A censura estatal nos Estados Unidos
A tolerância cultural dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial acabou sendo desmentida por vários fatos históricos irrefutáveis. Em 1940 e 1941, as autoridades do Serviço Postal confiscaram seiscentas toneladas de livros estrangeiros na Costa Oeste e as destruíram.
Muitas universidades realizaram um trabalho patriótico de setembro de 1939 a 7 de dezembro de 1941 ao destruir exemplares de livros atribuídos aos inimigos alemães.
O Departamento de Estado americano, às vezes de maneira encoberta e outras completamente descarada, pronunciou-se contra certos livros. Durante a caça a escritores de tendência comunista, em 1940, um ataque surpresa contra a livraria de um dos membros do Partido Comunista em Oklahoma City resultou no confisco e queima de centenas de livros de Lenin e Marx. Os clientes foram detidos e os encarregados condenados a dez anos de prisão.
Em 1954, se iniciou uma perseguição aos livros de Wilhelm Reich. Em 10 de fevereiro daquele ano, a ação civil no 1.056 tentou proibir suas obras. Em 15 de julho de 1955, a ação criminal no 5.003 conseguiu seu intento e, posteriormente, os livros de Reich foram queimados por funcionários do Departamento de Estado.
Em 1953 foi elaborada uma lista negra de escritores cujos livros não deveriam estar nas bibliotecas. Entre os autores censurados, que tiveram livros confiscados e convertidos em cinzas ou polpa de papel, há que nomear Howard Fast, Joseph Davies, Lilian Helmann e, ainda que a relação ortodoxa não acabe aqui, Dashiell Hammett.
A grande ironia é que não houve país no mundo que tenha condenado com tanto afinco as queimas dos nazistas como os Estados Unidos.
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