Nos passos de Uma vida Pelo espírito Marcione Ortencio



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CAPITULO VI



S

entada a beira da cachoeira onde minha mãe oxum nos dá sua fortaleza, desdrobando o pensamento em reflexões tenciono a tender meu raciocínio na pré-metas das lições da vida. Minha vida rapidamente me transportou da dor a euforia, meus sonhos de realizações, a libertação de espírito seja ele amigo ou inimigo vivendo numa hibernação corporal dentro desta maquina humana. Respirando o ar da mãe natureza olhando o verde da mata, desanuviando os olhos premiados pela existência de lindas flores perfumadas, as ramagens de toda a vegetação serrana brejeira e rasteira, rendo-me graças ao Arquiteto universal que nos brindou com todas estas planícies.

A fauna caprichosa com aves multicores, répteis, anfíbios mamíferos e peixes são todos prendados irmãos de caminhada na cadeia evolutiva, eu reverencio a estes animais. A vaquinha leiteira, que sem pestanejar, divide conosco o leite materno de seu filho, o cachorro amigo, que mesmo algumas vezes agredido, sempre volta feliz abanando o rabo latindo em forma de sorriso. O felino mimoso que nunca se cansa de um afago, tudo conspira a favor do homem nos dando exemplos de como devemos ser uns com os outros. E nós simplesmente deixamos passar batido todas estas exuberâncias de vida.

Sem falar da noite que banha com, a prata do luar, os vaga-lumes zambetando no meio da escuridão piscando, feito as estrelas cintilantes salpicando o céu. Coloridos risonhos que inspiram os poetas produzirem versos, sonetos e futuras canções que emocionam os corações enamorados com juras e borbulhas de amor. A esta majestosa brisa que vem abraçar o corpo suavizando o rosto, é perfeitamente bela e misteriosa a materialização do próprio Deus no infinito.

A chuva que caia em forma de um lindo pranto cobrindo a plantação, enchendo os rios que descamba rumo ao mar, os peixes agradecem os insetos existentes, é a vida engolindo a vida na lei natural das coisas, a sabedoria do pescador, em tirar do rio o alimento, corre o caçador a recolhedor tudo no balanço do equilíbrio. O astro rei soberano aquece a semente fomentando o plantil, secando às vezes os braços lavradores da rocinha em dias causticantes, outro às vezes despercebido, amoitado em uma nuvenzinha distraída sombreando a terra do nosso saudoso sol. Nossos amigos espirituais, que nos regem com pulso e sabedoria, doravante sempre ao infinito corredor, estreito e ladrilhado em pedras e espinhos, com mãos firmes eles nos amparam mostrando o certo, sempre a exigir talento a nos ensinar a correta plantação da semente.

Prenuncias de um amanhã, sonharei com o dia vindouro agradecendo sempre esta dádiva de viver para viver em prol dos que sofrem. A sabedoria do criador e incontestável, rebeldes é-nos os filhos ingratos, mesmo com todas as vozes dos espíritos gritando aos ouvidos por isso tardamos no despertar do sono profundo da desilusão. Do pesadelo do orgulho e, dos traquejos de inveja. Como somos minúsculos diante da grandeza do pai, somos animais movendo em mínima direção, mas a espera é intensa, a esperança nunca adormece com os dois olhos fechados, um dia na eternidade é nada para quem ama.

O amor de todas as criações inventadas pelo “Gepeto Deus” e esta é a única, maior e perfeita invenção que o homem não conseguiu criar igual Ele criou. Um amor passional e possível é de Deus, o amor de ciumentas, de egoístas lutas em desfavor ao ser humano, mas o amor fraternal, maternal, sublime e verdadeiro amor celestial, afirmo estamos longe de alcançar.

Deus amando o homem de tal maneira enviou Jesus, seu filho para a libertação deste homem.”

E nós simplesmente achamos que amamos. Esforçarei em me amar, e a meu próximo com todas as forças de minha alma, só assim subirei mais um degrau da minha escadaria na evolução terrena e espiritual.

O tempo se foi com os anos. E muitas transformações ocorreram desde a última noite inesquecível onde ajudamos Rômulo. “A imprensa carioca nos dá a dimensão da marca fundamental da primeira comemoração do dia 15 de novembro: a tentativa de se construir uma tradição de forte conteúdo simbólico (Ferreira Neto,). Segundo o que foi noticiado, e apesar da chuva as tropas teriam reproduzido a disposição que haviam tomado no ano anterior, durante a derrubada do governo constitucional. Houve desfile de tropas, e Deodoro as passou em revista. Figura central dos festejos, o "Generalíssimo" teve uma placa comemorativa inaugurada em sua casa, marcando sua atuação histórica na Proclamação.”

O dia 15 de novembro organizado pelo governo provisório destacava a presença militar. O Exército aparecia como a instituição salvadora. O perdão às "praças de linha", que em dezembro haviam cometido "atos de indisciplina", oferecia uma prova da generosidade do líder Deodoro. A abertura do Congresso no dia máximo da pátria, por sua vez, era uma prova de sua afeição à legalidade, à ordem.”

Durante os três dias de comemoração, bandas militares tocaram o hino nacional, em coretos enfeitados com as "armas da República". Meninas em "trajes alegóricos da República" desfilaram em procissão cívica. Quartéis, ruas, edifícios públicos e particulares foram especialmente iluminados. A iluminação era, aliás, um dos elementos mais fortes da cena celebrativa. No Campo da Aclamação foi erguida uma coluna, em cujo topo encontrava-se uma "Estátua da Liberdade". Na mão direita ela portava um facho de luz, na esquerda o decreto da Proclamação da República.”

O auspicioso 15 de novembro de 1890 tentava abafar as discussões sobre 15 de novembro de1889. “Um ano após a Proclamação, o patrocinador da comemoração quer afirmar seu poder político, num momento em que o pacto entre republicanos paulistas, militares e outros segmentos burocráticos e oligárquicos está sujeito a lutas internas pela hegemonia, além de enfrentar a oposição monarquista.”

Foram dez anos avançados na nossa história e há quatro anos papai vivia comigo naquele albergado de paz, recanto que parecia um paraíso, meu irmão nos agraciava com um lindo casal de gêmeos Luana e Luan, seu sogro falecera numa madrugada de tempestade, sem que pudessem ser socorrido.

Sâmara tornara-se numa mulher elegante, casou-se com Tizil um mulato que vivia na região, um bravo trabalhador. Tivas Neto continuava com suas andanças diminutas, vivendo bem mais próximo do meu coração, por sua vez nunca me cobrando uma intimidade, meu peito espremendo a certeza de uma paixão. Mas com uma dúvida sobre minha missão nesta terra.

Dudu estudava agora na cidade e trabalhava, queria forma-se em direito, eu continuava ali vivendo em meio os meus afazeres colhendo minhas verduras vendendo no povoado e todos que chegaram até a mim, papai aperfeiçou-se no artesanato que aprendeu no cativeiro e também auxiliava nas despesas.

Sentindo me fadigada deixei a cargo de Tivas os trabalhos da noite, que abrindo o evangelho abordou os pedidos, a ingratidão dos filhos e os laços de família, e a ingratidão que é um dos frutos mais diretos do egoísmo, machucando sempre os corações honestos, mais a dos filhos para com os pais, pois apresenta caráter ainda mais odioso.

E em particular desse ponto de vista é que vamos considerar para analisarmos as causas e os efeitos, também neste caso como em todos os outros. O espiritismo projeta a luz sobre um dos grandes problemas do coração humano. Aquela leitura foi uma bofetada na minha cara, lembrei-me instantaneamente de Marta minha genitora, todos estes anos internada como uma louca e eu gozando de liberdade, seu semblante se fez nítida na minha mente e um tape girou na minha cabeça dando um click.

Terminando os trabalhos fui ter algumas palavras com Tivas.

- Sua explanação foi muito boa.

- Que isso, só li o evangelho.

- Tivas me explica uma coisa?

- Fala minha bela.

- Você acha que abandonei minha mãe?

- Nas condições a qual você estava, creio eu que não. Por quê?

- Lembrei dela agora com tanta intensidade, que nem sei explicar.

- Olha seu pai deve ter mais respostas do que eu.

- É amanhã falarei com ele.

- Minha cara, a dúvida é um caminho direto para incerteza, e a incerteza na vida é motivos de reflexões mais profundas para clarear as idéias.

- Sei disso.

- Então façamos o seguinte, por hora irá cada um pro seu barraco deitar na cama, dormimos e refrescamos os pensamentos, o que você acha?

- Soninho! Boa idéia.

Assim fizemos não muito satisfeita com a conversa, porém entendendo Tivas, poderia estar cansado. Deitei na cama, mas demorei pra me render aos domínios de morfeu, quando ele dominou-me por completo o tempo recuou em um passado esquecido na minha lembrança.

Era uma época guardada por deuses mitológicos, bravos guerreiro, imortalizados pela historia, mestiçavam nas províncias as profanações de templos sagrados. Rituais de sacrifícios desvirtuavam a moral, o ano contava pouco mais de três décadas depois a morte do messias, o enviado de Deus, numa deflagração de revolta pelos judeus da galiléia. Os campos Elíseos tão almejados por muitos se distanciava cada vez mais dos charlatões na caminhada evolucionaria, há quem diga de passagem retrógrada.

O coliseu estava repleto de espectadores, soldados em suas armaduras, de armas em punho, prontos para agirem em defesa de seus ministros e senadores, cesares em suas togas de julgadores prontos para absolverem ou condenar, a presente sessão de audiência seria presidida por Domiciniano, liteiras chegando aos punhados, carreados pelos escravos musculosos, verdadeiros herculóides.

Todos espremendo e privando para o grande julgamento. Rumores diziam que os leões fartar-se-iam do sangue real, seus atos haviam fulminado na conspiração que derrubara da coroa o rei Félio Iº, conspirada por Martine e seu amante, o serviçal, braço direito Dangel, astuto com as mãos na arte de matar e silencioso com os pés na espreita, ficaram dias arquitetando o homicídio.

Na arena dos leões, o público ansiava por sangue ávido por justiça, no banco dos réus, Dangel e Martine. A promotoria defende a tese de culpabilidade dos réus, segue-se a abertura do julgamento.

- Conta-se que na última semana, na noite de sábado propriamente dito, aproveitando das ausências da maioria dos súditos e soldados do castelo o rei na companhia de sua mãe, abusando de sua confiança, mãe e amante este a qual vemos com tamanhos desajustes. Usaram-se das artimanhas da maldade carregaram o rei numa tapiada passagem pelos fundos jardins reais onde estaria Dangel para cumprir o assassinato, asfixiando lhe com as próprias mãos o pescoço, roubando-lhe os ares dos pulmões e o néctar de sua vida...

- Pesa contra as víboras o fato de um ser a mãe, a qual carregou no ventre e alimentou no seio o filho, e no bruto o amparo recebido pela generosidade do rei Félio Iº. – Ah! Perguntam-me como sei dos fatos, se não fosse à mão generosa de Deus, e os olhos daquela serva humilde, que por ventura presenciou o desafortunado ato diabólico.

Mas quem dará ouvido a uma escrava, porém meus companheiros, esta serviçal pra se fazer justiça nos revela um segredo de leito. Ela é filha de Efúsio IIIº pai de Félio Iº, por este feito tornara-se a rainha por direito.

- MENTIRA! – Gritou Martine.

- É tudo verdade. – Afirmou Dangel.

- Calem-se todos – Sentenciou os juizes.

- Queremos ouvir a defesa.

Um defensor levantou-se tonto, meio receoso de si, começando a discernir:

- Que mãe, tomaria a vida de um filho, confundem-se senhores a ambição com a submissão e este servo, que tamanha petulância a de seguir as ordens de uma amante, já tão avançada a sua idade? E nossa serva escrava que coincidentemente de estar na hora do funesto atentado, pra vir à tona a revelação de ser filha de Efúsio irmã de Félio? Almejando a coroa é um caso a se conciderar.

- Um momento. Gritou a serva que postulava o trono. – Sou filha do antigo rei e posso provar.

- Provas sabem que virão, mas falamos agora é de violação da vida.

Um burburixo tomou conta de todo o coliseu, o juiz Domiciano não sabendo qual decisão tomar adiou por três quartos de horas a seção.

Retomada a sessão todos aguardavam atentamente a decisão do grande juiz Domiciano.

- Com o direito a mim concedido condeno Martine aos leões, por ser a mandante do crime, o escravo Dangel eu o condeno que lhe arranque as mãos antes que o atirem as feras sedentas. Enquanto a serva escrava ortogo-lhe a coroa e subseqüente o cargo de rainha passando-se até as últimas investigações a nova rainha, do condado romano da província de A...

- Não! O grito de Martine ecoou por toda a arena.

- Você esta em suas faculdades meritíssimas, para homologar tais sentenças? Indagou o defensor de Martine.

Todos abraçavam e reverenciavam a serva, agora a nova rainha, ao seu lado um fiel escudeiro que a cercava de todos os lados com muito mimo e presteza, um cavaleiro que do meu camarote não atentava para o que estava acontecendo, vi o escudeiro de imediato transformar em Tivas Neto nesta hora meu coração disparou.

Reconheci em Martine minha mãe Marta, no pai de Dangel ou (em Dangel) e que infelicidade na nova rainha eu, sim era eu, mas que mal estaria ali acontecendo. De relance encontrei-me nas covas dos leões conversando com Martine e Dangel.

- Você vai ter o que merece.

- Por que, você tinha tudo?

- Mas era tratada como uma escrava.

- Mas por quê? Menina por quê?

- Porque mandei matar Félio. Só assim seria rainha.

- E você Dangel, porque matou meu menino?

- Tenho pais doentes e um filho para criar, e a rainha prometeu beneficiá-los.

- Pelo menos você pensa que trocou sua vida por algo digno, mas esta víbora, você acha que ela irá cumprir esta promessa?

- Basta, quero vê-los devorados pelos leões e, realmente vi suas carnes serem rasgadas pelos animais e os olhares de ódio de Martine e Dangel, os assistentes vibravam e gritavam de euforia. Dangel e Martine foram devorados vivos, e eu fui me aconchegar-me na luxuria do palácio junto com meu escudeiro amante, regados a vinho real. Um novo click me - vi num novo sonho e dentro de um ambiente notei que era uma mulher, foi se firmando num fio acinzentado.

- Minha filha. - A voz de minha mãe se fez ouvir.

- Venho lhe cobrar um pedido.

- Que pedido minha mãe? – Perguntei em prantos. Nesta hora ouvi o galo cantar e a imagem de mamãe se desfez despertei-me naquele dia em pranto e suores.

Prevendo uma inconstância de sentimentos, procurei auxilio nas preces tentando aliviar a pressão no meu coração, prevendo talvez as tormentas vindouras, busquei também as palavras de Tivas, onde me aconchegava, porém as lembranças do meu sonho fatídico a cada minuto me apunhalavam mais, relatei ao amigo todo meu sonho e o pedido de minha genitora, ocultava-lhe apenas a sua presença.

- Sonhos são de duas óticas analíticas, uma a que já aconteceu outra do que esta por acontecer.

- Sim, mas os sonhos reais, quando vem em nossos sonos costumam serem uma predição, ponderei.

- Nem sempre. O sonho é um desdobramento do espírito em sono é uma reminiscência da alma.

- Concordo contigo, mas como devemos interpretar os sonhos.

- Os sonhos minha querida, são ensinamentos úteis na nossa jornada terrena, da seguinte forma o que é bom para o indivíduo na sua trajetória corpórea na terra será lembrado, e o que for apenas de ensinamento para o espírito fica guardado com o espírito e este não será lembrado pelo corpo.

- Por isso muitas vezes acordamos como se não tivéssemos sonhado com nada uma simples noite sem sonhos.

- Perfeitamente.

As palavras de Tivas massagearam minha alma, contudo não aquietou o meu coração. Naquela mesma noite demorei a dormir, com medo de sonhar novamente a aquele pesadelo, um medo a qual eu não sabia por que estava sentindo. Adormecendo em plena madrugada fui transportada em espírito a uma nova tela, vi meu reinado de imperfeições, tristemente deparei-me com a realidade do meu império de desfortunio, minha mãe foi devorada pelos leões juntamente com Dangel ao meu lado com farpas nos olhos, meu irmão morto e eu a rainha.

Mandava em desmando, esqueci-me completamente as promessas que fiz a dangel o meu comparsa na queda do rei. Não auxiliando os seus e principalmente seu único filho, que caiu nas mãos dos guerreiros sádicos e sedentos por carne fresca, novinhas, que supriam as suas orgias, eu deveras vezes presenciavas estes pedófilos que independia do sexo da vitima. Tudo era por uma satisfação amoral.

Meus adoradores que rompiam comigo mandava aniquilá-los sendo certos, ou errados, as missivas que me chegava com as rogativas do meu povo eu nem abria, ateava fogo em todas. Não tinha escrúpulos, somente minha autonomia reinava.

Passando eras comecei a sentir-me solitária, angustiada e, entediada das pomposas festas regadas a vinho e orgia. Baco o deus das perdições e fornicações, já não me satisfazia mais, comecei a ver sombras e vultos em minha volta, ouvir gritos e gargalhadas. Ouvia cobranças daqueles que eu desviei do caminho certo.

Afundei-me cada dia mais numa profunda melancolia, contraí uma chaga na perna que corroia minha carne viva, sentia a podridão dos meus órgãos internos no falar e no respirar. Comecei a tossir excrementos pastosos, via a imagem de Dangel, Martine e tantos outros que maculei a confiança. A obsessão foi tamanha que só percebi meu desencarne, anos depois da minha morte, fui castigada por inúmeros espectros que me desmoralizavam a moral que supunha ter. A região a qual meu estado mental me projetou foi um mar de lama misturava-me aos excrementos de aberrações inimagináveis, mas tudo serviu como depuração de minha alma.

Atraquei-me a espíritos infelizes, em meu desespero lembrei-me de Deus, tentei rezar só que a reza não saia, nunca tinha aprendido uma oração, e convulsiva declinei em prantos, Martine me xingava com ódio.

- Vê maldita, minha carne rasgada pelas bestas feras que você me atirou. Sinta o cheiro delas se apodrecendo desgraçada. Pague com sua carne a maldades que me fez, quero ver você no mais fundo abismo de lama, cretina.

O filho de Dangel também me aparecia com várias marcas no corpo, principalmente na boca e nas genitálias. Só então percebi que estava no meu inferno particular, sofrendo minhas obsessões que acarretara em vida. Outra vez salva pelo cantar do galo, que me despertava do pesadelo, chorei e fiz uma prece. Pedindo ajuda à espiritualidade em minhas orações senti minha mãe ao meu lado e chorei mais ainda.

- Quando as opressões da vida imperfeita nos oprimem o peito perde os sentidos, não é minha cara. Ouvi a voz do meu amigo espiritual Exu de M...

- Eu não sabia. Lamentei.

- Se soubesse quem diria que resignaria ao próximo como fizeste até hoje.

- Não tenho certeza.

- São as necessidades da destilação da imperfeição espiritual.

- Isso é uma obsessão inoportuna.

- Você sabe bem o que é uma obsessão mulher?

- Esta a qual estou passando.

- Não. A obsessão é aquilo que o nosso nível mental nos acarreta, a obsessão tem diversas aparências que precisamos aprender a distinguir. Os casos típicos de obsessão. Na obsessão o processo é simples: quando um espírito enfim impõem ao outro pra maltratá-lo, ou cobrar-lhe algo do passado ou apenas para ver aquele indivíduo cair no ridículo.

- Mas estou tentando resgatar.

- Sei disso, mas não discutimos as benesses do grande.

- Então não estou obsediada.

- Não, você esta tendo uma lição da pura evolução espiritual do ser.

- Como saberei se estou obsediada.

- Na persuasão de um espírito em comunicar-se de qualquer forma maneira, seja pela fala ou pela tipologia, mas contradizendo a que outros façam por espontaneidade. Na ilusão, na facilidade de crenças incertas, na inefabilidade e na identidade absoluta da entidade dizendo-se superior. Na confiança dos elogios ao medianeiro. Somem com as pessoas que lhe dizem coisas contrarias ao que eles querem ouvir. Não aceitam criticas e simplesmente deixam os cavalos em situações vexatórias, pois todas as pessoas são médium cavalos como queiram vocês denominar.

- Limite-se a aprender com estas lições amigáveis e oportunas, não questionado a sabedoria do grande. Meu amigo aliviou meu coração e se foi, só então pude compreender alguns casos típicos de obsessão.

Pensava que estava nesta altura da minha vida vivendo uma pertinaz obsessão, mais esta minha obsessão foi no mundo do além túmulo me mostrada num pretérito, em mais uma noite num sonho revivi mais um pedaço do meu infeliz passado.

Desgostosa com tamanho sofrimento, que eu provocara já me rastejava qual um verme sem forças para me levantar, ate que um dia Deus se apiedou do meu martírio e numa diligencia dos “lanceiros da luz dourada”, irmãos abnegados no amparo ao próximo, de tanto eu implorar ajuda resgataram-me daquele antro podriquento. Levaram-me para limpas estalagens me adormeceram por muito tempo, ao despertar senti ao meu lado as presenças daqueles a quem prejudiquei, na minha tumultuada trajetória carnal como rainha. Sendo obsediada por aqueles seres que continuavam com tenacidade. Jogando sobre mim pensamentos e vibrações negativas.

Uma iluminada criatura do mundo espiritual do plano superior me acolheu, me colocando numa câmara desentoxicadora de áurea, despoluindo meu corpo etéreo de toda a negatividade incrustada no meu organismo perispiritual.

Vi em meu sonho uma avançada época, de muitos colonos, sabedora que eu estava ainda em espírito. Novamente num tribunal livre só que na espiritualidade. Agora sim para prestar contas do meu passado, novas reflexões se fizeram a meu respeito e de todos que, infelizmente, com minha tirania e terrorismo moral flagelei na derrocada evolutiva.

Um homem alvo de lindo olhar presidia a reunião de entendimento, atônita fiquei em estado choque em saber que já estivemos várias vezes reunidos e, só naquela oportunidade é que conseguíamos nos entendermos. Então acertamos nossos caminhos e destinos. Ficando acordado entre as partes interessadas que eu viria à carne para cumprir com meus débitos contraídos em outras épocas.

Martine nasceria na terra primeiro, e eu posteriormente, meu coração disparou em reconhecer todos os meus. Benigno é o criador do universo que colocou em meu caminho, amigos e inimigos que me fortaleceram, me instruíram na luz, me inspiraram a viver como uma medianeira no mundo dos mortais carnais. Grande incentivo ouvia do mentor responsável pela minha reabilitação na terra, então ficou acertado reencarna-me nas condições que hoje compreendo melhor.

Auxiliavam-me no meu preparo e cada dia me sentia mais fortalecida e responsável por todos, chegando então minha ultimas lições pre-reencarnatoria, pois muitos já foram.



Prezada irmã, amiga de outrora agora sim, chegou o momento.

Estamos de mãos dadas em busca do melhor aprendizado.

Nossa história juntos já começou, com a graça do Maioral.

Neste embelezamento universal não terá fim.

Enquanto a luz divina do senhor jardineiro,

Dos jardins dos céus não iluminar todos os corações infelizes,

E escuros da claridade do saber.

Aprimoramentos, saber, perfeição como precisa ser, sabemos que é impossível.

Mais dedicação, amor atenção, carinho e caridade sim isso é deveras possível.

Vamos juntos filha amada render esta empreitada, lembra-te do teu sonho.

E de teu compromisso, adote a leitura afinco, a caridade por objetivo,

E tudo virá a você e aos seus, não adianta alcançar o coração desmoronado, perdendo os que estão ao nosso lado.

As barreiras por detrás das cortinas foram quebradas e agora é hora de nosso trabalho um abraço apertado ao vosso coração, filha amada e lembre-se ciúme é pedra em nossos caminhos para nos testar e se lapidar.

O mentor me falava ao ouvido e eu via, sentia meu pranto jorrar no peito feito cachoeira diamantisada, cristalina lavando todos os sentimentos de rubra dor e satisfação. Despertei no meu colchão de palha com o sol irradiando a manhã de verão, não sabia eu se dormitava ou acordava, ou simplesmente ainda sonhava. Só sei que uma realidade imensa era meu contentamento desnublando minha infinita cegueira, meu Deus como tu és prestimoso- Pensei. E nós simples ingratos de suas constâncias, e de nossas inconstâncias.

Semeador de sementes de amor e nós não cultivamos este amor, regador de nossas vidas de dinamismo e certezas, e nós indignos e incertos, vivendo na incredulidade. Receptores dos mandos de sua graça, e nós nos desmandos em pura birra, feitos miseráveis crianças pirracentas, de infantes que somos.

Destes em nossas mãos as duas esfinges, o ódio e o perdão, a paixão e o amor, o sentimento e a razão. Deste também os dúbios caminhos do bem e do mal e nós, oh pai celeste, quantas vezes ainda escolheremos mal, o que seguir. Quebrando o meu silencioso momento de prece ouvi.

- Não sou o mesmo de outrora, mas trago a mesma valia irmãos, porque embustem seus corações na rudimentar desordem com os seus. Sedes um pouco alvitre de seus pensamentos, carinho e cautela em dizer sorrindo uma palavra dorida se faz por vez necessária. Não macular seus préstimos ao altíssimo como se fosse um oráculo de Deus, mostrando aos ignorantes ideais de vertigens cépticos, aleatórios, ramificados e embutidos na denegrirão de si mesmo, senhores de si.

Meu serviço de agora é mostrar aos queixantes:

Que Deus não se esquece de nenhum verme micróbio, por mais ameba que este se encontre, somos eternos no infinito, e a caridade de um abnegado pai coroando nossas vidas livres em certeira razão. Aprazado o tempo vindouro, por este instante agradeço ao organizador do plano de cá. Mostre o caminho ao cego e ele caminhará, dê comida ao faminto e ele se fartará, nega-te a existência de teu guardião e ele paciente te mostrará o caminho e matará a tua fome.

Definitivamente acordada, percebi que não sonhava mais, vivenciar estas maravilhosas manifestações de amigos espirituais me mostravam que a maior de minhas missões era aguaridar Marta, minha genitora nesta encarnação. Agradeci a Deus e a providência divina, e a dos meus mentores, me levantei decidida. Vou ter minha mãe de volta ao meu lado. No momento que proferi estas palavras parecia ver seu sorriso e, no ar sentir seu perfume me agradecendo.



CAPITULO VII


- Ora vivas, a bela adormecida acordou, e pelo visto esta bem disposta e bem vistosa. – Gracejou Tivas.

- Bom dia.

- Bão.

- Cadê papai?



- Saiu cedo foi cuidar das hortaliças, por quê?

- Sabe Tivas, de todos aos que amparei e, todas as feridas que lavei, de todas as mensagens espirituais que transmiti aos irmãos infelizes que vieram até aqui, pela dor e pelo amor, muito mais com dor do que com amor, só hoje compreendi a maior necessitada de todas estas lições era e continua sendo eu.

- Que isso agora, uma autopunição, não estou entendendo.

- Explico-lhe e melhor. Suspirei fundo olhei naqueles olhos tão lindos, só agora pude entender a beleza daquele olhar na meiguice da sua voz, a vontade dele de me cortejar. Ruborizada as vistas reflexionei.

- Haverá um tempo em que grandes oradores, palestrantes, evangelizadores e, até mesmo medianeiros compreenderão as lições que eles transmitem. Se eles derem uma flor, o perfume ficará em suas mãos, sua voz será ouvida por todos os ouvidos que estarão tão próximos, mas não tão próximos quanto a seus próprios ouvidos. Que antes deles verem as manchas nos corpos dos outros estarão olhando no espelho dos seus quartos o reflexo de suas próprias chagas. Por isso meu querido eu vos digo:

- Vi minhas chagas!

- Vi meus defeitos!

- Vi minhas audácias!

- Vi tudo que me fez compreender, antes de cobrar dos outros uma postura qualquer, cobremos a nós mesmo primeiramente.

- Eu te amo! A voz de Tivas me pegou de supetão, que nem tive resposta,

- Eu te amo! Sentenciou ele.

- Eu também te amo mais que tudo neste mundo, só que ainda não é o momento, preciso primeiro reparar um grande erro que venho cometendo com uma pessoa.

- Sua mãe não é? Antes que eu o falasse me emudeceu adivinhando o que eu iria dizer.

- É...


- Então vá converse com Láurico e, depois resolveremos tudo, estarei ao seu lado para o que der e vier e só cobrarei seu amor quando estiveres pronta para amar.

Levantei-me e fui em direção às hortaliças, vez ou outro olhando para traz encontrando hora o sorriso, hora o olhar apaixonado, hora um aceno de Tivas, parecendo um menino que arranjou a primeira namorada. Nos meus devaneios firmei o meu propósito de conversar com papai sobre mamãe. Pois ele sempre fugia uma vez por mês ia à cidade, falando que chegava até ao sanatório a qual ela estava internada.

Arrastei papai fragilizado pelo tempo, contudo ainda vistoso e, corado pelo sol.

- Ah minha filha! Que bom que veio, venderemos muito lá na feira da cidade, veja as verduras como estão lindas.

- É realmente estão lindas as folhagens como todas as outras verduras papai. Elogiei já fuzilando:

- Papai, eu quero que me leve até mamãe.

Ele olhou-me nos olhos, assustado disfarçando.

- Que isso agora filha?

- Não sei, acho que poderíamos tratá-la aqui, e o verde faria muito bem pra ela.

- Não, não, sua mãe não filha, esta ótima onde está.

- Então quero ir vê-la.

- Só permitem visitá-la uma vez por mês, e este mês eu já fui.

- Não quero nem saber, precisa vê-la. Papai olhou-me nos olhos com um aparente ódio fulminou.

- Quer ver sua mãe, filha ingrata? Então vá com suas próprias pernas.

- Que isso pai?

- É isso mesmo, sua ingratidão, jogou-me na cadeia, por sua insanidade abandonei sua mãe a loucura e, só hoje vem me cobrar por sua mãe?

- Papai, eu estou te desconhecendo.

- Ah, ah! Ele gargalhou espumando o canto da boca, então, me liguei, papai era um médium e estava incorporado.

- Quem é você meu amigo?

-?

A entidade se calou e eu insisti.



- Quem é você meu amigo, o que queres comigo e com minha família?

- Esqueceu-se de mim? Princesa escrava, serva rainha embusteira.

- Essa voz?

- Sim sou eu mesmo, e venho mostrar que você falhou novamente, como falhou comigo, enganou aquela que de há muito te perdoou, mas eu não, nunca lhe perdoarei.

- Dangel?

Ao ouvir seu nome, a entidade sai de papai destroçando no chão.

- Tivas, Tivas gritei com todas as forças do meu pulmão e ele veio correndo.

- Que foi?

- Papai desmaiou ajuda aqui.

Tivas pegou papai nos braços e o levou para dentro de casa o colocando na cama, sentiu a necessidade de abrir o evangelho e assim ele fez.


Ninguém poderá ver o reino de deus se não nascer de novo, Jesus tendo em vista as cercanias de cesárea de Filipe interrogou assim seus discípulos.

Que dizem os homens com relação ao filho do homem?”



Quem diz que eu sou?

Eles lhe responderam.

Dizem uns que és João batista, outros que é Elias, outros que Jeremias ou alguns dos profetas.”



E vós quem dizeis que eu sou?

Simão Pedro tomando a palavra respondeu.

- Tu és o Cristo filho de Deus vivo.”



Replicou-lhe Jesus.

- Bem aventurado és Simão filho de Jonas por que não foram à carne nem o sangue que isso te revelou, mas meu pai que estás no céu.”


Supliquei aos céus uma prece de amor e clemência ao meu genitor que após breve instante acordou e vendo-nos ao seu derredor encolheu-se na cama.

- Pai, com se sente?

- Melhor.

- Que susto seu Láurico.

- Filha, eu preciso falar com você, antes que seja tarde de mais.

- Não quer deixar para mais tarde não papi?

- Não, não, tem que ser agora. Mas tem que ser na presença de todos, mande chamar, por favor, Plínio, Sâmara, Dudu, você e até mesmo o Tivas tem que ouvir o que vou falar.

Papai naquele dia se calou no aguarde da reunião com todos e foi justamente numa sexta-feira de oração e trabalhos, que naquela noite foi rápido parecendo prever o que viria estávamos todos reunidos. Plínio com Dorinha e os filhos no colo, Sâmara, Dudu Tivas e eu. Papai sentado num toquinho no qual Belarmino tantas vezes sentara com seu cachimbo e sua caneca de café na mão, a atmosfera estava carregava de bons fluidos no ar. Agradecemos a Deus aquele momento de paz e sublimação e, papai começou sua narrativa.

- Quando me entreguei naquela noite nefasta, sem pensar nos meus familiares, esqueci-me de todos, depois de anos de cárcere, as notícias foram me chegando através de Plínio, à perseguição que vinha sofrendo pelo prefeito. Dai veio o sumiço de você filha, continuei mais decepcionado comigo mesmo. A última vez que Plínio veio me visitar contou-me da insanidade de Marta, até do internamento de Sâmara, fiquei desconsolado ao saber que estava indo embora sem condições para lutar pela própria sobrevivência. Veio então o desespero de saber que eu fora o culpado e único causador daquela tragédia.

- Passaram-se mais anos sem notícias de todos, até que vocês apareceram e, eu vim parar aqui com vocês. Saindo da penitenciária fui direto ao sanatório. Chegando lá.

- Boa tarde dona.

- Boa, tarde senhor, o que desejas?

- Vim visitar minha esposa.

- Qual é o nome da paciente?

- Marta Ortencio.

- Um momentinho só.

A atendente fez lá uma anotação e saiu hospital adentro, a demora corroia meu estômago, a ânsia de saber o que se passava me deixava louco, apos meia hora, uma ou duas não sei, quanto tempo fiquei ali sentado esperando. A recepcionista voltou acompanhada por um doutor.

- Boa tarde, senhor?

- Láurico doutor.

- Bom senhor Láurico, sou o doutor Andrade responsável pela sua esposa.

- E como ela tá doutor Andrade?

- Vamos até meu consultório, por favor.

Acompanhei homem de branco com o coração em pulo descompassado.

Adentramos no seu modesto gabinete com simples mobília, uma maca, um divã e uma mesa forrada, com um reluzente e cristalino vidro na parede, um quadro com gravuras em forma de mosaico ao lado do seu diploma, gentilmente mostrou-me uma cadeira.

Acomodamos e, ele começou a me esclarecer os fatos.

- Meu senhor, sua esposa chegou aqui, com um quadro clinico jamais visto por mim e, toda a nossa junta médica. Uma esquizofrenia alucinática com gargalhadas imperativas, jogando-se na parede e em todos os móveis, nós lhe aplicamos sedativos e a isolamos depois de alguns meses pensamos que já estava reabilitada da sua enfermidade.

- Passou a conviver com os outros internos, mas em uma noite de muito calor ela foi se banhar e, no banho corria tudo bem, até começar uma correria, era loucos gritando por todos os lados, corremos no banheiro, mas já era muito tarde. Sua esposa havia batido a cabeça na pia com tamanha força que escutamos até o estalo craniano com isso infelizmente entrando em coma, tentamos por vários anos a sua recuperação, mas ela não resistindo, vindo a óbito há oitos meses, eu sinto muito.

- Não pode ser. Gritei, chorei copiosamente e, doutor Andrade respeitou a minha dor. Despedi-me dele desconsolado indo direto ao cemitério, lá localizei a cova de Marta é aonde vou todos os meses, levar flores pra ela. Papai terminou sua narrativa e, não consegui chorar, estava transpassada, papai abaixou a cabeça eu me joguei no chão com uma dor insofismável. Uns mutismos generalizados assim ficarmos, ate um assovio quebrar o silêncio embalando uma canção, tão linda, bela magistral transformando o ambiente numa paz total e, todos procuraram a melodia ao vermos de onde vinha levamos um choque.

Era Sâmara que assoviava lindamente, agucei meus sentidos entrando na sintonia do local, visualizei ao seu lado Belarmino, sempre ele, acompanhado do Exu M... Sorrindo pra mim. Naquele momento de reconforto vi mamãe, nos braços de um homem alto claro, cabelos grisalhos, sorrindo trazendo Marta me falando.

- Minha querida, sua mãe de há muito entendeu suas tramas infelizes, despertando após o seu suicídio induzido, ela ficará conosco até vocês terem outra oportunidade de se entenderem na vida em carne.

- Mas então fracassei. – Pensei travando com aquele ser um diálogo.

- Ninguém fracassa, somente adiamos nossas necessidades e resgates para outra ocasião.

- Ela vai ficar bem?

- Perfeitamente.

- Agora você prepara-se, pois as necessidades ainda perduram, e você precisa agir com muito amor. Para os dias vindouros. O assovio de Sâmara foi diminuindo medida que meus amigos espirituais conduziam mamãe para o infinito plano superior de amor. Naquela noite ninguém nada se falou, fomos todos dormir, pois tínhamos que continuar nossas vidas.

Amanheci no outro dia com o coração refeito, de muita força interior para buscar, nos caminhos do meu destino o entendimento com aqueles com os quais eu havia falhado no passado e, que nesta majestosa oportunidade na carne não poderia me furtar às necessidades de acertos e compreensão.

Era uma manhã de sábado, o dia amanhecera chuvoso, desta feita ninguém saiu de casa, papai em seu quarto conversava com Tivas, eu e Dorinha providenciávamos o desjejum, Plínio brincava com as crianças junto com Sâmara. Na cozinha fritando os biscoitos de polvilho e queijo enquanto Dorinha e eu trocávamos idéias.

- Não sei nada destas coisas de espíritos, acho isso muito estranho.

- Entendo você, mas de certa forma, há e não há muito que saber minha cunhada.

- Sei, mas esta coisa de vida após a morte, vida passada, presente e futuro, não entra bem na cabeça, e me confunde.

- Não há confusão não, é fazermos uma reflexão, se não vejamos, tudo está relacionado com uma lógica, de onde viemos, para onde iremos e principalmente o que estamos fazendo aqui?

- Já me perguntei sobre isso também.

- Quer um exemplo?

- Quero sim.

- Você e Plínio por que se encontraram? E hoje estão tendo uma vida amena e tranqüila? Ele poderia muito bem ir de encontro a outras situações na sua vida, e você? Tão jovem filha de um rico e importante cidadão, apaixonar e engravidar-se dele, e hoje viver conjugalmente com ele. Não são fatos inusitados?

- É pensando bem, tem lógica.

Terminamos as frituras dos bolinhos, o café estava fumegante, com leite e rapadura raspadas as crianças faziam uma festa, juntaram-se a nós, Tivas, papai e Plínio, que só então na degustação do saboroso café da manhã que Tivas tocou no assunto da noite anterior.

- E agora meu bem? Será que você terá um tempo para mim? Depois dos acontecimentos de ontem?

- Tudo tem uma razão de ser. – Respondi acanhada.

Todos olharam para nós espantados. E foi Plínio que quebrou o silêncio.

- Ora, ora se não estamos diante de um compromisso de amor aqui.

- Eu sempre lhe disse que sua irmã era uma adorável mulher, e que desde o primeiro momento que a vi me apaixonei perdidamente por ela. Porém ela nos seus afazeres nunca me deu uma chance.

- Deixe-me defender, eu não me poderia envolver com tantos problemas a resolver, papai, Dudu, sâmara, mamãe, e você Plínio.

- Muitas das vezes filha, nós deixamos as belas oportunidades passarem nas nossas vidas, por que jogamos os problemas do dia-a-dia como causadores da nossa infelicidade.

- Compreendo papai, mas eu até uns anos atrás não sabia nem que eu era.

- Hoje, porém você sabe quem é. E o valor que você tem para todos nós principalmente para mim. Tivas falou com os olhar tão apaixonado levantando, vindo em minha direção, e fuzilando com aquela pergunta desconcertante.

- Querida flor do meu jardim, esperança da minha felicidade, você quer se casar comigo?

Um grito de viva ecoou por toda casa, eu sem palavras apenas chorei e consenti com a cabeça.

Aquele sábado foi só alegria, e chuva muita chuva caiu naquele dia, parecia que os anjos abriram todas as torneiras do céu. Almoçamos conversamos e trocamos várias confidencias.

Meu irmão, Dorinha e as crianças foram embora com a estiagem, papai aproveitou o fim de tarde princípio de noite e desceu para o ribeirão indo pescar, pois dizia ele que as águas estavam sujas e isso pra pegar lobó não tinha melhor, Sâmara foi brincar com Dudu, ficando eu e meu noivo conversando.

- Amor, tinha medo que não aceitasse o meu pedido.

- Aceitar, o que as realizações da vida vêm nos mostrando diuturnamente. Hoje posso lhe afirmar que o amor é sempre uma espera, na hora certa ele brota, cresce e, floresce não para de se espalhar no coração, percorrendo as veias do corpo, contagiando a alma alegrando o espírito. Compactuando com as purezas de todo um intimo e duplo reflexo, é espelho um acomodando a imagem, movimento e sentimento do outro, pois o amor é uma lâmina que rasga os imprevidentes deixando-os dilacerados por uma cegueira chamada paixão, que castiga os olhos com ciúmes, maltrata os pensamentos com a incerteza, este não é o amor e sim um jogo de vaidade e exploração excessiva de sentimentalidades. Por este falso amor há quem mate há quem morra, por este amor vicioso, pretensioso, a quem se sujeita a cair na lama da loucura e da imoralidade, comprando os desmandos da libertinagem.

- Porém meu querido, o amor por amor tão puro simplesmente, pelo ato de complementação sem vicio é o mais sublime amor. O amor que antes de cobrar cede na aceitação. O amor do seu, nunca do meu tão somente, porque não resumir o amor do nosso, o amor do sim jamais o amor do não, o amor de aceitá-lo como tu és. Nunca o amor do muda-te senão, será o fim.

- Que amor é este que cobra nervoso imprimindo, a posição à dominação austera, este é o amor da insatisfação do egoísmo ridículo.

- Meu querido eu quero te amar com a doçura do tempo, com a realidade de sentimento, te amar com verdades excluindo a falsidade, quero te amar com a força do meu ser, tudo por amor é valido, é mérito, tudo por amor é consternação sendo assim meu amor será seu amor. E seu amor será meu amor, esses dois amores, em cada coração será nossa junção de corpo e alma.

- O que tem Tivas Neto a me dizer?

- Marcione Ortencio eu te amo!

Nos meses subseqüentes vieram os preparativos de nossas bodas, jubilosos, nos entregamos a esta magia chamada casamento, como tudo na nossa existência, nos convida a reflexões exatas dos sentimentos. Numa das anotações do Barão alguma citações e indagações com respostas.



Pg. 695 será contraria a lei da natureza o casamento isto é a permanência de união de dois seres?

Resp. Isto e uma marcha do progresso da humanidade.

Pg. 696 que efeito teria sobre a sociedade a abolição do casamento?

Resp. Será uma regressão a vida dos animais.

Diante a estas citações manifestei minha oratória na noite de sexta-feira nos trabalhos vigentes e dissertei.


- Meus caros irmãos, os sentimentos não nascem não cresce tão pouco morrem, eles simplesmente nos transformam apenas somos responsáveis pelo que plantamos nas glebas dos nossos destinos. Alimentamos nossos irmãos, amigos e principalmente os nossos inimigos, a transformação sentimental, ela dá nos caminhos que traçamos rumo ao infinito.

- As mudanças começam, no nosso meio, se dizemos afeiçoados trocando algumas palavras nos encantamos nos apaixonamos e nos amamos. Belíssima escada, se respeitada na cronologia dos fatos e se não atropelarmos esta sistemática chegaremos ao altar do casamento. A junção de dois corpos e sacramento de duas almas afins e muito mais.

- Daí, falamos o que Deus juntou o homem não pode mais separar e cabe aos dois seres em individualidade responsabilizarem-se pela perfeita harmonia, pois aí estão seus compromissos, seus verdadeiros resgates. E na constituição familiar, nos cônjuges e nos filhos.

- Reclamam-se da rotineira vida a dois, deste sentimento vem à insatisfação mútua, não vamos aqui atribuir a este ou aquele culpa, ambos são responsáveis pelos momentos tristes e felizes dos seus.

- O casamento em se e logicamente é uma expiação que muitos sucumbiram às provas, onde nós os mortais não analisarmos com os olhos do espírito e sim com os olhos da carne. Assim jogamos a culpa no destino este que tantas vezes, com seus mentores nos alertam, mas a carne grita mais alto em nós. As fornicações, então entramos, nos sentimentos ditos banais, mas nem tudo é por um acaso e sim por uma causa.
Finalizei a noite de palestra com uma prece passando então aos passes e aos atendimentos aos enfermos e necessitados daquela região. Meu casamento estava se aproximando mais algo me incomodava tentava esconder ao máximo de Tivas, porém papai notou uma mudança que não vinha de mim.

- Filha algum problema?

- Absolutamente papai.

- Por que tamanho acabrunhamento então?

- Não sei. Tudo vai muito bem os preparativos do casamento minha vida não tem nada a reclamar.

- Quando se esta assim é melhor fazer uma reflexão filha.

- Eu sei.

Os trabalhos foram ate quase meia noite, organizamos para se deitar e dormir, Tivas veio dar-me boa noite.

- Boa noite meu bem.

- Boa noite querida.

- Algum problema.

- Não. Durma bem.

- Tudo bem.

Saí deixando Tivas em pé, na sala indo pro meu quarto, onde dobrei meus joelhos e falei com meus amigos espirituais, indagando o porquê das minhas aflições, foi quando ouvi um de meus orientadores me dizendo.



- Mensura de um sentido fugaz em memória relaxa e sinta: o sangue correndo, o coração bater, suas veias pulsando , respire o ar vindo lá de fora janela adentra, deixe seus pensamentos fluírem em uma órbita sintomática a sua paralelamente senta os dois ambientes.

- Girando em torno de si são dois planos a porta esta aberta faz tempo, porém o estágio não lhe dá direito de caminhar em seus simétricos, sua carcaça anda pesada, não libera o extenso microssomo aparente.

- Sentiremos sua energia cósmica em um monossilábico globo de sinuosa em suas palavras dirá o que sente.

Passado o momento de euforia me sinto transportada a um quarto grande cheio de gotículas de luz, pousando no meu corpo, flutuando vejo meus pés sem senti-los no chão, minhas mãos tremem, mas estão firmes nessa experiência, não sei se durmo ou se estou acordada realizando uma espécie de majestade.”

Tento ver o rosto do meu orientador mais só sinto sua presença, dois elos que se fundem uma em minha cabeça outro nas minhas ações. Do meu corpo sinto o cheiro do alimento ingerido na noite, meu suor passa uma espécie de verminose extraída da gordura da carne que comi.”

Meus sentidos tornaram-se mais aguçados, estou perto da minha matéria, porém distante da minha outra metade, sinto o vento no espírito, o ar nos meus pulmões. A mão movimenta, o cérebro transmite uma segunda energia, parecendo ser uma vedação circunflexa de mim.”

Meus olhos não vêem apenas sinto as linhas energeticamente de uma brancura imensurável. marginalizo meus pensamentos, mas só sai o que a outra energia me transmite, não posso ver, mas sinto, eu sinto e a gora, ouço uma voz conhecida me chamando de volta dizendo que a viagem termina neste instante explicando-me.”

- Aprendeste hoje um pouco mais do nosso plano em estado acordada, não tente jamais traçar este paralelo sozinha, pois encontrarás deveras dificuldades em seu regresso, não se assuste com nada.

- Tudo foi de proveito as suas lições a que vem tendo com aquele que te ensina e, que você chama de Belarmino ouvi-lo fará bem não só a você mais a todos os filhos desta casa.

Da noite de hoje tire as devidas lições que lhe serão válidas em momento oportuno. Procure evitar a carne em pelo menos quatro badaladas antes os nossos trabalhos e nas noites de aprendizados é uma lição básica para um bom desenvolvimento mediúnico.

- Seu corpo exala o odor do que você ingere, suas mãos ficam mais pesadas, sua mente não corresponde e o trabalho não flui como deveria ser. Tenha sempre o hábito de tomar banhos de ervas do campo e flores perfumadas, uma boa leitura antes de tudo a prece, a concentração em Deus o nosso pai maior.

- Só assim matéria e espírito terão uma jornada de trabalho mais amena. Deus sabe o que faz e nós também confiemos em Deus e em nos mesmo. Rendamos graças ao nosso senhor Jesus Cristo que, eles, os irmãos do plano maior, possam todos os momentos nos municiar de bons pensamentos e os ensinamentos passem adiante com carinho e dedicação.

- Glorioso e santificado seja os ensejos dos homens de boa fé e verdade dentro do coração, grande beleza é da natureza que dela possamos tirar o sustento para o corpo e para a alma, que serve de amor e paz aos nossos irmãos racionais e irracionais.

- Não pratiquemos a maldade, mas sim a caridade que seremos eternamente gratos por estas lições de amor e sabedoria. A prece é a conexão do homem com Deus e o perdão é o fim das perseguições, é o livramento de nossos algozes.

Adormeci tranqüila sabendo as causas de minhas aflições.




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