Silvia Maria de Araújo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi Motim



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Silvia Maria de Ara jo · Maria Aparecida Bridi · Benilde Lenzi M.docx

auto de resistência: situação em que a morte de um indivíduo é justificada

pela alegação de que ele havia resistido à detenção ou tentado atacar policiais.

Fim do glossário.

LEGENDA: Cenário de rua entre a praça da Sé e o pátio do Colégio, no centro

de   São   Paulo,   após   conflito   entre   policiais   militares   e   espectadores   que

assistiam à apresentação do grupo de rap Racionais MC's, em 2007.

FONTE: Mastrangelo Reino/Folhapress

336

Pausa para refletir

Leia os textos abaixo, que se referem à violência que atinge a juventude no

Brasil, e em seguida responda às questões.

Texto 1

De 1980 a 2002, no Brasil, o número de crianças e adolescentes mortos entre

0 e 19 anos foi de 16% do total de homicídios, enquanto na faixa de 15 a 19

anos a proporção de mortes por homicídios supera as por acidente de trânsito.

É também possível fazer distinções de gênero: 88,4% do total de óbitos por

homicídios   ocorridos   foram   do   sexo   masculino,   naquele   período,   e

considerando o tipo de arma usada, 59,8% dos homicídios foram por arma de

fogo.

PERES, Maria Fernanda; CARDIA, Nancy; SANTOS, Patrícia dos. Homicídios



de crianças e jovens no Brasil, 1980 a 2002. Relatório de Pesquisa. São Paulo:

Núcleo de Estudos da Violência/USP, 2006.



Texto 2


1980/1996: Os homicídios nas capitais cresceram 121% enquanto o aumento

do interior foi bem menor: 69,1%. Nesta fase, fica evidente que o motor da

violência homicida encontrava-se centrado nas capitais do país. Fica claro que

o   comando   do   crescimento   no   período   ficou   por   conta   das   capitais,

responsáveis pela forte elevação das taxas nacionais.

1996/2003:   Período   de   transição:   arrefece   enormemente   o   ritmo   de

crescimento nas capitais, praticamente estagna em torno dos 46 homicídios por

100 habitantes, enquanto as taxas do interior continuam a crescer. Assim, a

diferença percentual entre capital e interior, que era de 84,3% em 1996, cai

para 59,6% em 2003. Nessa fase de estagnação dos índices das capitais, o

fator determinante é o crescimento no interior, que origina a elevação das taxas

nacionais.

2003/2012:   Nesse   período   as   taxas   das   capitais   recuam   de   forma   clara   e

sistemática, passando de 46,1 homicídios por 100 mil para 38,5 em 2012, o

que  representa   uma  queda  de  16,4%  no   período.  Já   os   índices  do  interior

continuam   crescendo   a   bom   ritmo:   35,7%.   Dessa   forma,   o   interior   assume

claramente   o   papel   de   polo   dinâmico,   motor   da   violência   homicida,

contrapondo-se   às   quedas   substantivas   nas   taxas   que   as   capitais   estariam

gerando.

WAISELFISZ, Julio Jacobo.  Mapa da violência:  os jovens do Brasil, 2014, p.

64.

 

Disponível



 

em:


www.mapadaviolencia.org.br/pdf2014/Mapa2014_JovensBrasil.pdf. Acesso em:

27 jun. 2015.



Texto 3

Em 2012, 56 mil pessoas foram assassinadas no Brasil. Destas, 30 mil são

jovens  entre   15   a   29   anos   e,   desse   total,   77%   são  negros.  A  maioria   dos

homicídios   são   praticados   por   armas   de   fogo,   e   menos   de   8%   dos   casos

chegam a ser julgados.

Apesar dos altíssimos índices de homicídio de jovens negros, o tema é em

geral tratado com indiferença na agenda pública nacional. As consequências

do preconceito e dos estereótipos negativos associados a esses jovens e aos


territórios   das   favelas   e   das   periferias   devem   ser   amplamente   debatidas   e

repudiadas.

JOVEM   negro   vivo.  Anistia   Internacional   Brasil.   Disponível   em:

https://anistia.org.br/campanhas/jovemnegrovivo. Acesso em: 18 dez. 2015.

1.  De   acordo   com   o   que   você   viu   até   aqui,   procure   explicar   com   seus

conhecimentos sociológicos o elevado número de mortes de jovens no Brasil,

especialmente entre jovens negros e pardos do sexo masculino.


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