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Edificações e residências



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Edificações e residências.

PERGUNTA: Em face das disposições adotadas pela nossa arquitetura na construção das edificações, quais as disparida­des mais relevantes que careçam ser apontadas nos edifícios marcianos?

RAMATIS: Existem diversos aspectos dignos de serem ano­tados. Há, porém, um setor que, embora sendo parte integrante de toda construção, em certas edificações marcianas, atende a objetivos específicos, de tal singularidade, que os seus requisi­tos sobrepõem-se, em importância, a todos os demais fatores arquitetônicos do edifício.

Referimo-nos aos telhados ou coberturas; pois desde a natu­reza intrínseca de sua substância até à estruturação da sua montagem, tudo, nesse setor, obedece a certas regras de ciência esotérica, devido à função radiante que essas coberturas ou abóbadas exercem no ambiente interno do edifício, como veícu­los transmissores de fluidos etéricos, propícios a êxtases devo­cionais da alma e às inspirações superiores da inteligência.



PERGUNTA: Poderia, então, esclarecer-nos amplamente sobre os diversos aspectos, funções e demais características desses telhados ou coberturas?

RAMATIS: Começaremos por salientar que, nos grandes edifícios, tais como palácios, templos e estações aéreas ou não, predominam as cúpulas translúcidas, de material semelhante à porcelana terrestre, que deixa a luz polarizar-se em nuanças sedativas. Essas cúpulas variam conforme a natureza dos edifídos e são de cores claras, em soberbos matizes ainda desconhe­cidos ao olhar terreno. Algumas são cônicas, lembrando suaves colinas; outras, agudas, piramidais, ou rasas como pratos de vidro, invertidos; e as que cobrem os templos, em geral, são de formas ovóides. Todas são constituídas de uma só peça, fundi­da em gigantescas usinas e variando, também, na cor e no material, conforme o teor psicológico do ambiente a que se des­tinam.

Durante o dia, os raios do Sol filtram-se por elas, em suave luminosidade; e, à noite, a luz artificial, magnética, ilumina-as fericamente, lembrando imensos "abat-jours" refulgentes, sus­pensos sobre os edifícios.



PERGUNTA: Por que variam os materiais conforme o teor psicológico do ambiente?

RAMATIS: A variedade é para corresponder, hermetica­mente, às exigências técnicas do Conselho Diretor Edificativo, porquanto a cúpula, em sua cor e irradiação, produz modifica­ções específicas adequadas às finalidades para que foram cons­truídos os edifícios: para indústria, comércio, arte, ciência, esco­la, devoção, observatório astronômico, moradia coletiva ou departamento público. Enquanto na Terra os telhados obede­cem a linhas ou sistemas quase uniformes, em Marte, a função do edifício, o ambiente a ser vivido, é que comanda especifica­mente a construção em todos os seus mínimos detalhes previa­mente estabelecidos. A cor, luz, decoração e motivos de arte ficam estritamente subordinados ao teor dos sentimentos ou emoções psicológicas dos moradores ou freqüentadores do ambiente.

PERGUNTA: Poderíamos conhecer pormenores mais objeti­vos?

RAMATIS: As cúpulas dos templos religiosos são de mate­rial e cores específicos, adequados à psicologia devocional dos fiéis de cada templo, que deve ser coberto de material que não altere a natureza íntima dos raios solares, ou mesmo da luz artificial e magnética, à noite. Conseqüentemente, as cúpulas de substância vítrea, além do objetivo de filtrar os raios lumi­nosos para o interior, devem polarizá-los suavemente sem lhes alterar a essência da sua pureza.

PERGUNTA: Por que tal exigência nos templos religosos?

RAMATIS: Os adeptos religiosos, quando se reúnem para as cerimônias devocionais, necessitam de certos fluidos "puros", contidos nos raios solares e que favorecem os momen­tos de "êxtase", permitindo mais íntima ligação com o "espíri­to" solar.

A substância usada para a cobertura dos templos ou insti­tuições espiritualistas é confeccionada, exclusivamente, para essas finalidades, não podendo ser aplicada para qualquer outro objetivo. Na hora de se fundir esse material, efetua-se determinado processo de ordem iniciática, que não estamos autorizados a vos descrever. Essa impregnação "sui generis" serve aos marcianos como ponte ou traço-de-união com os pla­nos superiores, na hora da sagrada "religação" com o Criador dos Mundos.



PERGUNTA: Sem pretendermos romper o justo sigilo, poderíamos saber se esse material com essa "impregnação sagrada" não ofereceria a todos os que o usassem como cober­tura de seus lares, as mesmas condições propícias de espiritua­lidade?

RAMATIS: Para que essa "qualidade" vibratória, impregna­da na intimidade da matéria, produza os seus efeitos, são preci­sos, fundamentalmente, outros elementos essenciais; sendo o mais importante a formação de um "campo magnético huma­no", mental e espiritualmente poderoso, o que, mesmo em Marte, só é conseguido mediante a reunião de diversas almas em perfeita sintonia de "afinidade eletiva". Tal conjunto ou campo magnético humano opera como ímã receptivo e conden­sador, que absorve da matéria vítrea da cúpula, aquele "algo" misterioso, que não podemos esclarecer, embora certos inicia­dos do vosso mundo consigam pressenti-lo através da nossa referência.

Faz-se necessário, ainda, que os raios luminosos magnéticos, em momento exato, se enfeixem e se projetem para um só ponto das correntes planetárias, na mais perfeita unidade de força magnética em direção ao Sol. Resulta, então, um êxtase de exaltação divina, que impregna todos os fiéis e os conduz a estados emocionais ignorados pelo homem terreno.

As luzes, as cores, a música e os perfumes que inundam o interior dos templos atuam hermeticamente no processo de "alquimia espiritual" que se transfunde por essas cúpulas mis­teriosas.

PERGUNTA: Porventura, alcançaremos, um dia, essas reali­zações?

RAMATIS: São fenômenos prontos a se manifestarem em todos os orbes, mas dependentes do grau de evolução dos mes­mos. No vosso mundo, por enquanto, somente algumas almas descidas de planos superiores e dedicadas aos estudos das ver­dades esotéricas para o bem comum, conseguem penetrar e sentir esses mistérios. Porém, em Marte, a Ciência unida à Fé, consegue êxtases sob verdadeira disciplina científica. Quando o homem se aproxima de tal "realidade espiritual", ele com­preende, então, o "porquê" dos conceitos de Jesus quando Ele afirma: — "O reino de Deus está em vós". — "Eu e Meu Pai somos Um".
PERGUNTA: E como são feitas as cúpulas ou abóbadas vítreas destinadas a outros setores?

RAMATIS: São fundidas, também, na cor e na espessura exigidas pelas condições técnicas e psicológicas dos ambientes a que se destinam.

A cúpula de uma instituição de pesquisa científica, onde já se estuda o metabolismo eletrônico no campo "etereoastral", cumpre a função de fluir um lilás, com nuanças de rosa-pálido. Essa cor predispõe psicologicamente o cientista às pesquisas na esfera "microastral", onde se agitam os bacilos psíquicos, na luta de se materializarem em "microgermes" patológicos. Um Centro intelectual exige a cobertura em amarelo-claro, dourado puro, que é a cor fundamental do intelecto. Uma escola ou ins­tituição artística condiciona o seu telhado transparente ao matiz-verde-seda, a cor propícia à emotividade dos artistas.

Além dessas particularidades cromosóficas, os cientistas ainda conseguem impregnar as cúpulas de quantidades cromo­terápicas.

PERGUNTA: Quais são essas qualidades cromoterápicas?

RAMATIS: São constituídas pelo poder curativo das cores, devido à ação que estas exercem no campo nervoso e endocrí­nico do ser humano. Não podemos elucidar-vos plenamente, mas, para efeito de simples analogia, vos diremos que é uma saturação de ondas "ultra-etéricas", à semelhança da que defi­ne o campo vibratório das "ondas ultracurtas" ou "ultra-sons".

Trata-se de um setor desconhecido para o vosso entendimento atual e não encontramos vocábulos ajustados a descrições mais exatas. As cores funcionam como "despertadores" etéricos, astrais ou mentais, enquanto em vosso mundo elas só criam disposições emotivas, saudáveis ou patogênicas, sem interferi­rem diretamente no mecanismo "fisioquímico" transcendental do ser humano.



PERGUNTA: E quais são as cores fundamentais das cúpulas destinadas à cobertura dos templos?

RAMATIS: Depende do objetivo devocional do templo, o que, mais adiante, pretendemos vos expor com minúcias mais completas e interessantes.

PERGUNTA: Que utilidade ou conveniência existe no fato de essas cúpulas luminosas impressionarem a mente dos que se encontram sob as mesmas?

RAMATIS: Os motivos são análogos aos que já existem na Terra, quando atendeis ao efeito psicológico das cores, na esco­lha das tintas para a pintura de hospitais, restaurantes, aerona­ves, indústrias, igrejas, escolas, ou ambientes esportivos. Naturalmente, ainda não podeis obter os efeitos energéticos e vitalizantes que produzem as cúpulas marcianas; pois, além do efeito terapêutico que os "raios cromosóficos" exercem na fauna microgênica do astral, as suas cores produzem reações emocionais algo benéficas aos seres humanos.

Na Terra conheceis o efeito repousante do azul-celeste, a melancólica depressão da cor roxa ou a excitação do vermelho. Sob nosso olhar espiritual, temos observado inúmeras famílias que entre si intercambiam contínuas irritações e desacertos, devido, também, às cores agressivas estampadas nos aposentos dos seus lares. Não associais o branco para as emoções festivas e o preto para os atos fúnebres? A cor constritiva do roxo não identifica os enfeites dolorosos das coroas e dos caixões mor­tuários?



PERGUNTA: Poderia elucidar-nos ainda mais profunda­mente sobre a influência das cores, quanto aos seus efeitos na estruturacão mental dos ambientes?

RAMATIS: Já é do conhecimento de vossa ciência que as cores alaranjadas dão sensação de calor, enquanto as cores gri­sáceas acentuam a receptividade do ambiente para o frio. Uma -exótica combinação de violeta e púrpura brilhantes, em vossos aposentos domésticos, diminui as defesas hormoniais e favorece as enfermidades próprias dos quadros patológicos hipocondría­cos. As decorações na alimentação, ainda muito ao gosto de cer­tas raças do vosso mundo, aumentam ou reduzem as produções de hormônios e secreções digestivas. Certos alimentos de cores agradáveis atuam no mecanismo glandular e favorecem a produ­ção de secreções abundantes; outros repugnam à vesícula biliar.

As vossas aeronaves comerciais eliminaram dos seus interio­res as cores amarelas e o tom castanho, preferindo as de verde-claro, sedativas, que neutralizam os enjôos, as náuseas. O azul límpido e translúcido do céu desperta-vos pensamentos de ter­nura e meditações devocionais; o verde-claro e esmaecido das campinas inunda-vos a alma de jubilosas emoções pastorais; mas o verde-sujo, a cor de ardósia, deixam-vos egocêntricos e abatidos. Desnecessário falar do efeito excitante que produz a cor sangüínea.

O conhecimento cromosófico é uma ciência que orienta o marciano a compor o seu agradável e terapêutico "habitat" de permanência no mundo físico.

PERGUNTA: As residências marcianas são semelhantes às nossas, quanto às disposições internas que adotamos?

RAMATIS: São construídos de material que passaremos a classificar de "matéria vítrea", porque é um produto originário do "quimismo do vidro". É impenetrável, lembrando o granito, mas sua dureza suplanta a do diamante; possui, ainda, a extraordinária faculdade de se tornar transparente e translúci­do, quando submetido aos eflúvios de raios projetados por aparelhos especiais no campo do magnetismo "eletrônico-etéri­co". A energia específica que lhe é aplicada, cria-lhe a transpa­rência, que pode ser fosca de um lado, à semelhança dos vidros de ótica que já usais na Terra. Sob processo algo parecido com a operação de "cerzir", de que adiante vos falaremos, essa substância se torna flexível e ainda aumenta a sua extraordiná­ria resistência. As paredes das residências comuns lembram grandes painéis ou biombos, que pela vontade dos seus mora­dores se tornam luminosos. Conforme a qualidade e os matizes coloridos dos eflúvios aplicados nesses painéis, eles fazem res­saltar alguns ângulos da natureza exterior, apresentando-os num aspecto de maior vivência e emotividade.

PERGUNTA: Poderíamos conhecer com mais detalhes alguns desses aspectos?

RAMATIS: Lembramos-vos, por analogia, os filtros coloca­dos nas lentes de máquinas fotográficas, e que ressaltam os relevos do solo, das nuvens e determinados planos das paisagens.

Dos aspectos salientados pelos filtros, só vos podeis certi­ficar após as revelações dos filmes, enquanto que os marcianos os apreciam ao natural, através de suas paredes.



PERGUNTA: E qual a diferença ou grau dessa vivência pro­porcionada pelas paredes luminosas?

RAMATIS: Consiste na exuberância do seu realismo prove­niente do avivamento das cores comuns da natureza, em que ressaltam as nuanças claras e poéticas, tal como acontece nos dias límpidos em que a fulgência do Sol torna a paisagem mais viva e encantadora. Assim, também, as paredes vítreas, subme­tidas a eflúvios que lembrariam, por analogia, raios "ultraviole­ta", permitem, até, observar o subsolo com seus lençóis reful­gentes de material radioativo, ou ainda, observar a seiva na intimidade dos vegetais e os contornos anatômicos dos seres. Finalmente, a visão como atuada por raios "infravermelhos" torna-se penetrante no campo imponderável, conseguindo notar as rapidíssimas agitações da energia astral e os "duplos etéricos" dos seres e das coisas. .

Naturalmente tendes dificuldade em assimilar estas realida­des, pois ainda estais bem distantes destas conquistas que os marcianos já alcançaram através do magnetismo divino.



PERGUNTA: E as paredes internas são da mesma substân­cia vítrea?

RAMATIS: Têm aparência de matéria plástica terrena e do mineral que denominais "calcita". São formadas de uma só peça inteiriça. O soalho, o forro e os lados são da mesma subs­tância. O conjunto lembra um caixão translúcido visto interna­mente e isento de emendas ou parafusos. Em algumas residên­cias existem rendilhados e ornamentos nas paredes que, ante a luz magnética, exibem filigranas maravilhosas executadas por insignes artistas de técnica superterrestre.

As paredes exteriores filtram a luz solar em matizes suaves, proporcionando ao ambiente do lar uma atmosfera de paz e mansuetude espiritual.



PERGUNTA: A construção das casas de moradia obedece à mesma técnica da Terra?

RAMATIS: As casas são padronizadas mediante um plano prévio, determinado para um ano marciano. Podem ser monta­das em 24 horas terrestres e são facilmente substituíveis. Apenas a armadura é imodificável nessa produção em massa, porquanto a cobertura, paredes, alongamentos ou reduções, cores, ângulos de luz e acabamento estético são executados em conformidade com o gosto pessoal dos moradores. O vigamen­to, ou seja, o esqueleto metálico, leve e delicado é que não pode ser alterado na sua estrutura. Para vosso melhor entendimento, diremos que essas residências, quanto ao sistema da sua mon­tagem, assemelham-se a esses vossos brinquedos de "armar", em que, de posse de inúmeras peças de metal, como sejam esfe­ras, emendas, curvas e suportes, podeis construir dezenas de modelos sugeridos pelos prospectos que acompanham o con­junto.

O Governo de Marte não atende apenas ao equilíbrio social econômico ou educativo do povo; antes de qualquer projeto de ordem administrativa, cuida-se, essencialmente, do bem-estar espiritual dos cidadãos, pois este requisito é considerado mais valioso do que todos os demais. Assim, em cada bairro, subúr­bio e cidade, tudo é projetado em função do júbilo espiritual que deve prevalecer nos intercâmbios sociais.



PERGUNTA: Porventura não existem quarteirões ou blocos de residências semelhantes aos que construímos na Terra?'

RAMATIS: O vosso padrão de construções compactas, algo semelhantes a formigueiros, distancia-se do gosto marciano. As residências marcianas são edificadas distanciadamente umas das outras, no centro de retângulos forrados de vegetação e flo­res exóticas, apresentando os mais sublimes padrões de ourive­saria vegetal. Em torno, os perfumes envolvem as moradias, transformando-as em sedativos "oásis" agradáveis ao espírito contemplativo. São conjuntos graciosos entre bosques refres­cantes, onde as árvores idosas se debruçam, tranqüilas, sobre fontes cristalinas, marchetadas de cristais preciosos. A atmosfe­ra tênue, impregnada de suave brisa odorante, embalsama o cenário policrômico que faz antever a suprema beleza dos mun­dos celestiais.

Apreciados de qualquer eminência, os lares marcianos asse­melham-se a delicados estojos de jóias pousados no chão flori­do. Caminhos de areia dourada, como se fosse polida, recortam os canteiros de grama, circundados de florezinhas multicores em que sobressaem o rubi, a safira e as turmalinas, todas em cambiantes de vida. O Sol, mais suave do que na Terra, pou­sando reflexos de luz sedativa na areia dourada, combina-se à festiva ternura dos seus moradores.



PERGUNTA: Os alicerces das casas têm as características terrenas?

RAMATIS: São de substância impermeável às emanações do subsolo, possuindo magneticamente algo da função bacteriostática

dos antibióticos comuns da Terra. Diferem, no entan­to, em sua ação antibiótica que exerce ação no campo onde se agitam as coletividades microbianas invisíveis à instrumenta­ção comum. Semelhantes alicerces neutralizam todos os raios magnéticos nocivos, originários dos lençóis de minério radioa­tivo; e impedem, também, que as energias magnéticas dos moradores sejam absorvidas pelo solo, devido à atração dos materiais imantados; pois o marciano, criatura mais espirituali­zada e evoluída no campo biológico, é, conseqüentemente, hipersensível às emanações radioativas de teor elementar, per­niciosas. Daí a função protetora e profilática dos alicerces de seus lares e edifícios de trabalho, feitos de uma espécie de "baquelite terrestre", que isola as reações sutis do magnetismo inferior.



PERGUNTA: Qual a forma de iluminação, à noite, nessas residências?

RAMATIS: Através de energia magnética, extraída da atmosfera por processos inacessíveis ao vosso entendimento. Tal energia é distribuída por usinas especiais, que a canalizam aos condensadores-matrizes das residências.

Finalmente, os marcianos gozam a impressão "sui generis" de viverem no interior de caixões de vidro translúcido, de suave colorido e luz polarizada. Essa luz, além de sua função iluminadora, produz radiações que dispõem os aposentos a um ambiente eufórico, produto da habilidade dos técnicos psicólo­gos e artistas que reproduzem, embora no plano material, qua­dros e paisagens dos mundos espirituais.




PERGUNTA: Que mais nos impressionaria, de interessante, nessas paredes translúcidas?

RAMATIS: Se a vossa visão pudesse captar, vibratoriamen­te (o que é comum ao olho marciano), seríeis empolgados pela maravilhosa gama de cores refulgentes que se evolam das pare­des, cuja luz suave e macia deixa uma sensação aveludada na epiderme. O ambiente íntimo desses lares é de repouso espiri­tual, pois não há campo vibratório inferior, criado pelos confli­tos comuns nas famílias terrenas, onde a cólera, a raiva, a irrita­ção e as lamentações constantes formam o ambiente doméstico. Nos lares marcianos, os ornamentos, as flores naturais e o mobiliário flexível, combinam-se' psicológica e emotivamente com as cores, sintônicas com as funções de cada aposento.

PERGUNTA: É a disposição anatômica do "olho marciano" que multiplica a visão dos matizes coloridos, ou é apenas a natureza do campo vibratório de Marte que favorece ou possi­bilita esses resultados?

RAMATIS: É a constituição do aparelho da vista, com a reti­na de fibras mais vibráteis do que a terrena e o nervo ótico mais aperfeiçoado, devido ao sistema biológico estar liberto de toxi­nas das impurezas nutritivas, pois as aberrações dietéticas reduzem, também, a capacidade sensorial, como é comum nos hepáticos em vosso orbe. O nervo ótico dos marcianos oferece melhor freqüência vibratória às transmissões de imagens exte­riores, numa "ultramicrotrepidação", e sem esforço das figuras em trânsito. Assim como para o gato, que pode "ver no escu­ro", as ondas luminosas de baixa freqüência ainda lhe são "luzes", embora o homem já as considere trevas. No outro extremo da faixa luminosa, existem insetos que atuam no campo de visão "ultravioleta", percebendo raios alfa, beta, ou mais radiações, imponderáveis à visão comum do homem ter­reno.

As disposições evolutivas e biológicas dos sentidos são cor­relatas com o progresso humano e as conquistas científicas no campo exterior. Os chineses e alguns povos asiáticos, primiti­vos, pintavam o céu em cor amarela, com laivos dourados, demonstrando que seus olhos ainda não captavam as vibrações sutis do azul-celeste. Só mais tarde, o aperfeiçoamento do seu aparelho ótico lhes permitiu reproduzirem a abóbada celeste em sua cor peculiar.



Os indivíduos daltônicos enxergam diversamente dos olhos comuns, devido à excentricidade vibratória de sua câmara ótica. E a hipersensibilidade visual dos marcianos permite-lhes captar maior extensão vibratória na faixa de cores porque a sua evolução moral e espiritual são correlatas, também, com o seu progresso biológico. Sob esforços excepcionais, de sua vontade ou requisição mental, eles podem apanhar mais de sessenta matizes intermediários, somente, entre o azul-prussiano e o celeste.

PERGUNTA: Quais as disposições comuns das portas e janelas das residências?

RAMATIS: São formadas de uma só peça e não têm gonzos, parafusos, emendas, dobradiças, pois deslizam do interior das paredes, quando fecham; e desaparecem, velozmente, em idên­ticas condições, ao se abrirem. Tais movimentos se executam à simples aproximação da pessoa, mediante prévia regulagem no gradil emissor de energia. As paredes também podem ser auto­maticamente afastadas, abrindo vãos espaçosos, que põem os jardins, as flores, as aves e os regatos em comunicação com o interior das moradas, semelhando festivos pavilhões residen­ciais, cercados de bosques e alpendres ensolarados.
PERGUNTA: Esse sistema de portas não oferece pouca segurança?

RAMATIS: Realmente, a segurança é sacrificado em favor da beleza e de um senso poético agradável. É óbvio que não havendo em Marte malfeitores ou ladrões, de modo algum se receiam os delitos comuns à Terra. As residências marcianas são amplas e abertas de acordo com o seu espírito fraternal. Almas afeitas à luz do amor, à paz e à alegria, avessas à malda­de, bondosas e úteis até ao esquecimento de si mesmas, seus lares floridos, repletos de luzes, cores e perfumes, estão em per­feita correspondência com os seus estados íntimos e com as suas ações à luz do dia. Idênticas às suas almas arejadas, suas vivendas não têm desvãos sombrios, ornamentos grotescos ou precauções de defesa; pois um ladrão ser-lhes-ia coisa tão insó­lita como brotarem legumes nas vossas ruas asfaltadas.

PERGUNTA: As residências marcianas adotam móveis dos padrões que nós usamos?

RAMATIS: Na decoração e no mobiliário, há certa aproxi­mação com a técnica terrena. Alguns móveis são feitos de metalpróximo do alumínio, predominando sempre a substância vítrea, transparente, de aspecto frágil e cintilante. Outros, como delicadas cadeiras e poltronas, são fabricados de material pare­cido com a espuma de borracha, de qualidade que permite ao móvel adaptar-se milimetricamente a toda a superfície do corpo, na mais perfeita distribuição anatômica. As mesas são de tampos coloridos, vítreos, foscos, presos a um varão de metal refulgente, que é, fixo no forro, deixando-as dependura­das nos momentos de uso, ou montadas em varal firmado no assoalho, podendo girar à vontade. Após servirem, umas e outras são recolhidas ou engastadas em recortes de baixo-rele­vo, exatamente iguais aos tampos, formando ou deixando ver belíssimos desenhos decorativos e artísticos. Os leitos, de maté­ria espumosa, são dobrados em sanfonas, durante o dia; outros desaparecem da vista através de moldes correspondentes no assoalho.

Os marcianos dormem pouco. Seus espíritos mais evolvidos



  • menos fatigados no comando de um corpo mais energético, exigem menos repouso para recuperação física. O seu alimento, que, em essência, provém do magnetismo do ar atmosférico, também lhes revitaliza continuamente o organismo.



PERGUNTA: Em algumas de nossas revistas arquitetônicas

  • decorativas, observamos magníficos modelos sugestivos de móveis, com aparência delicadíssima e confeccionados em metais nobres, que nos parecem algo dignos do gosto marcia­no. Não acha?

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