bovina salgada, seca ao sol e cortada em mantas, que pode ser conservada durante um longo período.

As tropas e a produção de espaços geográficos

Para escoar o charque e o couro para os mercados compradores, entre eles a região das Minas, os tropeiros (figura 16) deslocavam-se por grandes distâncias, do sul para o norte, transportando suas mercadorias em lombos de mulas e burros. Ao longo do trajeto, paravam para descansar, pernoitar e tratar dos animais.

Alguns pousos dos tropeiros e caminhos de gado deram origem a cidades como São Joaquim, Mafra, Porto União, em Santa Catarina; Osório, São Gabriel, Vacaria e Viamão, no Rio Grande do Sul; Castro e Lapa, no Paraná (localize as cidades citadas na figura 17).

O relevo mais plano das depressões facilitou os deslocamentos sul-norte dos tropeiros, que chegavam a durar três meses.



Tropeiro
Condutor de tropas de animais.
Página 219

As cidades de Castro e Mafra localizam-se em qual unidade do relevo da Região Sul?

Na Depressão Periférica da Borda Leste da Bacia do Paraná.

A imigração e a produção de espaços no Sul

O século XIX marca um novo período da ocupação das terras e de produção de espaços na Região Sul. Além da maior ocupação do litoral, o povoamento do interior intensificou-se com a imigração europeia, o que acentuou a apropriação das terras indígenas.

Após a vinda do príncipe D. João para o Brasil, em 1808, a Coroa portuguesa tomou várias providências para povoar mais o sul da colônia. Para atrair imigrantes, D. João assinou um decreto permitindo que estrangeiros se tornassem proprietários de terras no Brasil, custeou as despesas de transporte para os imigrantes, disponibilizou empréstimos para a compra de instrumentos agrícolas, animais de transporte, além de oferecer outras facilidades.

Como o clima da porção sul do Brasil não era adequado para a produção de gêneros tropicais, como a cana-de-açúcar, estabeleceu-se na região uma agricultura em pequenos lotes de terra. Isso deu origem, na região, à pequena propriedade rural, diferente do ocorrido com a cultura da cana-de-açúcar no Nordeste, com a cafeicultura no Sudeste e com a pecuária nos campos do Rio Grande do Sul, que se estabeleceram em grandes propriedades, os latifúndios.

Veja, a seguir, os principais fluxos imigratórios que se dirigiram para a Região Sul.

Pausa para o cinema
O quatrilho.
Direção: Fábio Barreto.
Brasil: Paramount/Dreamworks, 1994.
Duração: 120 min.
O filme retrata uma comunidade italiana que vive no Rio Grande do Sul na década de 1910. Dois casais decidem morar em uma mesma casa por necessidade de sobrevivência. Ao longo do tempo, ocorrem alguns imprevistos que acabam por separá-los.

Navegar é preciso
Portal Amigos da Tradição

Neste site você conhecerá elementos da cultura gaúcha, como o vocabulário, suas lendas e mitos e as características da alimentação regional, relacionadas à vida no campo e à pecuária.
Página 220

Portugueses açorianos

Aproveitando as vantagens oferecidas, em 1808, a corrente de colonos portugueses, vindos principalmente das Ilhas dos Açores, se intensificou. Deu-se preferência aos imigrantes que formassem grupos familiares, o que constitui exceção na história da ocupação da colônia até aquele momento. As 1.500 famílias de açorianos que imigraram para o Brasil nesse período fixaram-se no litoral do Rio Grande do Sul e em Santa Catarina (figura 18), dedicando-se principalmente à pesca e à agricultura de subsistência.



Alemães

Os imigrantes alemães deram importante contribuição à ocupação do sul do Brasil: em 1824, D. Pedro I iniciou a imigração alemã para o Rio Grande do Sul, em São Leopoldo, nas mesmas bases da imigração açoriana; em 1827, 600 imigrantes alemães fixaram-se em Rio Negro, no Paraná; em 1850, famílias alemãs fundaram Blumenau, em Santa Catarina, hoje importante centro industrial e comercial; em 1851, foi fundada a colônia de Dona Francisca, em Santa Catarina, que deu origem à cidade de Joinville (figura 19), hoje também importante centro comercial e industrial (localize essas cidades na figura 1, na página 208).

Além desses núcleos urbanos, os alemães fundaram muitos outros no sul do Brasil. Muitos deles tornaram-se importantes cidades, como é o caso de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.

Italianos, poloneses e ucranianos

No Rio Grande do Sul, os imigrantes italianos dedicaram-se principalmente à cultura da uva (vinicultura) e à sua industrialização. Muitos de seus núcleos iniciais transformaram-se em cidades importantes, como Bento Gonçalves, Garibaldi e Caxias do Sul.



Pausa para o cinema
Vida e sangue de polaco.
Direção: Silvio Back. Brasil: Usina de Kyno Ltda., 1989. Duração: 55 min.
Documentário sobre a imigração polonesa para o Brasil. Por meio de depoimentos, é possível conhecer algumas histórias e culturas dessa população.
Página 221

Remeta os alunos à figura 1, na página 208, ou a um atlas geográfico para que localizem as cidades citadas ao longo do texto.

Em Santa Catarina, dedicaram-se a uma agricultura variada e também fundaram importantes cidades, como Nova Trento, Uruçanga e Nova Veneza.

A partir de 1878, houve a imigração de poloneses e ucranianos para a região, que se fixaram em Curitiba e nas proximidades de Ponta Grossa, Castro, Lapa e Ivaí, no Paraná.

Todos esses imigrantes dedicaram-se à agricultura e à pecuária. Com o tempo, houve diversificação da atividade econômica. O artesanato doméstico, por exemplo, deu origem a indústrias de grande porte voltadas, por exemplo, para a tecelagem, a confecção de roupas, a produção de cristais, de motores elétricos, tintas e outros produtos.

Japoneses

A partir de 1908, iniciou-se a chegada de imigrantes japoneses ao Brasil, que se dedicaram, principalmente, à cafeicultura no Sudeste. Posteriormente, com a expansão do café para o norte do Paraná, por volta de 1930, imigrantes japoneses deslocaram-se para a região, fixando-se nos municípios de Londrina e Maringá. Fundaram as cidades de Uraí e Assaí (figura 20) também no norte do Paraná.



A atual organização do espaço na Região Sul

Como em todas as demais regiões do Brasil, a organização espacial (figura 21) e a construção do espaço geográfico na Região Sul são resultado da atuação histórica da sociedade sobre o meio natural.

As áreas mais urbanizadas e industrializadas do Sul do Brasil se encontram entre quais municípios?

São duas as áreas urbanas e industriais mais importantes, uma no entorno dos municípios de Curitiba, Joinville e Blumenau, e outra no entorno de Porto Alegre e Caxias do Sul.



Quem lê viaja mais
TOLEDO, Edilene; CANO, Jefferson.
Imigrantes no Brasil do século XIX. São Paulo: Atual, 2003.
Ao discorrerem sobre a imigração para o Brasil, os autores dão especial atenção à Região Sul, na Parte 6 do livro.
Página 222

Atividades dos percursos 25 e 26

Registre em seu caderno.

Revendo conteúdos

1 Por que na Região Sul do Brasil predomina o clima subtropical? Explique e caracterize esse clima.

2 Apesar de distantes geograficamente, Rio Grande do Sul e Minas Gerais se articularam economicamente no final do século XVII e início do XVIII. Com base nisso, responda às questões.

a) Que atividades econômicas estimularam a articulação entre as áreas dos dois atuais estados?

b) Por que o tropeiro era peça fundamental nessa articulação?

c) Por qual unidade do relevo se deu a articulação do Sul com Minas Gerais? Por que nessa área o deslocamento era facilitado?

3 Observe a figura 21, na página 221, sobre a atual organização do espaço geográfico da Região Sul, e faça o que se pede.



a) Identifique as metrópoles.

b) Florianópolis exerce maior ou menor influência em relação às outras capitais dos estados da Região Sul? Explique sua resposta.

Leituras cartográficas

4 Compare os mapas a seguir com a figura 2, na página 209. Depois, responda às questões.



a) As porções do território com maiores temperaturas durante o verão localizam-se em terras altas ou baixas?

b) As baixas temperaturas registradas durante o inverno no Rio Grande do Sul estão associadas ao relevo da região? Explique.

c) Calcule a amplitude térmica anual no vale do Rio Jacuí, com base nas temperaturas médias no verão e no inverno.
Página 223

Explore

5 Perfil longitudinal de um rio é a representação gráfica de sua inclinação ao longo de seu curso, desde a nascente até a foz. Observe o perfil longitudinal do Rio Iguaçu e responda às questões.



a) Indique a extensão, a altitude da nascente e a altitude da foz do Rio Iguaçu com valores aproximados.

b) Localize na figura 2 da página 209 o Rio Iguaçu e, em seguida, observando a figura 6 da página 211 aponte por quais unidades de relevo esse rio corre.

c) Qual é a queda-d’água mais acentuada do perfil longitudinal do Rio Iguaçu?

6 Leia o texto, observe a foto e faça o que se pede.

“Foi o contato [...] do tropeiro de Sorocaba (SP), dos Campos Gerais (PR) e do Rio Grande do Sul que conseguiu aproximar os gaúchos do resto do Brasil, impedindo que os mesmos se tornassem castelhanos. [...] O território gaúcho, situado numa região onde as fronteiras entre a colônia lusa e as terras castelhanas eram indecisas, sofria grande influência espanhola […]”

WACHOWICZ, Ruy Christovam. História do Paraná. 6. ed. Curitiba: Gráfica Vicentina, 1988. p. 105-106.



a) De acordo com o texto, o que foi fundamental para a integração da Região Sul com o Sudeste e as demais regiões do país?

b) À miscigenação de quais povos se refere o termo “gaúcho”?

c) A localização do Monumento aos tropeiros relaciona-se a que característica do meio natural do município de Lapa, no Paraná?
Página 224

PERCURSO 27 - Região Sul: problemas ambientais

1. A produção de espaços geográficos e a natureza

No processo histórico-geográfico de produção de espaços, as transformações do espaço natural em espaço geográfico pelas sociedades humanas têm deixado saldos negativos na natureza e na sociedade (figura 22).

Sabemos que, para a construção de espaços geográficos, há necessidade de intervenções humanas no meio natural. No entanto, o que se questiona é se existe a necessidade de ocorrer intervenções profundas a ponto de prejudicar o solo, a vegetação nativa, a atmosfera, os cursos de água e o equilíbrio ecológico.

Essas atitudes prejudiciais ao meio ambiente são resultado, entre outros fatores, do desconhecimento da necessidade de preservar o equilíbrio ecológico. Daí a importância da criação de uma consciência ecológica por parte de toda a sociedade. Outro fator significativo é o desejo de ganhar muito dinheiro sem se importar com a natureza, entendendo-a apenas como fonte de lucro e não como fonte de vida.



2. Região Sul: desmatamento

A cobertura vegetal é importante para o equilíbrio ecológico, pois protege a nascente dos rios, regula os mananciais que abastecem as cidades e o clima, protege o solo de erosão, influi na fertilidade do solo, cria beleza paisagística e é fonte de vida para as comunidades que dela dependem diretamente, como é o caso dos indígenas, dos caiçaras e dos ribeirinhos.



Manancial
Nascente, olho-d’água, fonte de água.

Quem lê viaja mais
RODRIGUES, Rosicler Martins.
O mundo das plantas. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2013.
Livro que explica ao leitor vários aspectos das plantas (como crescem, clones, flor, fruto, semente etc.), suas relações com o clima, despertando o interesse e o respeito pela natureza.
Página 225

Mata Atlântica

Da mesma forma que no Nordeste e no Sudeste, a Mata Atlântica da Região Sul foi intensamente desmatada com a marcha do povoamento. As áreas que sobraram ocupam trechos de difícil acesso da Serra do Mar e da Serra Geral, além de trechos do vale do Rio Ribeira de Iguape, entre os estados do Paraná e São Paulo — o maior remanescente contínuo de Mata Atlântica do país.

Entretanto, apesar da fiscalização do Ibama, o desmatamento continua ocorrendo (figura 23). São desmatamentos de áreas menores, não detectados nas imagens dos satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (Inpe). Mas eles existem e criam uma fragmentação florestal que dificulta a sobrevivência das espécies vegetais e animais da região (figura 24).

Uma das causas atuais do desmatamento da Mata Atlântica na Região Sul é a substituição dessa vegetação nativa pela silvicultura de pínus, utilizado como matéria-prima na indústria de papel e celulose.



Navegar é preciso
Rede de ONGs da Mata Atlântica

Neste portal você conhecerá melhor a distribuição da Mata Atlântica por todo o Brasil e os desafios para sua preservação, por meio de mapas, notícias e outros materiais disponíveis na rede.
Página 226

A Mata de Araucárias

A Mata de Araucárias ou dos Pinhais cobria uma vasta extensão de terras — cerca de 185.000 km2 —, estendendo-se desde as terras altas do sul do estado de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul e prolongando-se ainda pelo extremo nordeste da Argentina. Não era uma floresta homogênea; abrigava muitas outras espécies vegetais, como angico, tamboril, imbuia, cedro, gameleira, canela etc.

No processo de produção de espaços geográficos da Região Sul, essa floresta foi amplamente desmatada, a exemplo do que ocorreu com a Mata Atlântica. De início, a extração da madeira do pinheiro, o pinho, atendia ao mercado interno. Por oferecer madeira mole, ideal para a construção de casas, para a fabricação de móveis e para a confecção de tábuas, essa floresta passou a ser explorada intensamente. Posteriormente, com o fluxo imigratório alemão, italiano e polonês, muitas de suas áreas foram desmatadas para ceder lugar à prática da agricultura.

O grande desmatamento da Mata dos Pinhais ocorreu entre 1915 e 1960 (figura 25), pois, nesse período, tornou-se grande a procura por madeira mole no mercado internacional. Por falta de fiscalização governamental, serrarias clandestinas se espalharam pelo Sul do país, promovendo intensa destruição florestal.

Após 150 anos de intervenção humana, restaram apenas 5% dessa mata. O que sobrou foi transformado em áreas de preservação ambiental sob os cuidados dos estados e do governo federal (figura 26).

Especialistas mostram que esse ecossistema está quase extinto. Roedores, aves e insetos que se alimentavam do pinhão, ou que aí encontravam o seu hábitat, morreram ou estão seriamente ameaçados de extinção.


Página 227

Estação Socioambiental - Os faxinais e a preservação

Meio Ambiente

No Brasil, os faxinais representam um dos sistemas de produção agrossilvipastoril mais originais e são reconhecidos legalmente como comunidade tradicional. Surgiram há pouco mais de 100 anos, com a chegada dos imigrantes europeus à Região Sul do país, especialmente ao Paraná. Apesar de contribuírem para preservar a Mata de Araucária, hoje correm risco de extinção. Veja como funciona o sistema faxinal.

Agrossilvipastoril
Relativo à agricultura, à cultura de árvores florestais e à criação de gado.

Interprete

1 Por que é possível afirmar que as atividades em um faxinal contribuem para a preservação da vegetação?

Argumente

2 A união de famílias em uma área comum para o desenvolvimento conjunto foi uma das maneiras encontradas pelos imigrantes no Sul do país para desenvolverem sua subsistência. Como isso ocorre nos faxinais?
Página 228

3. Principais problemas ambientais

Na Região Sul, o estado do Paraná foi o que perdeu maior parte de sua vegetação nativa com a devastação da Mata Atlântica e da Mata dos Pinhais. Veremos a seguir como a ação humana criou alguns problemas ambientais nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.



As bacias hidrográficas e os problemas ambientais no Rio Grande do Sul

No Rio Grande do Sul, podemos identificar a degradação ambiental por meio da observação das bacias hidrográficas do estado (figura 27). Com o conhecimento desses problemas, a sociedade e o Estado conseguem definir qual a melhor estratégia para solucioná-los.



Bacia Hidrográfica do Guaíba

Despejo de efluentes domésticos sem tratamento nos cursos de água

Despejo de efluentes industriais e agroindustriais nos cursos de água

Poluição do ar por fontes fixas e por veículos resultantes da alta concentração industrial e urbana

Produção de grandes volumes de resíduos sólidos urbanos e industriais e manejo inadequado, principalmente em relação à disposição final

Ocupação urbana em áreas de risco

Desmatamentos, alteração de cursos de água, remoção de camadas de solo e desagregação de material rochoso por atividades mineradoras

Erosão do solo agrícola pela ausência de utilização de práticas de conservação

Assoreamento dos cursos de água

Contaminação do solo e da água por agrotóxicos e insumos químicos

Enchentes periódicas

Transporte de cargas perigosas

Yüklə 2,28 Mb.

Dostları ilə paylaş:
1   ...   10   11   12   13   14   15   16   17   ...   30




Verilənlər bazası müəlliflik hüququ ilə müdafiə olunur ©muhaz.org 2024
rəhbərliyinə müraciət

gir | qeydiyyatdan keç
    Ana səhifə


yükləyin